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Debate:O caminho para vencer a AIDS não é o preservativo, e sim a humanização da sexualidade!

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Mensagem por Milene Guimarães Seg Nov 22, 2010 11:40 pm

Galera, eu proponha um outro debate: o posicionamento do Santo Padre o Papa bento XVI, com relação à problemática da AIDS e a humanização da sexualidade.
Veja o texto na íntegra:


Bento XVI: o caminho para vencer a AIDS não é o preservativo, e sim a humanização da sexualidade.

VATICANO, 21 Nov. 10 / 02:54 pm (ACI).-
No livro-entrevista com o jornalista alemão Peter Seewald titulado “Luz do Mundo”, que será apresentado no Vaticano nesta terça-feira 23 de novembro, o Papa Bento XVI assinala que o preservativo não é o modo verdadeiro nem adequado para vencer a AIDS, e sim a humanização da sexualidade.

Em um extrato do livro que leva como subtítulo “O Papa, a Igreja e os sinais dos tempos”, divulgado ontem pelo L’Osservatore Romano e apresentado erroneamente por diversos meios de comunicação como a “aceitação da camisinha por parte do Papa”, o Santo Padre reitera o que disse em sua viagem à África em 2009: o caminho para vencer a AIDS não é o preservativo, e sim a humanização da sexualidade.

Bento XVI assinala que “a mera fixação no preservativo significa uma banalização da sexualidade, e é precisamente esse o motivo perigoso pelo qual tantas pessoas já não encontram na sexualidade a expressão do seu amor, mas antes e apenas uma espécie de droga que administram a si próprias”.

Assim o Papa precisa: “É por isso que o combate contra a banalização da sexualidade também faz parte da luta para que ela seja valorizada positivamente e o seu efeito positivo se possa desenvolver no todo do ser pessoa”.

O Papa usa logo o exemplo de um prostituto que usa um preservativo e o apresenta como um primeiro passo para a moralização: “Pode haver casos pontuais, justificados, como por exemplo a utilização do preservativo por um prostituto, em que a utilização do preservativo possa ser um primeiro passo para a moralização, uma primeira parcela de responsabilidade para voltar a desenvolver a consciência de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer tudo o que se quer”.

“Não é, contudo, a forma apropriada para controlar o mal causado pela infecção por VIH/HIV. Essa tem, realmente, de residir na humanização da sexualidade», esclarece o Santo Padre.

“É evidente que a Igreja não considera a utilização do preservativo uma solução verdadeira e moral”, acrescenta Bento XVI.

A Folha de São Paulo informou hoje que “O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, deu um comunicado oficial pelo qual as manifestações de Bento 16 "não reformam ou mudam as doutrinas da Igreja, mas as reafirmam, na perspectiva do valor e da dignidade da sexualidade humana como expressão de amor e responsabilidade".

Ao contrário do que a mídia vem divulgando, a Folha também esclarece que “o Vaticano assegurou neste domingo que as palavras do papa Bento 16 sobre o uso do preservativo, segundo ele justificável em "alguns casos", não são "uma mudança revolucionária", mas uma "visão compreensiva" para levar a humanidade "culturalmente muito pobre rumo ao exercício responsável da sexualidade".

O Papa reitera a posição da Igreja

As palavras de Bento XVI neste livro reforça o que já expressou ele em sua viagem a Camarões e a Angola em 2009, que ocasionaram duras críticas e que divulgado por um setor da imprensa de maneira tergiversada. O Santo Padre explicou que “não se pode superar este problema da AIDS apenas com slogans publicitários. Se não existir o ânimo, se os africanos não se ajudarem, não se pode resolver o flagelo com a distribuição de preservativos: ao contrário, o risco que se corre é o de aumentar o problema".

Na entrevista que deu durante o vôo a Camarões em março de 2009 ao ser perguntado pelo trabalho da Igreja na luta contra a AIDS, bastante extensa em todo mundo especialmente na África, o Papa disse que o caminho para enfrentar esta enfermidade “pode encontrar-se apenas em um duplo esforço: o primeiro consiste em uma humanização da sexualidade, quer dizer uma renovação espiritual e humana que leve consigo um novo modo de comportar-se um com o outro”.

O segundo passo que propôs para esta tarefa é o de “uma verdadeira amizade também e sobre tudo com os que sofrem, a disponibilidade, também com sacrifícios, com renúncias pessoais, para estar com os que padecem".

Abusos sexuais e outros temas

Nos extratos apresentados pelo L’Osservatore Romano, o Papa se refere ao judaísmo, a relação com o Islã, e outros temas como a cobertura da imprensa sobre os abusos sexuais cometidos por alguns membros do clero. Bento XVI adverte que em muitos casos isto usou-se como uma forma de desacreditar a Igreja antes que investigar procurando a verdade.

O Santo Padre explica ademais que a Igreja não pode ordenar mulheres ao sacerdócio. Entretanto, precisa, o lugar das mulheres nela é fundamental e isto pode observar-se na importância da Virgem Maria, Mãe de Deus e da Igreja, e em testemunhos de santidade como o da Beata Teresa de Calcutá.

O Papa Bento XVI se descreve a si mesmo como um mendigo que confia em sua amizade com o Senhor, a Virgem os Santos para viver sua vocação. Sua vida sem a alegria cristã seria insuportável, afirma


Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=20649
Milene Guimarães
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Mensagem por Pe. Anderson Ter Nov 23, 2010 12:47 pm

Cara Milene,

Como vai? Vamos tentar aprofundar no tema apresentado aqui. Começo expondo um texto de um professor de Teologia da Universidade de Navarra, onde eu estudei.

JOSE MARIA SAENZ PARDO

As palavras do Papa Bento XVI sobre uso do preservativo confirmam o ensinamento da Igreja sobre a sexualidade humana. Nunca se pode fazer um mal para se conseguir um bem, não importa quão pequeno seja o mal feito e grande o bem que está sendo procurado.

