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significado da cruz!

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Mensagem por Manuel Portugal Pires Sex Set 16, 2011 4:59 pm

Pois, pois ...
O sr. poder-me garantir que NENHUM católico usa a cruz apenas e só por amor?!
E se usa ... chama a isso amor?! ... É esse o seu tipo de amor?! ...
O verdadeiro amor é deixar de usar esses objectos supersticiosos mesmo que seja por amor de uma só pessoa!
Mas supunhamos que dentro do tal bilião e tal de católicos não há nenhum, mesmo nenhum que seja supersticioso! Não acha que é falta de amor usar uma cruz como enfeite (de ouro, prata, pérolas etc., pois ela enfeita mesmo) sabendo que isso irá estimular os que não são católicos (já que pensa que nenhum católico é inviolável) à sua superstição?!
Pensa que Paulo trazia fieiras de ouro ao pescoço segurando uma cruz?! ...
Mais, uma pessoa católica por tradição a quem não foi dada a devida instrução cristã e vai à cartomante para lhe ler a sina, e usa amuletos como os seus ancestrais com o intuito de lhe dar sorte, agora, com as suas palavras e raciocínios o sr. a empurra para fora da sua igreja em vez de a ensinar e acolher! Não faça isso, se tem amor a Cristo!
Quando eu era pequeno (tinha à volta de 8 ou 9 anos) quando fui com uma tia minha que por sinal era minha madrinha do baptismo, e que viveu durante 12 anos com o seu irmão «padre» e com minha mãe quando ainda eram solteiras, disse-me ao passar por uma casa que diziam que era onde morava uma bruxa: «faz figas (e ela exemplificou com a sua mão) para não seres atacado pela bruxa». Eu era pequeno e fiz essa figa, mas sem nada compreender.
Acha que ela não era, ou nunca foi Católica?! Bem, o senhor, cautelosamente usou o termo «cristão» e não o termo «católico»; até parece que, embora sagazmente, me está a dar razão! Portanto, não faça mau uso da palavra prudência.
Eu tenho actos de prudência, sim mas nem sempre sou prudente e isto acontece especialmente quando desconheço coisas que me deveriam ter ensinado ou informado.

Agora quanto ao uso de pagão que significa «gentio», devo dizer: Fique sabendo que gentio é todo o que não é israelita (ou judeu), assim todos (ou quase todos, se algum judeu é mesmo católico) são gentios e por isso são todos pagãos. Mas o senhor queria usar o termo «pagão» com o seu significado pejorativo. Eu sei muito bem e por isso compreendi o significado que queria dar à expressão. O Sr. já sabia que os judeus chamavam aos pagãos de cachorros?! Até Cristo que é perfeito usou essa expressão.
Jesus escreveu:«Deixa que os filhos comam primeiro, pois não está bem tomar o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos.» (Marcos 7,24-30)
Meu caro, então precisa de usar uma cruz ao peito para se lembrar de que deve amar a Cristo e de ter piedade pelos irmãos?! ..
Não use a cruz no peito, mas dentro do coração figurativo, que não está no peito e que não é uma simples bomba, mas está dentro da sua cabeça para que se manifeste inteligentemente.
4Ele deu-me este conselho:
«Que o teu coração conserve as minhas palavras;
guarda os meus preceitos e viverás.
5*Adquire sabedoria, adquire inteligência,
não te esqueças nem te desvies dos meus conselhos.
6Não abandones a sabedoria e ela te guardará;
ama-a e ela te protegerá.
(Provérvios 4)
(Exodo 36,2; Eclesiastes 7,25 )
Ora o livro Deuterocanónico BernSirá 17,6 diz :YHWH dotou os homens de «coração para pensar». Com certeza que o livro de Ben Sirá ou Eclesiástico não estava a falar do coração bomba, mas do coração figurativo. Penso que as pessoas têm a tendência para confundir as coisas.
(Eclesiástico 17,6 - tradução dos Capuchinhos)
(Eclesiástico 17,6 - Avé Maria)
(Biblia de Jerusalém : Eclesiástico 17,6)

... ... ... ou como diz uma outra tradução:
6 Criou neles a ciência do espírito, encheu-lhes o coração de sabedoria, e mostrou-lhes o bem e o mal.
(Eclesiástico 17,6 - Católico em Dia, com a Palavra de Deus - 26/02/2011 )
Por isso faço votos que YHWH nos encha a todos nós (a mim e a vós) o coração de sabedoria.
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Mensagem por Pe. Anderson Sex Set 16, 2011 10:45 pm

Caro sr. Manuel,

Vamos ver se consigo entender o que o senhor quer me dizer.

Manuel: O sr. poder-me garantir que NENHUM católico usa a cruz apenas e só por amor?!
E se usa ... chama a isso amor?! ... É esse o seu tipo de amor?! ...
Nao entendo bem essas perguntas; O que posso dizer é que nao posso dizer ao senhor o que passa no coraçao de cada pessoa; nao posso dizer quem a usa por amor ou nao, assim como o senhor também nao pode dizer nenhuma palavra sobre o que passa no coração dos demais (sejam eles católicos ou não). Deixemos de julgar as consciências, os corações dos outros e deixemos a Deus o poder absoluto de julgar.

