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Milagres

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Mensagem por alessandro Dom Ago 31, 2008 11:12 pm

Fala Thales...

Vou fazer minhas primeiras peguntas e as duas vieram dos nossos papos.

1 - Deus criou as leis da natureza. Um milagre é a quebra destas leis. Como expliar os milagres? Deus seria contraditório?

2 - Como Deus estando na eternidade pode agir no tempo, como age por exemplo nos milagres?

Valeu
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Mensagem por Thales Qua Set 03, 2008 12:55 am

Oi Alessandro,

As perguntas são bem complexas (mais ainda do que eu pensava =P)... Vou pesquisar e procurar respondê-las com mais calma, ok?

Abraços,
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Mensagem por Vinny Qui Set 04, 2008 2:49 am

Pegando num exemplo: os corpos físicos mais densos que a água não
pairam sobre ela, logo é impossível um ser humano andar sobre a água.
Logo, pela lógica, Cristo não teria andado sobre a água.

Mas Cristo-Deus, o Deus encarnado num corpo humano, não
é apenas um corpo físico. Cristo, como Ser metafísico supremo,
é Senhor de tudo, inclusive da matéria.

Logo, Ele pode manifestar-Se, momentaneamente,
num corpo em tudo idêntico ao corpo de
um homem, mas com uma densidade inferior à da água. Ou pode,
localmente, alterar a densidade da água sob os Seus pés. Ou pode,
localmente, alterar as forças eletromagnéticas em seu redor, para
poder flutuar sobre as águas. As possibilidades são imensas, conquanto
se entenda que estamos a falar de um ser que não está limitado às
regras e às potencialidades estritas dos seres físicos.

Também é útil explicar o que é um milagre: trata-se de um fenômeno inesperado
e extraordinário, cuja causa é metafísica.

Há três tipos diferentes de milagres, que poderíamos chamar de:

a) milagres sobre-naturais: efeitos extraordinários que seriam impossíveis
a quaisquer forças naturais (por exemplo, o ressuscitar de um morto)

b) milagres extra-naturais: efeitos extraordinários que seriam possíveis
a forças naturais, mas que envolvem um processo radicalmente diferente,
ou mais rápido ou mais eficiente ou mais profundo (por exemplo, a cura imediata de um doente)

c) milagres contra-naturais: efeitos extraordinários que são possíveis
a forças naturais, mas que se manifestam contra a tendência normal da
natureza (por exemplo, andar sobre as águas, voar ou estar no meio das chamas sem perigo)

O exemplo que dei, no qual Cristo anda sobre a superfície das águas sem
se afundar, é do terceiro tipo. Ao fazê-lo, Cristo não viola quaisquer
regras físicas. O efeito seria o mesmo se utilizássemos estruturas
compressoras que aumentassem drasticamente a pressão num dado metro
cúbico de água: com a necessária pressão, e eventualmente com
alterações químicas que produzissem maiores tensões superficiais no
líquido, um homem poderia andar sobre a superfície dessa água. A
diferença é que Cristo, ao fazê-lo, valeu-se de causas sobrenaturais
que provocaram localmente um efeito contra-natural (mas sem violar as
leis da física), ou seja, contrário ao comportamento esperado deste
líquido na natureza, quando não estão presentes causas sobrenaturais.

Um cientista católico pode admitir, em teoria, uma tese metafísica como
a do referido milagre de Cristo, e ao mesmo tempo, estudar dinâmica de
fluidos sem entrar em incoerência intelectual. E com a plena certeza de
que o Deus que venera não viola leis físicas quando produz milagres,
diretamente, ou através de outros seres humanos.

Para terminar: é certo que a ausência de provas
empíricas, úteis para o método científico, de que tais fenômenos
acontecem (de que Cristo andou sobre as águas) não nos permite ter a
certeza científica da realidade dos mesmos. Mas tal ausência de provas
não nos pode levar a, nem nos permite, negar a possibilidade teórica
dos mesmos. Basta admitir a possibilidade de causas supra-empíricas
(invisíveis, extra-sensoriais) para determinados fenômenos empíricos.
Tal possibilidade não pode nunca contradizer os atuais postulados
físicos.

Espero ter ajudado!
Abraços!
Vinny
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Mensagem por Moco Ter Set 16, 2008 2:24 am

Bem Vinicius, vc explicou os milagres, mas ainda não esclareceu a dúvida, estou ancioso por essa resposta.