Em alguns casos, o mau - que nao se quer - pode ser tolerado para se evitar um mal maior. Para agir desta forma, deve haver uma causa proporcionada (entre o mal que é tolerado e bem que se deseja evitar.) Na prostituição, já que há um sério risco de transmissão de AIDS, e quem a executa (a prostituiçao) é determinado a exercer essa atividade sexual, resulta ser menos ruim usar um preservativo que não usá-lo.

Coloquei um exemplo simples para esclarecer este assunto. Suponha que uma pessoa vai roubar um banco e leva uma metralhadora. Pelo caminho grita: "Eu vou roubar o banco, eu vou matar quem tentar dissuadir-me!". Se eu estivesse na frente dele, pediria "Jà que pensas assaltá-lo, pelo menos, não assassina alguém."

Apliquemos essa história ao nosso caso. Uma mulher ou um homem que està envolvido em prostituição. Sem dúvida, seria melhor que não estivesse. Mas se essa estàa decidida a praticar essa atividade, pode-se aconselhar a essa pessoa que, uma vez que està determinados a praticá-lo, pelo menos, seja protegido de forma a não infectar com qualquer doença a um terceiro.

Com tudo isso eu gostaria de frisar que as palavras do Papa de modo algum dize que o uso do preservativo é moralmente aceitável (bom).

José María Sáenz Pardo, professor na Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra


Creio que esse texto resolve a questao no seu essencial, mas podemos continuar aprofundando a questao. Um grande abraço e que Deus abençoe a todos.
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Mensagem por Pe. Anderson Ter Nov 23, 2010 6:06 pm

Caros amigos,

Para acrescentar:

VATICANO, 23 Nov. 10 / 02:23 pm (ACI).- O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, o Pe. Federico Lombardi, assinalou na conferência de imprensa da apresentação do livro-entrevista do jornalista alemão Peter Seewald com o Papa Bento XVI que este constitui "um ato de verdadeira coragem comunicativa" que busca chegar a todos, não só aos católicos.

Em suas declarações aos jornalistas na Sala de Imprensa do Vaticano, o sacerdote comentou sobre este novo livro que "podemos estar agradecidos por um ato de verdadeira coragem comunicativa. Como lhes dizia, (o Papa) procurou falar com uma linguagem que as pessoas entendem, uma linguagem acessível a todos, quis confrontar tantas perguntas, inclusive correndo o risco de suscitar discussões e de não ser sempre compreendido perfeitamente. Por quê? Porque é responsável por afirmar a participação da Igreja e a sua em todos os problemas que o mundo de hoje encontra".

O sacerdote também respondeu a diversas perguntas sobre a confusão gerada na imprensa pelas declarações do Papa sobre o preservativo. No livro "Luz do Mundo" de Peter Seewald, o Papa expõe como exceção para o uso do preservativo o caso dos varões que se prostituem, como aparece no texto original em alemão e na tradução ao inglês, que difere da tradução publicada pelo L’Osservatore Romano que em italiano usa o termo "prostituta". A confusão se agravou quando diversos meios de comunicação difundiram este fragmento do livro fora de contexto e o apresentaram como uma mudança nos ensinamentos da Igreja em matéria de sexualidade.

Sobre o comunicado divulgado no domingo pela tarde sobre este tema referente à correta interpretação das palavras do Papa, o Pe. Lombardi explica que o texto dessa nota foi visto e aprovado pelo Pontífice e que os enganos na tradução do original alemão no exemplo usado pelo Pontífice não mudam a substância da resposta.

"Pessoalmente perguntei ao Papa se havia algum problema sério ou importante na eleição do masculino sobre o feminino. Ele me disse que não. (…) A idéia é que este é o primeiro passo para a tomada de responsabilidade quando se leva em consideração o risco da vida do outro com quem se tem relações. Se for mulher, homem ou transexual, o ponto segue sendo o mesmo", indicou.

O porta-voz vaticano indicou logo que "a contribuição que quis dar o Papa não é a de uma discussão técnica, com linguagem científica de problemas morais. Esta não é uma tarefa de um livro deste gênero: não quer mudar o trabalho da Congregação para a Doutrina da Fé. Por isso não usou as expressões ‘mal menor’, ‘duplo efeito’ ou outras fórmulas clássicas particulares, mas quis usar uma linguagem muito coloquial e que todos possam entender".

Então, conclui o sacerdote, ao dizer que quando um prostituto usa um preservativo se dá "um primeiro passo na direção da responsabilidade, é falar em uma linguagem ampla, que contempla a condição e a problemática de todos e não das condições específicas ou internas da Igreja".

Grande abraço a todos.
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Debate:O caminho para vencer a AIDS não é o preservativo, e sim a humanização da sexualidade! Empty O Papa, o preservativo e os imbecis.

Mensagem por Pe. Anderson Qua Nov 24, 2010 5:19 pm

Caros amigos,

Publico esse texto que creio que esclarece ainda mais o tema apresentado aqui.

O Papa, o preservativo e os imbecis.
Massimo Introvigne In CESNUR



Do livro-entrevista do Papa Luz do mundo se deverá falar, no seu momento, como ele merece. Hoje falamos sobre os imbecis. Das associações Gay até qualquer chamado tradicionalista, todos estão dizendo que o Papa mudou a doutrina católica tradicional sobre o controle da natalidade. Títulos em nove colunas nas primeiras páginas. Exaltação na ONU. Comentaristas que explicam como o Papa admitiu que “é melhor que as prostitutas se protejam da gravidez indesejada com a camisinha: e, se se começa com as prostitutas, como não prorrogar o princípio para outras mulheres pobres que não podem educar os filhos, e então gradualmente a todos?”