A Cruz é o sinal do amor infinito de Cristo pelo Pai e dele por cada um de nós. É o sinal supremo da nossa redenção, é a fonte do nosso grande orgulho, como dizia Sao Paulo. Esse objeto é para nos recordar do amor de Cristo e nos impele ao mesmo amor. Se o homem fosse só feito de alma, nao precisaria de nenhum objeto para lhe lembrar das realidades sobrenaturais. Como Deus fez todas as coisas, todas as matérias, e assumiu a matéria na sua Encarnação, tudo para nós é bom, saído das mãos criadoras de Deus e tudo pode ser redimido; A Cruz material é pois um objeto material que nos faz lembrar de algo imaterial: o amor imenso de Cristo por Deus Pai e por cada um de nós. Se o senhor nao a quer usar, o respeitamos, o senhor é livre. Só pedimos que o senhor demonstre um mínimo de respeito por quem pensa o contrário, quem vê na Cruz uma síntese do mistério da nossa Redenção (assim como o fez São Paulo, nas Sagradas Escrituras) e deixe de julgar os corações do próximo, que só Deus conhece.

Manuel: Mas supunhamos que dentro do tal bilião e tal de católicos não há nenhum, mesmo nenhum que seja supersticioso! Não acha que é falta de amor usar uma cruz como enfeite (de ouro, prata, pérolas etc., pois ela enfeita mesmo) sabendo que isso irá estimular os que não são católicos (já que pensa que nenhum católico é inviolável) à sua superstição?!
Essa perguntinha sua é bem idiota. é uma pergunta retórica, que estudamos na Lógica. Dá por suposto que a Cruz é uma superstição e que não pode ser de outro modo. A verdade que só pensa que o uso da Cruz é algo supersticioso quem não sabe o que é uma superstição, quem não conhece o que é a doutrina e a vida da Igreja Católica. Superstição é dar uma valor divino a algo material. É uma tentativa de dominar o divino, ou as "forças ocultas" da natureza. Superstição supõe o paganismo, ou seja, o culto de falsos deuses. Nada mais oposto do que ocorre na Igreja Católica. Quem usa a Cruz retamente (segundo a doutrina e a vida da Igreja Católica) a usa como uma lembrança da entrega de Cristo ao Pai, por amor a cada um de nós. Essa é nossa grande glória, nosso grande orgulho, como dizia São Paulo, no texto antes citado.

Não entendo como usar a cruz como enfeite pode ser falta de amor. É levar consigo o sinal do maior gesto de amor de Deus por nós, que se entregou na Cruz por nós. Isso não é induzir à superstição simplesmente pelo fato de que na Igreja não há nenhuma supertição. Só pode fazer esse tipo de afirmação quem ignora a vida e a doutrina da Igreja, e assim mesmo acha que pode julgar as intenções dos católicos.

Além disso, ouro, prata, pérolas, tudo foi criado por Deus, pelo amor de Deus e foi criado para o homem; não há nenhum pecado em utilizar desses materiais para nosso bem e recebem uma maior dignidade quando servem para manifestar nossa fé; a fé cristã é uma fé de homens formados de corpo e alma, de modo que os bens materiais nos servem para lembrarmos das realidades espirituais. Se fossemos anjos, nao necessitariamos de nenhum tipo de objeto.

Manuel: Mais, uma pessoa católica por tradição a quem não foi dada a devida instrução cristã e vai à cartomante para lhe ler a sina, e usa amuletos como os seus ancestrais com o intuito de lhe dar sorte, agora, com as suas palavras e raciocínios o sr. a empurra para fora da sua igreja em vez de a ensinar e acolher! Não faça isso, se tem amor a Cristo!


Não sei de onde o senhor tira essas conclusões, só demonstra que o senhor não conhece nada do interior das outra pessoas, com que o senhor busca dialogar. Se uma pessoa que se diz católica usa a cruz e adere a superstições eu a indicaria o caminho da verdade, a abandonar as cartomantes, os amuletos e outras práticas supersticiosas com caridade e paciência. Em geral, basta uma conversa de poucos minutos para que as pessoas compreendam essas realidades. Evidentemente não diria a ninguém que o uso da Cruz é sempre uma superstição, mas lhe mostraria que essa pode ser usada quando serve para nossa piedade e devoção, para lembrarmos que somos filhos de Deus que enviu seu Filho ao mundo para nos salvar; essa salvação passou pela Cruz, da qual podemos nos gloriar.

Manuel: Meu caro, então precisa de usar uma cruz ao peito para se lembrar de que deve amar a Cristo e de ter piedade pelos irmãos?! ..
Não use a cruz no peito, mas dentro do coração figurativo, que não está no peito e que não é uma simples bomba, mas está dentro da sua cabeça para que se manifeste inteligentemente.
Não quero dizer que se precisa usar a cruz no peito para se lembrar do amor de Cristo, mas quero dizer que essa pode ser usada, que isso nao é pecado ou superstição,desde que seja para lembrar o mistério central da nossa fé: nossa redenção, realizada mediante o mistério Pascal de Cristo, (Paixão, morte na Cruz e ressurreição de Cristo). Cada um na Igreja é livre para usar a Cruz ou não; não é obrigatório, mas pode ser usada como um sinal do amor infinito de Deus por nós, de modo a mover nossos corações a Ele.

