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Falsos decretos

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Mensagem por Geovanni146 Seg Out 31, 2011 12:08 pm

Gostaria que alguém explicasse o que são os "falsos decretos de Isidoro de Sevilha", e qual sua real influencia no Papado.
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Mensagem por Fabricio Qui Nov 03, 2011 6:33 am

Estes decretos foram escritos entre 750 e 850 d.C. Em 1440, Lorenzo Valla, assistente do Papa, demostrou serem falsos esses documentos, tendo sido eles repudiados pela própria Igreja.
Não sei muito bem o conteúdo destes documentos, já li em alguns lugares que trata-se de delagações do imperador Constantino ao Para Silvestre I. Ninguém sabe ao certo porque foram escritos, alguns dizem que seu objetivo era proteger os bispos da interferência do poder secular.
Quanto a sua influência no papado, posso assegurar-lhe que é nenhuma, pois vejamos bem:
- Estes documentos foram repudiados pela Igreja;
- Há testemunhos da primazia da Sé Romana bem anteriores a este documento, como por exemplo a Epístola de São Clemente Romano aos Coríntios (~90 d.C.), a obra Contra as Heresias de Santo Ireneu de Lião (~187 d.C.), Orígenes , São Cipriano e por aí vai...

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Mensagem por Geovanni146 Qui Nov 03, 2011 12:39 pm

Olá Fabrício, a paz de Cristo.

Obrigado por sua atenção, digo, pela sua resposta. Precisamos mergulhar mais fundo nesta questão, não porque esses documentos tenham tido real influencia no primado de S. Pedro, isso ficou claro no seu comentário. Mas para darmos uma resposta convincente para nós mesmos. Se o amigo conhece alguma fonte segura(fora o site veritatis), mais uma vez só tenho a lhe agradecer.

Abraço e fica com Deus.
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Mensagem por Fabricio Sex Nov 04, 2011 6:41 am

Prezado Jotabc,

Os pseudo-decretos de Isidoro tem pouquíssima significância na História da Igreja. Eles não trazem ou introduzem nenhuma novidade, seja doutrinal ou canônica. Muitos opositores da Igreja, notadamente os protestantes, têm feito um barulho descabido por causa destes documentos, tentando, em vão, desacreditar o papado. Infelizmente não há muito o que estudar, mesmo porque foi um curto e parco episódio. Caso ainda assim você seja movido por uma curiosidade histórica (o que é muitíssimo salutar!), há um texto bem esclarecedor na Enciclopédia Católica (http://www.newadvent.org/cathen/05773a.htm). Caso você tenha alguma dificuldade em inglês me avise que eu tento fazer uma tradução mais tarde.

Fique com Deus,
Fabrício

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Mensagem por Geovanni146 Sex Nov 04, 2011 9:22 am

Realmente tenho percebido que alguns irmãos separados movidos quem sabe por uma certa ignorância da história, estão, como o amigo bem citou acima, tentando desacreditar o papado, vinte vezes centenário. Mas isso não é o que me motivou a procurar suporte histórico sobre esses tais falsos decretos. Pra mim é mais uma questão de conhecimento mesmo.

Se não for abusar do seu tempo agradeceria muito se pudesse mandar algum material sim, não tenho condições de traduzir o site que o amigo me indicou.

Fica com Deus.
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Mensagem por Geovanni146 Sex Nov 18, 2011 1:57 pm

Olá,

Colei este post, que navegando o encontrei, ele foi escrito por um certo pseudo Leopard, o que não tem muita importância. O que importa mesmo é o conteúdo, chegando mesmo a ser, em alguns pontos, agressivo com a Igreja.

Como criei o tópico "Falsos Decretos" e ainda não obtive uma resposta satisfatória, espero com isso que o Leopard nos trouxe, algum leigo, historiador, teólogo ou a quem interessa, possa responder essas questões propostas pelo...

AS FALSAS DECRETAIS DE ISIDORO

O BISPO DE ROMA NO INICIO NÃO TINHA ASCENDENTE SOBRE OS DEMAIS
O Papa Nicolau I, anos 858-867, foi o primeiro a usar coroa! Serviu-se com muito efeito de documentos espúrios conhecidos como "PSEUDAS DECRETAIS DE ISIDORO", que surgiram no ano 857. Essas falsas "decretais" eram pretensões dos bispos dos séculos I e II que "exaltavam o poder dos papas!" foram invenções corruptas e premeditadas cuja falsidade foi descoberta
depois da morte desse papa; havia mentido que "tais documentos estiveram por séculos sob guarda da Igreja". As "Pseudas decretais de Isidoro" selaram a pretensão do clero medieval com o sinete da "antiguidade" e o papado que era recente tornou-se coisa "antiga". Foi o MAIOR EMBUSTE DA HISTORIA; esses falsos documentos fortaleceram os papas e ANTECIPOU EM 5 séculos o poder temporal deles e serviu de base para as leis canônicas da igreja católica. Em Portugal aplicava-se subsidiariamente ate ao marques de pombal so acabou com a lei da boa razão a aplicação da lei canónica a área civil. Esse embuste ajudou o papa Gregório VII, 1073-1085 a decretar o "DIREITO EXCLUSIVO DE GOVERNAR A IGREJA
O ESTADO DO VATICANO desenvolveu-se com o papa Estevão II nos anos 741-52, que instigou Pepino o Breve e seu exército a conquistar territórios na Itália e doá-los à Igreja – Carlos Magno, seu pai, confirmou essa doação no ano 774, elevando o Catolicismo à posição de poder mundial surgindo o SANTO IMPÉRIO ROMANO sob a autoridade do Papa-Rei que durou 1.100 anos.