Muito ruim, no entanto, que - como muitas vezes acontece - os comentaristas têm se entregado a comentar sobre o lançamento de agência, sem ler a página inteira da entrevista de Bento XVI, que também faz parte das antecipações transmitidas aos jornalistas. O Papa, sobre o tema da luta contra a Aids, disse que a “fixação em absoluto na camisinha implica uma banalização da sexualidade”, e que “a luta contra a banalização da sexualidade é também parte da luta para garantir que a sexualidade seja considerada como um valor positivo.” No parágrafo seguinte - corretamente traduzindo o original em alemão - Bento XVI prosseguiu: “Pode haver uma base, no caso de certos indivíduos, tais como quando um prostituto usa o preservativo (wenn ein Etwa Prostituierter verwendet ein Kondom), e isso pode ser um primeiro passo no sentido de uma moralização, uma primeira assunção de responsabilidade sobre a estrada da recuperação da consciência de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer o tudo o que se quer. Mas essa não é realmente a maneira de lidar com o mal da infecção pelo HIV. Isso só pode ser baseado em uma humanização da sexualidade.”

Eu não sei se o volume italiano que sairá, traduzirá corretamente “um prostituto”, como no original alemão, ou reportará – como em algumas antecipaçoes italianas, infelizmente, (a meu Deus, também a do L'Osservatore Romano) – “uma prostituta”. “Prostituto”, no masculino, é usar mal a lingua italiana mas é a unica tradução de “ein Prostituierter”, e se coloca-se a palavra no feminino, toda a frase do Papa não faz mais sentido. Na verdade, as prostitutas mulheres não “usam” o preservativo: no máximo o usam seus clientes. O Papa tem em mente exatamente a prostituição masculina, que muitas vezes - como relatado na literatura científica – os clientes insistem que o “prostituto” não usem preservativos, e onde muitos “prostitutos” - o caso do Haiti é clamoroso, por muito tempo um paraíso do turismo homossexual - está sofrendo de AIDS e infectando centenas de seus clientes, muitos deles morrem. Alguns podem dizer que “prostituto” também se aplica aos gigolôs heterossexuais, que acompanha por pagamento mulheres, mas o argumento é capcioso, porque é entre os “prostitutos” homossexuais que a epidemia de AIDS é notoriamente epidemica, independentemente do fato de que, mesmo em alemão para o “prostituto” macho, que sai com as mulheres, usam-se atualmente a palavra “gigolô”.

Portanto, estabelecido que a gravidez não entra no nosso caso, porque da prostituição gay é um pouco difícil que nascam crianças, o Papa não disse nada de revolucionário. O “prostituto” que tem uma relação mercenária com um homossexual - na verdade, qualquer pessoa que tenha relações sexuais com alguém do mesmo sexo - comete do ponto de vista católico, um pecado mortal. Se, no entanto, consciente de ter AIDS, infecta seu cliente sabendo de infectá-lo, além do pecado mortal contra o sexto mandamento comete um outro contra o quinto, porque se trata de homicídio, pelo menos tentado. Cometer um pecado mortal ou dois não é a mesma coisa, e também há uma gradação nos pecados mortais. A imoralidade é um pecado grave, mas a imoralidade unida ao assassinato é um pecado ainda maior.


Um “prostituto” homossexual que sofre de AIDS e que infecta sistematicamente os seus clientes é um pecador, ao mesmo tempo imoral e homicida. Se for pego por escrúpulos e se decidir fazer aquilo que - certo ou errado (a questão da eficácia ou ineficácia dos preservativos na relação homossexual não é mais moral, mas científica) - que parece reduzir o risco de cometer um homicídio não se transforma de repente numa boa pessoa, mas fez um “primeiro passo” - certamente insuficiente e parcial- em direção à própria recuperação moral. De Barba Azul (Gilles de Rais 1404-1440) se diz que atraisse as crianças, tinha relações sexuais com elas e depois as matava. Se em algum momento tivesse decidido de continuar a fazer coisas ruins com as crianças, mas, em seguida, em vez de matá-las, as deixasse ir, este “primeiro passo”, não seria o suficiente para fazê-la se tornar uma pessoa moral. Mas podemos dizer que seria irrelevante? Certamente os pais dessas crianças teriam preferido tê-los de volta vivos.

Assim, se um “prostituto” assassino, a um certo ponto, continuando “prostituto”, decidisse deixar de ser assassino, este “pode ser um primeiro passo.” “Mas - como disse o Papa - não é realmente a maneira de enfrentar o mal da infecção pelo HIV”. Deveria sim parar de ser “prostituto”, e encontrar clientes. A delicadeza do confessor para encontrar “estradas humanamente transitáveis” para lidar com os casos práticos mais delicados, para a aplicação da doutrina católica, - que, entretanto, não muda - em termos de contracepção, evocada pelo Papa em outra parte da entrevista do livro-entrevista, não tem nada a ver com o trecho que nós estamos discutindo sobre o “prostituto”. Este é o trecho que foi lançada nas manchetes e desencadeou a espiral perversa de comentários apressados, publicados antes de saber de que coisa se estava falando. Aqui, no entanto, onde está a novidade e o escândalo, se não na maldade de alguns comentadores? Neste contexto, ganha o prémio para a manchete mais absurda o a de Associated Press, versão em Inglês (felizmente corrigida, mas ainda é encontrada indexadas no Yahoo com este título): “O Papa: a prostituição masculina é inadmissível, desde que se use o preservativo.” Só os imbecis confundem o Papa com Marrazzo, embora ambos vivem em Roma.

Grande abraço a todos.
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Mensagem por Pe. Anderson Sex Nov 26, 2010 6:00 pm

Caros amigos,

Para continuar nossa explicaçao desse tema, coloco aqui uma notícia recente: se trata de um artigo do meu bispo, Dom Filippo Santoro (de Petrópolis), que pode esclarecer ainda mais o tema.