Acho que o senhor entendeu bem que a palavra "pagão" tem dois sentidos; o mais antigo, que significa os que viviam no campo; e um outro cristão, que significa os não-cristãos. A cruz pode ser usada por pagãos, evidentemente, ou por quem é sincretista, ou seja, toma elementos do cristianismo e de outras religiões ou grupos religiosos. Nesse caso, a Cruz pode ser assimilada a outras superstições; mas isso não devido à doutrina da Igreja, mas sim ao desconhecimento da doutrina e da vida da Igreja.

Grande abraço.
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Mensagem por Manuel Portugal Pires Sáb Set 17, 2011 9:23 am

1º Agora o sr. padre esconde-se no sentimento de «julgar» ... mas não é disso que se trata. Não se trata em fazer julgamentos às pessoas, mas em ver os perigos. Por causa desses perigos deveríamos evitar o causador dos mesmos, como Paulo aconselhou em relação às carnes sacrificadas aos ídolos. (1ª Corintios 8; 1ª Corintios 10). O princípio é o mesmo.
Está errado dizer que a cruz é o sinal do amor do Cristo pelo PAI. Isso quanto muito pode ser uma opinião institucional. Antes de Cristo ser morto na cruz ela já era sinal de ignomínia e até objecto de idolatria e superstição. O amor de Cristo pela vontade amorosa do PAI e pelas criaturas de DEUS não está na cruz (pau, ferro, prata ou ouro) mas na SUA entrega a ponto de Cristo se ter que sacrificar.
A cruz tanto nos pode fazer lembrar o SEU sacrifício como a idolatria pagã e o sinal de maldição bíblica: «: Maldito seja todo aquele que é suspenso no madeiro.» (Gálatas 3,13)

2º Meu caro, parece que não sabia que a cruz também é um sinal de superstição, não só agora, como também muito antes de Cristo?! Está a ver apenas um lado da moeda. Por favor, vire a moeda e verá que tem sempre duas faces: a de cima e a de baixo. No caso da cruz o seu significado negativo é muito anterior ao positivo e o positivo não necessita que usemos uma cruz ao pescoço (ou onde quer que seja). Podemos sim usar a cruz figurativa que é imaterial no nosso coração figurativo, conduzindo-nos para o espiritual. Não foi por acaso que YHWH proibiu o seu povo que O representasse por imagens materiais. Seria pôr a Criatura no lugar do Criador, confundindo-os. Assim como DEUS é indefinível, assim é o amor do Cristo. Não há símbolos materiais que representem nem um nem o outro.
E não é uma simples «lei» ou «opinião» da Igreja Católica que modifica as coisas. É apenas uma justificação para algo que pode dar errado.

3º Eu vejo ir pessoas, mesmo católicas às cartomantes. Felizmente ainda não estou cego, embora a vista já me comece a faltar.
Ao eu dizer que o sr. a está a empurrar para fora, queria dizer que ao classificá-las como não católicas (ou mesmo cristãs) está a excluí~las (bem, isto é até uma das verdades de Messias de La Palisse). É essa conversa elucidativa de que fala que deve sempre fazer, se possível, pois não o vejo andar atrás das pessoas perseguindo-as só para ver se vão às cartomante, à bruxa e dar uma nota à cigana para lhe ler a sina. Eu também não ando a perseguir ninguém, mas falo do que sei, porque isso acontece frequentemente nos meus olhos sem ter que andar a perguntar. Ontem, numa exposição vi uma profissional a ler a sina usando o computador. Veja lá até onde chega a tecnologia! ...

4º Está claro que a cruz assim como qualquer outro objecto pode ser usado sem qualquer problema desde que a pessoa esteja a fazer isso com esclarecimento e conhecimento devidos. Mas não nos devemos restringir neste ponto. Devemos também pensar nos que não estão esclarecidos e que são ignorantes nessa matéria. O mesmo acontece com a carne que foi sacrificada aos «idolos». Se eu tenho fome e abomino os ídolos que mal há em comer essa carne, pois é igualzinha à carne que não foi sacrificada?! ... Se tenho fome e tenho apenas essa carne à disposição é meu dever matar a fome, pois deixar-me morrer é pecado. Mas devo fazê-lo fora dos olhares dos ignorantes. Ao comer essa carne à frente dos ignorantes estou a dar-lhes testemunho involuntário de que acredito e venero os seus ídolos. Eu tenho um vizinho que é indiano e sei que é considerado bastante culto. Ele segue o induísmo e é também budista de crença. Já o vi entrar várias vezes numa igreja católica, muito bem vestido. O que é que ele lá vai fazer?! Basta conversar com ele para saber. Vai lá adorar os seus «deuses». Os «santos» e suas imagens que estão nas igrejas católicas não passam de reencarnações dos seus próprios deuses. Ele até me disse um dia que o Cristo é a X-éssima encarnação do Crisna, (ou Vishnu) e o Buda é também uma outra encarnação do mesmo deus e numera as diferentes encarnações desse seu deus por uma ordem que eu nem liguei.
Também há quem confunda Jesus com Issa, (ou Yuz Asaf) uma personagem que viveu no Tibete, e em Srinagar ainda há uma tumba onde supostamente estariam os restos mortais que os habitantes de lá veneram como sendo os de Jesus Cristo.
Portanto, fazer testemunho com um simples objecto material ( e por cima controverso) pode dar os resultados que queríamos e deviamos evitar. Isto não se resolve com definições de catecismo nem retóricas de teologia que só os teólogos entendem (se é que entendem mesmo).
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Mensagem por Pe. Anderson Dom Set 18, 2011 7:21 pm

Caros amigos,

“Existem muitos por aí, de quem repetidas vezes vos tenho falado e agora o digo chorando, que se comportam como inimigos da Cruz de Cristo.” (Fil. 3,18).