Abraço.
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Mensagem por Moco Qua Out 08, 2008 8:45 pm

Enquanto a oficial não chega, vou tentar desenvolver algo.

Primeiro vamos fazer a distinção entre as leis naturais e as leis matemáticas. As leis matemáticas são inalteráveis, não podemos conceber um quadrado de tres lados, por exemplo. Já as leis naturais podemos sim conceber a quebra delas, podemos imaginar por exemplo, um homem atravessando e não atravessando uma parede ao mesmo tempo? Não, mas podemos imaginar um homem atravessando uma parede certo? Podemos sonhar, imaginar, escrever sobre isso. Na multiplicação dos pães por exemplo, dizemos q Jesus alimentou o povo com cinco pães, e não q alimentou ao mesmo tempo com 5 pães e 55 pães. As leis são declarações de como normalmente as coisas acontessem, o milagre é algo que foge disso, é extraordinário, incomum. É como por exemplo um dinheiro extra no saldo bancário, ou um alimento extra na comida do peixe no aquário, não contradiz as anteriores, é um acréscimo a elas. O milagre é isso um acréscimo ao que é natural, não uma contradição.
Não sei se fui claro, dúvidas é só falarem, aguardando um maior aprofundamento, até sobre a parte da ação de Deus no tempo, que não desenvolvi.

Abraço.
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Milagres Empty Milagres: significado teológico, cristológico e eclesiológico

Mensagem por Pe. Anderson Seg Nov 10, 2008 9:55 pm

Caros amigos,

Tenho que entrar nessa discussão, pois os milagres são um tema clássico da Teologia Fundamental; foram muito estudados. Pretendo dar uma resposta aqui, principalmente teológica, mas tentarei contribuir em algo filosoficamente:

O primeiro que devemos dizer é que as principais indicações da teologia sobre o milagre evidenciam que o caráter teologal destes sinais se concentra sobretudo na sua origem (provêm de Deus: são um dom de Deus), na sua finalidade (manifestar Deus e suscitar a comunhão com Ele, confirmar e consolidar a fé), e na sua relação com a economia da salvação querida por Deus, que culmina em Cristo e continua na sua Igreja. Daí se segue que os sinais possuem também um caráter cristocêntrico, seja porque Jesus de Nazaré com as suas obras e as suas palavras recapitula em si todos os sinais da fé e é Ele mesmo o sinal por excelência, seja porque os sinais na sua estrutura reproduzem o binômio humano-divino de Cristo. Daí também se segue que os sinais têm um caráter eclesial, porque «somente à Igreja Católica pertencem todos estes caracteres tão numerosos e admiráveis, estabelecidos por Deus para tornar evidente a credibilidade da fé cristã» e é também sinal dela (Dei Filius, nº3).

A reflexão sistemática sobre o milagre é mais bem tardia no cristianismo: não pertence aos primeiros passos do aprofundamento teológico. De fato, sabe-se que na religião judaica o milagre desempenha um papel mais secundário, dando-se a primazia à Palavra e ao papel dos Profetas.
S. Agostinho, no século IV-V reflexionará bastante sobre o tema. Por isso definiu o milagre assim:

«Chamo milagre a tudo aquilo que, sendo difícil e não habitual, supera a espera e o poder do espectador, que se maravilha. Cristo fez milagres para que através destas maravilhas temporais que se viam, fosse edificada a fé nas coisas que não se viam».

Ele também chama atenção às maravilhas da natureza, que tem algo de maravilhoso, mas o homem se acostuma e perde a sua capacidade de admirar-se, que é o princípio da filosofia, de acordo com Aristóteles:

«Um morto ressuscita, e os homens se maravilham; todo dia nascem muitos homens, e ninguém se maravilha. E, no entanto, se consideramos as coisas de modo mais sábio, reconheceremos que o início de uma vida que antes não existia é uma milagre maior que a ressurreição de uma vida que já existia»

Santo Agostinho colocou-se a questão da relação entre a extraordinariedade do milagre e o curso ordinário da natureza, embora não tendo dado uma resposta única e definitiva. As soluções possíveis parecem ser três, segundo os escritos agostinianos: 1) o milagre pertence pura e simplesmente à natureza; 2) o milagre é fruto de algumas naturezas criadas propositalmente por Deus para esse fim; 3) o milagre é tirado por Deus de naturezas onde Ele semeou uma certa virtualidade para este efeito.