Dom Filippo Santoro: Bento XVI reafirma a posição da Igreja na perspectiva de não banalizar a sexualidade


RIO DE JANEIRO, 25 Nov. 10 / 04:26 pm (ACI).- Em seu recente artigo “Humanizar a sexualidade”, o bispo diocesano de Petrópolis, Dom Filippo Santoro explica que não houve nenhuma mudança no ensinamento da Igreja sobre o preservativo com as recentes declarações de Bento XVI no novo livro-entrevista “Luz do Mundo”. Segundo o prelado “o objetivo da entrevista do Papa é superar uma visão puramente mecânica da sexualidade e abrir a uma visão mais humana, que comporta a doação à vida do outro e não apenas uma droga para uma satisfação narcisista de si”. Na obra de Seewald, o Papa “reafirma a posição da Igreja na perspectiva de não banalizar a sexualidade reduzindo tudo à distribuição de preservativos sem a devida ênfase numa séria campanha educativa”.

“Depois da apresentação de trechos do último livro do Papa Bento XVI ”Luz do Mundo. O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos. Uma conversa do Papa com Peter Seewald” (Livraria Editora Vaticana), se levantaram muitos comentários na imprensa indicando uma mudança no ensinamento da Igreja sobre a moral sexual”, mencionou Dom Filippo.

Entretanto, o bispo explica que “o Papa, neste livro, no final do XI capítulo, reafirma a posição da Igreja na perspectiva de não banalizar a sexualidade reduzindo tudo à distribuição de preservativos sem a devida ênfase numa séria campanha educativa. O Papa afirma: “não se pode resolver o problema com a distribuição de preservativos. É preciso fazer muito mais. Temos de estar próximos das pessoas, orientá-las, ajudá-las; e isso quer antes, quer depois de uma doença. Efetivamente acontece que, onde quer que alguém queira obter preservativos, eles existem. Só que isso, por si só, não resolve o assunto. Tem de se fazer mais””.

Dom Santoro acrescenta que “também fora da visão da Igreja ”Desenvolveu-se, entretanto, precisamente no domínio secular, a chamada teoria... que defende ‘Abstinência – Fidelidade – Preservativo’, sendo que o preservativo só deve ser entendido como uma alternativa quando os outros dois não resultam. Ou seja, a mera fixação no preservativo significa uma banalização da sexualidade, e é precisamente esse o motivo perigoso pelo qual tantas pessoas já não encontram na sexualidade a expressão do seu amor, mas antes e apenas uma espécie de droga que administram a si próprias”.

Dom Filippo também insistiu que «o objetivo da entrevista do Papa é superar uma visão puramente mecânica da sexualidade e abrir a uma visão mais humana, que comporta a doação à vida do outro e não apenas uma droga para uma satisfação narcisista de si. Trata-se de ampliar a afetividade e não de frustrá-la ou reduzi-la. “É por isso que o combate contra a banalização da sexualidade também faz parte da luta para que ela seja valorizada positivamente e o seu efeito positivo se possa desenvolver sobre o ser humano na sua totalidade”».

Assim o Papa se coloca na perspectiva da valorização da sexualidade humana como expressão de amor, responsabilidade e dom de si e não como redução do outro a objeto. Isso aprofunda e não reforma o ensinamento moral da Igreja. Quando a prática sexual representa um efetivo risco para a vida do outro, e somente neste caso excepcional, o uso do preservativo, reduzindo o risco do contagio, é um primeiro ato de responsabilidade, um primeiro passo para uma sexualidade mais humana”, destacou o bispo de Petrópolis.

«Não estamos diante de nenhuma revolução na visão da moral cristã, mas sim diante de um aprofundamento do valor da sexualidade e do valor pleno da vida, que nasce do respeito da dignidade humana. O horizonte do Papa é muito maior que a pura questão do preservativo. Como afirmou o jornalista Peter Seewald, o Papa neste livro tem como perspectiva “o futuro do planeta”», acrescentou o prelado.

Dom Filippo recorda ainda as palavras de indignação de Seewald durante a apresentação do texto no Vaticano, onde o jornalista afirma que “Nosso livro evoca a sobrevivência do planeta que está ameaçado; o Papa lança um apelo à humanidade, nosso mundo está no transe do colapso e a metade dos jornalistas só se interessa pela questão do preservativo”.

A questão de fundo é: “a sexualidade tem algo a ver com o amor? Trata-se da responsabilidade da sexualidade”, advertiu Dom Filippo Santoro.
“O centro da mensagem do Papa nesta entrevista é uma proposta de esperança para a humanidade, que tem um horizonte grande e quer oferecer uma luz para o presente e o destino das pessoas”, conclui o bispo.

Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=20696

Por tudo isso, que temos alegria de ser catolicos. Recomendo a todos a leitura do livro do Papa. Estou terminando de lê-lo e posso dizer que é um livro revolucionário, que pode mudar nossa visao sobre muitos pontos da nossa vida. Simplesmente é um livro genial! Conheçam e divulguem, nao se conformem com a superficialidade.

Grande abraço a todos.
Pe. Anderson
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Debate:O caminho para vencer a AIDS não é o preservativo, e sim a humanização da sexualidade! Empty Re: Debate:O caminho para vencer a AIDS não é o preservativo, e sim a humanização da sexualidade!

Mensagem por Pe. Anderson Sex Nov 26, 2010 6:08 pm

Caros amigos,


Vejam ainda esses textos:

Não há novidade nas declarações do Papa sobre o preservativo, só incompreensão, explica editor


Pe. Joseph Fessio
Roma, 26 Nov. 10 / 02:45 pm (ACI).- O Padre Joseph Fessio, editor da versão em inglês do livro-entrevista "Luz do mundo", explicou que nesta obra o Papa Bento XVI não disse nada novo sobre o preservativo e tampouco fez uma "ampliação de exceções" como sustenta alguns meios de imprensa.

O sacerdote jesuíta, fundador e editor da Ignatius Press, a companhia encarregada de publicar em inglês as obras do Papa Bento XVI, considerou que –infelizmente para certos meios de imprensa–, "não há nada novo na declaração" do Papa sobre os preservativos, "exceto talvez um novo nível de incompreensão de parte de muitas pessoas inteligentes".

