cristinismo e paganismo

Ola, bastante interessantes a questão levantada aqui e acho que quanto ao significadao dos símbolos, as respostas dadas pelo Alan e pelo Flávio são suficientes.

acho que antes de trancar o tópico cabe algumas reflexões sobre o uso de símbolos e costumes não oriundos do judaísmo.

Quanto aos símbolos quero dizer fazer uma distinção bastante utilizada em linguística que é a entre significantes e significado. O significante é a palavra em si, grafada ou seus fonemas, o signficado é a "mensagem" ou conteúdo de tal palavra.

tal distinção poder ser feita quanto a qualquer símbolo. aqui vale dizer que os signifcados de um mesmo significante podem mudar com o tempo e com lugar. é só pensar nos falso cognatos, palavras que são escritas do mesmo jeito ou de forma semelhante em idiomas diferentes, mas que possuem significado diverso.

Sendo assim, vale dizer que o cristianismo ao entrar em contato com culturas diversas buscou algo que nos chamamos hoje de inculturação, ou seja, a tradução do evangelho para aquela cultura específica. afinal o Evangelho é universal e as culturas são particulares.

é interessante ver que neste processo de inculturação vários símbolos e costumes não forma abolidos, mas ressignificados. ou seja, o significante foi mantido, mas o signficiado foi completamente transformado.

pensem no caso da festa do natal. Todos sabemos que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro e para falar a verdade ninguém sabe a real data de seu nascimento embora conjecturas possam ser feitas. O Natal foi instituído como festa para que pudéssemos festejar este acontecimento tão importante...

o interessante é que havia uma celebração pagâ em tal dia. o que os cristãos fizeram? simplesmente acabaram com o feriado? claro que não! cristianizaram a feriado!

quero dizer que quando a inculturação é bem feita não há paganização do cristianismo, mas cristianização de costumes e símbolos pagãos...

o problema da questão apresentada pelo vieira no início deste tópico é julgar um símbolo por sua origem e não por seu significado atual. a origem pode até ter sido pagã (o que terá que ser discutido caso a caso), mas o uso atual é cristão.

vale dizer que na própria escritura há situações nais quais elementos não judaicos são utilizados, como por exemplo o livro de Jó, cuja história é comum em algumas mitologias da região da Babilônia e o uso de autores pagão por Paulo em seu discurso dentro do Areópago.

acredito que esta resposta elucide o ponto de vista católico, o que acredito deva ser o objetivo de uma pergunta dentro da pasta catecismo.

tranco o tópico por aqui. caso alguém queira levantar algum outro ponto, favor mandar uma MP para mim
abraço fraterno