Santo Tomás seguirá a reflexão patrística e aprofundará diversos aspectos:
«Portanto são milagres em sentido rigoroso (próprio) aquelas obras que se realizam fora da ordem observada geralmente nas criaturas». Para ele, o que constitui propriamente o milagre é o fato de ser devido a uma intervenção da Causa Primeira não através das causas segundas e da sua dinâmica própria;
O Aquinate distingue três gêneros de milagres baseado na distância da intervenção divina das possibilidades da natureza:

a) milagres nos quais Deus faz algo que a natureza não pode nunca fazer: por exemplo, que o sol retroceda ou pare;
b) milagres nos quais Deus faz algo que pode ser feito também pela natureza, mas não na mesma ordem: por exemplo, está em poder da natureza que um ser animado caminhe, veja, viva, mas não está em poder da natureza que viva depois que morre, veja depois que se tornou cego, caminhe depois que teve uma paralisia etc.
c) milagres nos quais Deus faz aquilo que costuma fazer também a natureza, mas sem servir-se dos elementos usados pela natureza e sem observar os processos seguidos por ela: por exemplo, cura instantânea e sem remédios, etc.

Os milagres estão relacionados com o absoluto Senhorio de Deus, que é Criador e Causa Primeira de tudo quanto existe, de modo completamente livre, sem necessidades de nenhum tipo.
A relação dos milagres com as leis da natureza: é verdade, por um lado, que o poder divino não está limitado senão pelo absurdo ontológico; mas também é verdade que Deus faz tudo com ordem, sabedoria e bondade; conseqüentemente o milagre entra plenamente dentro dos desígnios divinos, não é uma contradição nos programas divinos nem uma correção no que foi criado por Deus: o milagre é uma intervenção que se enquadra na ação salvífica de Deus.

«Nos milagres podem ser consideradas duas coisas. Primeiro, o que com ele se realiza; e é algo que supera a capacidade da natureza. Sob este aspecto os milagres são ditos ‘virtudes’. Segundo, o motivo por que são realizados: a manifestação de uma realidade sobrenatural. E sob este aspecto eles são denominados ‘sinais’, ou ‘portentos’, ou ‘prodígios’, porque mostram coisas longínquas».

Portanto, os milagres tem sempre algum sentido para a Providência Divina. Acreditar que Deus faz milagres a todo momento, sem nenhum sentido significa acreditar que Deus fez o mundo tão mal feito que sempre precisa ficar consertando. Isso é contrário à razão divina, que governa a história, que para Deus é sempre História da Salvação.

O caráter de sinal do milagre: «os milagres estão para manifestar uma realidade sobrenatural», são «manifestativo da graça invisível». O milagre faz parte da auto-comunicação de Deus, que revela plenamente a sua intimidade de conhecimento e de amor trinitário através da encarnação do Verbo e da efusão do Espírito Santo.

Santo Tomás concluirá dizendo que o sentido do milagre é levar os homens a crer e conhecer que Cristo é o Verbo encarnado para a salvação dos homens. «Escopo dos milagres de Cristo era o de dar a conhecer a sua divina virtude ordenada à salvação dos homens». «A Encarnação do Verbo é o milagre dos milagres, como dizem os santos, porque é maior do que qualquer outro milagre e a ela se ordenam todos os outros milagres. E por isso, (o milagre da Encarnação) não só leva a crer em outras coisas, mas também os outros milagres visam a que ela mesma seja crida».

Santo Tomás também dará um argumento a favor dos milagres, ao analisar a história do Cristianismo: ele dirá que os primeiros cristãos, homens sem cultura e da periferia do Império Romano, em poucos anos converteram o Império Romano todo. Isso porque suas palavras eram acompanhadas de milagres que confirmavam suas palavras. Pois se não fosse assim, o fato de tais homens terem convertido todo o Império, sem terem feito milagre nenhum, seria o maior milagre que poderia acontecer na história.