"A Igreja sempre ensinou claramente –para consternação de muitos– que o uso dos preservativos em atos procriadores é imoral" e o Papa não trocou este ensinamento.

O sacerdote sustentou que muitos, e não só na imprensa, consideraram "o complexo caso de um prostituto" que usa o preservativo para prevenir o contágio da AIDS usado pelo Papa no livro, "uma mudança no ensino da Igreja" mas "não o foi. O Papa simplesmente disse que a intenção de acautelar a infecção (com um preservativo) poderia ser um sinal do despertar da consciência moral".

O Pe. Fessio lamentou que "poucos entendam, incluindo os meios" o que foi dito pelo Papa e explicou que "o bem de proteger-se contra a infecção não justifica o ato sexual imoral".

"Quer dizer, no caso de um indivíduo, a prevenção da infecção com o uso do preservativo faz esse ato em particular menos mau. Entretanto, viu-se (e faz sentido) que quando existe uso massivo de preservativos, o falso sentido de segurança ante o risco faz que haja mais promiscuidade: mais freqüência, mais casais sexuais. E isto gera um maior risco de adoecer entre aqueles que conformam a população sexualmente ativa. Neste sentido, o uso do preservativo é um mal maior", acrescentou.

Em "Luz do mundo", o Papa ganhou os dois rounds: "não há mudança na doutrina da Igreja, só esclarecimento e aprofundamento" e tampouco "ampliou as exceções. Tudo o que há é a mesma antiga, imutável, mas de complexo ensinamento, doutrina da Igreja sobre o significado da sexualidade", concluiu.

E outro texto concorde com os demais:

Uma forte pressão ideológica quer que Igreja permita o preservativo, afirma canonista

Pe. Jesus Ortiz López, doutor em direito canônico
MADRI, 25 Nov. 10 / 02:08 pm (ACI).- O doutor em direito canônico, Pe. Jesus Ortiz López, assinalou que as declarações do Bento XVI publicadas no livro "Luz do Mundo" sobre o preservativo foram tergiversadas porque existe uma forte pressão ideológica para que a Igreja aceite este método anticoncepcional.

"O Papa deu um passo adiante para admitir os preservativos? Não. Deu acaso um passo atrás? Tampouco. Mudou a doutrina da Igreja sobre o uso dos preservativos? Nada mudou e tudo segue igual", afirmou Ortiz López ao site católico espanhol Analisis Digital ao referir-se ao alvoroço mediático gerado nos últimos dias.

O perito recordou que na sua viagem a África, a postura do Papa sobre a AIDS "foi objeto de polêmica nos meios de comunicação".

Entretanto, assinalou o Pe. Ortiz, em "Luz do Mundo", Bento XVI reafirmou que o preservativo não resolve a questão sobre esta pandemia, e advertiu que a fixação neste método "significa uma banalização da sexualidade e tal banalização é precisamente a origem perigosa de que tantas pessoas não encontrem já na sexualidade a expressão do amor, mas apenas uma espécie de droga que se administram a si mesmos".

"Neste contexto Bento XVI reconhece que poderá haver casos fundados de caráter isolado, por exemplo em pessoas que se prostituem, que utilizem um preservativo e isso pode ser ‘um primeiro passo de moralização, um primeiro lance de responsabilidade a fim de desenvolver novamente uma consciência de que não tudo está permitido e de que não se pode fazer tudo o que se quer’", expressou o sacerdote.

Esclareceu que "o Papa reconheceu nessa conversação que o preservativo pode ser em alguns casos um passo para essa necessária humanização da sexualidade. Mas de nenhuma forma está dizendo que a Igreja o admita como remédio habitual contra a AIDS e menos ainda como anticoncepcional".

Por isso, indicou que quem afirma que as declarações do Papa "mudam a consideração moral do preservativo, dando por suposto que pode ser utilizado nas relações entre namorados ou no matrimônio, tergiversam suas palavras".

"Há uma forte pressão ideológica para que a Igreja permita o preservativo. E aproveitam qualquer ocasião para manipular as declarações do Papa, de um cardeal ou de um teólogo, a fim de confirmar suas colocações", advertiu.

O Pe. Ortiz López assinalou que a verdadeira mensagem do Santo Padre é "a humanização da sexualidade humana, dirigida naturalmente ao matrimônio e à procriação".

"Em definitiva, tudo permanece como estava, a Igreja mantém sua doutrina pelo bem do homem, por mais que alguns se empenhem em mudá-la de qualquer jeito, apresentando casos extremos ou simplesmente mentindo", expressou o canonista.

Grande abraço a todos.
Pe. Anderson
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Debate:O caminho para vencer a AIDS não é o preservativo, e sim a humanização da sexualidade! Empty Re: Debate:O caminho para vencer a AIDS não é o preservativo, e sim a humanização da sexualidade!

Mensagem por Pe. Anderson Sex Nov 26, 2010 6:15 pm

Caros amigos,

Um último texto, do Cardeal de Sao Paulo:


Não fica nem aprovado nem aconselhado o uso do preservativo, afirmou o Cardeal Scherer


SÃO PAULO, 25 Nov. 10 / 05:17 pm (ACI).- Ontem, 24,pela manhã, o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, afirmou em entrevista coletiva concedida na Cúria Metropolitana que “não houve mudança da posição do Papa ou da Igreja em relação à questão do uso do preservativo”. Dom Odilo ressaltou que o Papa não disse nada de novo, mas apenas retomou aquilo que por vezes estava esquecido em relação ao uso do preservativo. “O problema não é usar ou não o preservativo, mas a questão verdadeiramente é a humanização da sexualidade e a atitude correta em relação à sexualidade”, afirmou o cardeal.