Carlos Magno próximo da morte arrependeu-se por doar territórios aos Papas, agonizando sofreu horríveis pesadelos lastimando-se assim: "Como me justificarei diante de Deus pelas guerras que irão devastar a Itália, pois os Papas são ambiciosos, eis porque se me apresentam imagens horríveis e monstruosas que me apavoram, devem merecer de Deus um severo castigo! " (Pillati, Ed. Thomp. Tomo III, pag.. 64, 1876, Londres).

Em 1304-1305 o rei Filipe IV, da Franca enfrentou o papa! Devido as perseguições religiosas da igreja e por cobrarem altos tributos dos franceses, o Rei mandou um emissário a Roma prender o pontífice e humilhou o papado ate o chão. Conduzidos para Avinhao, na Franca, foram tratados
como meros instrumentos da Corte francesa de 1305 a 1377. Nesse período o Catolicismo teve dois papas, ambos "infalíveis"; um em Avinhao, na Franca e outro em Roma, proferindo maldições um contra o outro!

Com o papa gregório IX, ano 1377, a sede da Igreja voltou a ser unificada no Vaticano e no século XV demoliram a IGREJA DO SALVADOR construindo em seu lugar a Basílica de S. Pedro. Posteriormente, os papas envolveram-se em guerras que resultou na prisão do papa Pio VII, no ano 1798 por Napoleão Bonaparte.

As falsas decretais são formadas por uma colecção de decretos de um certo número de papas (de Clemente I a Gregório II) e de concílios sobre pontos doutrinais e de disciplina que tinham como objectivo o de engrandecer e sustentar a autoridade papal. Foram feitas por um certo Isidoro Mercator mas foram falsamente atribuídas a Isidoro bispo de Sevilha. Introduzidas no nono século, delas fez uso pela primeira vez o ambicioso Nicolau I (858-867) para provar a sua autoridade pontifícia. Destas decretais resultava que o papa tem a supremacia sobre todos os bispos, que os bispos postos sob acusação têm o direito de apelar ao papa, que o papa tem a ‘plena potestade’ sobre a Igreja, que a igreja de Roma, com base num único privilégio, tem o direito de abrir e fechar as portas do paraíso a quem ela quer. Estas decretais foram reconhecidas falsas pela igreja católica romana em 1789 por meio de Pio VI, mas fica o facto que enquanto não foram reconhecidas falsas foram declaradas autênticas e que na idade média contribuíram para aumentar a autoridade papal. Portanto o papado que nós hoje vemos se formou também com a ajuda destes falsos documentos.
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Mensagem por Geovanni146 Sex maio 25, 2012 3:24 pm

Olá pessoal, 

Bom, já tem tempo que criei este tópico sobre os falsos decretos mas apenas o Fabrício teve uma participação efetiva, a quem agradeço. Contudo, quis entender um pouco mais o assunto, o que me motivou a buscar material que pudesse me ajudar, em outras diversas fontes. Acabei por descobrir que as fontes sérias que podem nos elucidar esse tema são raras, mas existem. Do que pude compreender, agora compartilho com os amigos. Antes porém, devo esclarecer que na verdade este questionamento (Falsas Decretais) está contido no livro de autoria de Henry H. Halley; que não foi o Tal Leopard, citado anteriormente por mim quem o compôs. Aliás, achei muito desse material divulgado na internet por um certo "pastor" que não lembro o nome agora.

Para poder compreender melhor as razões que levariam a composição desses falsos documentos, será preciso dar uma pequena mergulhada na história e tentar traçar o panorama político e religioso de então, só depois pode-se fazer um juízo de valores, que seja imparcial. E uma  primeira coisa que se deve levar em conta é que, não podemos julgar os nossos antepassados com os mesmos critérios de hoje. 

Feito isso descobriremos uma sociedade em que o feudalismo se instalava por toda parte, e que incorporou também a Igreja, e se por um lado foi útil, não deixou de  suscitar problemas. A princípio, os soberanos, sempre envolvidos em guerras, tendem a confiscar as terras da Igreja (doadas por nobres e reis) para suprir as suas necessidades; mas perder um bem material talvez não seja o mal maior. Há ainda um problema bem maior; em meio a uma terrível desordem da sociedade, muitos sacerdotes, abades e mesmo bispos acabam que servindo aos senhores feudais; o laço político substitui o canônico. E o cúmulo, os soberanos julgam-se autorizados a distribuir títulos eclesiásticos como se fossem dignidades civis. 