Por fim, o Concílio Vaticano I afirmará:

«A fim de que o obséquio da nossa fé fosse de acordo com a razão, Deus quis que os auxílios internos do Espírito Santo fossem acompanhados de provas externas da sua revelação, em primeiro lugar pelos milagres e profecias, os quais, mostrando eloqüentemente a onipotência e a ciência infinita de Deus, são sinais certíssimos da revelação divina, adequados à inteligência de todos. Por isso, seja Moisés e os profetas, seja sobretudo o próprio Cristo Senhor realizam muitos e evidentes milagres e fizeram profecias»

Espero poder ter ajudado. Um grande abraço a todos.
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Milagres Empty não podia deixar de participar e a resposta será longa... desculpem

Mensagem por Binhokraus Ter Nov 11, 2008 2:46 pm

Pow galera, sei que quase nínguem leu o super tópico com a entrevista que está lá em papo cabeça, mas é sério, tem muitas coisas interessantes, eu vou me aprofundar mais naquelas questões a partir do ano que vem.
Mas respondendo ao tópico, Alessandro, vc diz as leis naturais, e quem definiu quais são as leis naturais?! Agente assume como as leis naturais as leis da física, da química e da matemática, ou seja, tudo que pode ser matematizado e expresso empiricamente de forma a provar um conceito ou uma teoria se torna uma lei natural, como a força da gravidade, a força da densidade, e a partir desses conceitos definimos o que é ou não natural, porém, atualmente estamos medindo coisas, que antes seriam tidas como sobrenaturais, e apesar de não haver uma explicação matemática que possa explicar tais fenômenos, eles estão sendo comprovados empiricamente, então estão se produzindo provas empiricas de eventos considerados não naturais que acontecem não de maneira extraordinária mas de maneira ordinária, no dia-a-dia, e agente nem se da conta. Então tudo que for postado será só para acrescentar informações para a primeira pergunta, e talvez daí começar a construir um pensamento mais elaborado comçando com o que é de fato natural?
vou citar um exemplo aqui de um experimento sério realizado por um cientista sério.
"Com relação a efeitos psíquicos - efeitos da mente à distância - a maior parte das pesquisas até o momento foram feitas na área de parapsicologia humana. Na verdade, alguns parapsicólogos definem sua disciplina como o estudo das capacidades humanas extraordinárias. A meu ver, no entanto, estamos olhando no local errado se quisermos realmente descobrir mais sobre esses fenômenos. Acho que se essas coisas existem, elas provavelmente serão muito mais freqüentes em animais do que em seres humanos. Por exemplo, a capacidade que muitos cães ou gatos têm de saber quando seus donos estão vindo para casa. Muitas pessoas observaram que cães, gatos ou outros animais, especialmente papagaios, ficam nervosos 10, 15 minutos, meia hora, às vezes até uma hora antes de seu dono chegar em casa. Os cães normalmente vão esperar perto da porta, ou os gatos vão olhar por uma janela ou mostrar algum comportamento característico que significa que parece que sabem quando seu dono está a caminho de casa. A primeira vez que eu ouvi essa história fiquei muito surpreso. Pessoalmente eu nunca tinha observado isso com nenhum de meus animais, mas comecei a perguntar a amigos e parentes e descobri que isso é extremamente comum. Então fiz um apelo nos Estados Unidos para que as pessoas enviassem histórias sobre isso e colecionei muitas delas, o que me fez pensar que era um fenômeno que realmente merecia ser investigado. Desde então venho colocando anúncios em jornais e revistas na Grã-Bretanha, na Alemanha, na Suíça e na França solicitando histórias desse tipo. Hoje tenho mais de 2.000 histórias, classificadas em várias categorias, em um banco de dados informatizado e isso me dá uma história natural básica desses fenômenos com animais domésticos. Deixe-me dar um exemplo, do tipo de histórias que recebemos neste banco de dados, sobre um cachorro que sabe quando seu dono está chegando em casa. Essa é de uma pessoa no Havaí: "Meu cachorro Debby sempre fica esperando na porta uma meia hora antes de meu pai chegar em casa do trabalho. Como meu pai estava no exército, ele tinha um horário de trabalho muito irregular. Não fazia diferença se meu pai ligava antes, e uma época eu achei que o cachorro reagia à chamada telefônica, mas isso obviamente não era o caso porque às vezes meu pai dizia que estava vindo para casa mais cedo, mas tinha que ficar até mais tarde. Às vezes ele nem telefonava. O cachorro nunca se enganava, portanto eu eliminei a teoria do telefone. Minha mãe foi a primeira pessoa que notou esse comportamento. Ela estava sempre preparando o jantar quando o cachorro ia para a porta. Se o cachorro não fosse até a porta, nós sabíamos que papai ia chegar mais tarde. Se ele chegasse tarde, o cachorro mesmo assim o esperava, mas só quando ele já estivesse no caminho de casa". Como vocês podem ver, temos agora em nosso banco de dados cerca de 580 relatos de cachorros que fazem isso, cerca de 300 relatos de gatos que fazem isso, com esse tipo de qualidades. O cético de carteirinha irá dizer "bem é apenas uma rotina" mas na maioria dos casos não é uma rotina, se fosse as pessoas nem notariam. A maioria das pessoas não é idiota, e se fosse apenas uma rotina, elas estariam conscientes dessa possibilidade.
O que vou lhes mostrar daqui a pouco é um vídeo de um desses experimentos que foi feito com um cachorro com que trabalhei principalmente na Inglaterra. O cachorro chama-se JT e o nome de sua dona é Pam. Quando Pam sai, ela deixa JT com seus pais, que vivem no apartamento ao lado do dela. Eles observaram há muitos anos que JT sempre ia para a janela quando Pam estava a caminho de casa, ou quase sempre. Esse experimento foi filmado profissionalmente pela televisão estatal austríaca, e por essa razão a trilha sonora é em alemão, embora seja um cachorro inglês. Portanto, eu explicarei o que está acontecendo em inglês para
aqueles cujo alemão não é lá muito bom. O importante, aqui, é que o experimento foi genuíno. Eu concordei em realizar esse experimento para a televisão estatal austríaca, se eles filmassem com duas câmeras, para que pudéssemos ver o cachorro e a pessoa que estava na rua ao mesmo tempo. E se eles escolhessem as horas de sua vinda para casa de maneira aleatória, que nem ela mesma soubesse previamente, que ninguém soubesse previamente; o operador filmando o cachorro, e nem ela nem seus pais sabiam previamente quando ela viria para casa, e ela viria para casa de táxi para eliminar a possibilidade de sons de carros familiares. Esse, portanto, é um experimento que foi realizado dentro dessas condições. Na vida real, Pam não vem para casa em horas escolhidas aleatoriamente, e que ela própria desconheça previamente. Quando está no trabalho, ou quando sai para fazer compras ou visitar amigos, ela vem para casa em vários momentos diferentes, e nós monitoramos regularmente as horas em que ela volta, mais de 200 experimentos foram monitorados, temos dezenas deles em vídeo. O cachorro nem sempre reage, cerca de 85% das vezes JT realmente espera por ela quando ela está vindo para casa, cerca de 15% ele não o faz. Analisamos as ocasiões em que ele não faz, a maioria das vezes ocorreu quando a cadela do apartamento vizinho estava no cio. Isso mostra que JT pode se distrair. Isso também ocorreu algumas vezes quando havia visitas na casa ou outro cachorro, e algumas vezes sem nenhum motivo. De qualquer forma, JT normalmente reage quando Pam decide que vai para casa." Rupert Sheldrake, A Mente Ampliada.
Então, o que é natural? Acredito que Não há contradição de Deus nos milagres, pq na verdade ele não age de maneira contra as leis que Ele criou, pq quem estabeleceu o que é ou não Natural fomos nós e não Deus, portanto ele não se contradisse, ele simplesmente nos mostra que nossa concepção do que ou não natural é incompleta!
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Mensagem por Binhokraus Ter Nov 11, 2008 3:00 pm