Em nota publicada na página oficial da Arquidiocese da capital paulista, o purpurado explicou que quando o Papa se refere ao caso de pessoas prostituídas usarem o preservativo para evitar que outras pessoas possam ser contaminadas pelo vírus que elas têm, significa que essas pessoas estão dando "um primeiro passo de responsabilidade moral em relação a outras".
"Mas com isso, não fica nem aprovado, nem aconselhado o uso do preservativo”, pontuou.

O cardeal mostrou o livro aos jornalistas e leu o trecho em que o entrevistador faz uma questão ao pontífice referente à sua visita à África, em 2009, em que ele afirmou que, nesse continente, a doutrina tradicional da Igreja se revelou o único modo seguro para frear a difusão do vírus HIV. Ao responder, Bento XVI ressaltou que, do ponto de vista jornalístico, a visita “ficou obscurecida” por causa de uma única afirmação. Ele também destacou que “a Igreja é a única instituição que atua concretamente, na prevenção, na ajuda, no aconselhamento e no fato de estar ao lado das pessoas doentes”.

No livro, o Papa também destacou que, no âmbito secular, se desenvolveu a chamada “teoria ABC” (traduzindo: abstinência, fidelidade e preservativo), em que o profilático (meio de impedir o contágio) é considerado somente como uma alternativa, quando faltam os outros dois elementos. Sobre isso, Dom Odilo explicou que quando o Papa cita a “teoria ABC”, não a assume como parte da moral católica, “mas chama a atenção para o fato de que até no mundo laico já não se fala simplesmente do uso do preservativo”.

O cardeal Scherer também destacou que, desde o surgimento da epidemia de AIDS, a Igreja sempre se manifestou e, sobretudo, pela sua ação concreta. “A Igreja Católica convida a todos para um comportamento sexual responsável e para a humanização da sexualidade. Se colocarmos muito destaque no preservativo, esquecemos o que é muito mais grave”, completou.

Grande abraço.
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Mensagem por Pe. Anderson Ter Dez 07, 2010 2:17 pm

Caros amigos,

Publico aqui essa nota explicativa, finalmente foi traduzida ao portugues:


Padre Lombardi divulga nota sobre livro do Papa

Hoje, na Sala de Imprensa da Santa Sé, terá lugar a coletiva de imprensa para a apresentação do livro: “Luz do Mundo. O Papa, a Igreja, os sinais dos tempos. Uma conversa de Bento XVI com Peter Seewald” (Livraria Editora Vaticana).

Participarão da apresentação do livro, o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, e o jornalista Luigi Accattoli. Estarão presentes ainda Peter Seewald, autor da entrevista, e o Diretor da Livraria Editora Vaticana, Padre Giuseppe Costa.

Nos últimos dias foram publicados alguns trechos do livro que chamou a atenção da imprensa. No dia de ontem o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi divulgou uma nota sobre um dos temas que a imprensa destacou, ou seja, as palavras do Papa sobre a questão dos preservativos. Eis o que diz a nota:

No final do 11º capítulo do livro “Luz do mundo”, o Papa responde a duas perguntas sobre a luta contra a AIDS e o uso de preservativos, questões que dizem respeito à discussão que se seguiu após algumas palavras pronunciadas pelo Papa sobre o assunto durante a sua viagem à África em 2009.

O Papa reafirma claramente que então, ele não quis tomar posição sobre a questão dos preservativos em geral, mas ele queria afirmar com força que o problema da AIDS não pode ser resolvido apenas com a distribuição de preservativos, porque é necessário fazer muito mais: prevenir, educar, ajudar, aconselhar, estar ao lado das pessoas, seja para que não fiquem doentes, seja no caso em que já estejam doentes.

O Papa observa que também no âmbito não eclesial se desenvolveu uma consciência análoga, como resulta da chamada teoria ABC (Abstinence – Be Faithful – Condom) (Abstinência - Ser Fiel - Preservativo), na qual os dois primeiros elementos (abstinência e fidelidade) são muito mais determinantes e fundamentais na luta contra a AIDS, enquanto o preservativo aparece em último lugar como uma escapatória, quando faltam os outros dois. Deve, portanto, ser evidente que o preservativo não é a solução para o problema.

O Papa amplia o seu olhar e insiste no fato que se concentrar apenas no preservativo equivale a banalizar a sexualidade, que perde o seu significado como expressão do amor entre pessoas e torna-se como uma “droga”. Lutar contra a banalização da sexualidade é “parte do grande esforço para que a sexualidade seja vista positivamente e possa exercer o seu efeito positivo sobre o ser humano na sua totalidade”.

À luz desta visão ampla e profunda da sexualidade humana e da sua problemática de hoje, o Papa reafirma que “naturalmente a Igreja não considera os preservativos como a solução autêntica e moral” do problema da AIDS. Com isso, o Papa não reforma ou altera o ensinamento da Igreja, mas o reafirma colocando-se na perspectiva do valor e da dignidade da sexualidade humana como expressão de amor e responsabilidade.

Ao mesmo tempo, o Papa considera uma situação excepcional em que a prática sexual represente um verdadeiro risco para a vida do outro. Neste caso, o Papa não justifica moralmente o exercício desordenado da sexualidade, mas acredita que o uso de preservativos para reduzir o risco de contágio seja “um primeiro ato de responsabilidade, um primeiro passo na estrada para uma sexualidade mais humana, do que não usá-lo, expondo o outro ao perigo de vida”.

Nesse sentido, o raciocínio do Papa não pode ser definido como uma reviravolta revolucionária. Muitos teólogos moralistas e figuras influentes da Igreja apoiaram e defenderem posições semelhantes; é verdade, porém, que ainda não tínhamos ouvido com tanta clareza da boca de um Papa, mesmo se em uma forma coloquial e não magisterial.