Em seguida, dirigiu-se a todos: Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. (São Lucas 9,23)

E quem não carrega a sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo. (São Lucas 14,27)

Vamos ver novamente:

Manuel: 1º Agora o sr. padre esconde-se no sentimento de «julgar» ... mas não é disso que se trata. Não se trata em fazer julgamentos às pessoas, mas em ver os perigos. Por causa desses perigos deveríamos evitar o causador dos mesmos, como Paulo aconselhou em relação às carnes sacrificadas aos ídolos. (1ª Corintios 8; 1ª Corintios 10). O princípio é o mesmo. Está errado dizer que a cruz é o sinal do amor do Cristo pelo PAI. Isso quanto muito pode ser uma opinião institucional.
Se a Cruz não é sinal do amor de Cristo pelo Pai, então o que será? Isso não é uma “opinião institucional” (seja lá o que queira significar essa sua expressão), mas sim uma verdade bíblica. Deus na Cruz deu o perfeito culto de amor ao Pai; pois Adao e Eva pecaram desobedecendo a Deus e Cristo com sua morte na Cruz obedeceu perfeitamente ao Pai, dando a resposta de amor que Deus esperava de Adao e Eva ao cria-los. Isso é a redenção! O ato de amor de Cristo ao Pai, que foi fiel até a morte (e morte de Cruz) que cancelou o pecado dos primeiros homens.

Diz São Paulo que Jesus Cristo é Deus, no qual está presente corporalmente a divindade; Ele, que é Deus, é a Cabeça da Igreja, que é seu corpo e Ele reconciliou todas as criaturas com o Pai, pelo sangue derramado na Cruz. Com isso deu a paz a todas as criaturas, a paz dessas com Deus e dessas entre si.

Col. 3, 19-22: Ele existe antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem nele. Ele é a Cabeça do corpo, da Igreja. Ele é o Princípio, o primogênito dentre os mortos e por isso tem o primeiro lugar em todas as coisas. Porque aprouve a Deus fazer habitar nele toda a plenitude e por seu intermédio reconciliar consigo todas as criaturas, por intermédio daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz, restabeleceu a paz a tudo quanto existe na terra e nos céus. Há bem pouco tempo, sendo vós alheios a Deus e inimigos pelos vossos pensamentos e obras más, eis que agora ele vos reconciliou pela morte de seu corpo humano, para que vos possais apresentar santos, imaculados, irrepreensíveis aos olhos do Pai.
Manuel: Antes de Cristo ser morto na cruz ela já era sinal de ignomínia e até objecto de idolatria e superstição. O amor de Cristo pela vontade amorosa do PAI e pelas criaturas de DEUS não está na cruz (pau, ferro, prata ou ouro) mas na SUA entrega a ponto de Cristo se ter que sacrificar.
A cruz tanto nos pode fazer lembrar o SEU sacrifício como a idolatria pagã e o sinal de maldição bíblica: «: Maldito seja todo aquele que é suspenso no madeiro.» (Gálatas 3,13)

É verdade que a cruz era sinal de condenação para os povos pré-cristaos, especialmente para os romanos. Entretanto, com a morte de Cristo na Cruz, seu significado foi totalmente mudado para toda a humanidade. Passou a ser o sinal do amor supremo de Deus, que enviou seu Filho único ao mundo para dar sua vida em resgate de muitos, e do amor supremo de Deus Filho ao Pai e pela humanidade. Desde então, desde esse gesto supremo de amor de Deus na Cruz, o seu significado foi totalmente mudado, algo que já vemos nas Sagradas Escrituras, fonte da vida e da doutrina cristã-católica.

Hoje quando pensamos na Cruz, não estamos mais pensando na Cruz simbólica dos egípcios (quem a conhece?), ou na Cruz seqüestrada por grupos anti-cristãos ou a-cristãos (a cruz pagã “Suástica” nazista, a cruz do movimento hippie, de cabeça para baixo com os braços quebrados, simbolizando a paz sem Cristo, ou outras), mas sim a Cruz de cristo, do qual São Paulo se orgulhava, assim como os cristãos.

Manuel: O amor de Cristo pela vontade amorosa do PAI e pelas criaturas de DEUS não está na cruz (pau, ferro, prata ou ouro) mas na SUA entrega a ponto de Cristo se ter que sacrificar.
O amor de Cristo pelo Pai e pelas criaturas se fez visível na Cruz, se fez palpável nesse gesto e por isso nós cristãos devemos sempre nos lembrar desse ato de entrega por nós. As representações da Cruz são possíveis porque em Cristo Deus se fez carne, tomou nossa realidade criada e porque não há nenhuma palavra no Novo Testamento que proíba de usar esse símbolo extraordinário do amor de Deus pela humanidade. Não há nada que fundamente o não utilizo da Cruz pelos cristãos na Bíblia. Quem quer defender essa tese parte das suas próprias idéias pre-concebidas, que não tem nenhum fundamento bíblico. Quem quer impor essas ideias a outros demonstra pouco respeito à liberdade alheia, pouco conhecimento bíblico e pouco respeito pelas consciências alheias. Quem assim age, comporta-se como um inimigo da Cruz de Cristo.