Voltando ao tópico da Onisciência e Onipresença, quando eu tentei exemplificar de maneira análoga como Deus poderia ser Onipresente e Onisciente, fui corrigido, e com razão, várias vezes por estar desconsiderando que Deus é atemporal, pois bem, sua pergunta de como Deus age, é um exemplo do que conversavamos lá, por mais que agente tente entender como é o lance de Deus ser Onisciente, Onipresente e Onipotente, agente não consegue conceber de maneira plena porque não entendemos como é ser ATEMPORAL, nossos raciocinios, por mais que nos esforcemos, sempre nos condicionam a formulação de idéias presas ao tempo e espaço continuo, que não cabe a DEUS. Tentando compreender esssas coisas com nosso raciocínio limitado, vou desenvolver o seguinte pensamento: podemos dizer que a Onipotencia de Deus é consequencia de sua Onisciencia, Onipresença e sua Atemporalidade, o que Lhe permite estar em todos os lugares, passados, presente, e futuroS, veja bem, futuroS, como um eterno presente. Dessa maneira estando Deus fora do tempo, não preso a ele e tendo diante de si TODAS AS COISAS como um ETERNO PRESENTE, ele pode ETERNAMENTE atuar/intervir no SEU PRESENTE, sendo que para nós essa atuação/intervenção que para Ele foi feita NO PRESENTE DELE, é um período determinado de tempo para nós, ou seja, ATUANDO NO PRESENTE DIANTE DE SEUS OLHOS DEUS ATUA NO TEMPO CONTINUO PARA NÓS JUSTAMENTE POR NÃO ESTAR PRESO AO TEMPO E TER A CIÊNCIA DE TODAS AS COISAS, DAS REALIDADE E POSSIBILIDADES ELE PODE INTERVIR NO ETERNO PRESENTE DIANTE DELE A QUALQUER MOMENTO, o que para nós se processará em um determinado período de tempo...
Penso que o raciocinio é por ai...