Bento XVI dá-nos, então, com coragem, uma importante contribuição para o esclarecimento e aprofundamento sobre uma questão muito debatida. É uma contribuição original, porque de um lado mantém a fidelidade aos princípios morais e demonstra lucidez ao rejeitar um caminho ilusório como a “confiança no preservativo”; do outro, mostra, no entanto, uma visão compreensiva e de longo alcance, atenta a descobrir os pequenos passos - apesar de iniciais e ainda meio confusos – de uma humanidade espiritual e culturalmente muitas vezes muito pobre, em direção de um exercício mais humano e responsável da sexualidade. (SP)

Grande abraço a todos.
Pe. Anderson
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Debate:O caminho para vencer a AIDS não é o preservativo, e sim a humanização da sexualidade! Empty Nota da Congregação para a Doutrina da Fé:

Mensagem por Pe. Anderson Qua Dez 22, 2010 8:07 am

Caros amigos,

Apresento aqui essa nota explicativa, recentemente publicada. Vejam como está de acordo com o que nós viamos dizendo aqui no nosso forum desde a publicaçao do livro do Papa.


Nota da Congregação para a Doutrina da Fé: “Sobre a banalização da sexualidade. A propósito de algumas leituras de «Luz do mundo»

Por ocasião da publicação do livro-entrevista de Bento XVI, «Luz do Mundo», foram difundidas diversas interpretações não correctas, que geraram confusão sobre a posição da Igreja Católica quanto a algumas questões de moral sexual. Não raro, o pensamento do Papa foi instrumentalizado para fins e interesses alheios ao sentido das suas palavras, que aparece evidente se se lerem inteiramente os capítulos onde se alude à sexualidade humana. O interesse do Santo Padre é claro: reencontrar a grandeza do projecto de Deus sobre a sexualidade, evitando a banalização hoje generalizada da mesma.

Algumas interpretações apresentaram as palavras do Papa como afirmações em contraste com a tradição moral da Igreja; hipótese esta, que alguns saudaram como uma viragem positiva, e outros receberam com preocupação, como se se tratasse de uma ruptura com a doutrina sobre a contracepção e com a atitude eclesial na luta contra o HIV-SIDA. Na realidade, as palavras do Papa, que aludem de modo particular a um comportamento gravemente desordenado como é a prostituição (cf. «Luce del mondo», 1.ª reimpressão, Novembro de 2010, p. 170-171), não constituem uma alteração da doutrina moral nem da praxis pastoral da Igreja.

Como resulta da leitura da página em questão, o Santo Padre não fala da moral conjugal, nem sequer da norma moral sobre a contracepção. Esta norma, tradicional na Igreja, foi retomada em termos bem precisos por Paulo VI no n.º 14 da Encíclica Humanae vitae, quando escreveu que «se exclui qualquer acção que, quer em previsão do acto conjugal, quer durante a sua realização, quer no desenrolar das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação». A ideia de que se possa deduzir das palavras de Bento XVI que seja lícito, em alguns casos, recorrer ao uso do preservativo para evitar uma gravidez não desejada é totalmente arbitrária e não corresponde às suas palavras nem ao seu pensamento. Pelo contrário, a este respeito, o Papa propõe caminhos que se podem, humana e eticamente, percorrer e em favor dos quais os pastores são chamados a fazer «mais e melhor» («Luce del mondo», p. 206), ou seja, aqueles que respeitam integralmente o nexo indivisível dos dois significados – união e procriação – inerentes a cada acto conjugal, por meio do eventual recurso aos métodos de regulação natural da fecundidade tendo em vista uma procriação responsável.

Passando à página em questão, nela o Santo Padre refere-se ao caso completamente diverso da prostituição, comportamento que a moral cristã desde sempre considerou gravemente imoral (cf. Concílio Vaticano II, Constituição pastoral Gaudium et spes, n.º 27; Catecismo da Igreja Católica, n.º 2355). A recomendação de toda a tradição cristã – e não só dela – relativamente à prostituição pode resumir-se nas palavras de São Paulo: «Fugi da imoralidade» (1 Cor 6, 18). Por isso a prostituição há-de ser combatida, e os entes assistenciais da Igreja, da sociedade civil e do Estado devem trabalhar por libertar as pessoas envolvidas.

A este respeito, é preciso assinalar que a situação que se criou por causa da actual difusão do HIV-SIDA em muitas áreas do mundo tornou o problema da prostituição ainda mais dramático. Quem sabe que está infectado pelo HIV e, por conseguinte, pode transmitir a infecção, para além do pecado grave contra o sexto mandamento comete um também contra o quinto, porque conscientemente põe em sério risco a vida de outra pessoa, com repercussões ainda na saúde pública. A propósito, o Santo Padre afirma claramente que os preservativos não constituem «a solução autêntica e moral» do problema do HIV-SIDA e afirma também que «concentrar-se só no preservativo significa banalizar a sexualidade», porque não se quer enfrentar o desregramento humano que está na base da transmissão da pandemia. Além disso é inegável que quem recorre ao preservativo para diminuir o risco na vida de outra pessoa pretende reduzir o mal inerente ao seu agir errado. Neste sentido, o Santo Padre assinala que o recurso ao preservativo, «com a intenção de diminuir o perigo de contágio, pode entretanto representar um primeiro passo na estrada que leva a uma sexualidade vivida diversamente, uma sexualidade mais humana». Trata-se de uma observação totalmente compatível com a outra afirmação do Papa: «Este não é o modo verdadeiro e próprio de enfrentar o mal do HIV».

Alguns interpretaram as palavras de Bento XVI, recorrendo à teoria do chamado «mal menor». Todavia esta teoria é susceptível de interpretações desorientadoras de matriz proporcionalista (cf. João Paulo II, Encíclica Veritatis splendor, nn.os 75-77). Toda a acção que pelo seu objecto seja um mal, ainda que um mal menor, não pode ser licitamente querida. O Santo Padre não disse que a prostituição valendo-se do preservativo pode ser licitamente escolhida como mal menor, como alguém sustentou. A Igreja ensina que a prostituição é imoral e deve ser combatida. Se alguém, apesar disso, pratica a prostituição mas, porque se encontra também infectado pelo HIV, esforça-se por diminuir o perigo de contágio inclusive mediante o recurso ao preservativo, isto pode constituir um primeiro passo no respeito pela vida dos outros, embora a malícia da prostituição permaneça em toda a sua gravidade. Estas ponderações estão na linha de quanto a tradição teológico-moral da Igreja defendeu mesmo no passado.