Manuel: 2º Meu caro, parece que não sabia que a cruz também é um sinal de superstição, não só agora, como também muito antes de Cristo?! Está a ver apenas um lado da moeda. Por favor, vire a moeda e verá que tem sempre duas faces: a de cima e a de baixo. No caso da cruz o seu significado negativo é muito anterior ao positivo e o positivo não necessita que usemos uma cruz ao pescoço (ou onde quer que seja). Podemos sim usar a cruz figurativa que é imaterial no nosso coração figurativo, conduzindo-nos para o espiritual. Não foi por acaso que YHWH proibiu o seu povo que O representasse por imagens materiais. Seria pôr a Criatura no lugar do Criador, confundindo-os. Assim como DEUS é indefinível, assim é o amor do Cristo. Não há símbolos materiais que representem nem um nem o outro.

Essa sua argumentação é muito superficial, confusa. Não dá para entender o que o senhor quer dizer aqui. Sei muito bem que a cruz era utilizada como um símbolo no Egito antigo. Talvez tenha sido utilizada como objeto supersticioso naquela sociedade (de fato desconheço esse fato). Mas entre os cristãos não há nada de supersticioso no uso da cruz. A superstição é, na doutrina da Igreja Católica, um pecado contra a fé (pecado contra o primeiro mandamento). Isso é dar um significado superior a uma realidade material, dar um poder divino a algo material. A superstição significa pois dois elementos: o uso de um objeto material (algo externo ao sujeito) ao qual a pessoa atribui, interiormente, um ato de culto desviado, pois atribui a tal objeto um poder divino.
Nada disso ocorre na Igreja Católica; a veneração da Cruz na Igreja significa um ato pelo qual recordamos o dom de Cristo ao Pai e à humanidade. A superstição não faz parte nem da sua doutrina, nem da vida dos fiéis católicos. Quem o afirma só demonstra sua ignorância da vida da Igreja Católica e estar a julgar, a criticar aquilo que não conhece, com uma atitude as vezes fanática.

Portanto, não é o mero uso de um objeto o que caracteriza o pecado de superstição. Mas é necessário também atribuir um valor divino a esse objeto. O senhor pode considerar o fato evidente que os católicos (e a imensa parte dos grupos cristãos, ortodoxos, protestantes, etc.) usam o objeto “Cruz”. Mas sobre as intenções dos corações o senhor não conhece nada, não pode julgar nada sobre isso. O senhor que não é católico não conhece melhor do que nós católicos o que nós mesmos adoramos. Supor isso é um juiz temerário, é colocar-se indevidamente no lugar de Deus, o único que é onisciente e que conhece os corações dos próximos. Por isso o senhor só pode julgar esse assunto de acordo com sua típica superficialidade. Colocar-se no lugar de Deus è o que caracteriza o pecado de soberba. Sobre essa todos devemos estar alertas, pois como dizia São Bernardo: “um só pensamento de soberba converteu a melhor criatura de Deus no pior dos demônios”. Isso é válido para todos e por isso devemos abster-nos de julgar aquilo que não conhecemos.

Já dissemos que não há nenhum texto no Novo Testamento que proíba o uso da Cruz. Isso não é por a criatura no lugar de Deus, pois somos perfeitamente conscientes que a Cruz (o objeto “cruz”) é uma criatura nossa, humana, que nos faz lembrar de Cristo e do Pai. Funciona como uma foto das pessoas que amamos; ao olharmos esse objeto, nos lembramos “daquele que me amou e se entregou por mim”, como disse São Paulo.

Manuel: 3º Eu vejo ir pessoas, mesmo católicas às cartomantes. Felizmente ainda não estou cego, embora a vista já me comece a faltar.
Isso de fato pode ocorrer, mas não porque isso seja um ensinamento da doutrina da Igreja, ou porque essas pessoas sejam exemplos de católicos. As pessoas que o fazem estão caindo em pecado, no pecado de superstição, contra o primeiro mandamento. Essa é a doutrina da Igreja Católica. Isso ocorre porque as pessoas são livres, porque falta muita formação a muitas pessoas e porque muitas pessoas que se declaram católicas, mas de fato não o são. A essas pessoas devemos amar e evangelizar, com caridade, mostrando o esplendor da verdade, que é a única capaz de livrá-las do erro. Criticar, julgar ou condenar não leva a nada, além de ser o oposto do que fez Cristo.