Última edição por Binhokraus em Ter Nov 11, 2008 3:06 pm, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Correção de alguns erros)
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Mensagem por Marcus Vinícius Sex Nov 14, 2008 1:58 pm

Interessante termos aqui um tópico falando sobre milagres já que numa conversa entre algumas pessoas na ucp esse assunto entrou em discussão.Achei pertinente colocar esse assunto aqui,pois creio que cause dúvidas.

Coloquemos o milagre como algo que é comprovado.Pois por exemplo para ser canonizado tem que se comprovar um milagre.

A igreja nos diz que aquilo que não há discussão aquilo que é uma verdade absoluta,ponto fundamental da fé são os dogmas.Sobre isso não há e nem pode haver discussão.Mas tendo em vista os dogmas que são essa verdade absoluta poderi então se discordar que milagres realizados por Deus através de seus santos existissem?Não sei se estou errado mas um milagre não é um dogma então pode-se duvidar deste não é?E tendo isto em mente como essa liberdade em acreditar ou não num milagre é vista dentro da igreja sendo que para um homem ser canonizado tem que ter um milagre comprovado?

Paz e bem!!
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Mensagem por Binhokraus Sex Nov 14, 2008 5:56 pm

Interessante seu questionamento, gostaria de começar ressaltando que a menssagem que virá dos moderadores será mais completa, mas enquanto ela não vem... hehehehehe
Acredito que vc misturou um pouco as coisas, então vou me ater ao final e ao que me parece, é o questionamento principal, depois a resposta mais completa virá...
Vc está correto quando fala dos dogmas, que são verdades de fé que não são mais discutidas, e também está correto quando diz que um milagre não é um dogma, e mais uma vez está correto quando diz que é necessário comprovar um milagre para que este tenha valia.
A partir disso vamos nos ater ao milagre. Para que se valide é necessário pesquisar se de fato houve um milagre, e como se faz isso?
Suponhamos que seja uma cura seja considerada milagrosa, para validar isso, a Igreja pede aos médicos, e geralmente o pede aos médicos ateus, para avaliarem o caso e verem se há uma explicação racional possível para aquela cura, não havendo nenhuma explicação racional ou os médicos atribuindo àquela cura um fator desconhecido por eles, ou seja, se curou de uma maneira inexplicavel, fica caracterizado um milagre, e com muita valia, pois foram médicos que não são ligados a Igreja que validam a cura, eles não dizem que foi milagre, e podem até fazer questão e pedir para que nos relatórios isso seja salientado. Ex.: Nós não encontramos vias possíveis que possam explicar a cura de tal doença, de modo que o fator que levou a cura é desconhecido por nós, porém não atribuimos a essa cura um caráter mágico ou sobrenatural.
Por serem ateus eles podem dizer isso no relatóriio, porém, a nós cristãos, fica evidenciada ai a intervenção divina e portanto, caracterizado um milagre que é atribuido a intercessão de um possível santo, ressaltando que quem opera o milagre é Deus, somente Deus pode realizar o milagre, desde sempre e para sempre, somente Deus opera os milagres, pela interceção dos santos, mas a ação o ato em si é Divino provém de Deus! Acho que ressaltei bem a quem se deve a glória, a honrra, o louvor e a adoração pelo milagre!
Quanto a pergunta, se o reconhecimento de um milagre não é um dogma e por isso pode ser negado ou não aceito... bom é verdade, não é imposto ao fiel aceitar tais milagres, porém, sendo esse ato divino atestado, por pessoas competentes e tendo a igreja reconhecido, é preciso ter uma boa justificativa para se negar tais milagres reconhecidos, se não é puro achismo da pessoa, e isso não faz sentido algum...
Penso que é mais ou menos isso... mas a resposta oficial virá mais completa concerteza...
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