O resultados dessa desordem na Igreja não poderia ser diferente. É o pároco que abandona as suas ovelhas pra se tornar capelão do seu senhor (feudal); o abade que vai para a guerra com um contigente de homens, por força do juramento de fidelidade feudal. É os bens paroquiais, tratados como um capital que tem de produzir rendas. São os dízimos usurpados e as dádivas cristãs vergonhosamente roubadas. É sobretudo o escândalo das designações de pessoas indignas para títulos outrora tão venerados. Aqui cabe dizer que, Evidentemente, os elementos sadios da própria Igreja reagirão contra esses abusos. 

Outro problema dessa época está na questão dos arcebispos, os metropolitas. Personagens de peso, que nos conflitos políticos desempenhavam então o papel principal. Com livre trânsito na corte, freqüentes vezes embaixadores e ministros, constituiam, digamos assim, a aristocracia do episcopado. Muitos deles nutrem o ideal de um controle tanto sobre a Igreja como sobre o Estado; com os "simples bispos" como subalternos e os reis como os executores. Aproveitando-se do desabamento do poder imperial eles (os metropolitas), subjugando o poder dos bispos, como já dito, e até mesmo com pretensões de subjugar a cátedra de S. Pedro, o Papado não suportará aquilo que é, literalmente, uma usurpação de poderes.

Surge, em consequência de tudo isso, uma corrente muito nítida, proveniente de diversas fontes, que procura reerguer o Papado. Nota-se uma expectativa comovente, uma esperança passada de amor; todos os olhos estão postos na Igreja de Roma, onde o sucessor de S. Pedro se mostra ainda pouco firme, mas onde se pressenti o núcleo de um poder inabalável. Esta corrente irriga do começo ao fim esses curiosos documentos, publicados nesta época.

Foi possivelmente com a finalidade de REFORMAR e trazer as "antigas tradições" à Igreja, que surge esse conjunto de falsos documentos, que a história nos faria conhecer sob o nome de Falsas Decretais. Este falsário (de gênio) é conhecido sob o pseudônimo de Isidoro Mercator, e nada mais se sabe dele. Contudo, não podemos nos apressar a denegrir a sua memória, porque as pessoas do seu tempo não tinham pela verdade histórica o respeito que nós hoje professamos ter. 

Mas qual teria sido a verdadeira intenção de se forjar tais "documentos"? Foi com as melhores. O que se pretendeu, repito, foi a reforma da Igreja. Contra os metropolitas, por exemplo, essas "Decretais" afirma que nos tempos antigos era o primaz, representante direto do Papa, quem detinha todos os poderes. Contra os senhores feudais, os secularizadores, faz diversas ameaças...

É evidente que o Papado não tinha necessidade desta fraude para firmar a sua autoridade. Pois sabemos muito bem, por meio de vários escritores e membros da Igreja e do testemunho da própria Bíblia, que a primazia de S. Pedro é bem anterior a
composição desses documentos. Além do que, foi reconhecido pela  própria Igreja como sendo falso - mesmo que muitos séculos depois.

Sobre o Papa S. Nicolau ter usado coroa ou não, isso me parece irrelevante. Se tivesse usado, qual seria o problema? Mas, mesmo esta questão talvez tenha nascido de uma má vontade sobre a história deste que foi um dos grandes Papas da Igreja. A confusão deve ter acontecido (pois não há uma única fonte crível que eu tenha procurado que dê esta notícia), por ocasião de sua posse; quando ele vem montado no seu cavalo e o imperador (num gesto de humildade?) caminha a pé conduzindo o seu cavalo (do Papa). Ou seja, essa estória da coroação é forçada.

Não me ocuparei em falar das outras questões pois não são pertinentes ao tema. Até mesmo porque não quero tornar este post demasiado longo. Para quem quiser um bom material encontrará na obra do historiador francês Daniel-Hops - História da Igreja de Cristo. 

Grande abraço a todos.
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Mensagem por Manuel Portugal Pires Qua Ago 15, 2012 6:45 am

Meu caro.
O termo «falsos decretos» significam ver com uma mentalidade moderna o que foi escrito há centenas ou mesmo milhares de anos.
Era habito escrever algo e isso ser atribuído, não ao próprio que escreveu mas a outra pessoa.

Até vários livros da Bíblia, que realmente não se sabe bem quem os escreveu, são atribuídos a pessoas que se sabe que muito provavelmente não foram elas as que os escreveram.

Para um adorador de YHWH o que interessa é se a palavra vem ou não da parte de YHWH e é o Espírito Santo que nos diz isso.
O resto são opiniões, malabarismos e especulações humanas que muito respeito, mas que não atribuo nem a YHWH nem a Yeshua (Javé e Jesus).

As religiões incluindo a Católica foram todas fundadas em areias movediças de opiniões de homens, sejam eles teólogos, papas, doutores etc.

Muito do que se estuda em religião tem apenas um valor histórico e não espiritual e salvífico. Não condeno as pessoas por quererem saber de história oficial, politica oficial, economia oficial etc .... mas não nos devemos perder com essas ninharias.

Subamos até ao alto que ELE (YHWH) nos acolherá com o seu Espírito Santo sem temor das autoridades ou potestades religiosas.

Cumprimentos respeitosos e amor agape.
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