Manuel: Ao eu dizer que o sr. a está a empurrar para fora, queria dizer que ao classificá-las como não católicas (ou mesmo cristãs) está a excluí~las (bem, isto é até uma das verdades de Messias de La Palisse). É essa conversa elucidativa de que fala que deve sempre fazer, se possível, pois não o vejo andar atrás das pessoas perseguindo-as só para ver se vão às cartomante, à bruxa e dar uma nota à cigana para lhe ler a sina. Eu também não ando a perseguir ninguém, mas falo do que sei, porque isso acontece frequentemente nos meus olhos sem ter que andar a perguntar. Ontem, numa exposição vi uma profissional a ler a sina usando o computador. Veja lá até onde chega a tecnologia! ...
Ao dizer que uma pessoa não é católica, ou que não o é suficientemente, não estou a excluir ninguém, mas sim reconhecendo um fato. Reconhecemos esse fato não para nos alegrar, mas sim para estarmos conscientes que devemos evangelizar, que devemos mostrar a luz da verdade a essas pessoas, depois que rezarmos muito por elas. Reconhecer uma enfermidade é o primeiro passo para curá-la. Reconhecer o fato de que haja pessoas que se digam católicas e que não o vivam de verdade não nos faz excluir ninguém, mas sim nos empenhar por faze-las voltar à casa de Deus.

Manuel: 4º Está claro que a cruz assim como qualquer outro objecto pode ser usado sem qualquer problema desde que a pessoa esteja a fazer isso com esclarecimento e conhecimento devidos.
Estranha contradição a sua, pois vem a negar tudo o que o senhor disse antes. Estranho mesmo, o que nos faz ver que não podemos levar tão a sério suas absurdas e contraditórias argumentações.

Manuel: Mas não nos devemos restringir neste ponto. Devemos também pensar nos que não estão esclarecidos e que são ignorantes nessa matéria. O mesmo acontece com a carne que foi sacrificada aos «idolos». (blábláblá...)

À falta de informação devemos combatar dando formação e não criticando e condenando uma prática cristã que jamais foi condenada por Cristo e que sempre foi utilizada pelos cristãos de todos os tempos. A cruz pode ser utilizada por motivos supersticiosos, evidentemente, mas não por quem é de fato católico ou cristão, mas sim por quem não é suficientemente católico ou cristão. O problema não é ser cristão ou católico, mas sim ser ignorante. A isso nós devemos responder com nosso empenho por dar boa formação, com nossas orações e com, se Deus nos der a graça, com o exemplo de vida. O criticismo é sempre inútil, porque não ajuda a ninguém, só faz demonstrar os próprios ressentimentos e só procura amargurar a vida dos outros. É fácil condenar, é fácil acusar, o difícil é nos comprometer com o bem, ser misericordiosos, deixando a Deus o papel de julgar as consciências.
Nós católicos preferimos seguir a Cristo e aos Apóstolos. “Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Gálatas, 6,14). Em outro lugar, São Paulo que nos adverte para não anularmos jamais a Cruz de Cristo (1 Cor. 1,17), e insiste em nos lembrar que essa linguagem a respeito da Cruz de Jesus só não tem sentido nem valor é “para os que se perdem, mas para os que foram salvos, para nós, é uma força divina.” (1 Cor. 1,18).

Ele também nos previne, revelando um fato triste que, ainda hoje, continua existindo:

“Existem muitos por aí, de quem repetidas vezes vos tenho falado e agora o digo chorando, que se comportam como inimigos da Cruz de Cristo.” (Fil. 3,18).

Textos bíblicos nos quais aparece o mistério da Cruz de Cristo, pelo qual somos salvos e nos quais nos baseamos para nossa vida cristã:

Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. (São Mateus 10,38)

Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. (São Mateus 16,24)

Em seguida, convocando a multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. (São Marcos 8,34)

Em seguida, dirigiu-se a todos: Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. (São Lucas 9,23)

E quem não carrega a sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo. (São Lucas 14,27)

Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. (São João 19,25)

Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho; e isso sem recorrer à habilidade da arte oratória, para que não se desvirtue a cruz de Cristo. (I Coríntios 1,17)

A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina. (I Coríntios 1,18)

Na realidade, pela fé eu morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou pregado à cruz de Cristo. (Gálatas 2,19)
Se é verdade, irmãos, que ainda prego a circuncisão, por que, então, sou perseguido? Assim o escândalo da cruz teria cessado! (Gálatas 5,11)

Os que vos obrigam à circuncisão são homens que se querem impor, só para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. (Gálatas 6,12)

Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. (Gálatas 6,14)

E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. (Filipenses 2,8)

Porque há muitos por aí, de quem repetidas vezes vos tenho falado e agora o digo chorando, que se portam como inimigos da cruz de Cristo, (Filipenses 3,18)

e por seu intermédio reconciliar consigo todas as criaturas, por intermédio daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz, restabeleceu a paz a tudo quanto existe na terra e nos céus. (Colossenses 1,20)

cancelando o documento escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam. Aboliu-o definitivamente, ao encravá-lo na cruz. (Colossenses 2,14)

Espoliou os principados e potestades, e os expôs ao ridículo, triunfando deles pela cruz. (Colossenses 2,15)

Em vez de gozo que se lhe oferecera, ele suportou a cruz e está sentado à direita do trono de Deus. (Hebreus 12,2)

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significado da cruz! - Página 3 Empty Re: significado da cruz!

Mensagem por Pe. Anderson Dom Set 18, 2011 7:55 pm

Caros amigos,

Para completar esse tópico, vamos publicar aqui um texto belíssimo do Papa Bento XVI, que mostra o significado cristao da Cruz do Senhor.

