Casamento entre portadores de HIV

por Leonardo Cler Sáb Nov 22, 2008 5:51 pm

Olá!
Alguns jovens vieram me perguntar essa semana sobre o casamento de portadores de HIV
Gostaria de saber a posição da Igreja:
1 - quando ambos são Portadores do Virus ativo
2 - quando somente um é portador
3 - quando um ou ambos são portadores do virus inativo (raro)

Espero ancioso a resposta

por Leonardo Cler Qui Nov 27, 2008 2:28 pm

Explicando o "porque" da dúvida:

Caso 1 - Por desconhecimento meu mesmo. Gostaria de saber se há algum impedimento

Caso 2 - O cônjuue não contaminado se contaminaria. Já ouvi pregações afirmando que, nesse caso, poderia se fazer uso do preservativo (condom). Como minha opinião é contra, decidi perguntar.

Caso 3 - Existem pessoas que possuem o virus da AIDS, porem é inativo. Estudos estão sendo realizados para se saber o motivo de o virus ser inativo nessas pessoas e, claro, desenvolver uma cura para a doença.

Aguardo uma resposta! pale

por **alessandro** Qui Nov 27, 2008 2:38 pm

fala léo...
o anderson já está pesquisando para essa resposta...

abração

por **Pe. Anderson** Sex Nov 28, 2008 2:38 pm

Caros amigos,

Essa questao é bem complicada mesmo, por vários pontos; O principal é porque nao temos fontes bibliográficas seguras sobre o tema e nao há um esclarecimento definitivo da Santa Sé.

No entanto podemos dizer o seguinte:

Todas os pedido feitos à Penitenciaria apostólica sobre esse tema, pedindo permissão para usar preservativos em qualquer um desses casos, foi negativa. Não se definiu o uso do preservativo como um mal intrínseco, mas atualmente o seu uso tem sido considerado, na prática, como tal.

A única questão pela qual poderia vir, em um futuro, a ser admitido, seria se fosse considerado como um meio terapêutico. Não parece que a solução vai ser essa, pois não se trata de um meio terapêutico, senão de um meio preventivo. Qual é o fim da ação? O ato sexual em si mesmo (a dimensão unitiva, essencial para a moralidade do ato sexual), mas desconsiderando o outro fim intrínseco do ato sexual (a dimensão procriativa). Se não houvesse outro modo de tratamento a não ser o uso do preservativo, seria lícito (mal menor, como o uso de contraceptivos para regular o ciclo hormonal), mas não é o caso, já que existe outro modo que não vai contra as duas dimensões do ato sexual, e esse outro modo é abster-se da relação conjugal.

A questão é bastante dura dentro de um matrimônio, mas parece que será a definitiva. Não encontramos documentos do Vaticano falando do tema, já que essas consultas a Peninteciaria Apostólica não são públicas (temos que conhecer por outras fontes, especialmente por professores que estudam o tema e trabalham em uniao com o Vaticano).

Os casos 1 e 3 que foram propostos, não conheço nenhuma consulta. Creio (e isso é opinião pessoal) que também não se devem realizar atos sexuais. A re-infecção nos casos de HIV+ é bastante grave e diminui a expectativa de vida - o que poderia ser pecado contra o quinto mandamento. Igual para o caso de vírus nativo, que além de raro, a re-infecção poderia ativá-lo.

Espero ter esclarecido algo, se nao, tampouco sei como indicar um material adequado sobre o tema. Um abraço a todos.

por **helioluciano** Qua Dez 17, 2008 6:45 am

No caso em que uma das partes insista em ter relações sexuais com peservativo, sendo um dos dois HIV+, tratar-se-ia de um pecado grave da parte que insiste, mas não seria pecado desde a parte passiva, ou seja, do conjuge que aceita essa situação em vista do bem do matrimonio.
Ainda não sendo uma ofensa a Deus, a parte passiva deve rezar e na medida do possível orientar a outra parte para que alcance a verdade.

por **Thales** Sáb Jan 10, 2009 12:37 am

Não entendi uma coisa. A orientação para uma pessoa com AIDS é de não casar ou de casar mas não ter relações sexuais? Aliais, é possível haver matrimônio sem relação sexual entre o casal?

--
Thales

por **helioluciano** Dom Jan 11, 2009 7:11 am

A orientação é de casar, se assim o desejam (já que o casamento é um direito fundamental de qualquer pessoa) e manter a abstinência sexual. Um casamento sem ato sexual é válido (falei sobre o tema na sessão "cristianismo Hoje", na pergunta "Camisinha no casamento - mudança de normas?" - se fosse possível unir essa pergunta com aquela, creio que ajudaria todos...).
No caso de que a pessoa não infectada quisesse ainda assim ter relações sexuais (direito seu dado pelo matrimonio), não está claro se é lícito ou não, pois poderia estar atentando contra a sua vida (já que essas relações deveriam ser sem preservativos). O mesmo no caso de que as duas pessoas sejam infectadas, pois a reinfecção sempre implica em complicação da AIDS). As últimas posições teológicas parecem apontar que teria o direito de ter relações sexuais, ainda que com isso se infectem (o Magisterio nem a penitenciaria apostólica se pronunciaram sobre o tema).

Um forte abraço...

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