HOMILIA DO PAPA BENTO XVI, Igreja paroquial latina de Santa Cruz - Nicosia, Sábado, 5 de Junho de 2010


Estimados irmãos e irmãs em Cristo!

O Filho do Homem deve ser elevado, a fim de que todo aquele que nele crer tenha a vida eterna (cf. Jo 3, 14-15). Nesta Missa votiva, adoremos e louvemos nosso Senhor Jesus Cristo porque, com a sua Santa Cruz, redimiu o mundo. Mediante a sua morte e ressurreição, abriu de par em par as portas do Céu e preparou-nos um lugar, a fim de que nos seja concedido, a nós seus seguidores, participar na sua glória.

Na alegria da vitória redentora de Cristo, saúdo todos vós reunidos na igreja da Santa Cruz e agradeço-vos a vossa presença. Aprecio muito o afecto com que me recebestes. Estou particularmente grato a Sua Beatitude o Patriarca latino de Jerusalém pelas suas palavras de boas-vindas, proferidas no início da Missa, e pela presença do Padre Guardião da Terra Santa. Aqui em Chipre, terra que foi o primeiro porto de chegada das viagens missionárias de São Paulo através do Mediterrâneo, chego hoje entre vós, nas pegadas daquele grande Apóstolo, para vos confirmar na vossa fé cristã e para pregar o Evangelho que oferece vida e esperança ao mundo.

O âmago da celebração hodierna é a Cruz de Cristo. Muitos poderiam ser tentados a interrogar-se por que motivo nós, cristãos, celebramos um instrumento de tortura, um sinal de sofrimento, de derrota e de falência. É verdade que a cruz exprime todos estes significados. E todavia, por causa daquele que foi elevado sobre a cruz para a nossa salvação, ela representa também o triunfo definitivo do amor de Deus sobre todos os males do mundo.

Existe uma antiga tradição segundo a qual o madeiro da cruz foi tirado de uma árvore plantada por Set, filho de Adão, no lugar onde Adão foi sepultado. Nesse mesmo lugar, conhecido como Gólgota, o lugar do crânio, Set plantou uma semente da árvore do conhecimento do bem e do mal, a árvore que se encontrava no centro do jardim do Éden. Através da providência de Deus, a obra do Maligno teria sido derrotada, fazendo voltar contra ele as suas próprias armas.

Enganado pela serpente, Adão abandonou a confiança filial em Deus e pecou, comendo os frutos da única árvore do jardim que lhe tinha sido proibida. Como consequência daquele pecado, o sofrimento e a morte entraram no mundo. Os efeitos trágicos do pecado, ou seja, o sofrimento e a morte, tornaram-se totalmente evidentes na história dos descendentes de Adão. Vemo-lo a partir da primeira leitura de hoje, que faz ressoar a queda e prefigura a redenção de Cristo.

Como punição dos próprios pecados, enquanto definhava no deserto, o povo de Israel foi mordido pela serpente e só teria podido salvar-se da morte, dirigindo o olhar para o símbolo que Moisés levantara, prefigurando a cruz que poria fim ao pecado e à morte, de uma vez por todas. Vemos claramente que o homem não pode salvar-se sozinho das consequências do próprio pecado. Não pode salvar-se sozinho da morte. Só Deus pode libertá-lo da sua escravidão moral e física. E dado que Deus amou de tal modo o mundo, enviou o seu Filho unigénito não para condenar o mundo – como teria exigido a justiça – mas a fim de que através dele o mundo pudesse ser salvo. O Filho unigénito de Deus deveria ser elevado como Moisés ergueu a serpente no deserto, de tal forma que quantos lhe tivessem dirigido o olhar com fé, pudessem ter vida.

O madeiro da cruz tornou-se o instrumento para a nossa redenção, precisamente como a árvore da qual tinha sido tirado dera origem à queda dos nossos antepassados. O sofrimento e a morte, que eram consequências do pecado, tornaram-se o próprio instrumento através do qual o pecado foi derrotado. O Cordeiro inocente foi sacrificado no altar da cruz e, no entanto, da imolação da vítima nasceu uma vida nova: o poder do maligno foi destruído pelo poder do amor que se sacrifica a si mesmo.

Portanto, a cruz é algo maior e mais misterioso do que, à primeira vista, possa parecer. Indubitavelmente, é um instrumento de tortura, de sofrimento e de derrota, mas ao mesmo tempo manifesta a transformação completa, a desforra sobre estes malefícios, e isto faz dele o símbolo mais eloquente da esperança que o mundo jamais viu. Ele fala a todos aqueles que sofrem – os oprimidos, os doentes, os pobres, os marginalizados e as vítimas da violência – e oferece-lhes a esperança que Deus pode transformar o seu sofrimento em alegria, o seu isolamento em comunhão, a sua morte em vida. Oferece esperança ilimitada ao nosso mundo decrépito.

Eis por que motivo o mundo tem necessidade da cruz. Ela não é simplesmente um símbolo particular de devoção, não é um distintivo de pertença a qualquer grupo no interior da sociedade, e o seu significado mais profundo nada tem a ver com a imposição forçada de um credo ou de uma filosofia. Fala de esperança, fala de amor, fala da vitória da não-violência sobre a opressão, fala de Deus que eleva os humildes, dá força aos frágeis, faz superar as divisões e vencer o ódio com o amor. Um mundo sem cruz seria um mundo sem esperança, um mundo em que a tortura e a brutalidade seriam desenfreadas, o fraco seria explorado e a avidez teria a última palavra. A desumanidade do homem em relação ao seu próximo manifestar-se-ia de maneiras ainda mais horríveis, e não haveria a palavra fim no círculo maléfico da violência. Só a cruz põe fim a isto. Enquanto nenhum poder terreno pode salvar-nos das consequências do nosso pecado, e nenhuma potência terrestre pode derrotar a injustiça desde a sua nascente, todavia a intervenção salvífica do nosso Deus misericordioso transformou a realidade do pecado e da morte no seu oposto. É isto que celebramos, quando glorificamos a cruz do Redentor. Justamente, Santo André de Creta descreve a cruz como "a mais nobre e preciosa de qualquer outra coisa sobre a terra [...] porque nela, mediante ela e através dela, toda a riqueza da nossa salvação foi acumulada, e a nós devolvida" (Oratio X, pg 97, 1018-1019).

Estimados irmãos sacerdotes, queridos religiosos, caros catequistas, a mensagem da cruz foi-nos confiada para que possamos oferecer esperança ao mundo. Quando proclamamos Cristo crucificado, não nos proclamamos a nós mesmos, mas a Ele. Não oferecemos a nossa sabedoria ao mundo, não falamos dos nossos próprios méritos, mas servimos de canais da sua sabedoria, do seu amor e dos seus méritos salvíficos. Sabemos que somos simplesmente vasos feitos de barro e, todavia, surpreendentemente fomos escolhidos para ser arautos da verdade salvífica que o mundo tem necessidade de ouvir. Nunca nos cansemos de nos admirar diante da graça extraordinária que nos foi concedida, jamais cessemos de reconhecer a nossa indignidade, mas ao mesmo tempo esforcemo-nos sempre por ser menos indignos do que a nossa nobre vocação, de maneira a não debilitarmos, mediante os nossos erros e as nossas quedas, a credibilidade do nosso testemunho.

Neste Ano sacerdotal, permiti-me dirigir uma palavra especial aos presbíteros hoje aqui presentes e a quantos se preparam para a ordenação. Meditai sobre as palavras dirigidas ao neo-sacerdote pelo Bispo, no momento em que lhe apresenta o cálice e a pátena: "Dá-te conta do que farás, imita aquilo que celebrarás, conforma a tua vida com o mistério da cruz de Cristo Senhor".

Enquanto proclamamos a cruz de Cristo, procuramos sempre imitar o amor abnegado daquele que se ofereceu a si mesmo por nós no altar da cruz, daquele que é sacerdote e ao mesmo tempo vítima, daquele em cuja pessoa falamos e agimos quando exercemos o ministério recebido. Ao meditarmos sobre as nossas faltas, quer individual quer colectivamente, reconhecemos com humildade que merecemos o castigo que Ele, o Cordeiro inocente, padeceu por nós. E se, de acordo com quanto merecemos, participarmos de algum modo nos padecimentos de Cristo, alegremo-nos porque alcançaremos uma felicidade muito maior, quando for revelada a sua glória.

Nos primeiros pensamentos e nas minhas orações, recordo-me de maneira especial dos numerosos sacerdotes e religiosos do Médio Oriente que estão a experimentar nestes momentos uma chamada particular a conformar as suas próprias vidas com o mistério da cruz do Senhor. Onde os cristãos representam uma minoria, onde sofrem privações por causa das tensões étnicas e religiosas, muitas famílias tomam a decisão de partir, e também os pastores se sentem tentados a fazer o mesmo. No entanto, em situações como estas um sacerdote, uma comunidade religiosa, uma paróquia que permanece firme e continua a dar testemunho de Cristo é um sinal extraordinário de esperança não só para os cristãos, mas inclusive para quantos vivem nesta Região. A sua presença, por si mesma, é já uma expressão eloquente do Evangelho da paz, da decisão do Bom Pastor de cuidar de todas as ovelhas, do compromisso inabalável da Igreja a favor do diálogo, da reconciliação e da aceitação amorosa do outro. Abraçando a cruz que lhes é oferecida, os sacerdotes e os religiosos do Médio Oriente podem realmente irradiar a esperança que se encontra no cerne do mistério que celebramos na liturgia hodierna.

Animemo-nos com as palavras da segunda leitura de hoje, que fala muito bem do triunfo reservado a Cristo depois da morte na cruz, um triunfo que somos convidados a compartilhar. "Foi por isso que Deus O exaltou e lhe deu um nome que está acima de todo o nome, para que ao nome de Jesus todo o joelho se dobre nos Céus, na terra e debaixo da terra" (Fl 2, 9-10).

Sim, amados irmãos e irmãs em Cristo, longe de nós uma glória que não seja a da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Gl 6, 14). Ele é a nossa vida, a nossa salvação e a nossa ressurreição. Foi Ele quem nos salvou e tornou livres!

Fonte: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/homilies/2010/documents/hf_ben-xvi_hom_20100605_religiosi-cipro_po.html

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