Em conclusão, na luta contra o HIV-SIDA, os membros e as instituições da Igreja Católica saibam que é preciso acompanhar as pessoas, curando os doentes e formando a todos para que possam viver a abstinência antes do matrimónio e a fidelidade dentro do pacto conjugal. A este respeito, é preciso também denunciar os comportamentos que banalizam a sexualidade, porque – como diz o Papa – são eles precisamente que representam a perigosa razão pela qual muitas pessoas deixaram de ver na sexualidade a expressão do seu amor. «Por isso, também a luta contra a banalização da sexualidade é parte do grande esforço a fazer para que a sexualidade seja avaliada positivamente e possa exercer o seu efeito positivo sobre o ser humano na sua totalidade» («Luce del mondo», p. 170).

Creio que isso esclarece definitivamente o problema. Grande abraço a todos.
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Debate:O caminho para vencer a AIDS não é o preservativo, e sim a humanização da sexualidade! Empty UNIVERSIDADE HARVARD DÁ RAZÃO AO PAPA NA LUTA CONTRA AIDS

Mensagem por Pe. Anderson Sáb Fev 26, 2011 5:20 pm

Caros amigos,

Vejam esse texto:

UNIVERSIDADE HARVARD DÁ RAZÃO AO PAPA NA LUTA CONTRA AIDS
Estudo realizado a partir do caso do Zimbábue

ROMA, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - Um estudo realizado pela Universidade Harvard deu razão à posição de Bento XVI sobre a AIDS, afirmando que um comportamento sexual responsável e a fidelidade ao próprio cônjuge foram fatores que determinaram uma drástica diminuição da epidemia no Zimbábue.

Quem explica, em sua última pesquisa, é Daniel Halperin, do Departamento de Saúde Global da População da universidade norte-americana, que, desde 1998, estuda as dinâmicas sociais que causam a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis nos países em vias de desenvolvimento.

Halperin usou dados estatísticos e análises sobre o estudo de campo, tais como entrevistas e focus group, o que lhe permitiu coletar depoimentos de pessoas que pertencem a grupos sociais mais desfavorecidos.

A tendência de dez anos é evidente: de 1997 a 2007, a taxa de infecção entre adultos diminuiu de 29% a 16%. Após sua pesquisa, Halperin não hesita em afirmar: a repentina e clara diminuição da incidência de AIDS se deve "à redução de comportamentos de risco, como sexo fora do casamento, com prostitutas e esporádico".

O estudo, publicado em PloSMedicine.org, foi financiado pela Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional, da qual Halperin foi conselheiro, e pelo Fundo das Nações Unidas para a População e Desenvolvimento.

"Com este estudo, Halperin promove uma reflexão séria e honesta sobre as políticas até agora adotadas pelas principais agências de combate à AIDS nos países em desenvolvimento", afirma o jornal L'Osservatore Romano, ao dar a notícia, em sua edição de 26 de fevereiro.
Segundo o estudo, fica claro que a drástica mudança no comportamento sexual da população do Zimbábue "recebeu o apoio de programas de prevenção na mídia e de projetos educativos patrocinados pelas igrejas".

Poucos anos atrás, Halperin se perguntava como é possível que as políticas de prevenção "mais significativas tenham sido feitas até agora baseando-se em evidências extremamente fracas", ou seja, na ineficácia dos preservativos.

Em suma, segundo o estudo de Halperin, é necessário "ensinar a evitar a promiscuidade e promover a fidelidade", apoiando iniciativas que visem a construir na sociedade afetada pela AIDS uma nova cultura.

Como disse Bento XVI, é necessário promover uma "humanização da sexualidade".

O estudo completo (em ingles): http://www.plosmedicine.org/article/info:doi/10.1371/journal.pmed.1000414

Fonte: http://www.zenit.org/article-27357?l=portuguese

Grande abraço a todos.
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Debate:O caminho para vencer a AIDS não é o preservativo, e sim a humanização da sexualidade! Empty O QUE O PAPA TEM A DIZER SOBRE PESSOAS COM HIV?

Mensagem por Pe. Anderson Sáb Jun 18, 2011 5:12 pm

O QUE O PAPA TEM A DIZER SOBRE PESSOAS COM HIV

Segredo para evitar a doença: evitar os comportamentos de risco

Por Jane Adolphe
NOVA IORQUE, sexta-feira, 17 de junho de 2011 (ZENIT.org) - A presente opinião é uma resposta a Nancy Goldstein no debate realizado na ONU sobre a redação da Declaração Política sobre o HIV e a aids (cf. Why Won't the Pope Let Women Protect Themselves From HIV?, ou Por que o papa não quer que as mulheres se protejam do HIV?, Guardian,8 de junho).
Goldstein critica Bento XVI (conhecido como Santa Sé no direito internacional) por ter uma delegação composta só de homens, embora a delegação traga três mulheres, duas das quais são professoras de direito. Goldstein insinua também que o papa é anti-mulheres, quando em realidade ele promove com empenho o respeito inerente de mulheres e meninas em documentos fundamentais, catequeses, discursos, mensagens, homilias, conferências e outras atividades. Um dos dicastérios do Vaticano, o Conselho Pontifício para os Leigos, tem inclusive uma seção dedicada à Dignidade e Vocação das Mulheres, na qual se aprofundam ensinamentos com particular atenção à igual dignidade de homens e mulheres.
O papa afirma que há “profundas verdades antropológicas sobre o homem e a mulher, a igualdade das suas dignidades e a unidade de ambos, a diversidade bem enraizada e profunda entre a masculinidade e a feminilidade e sua vocação à reciprocidade e à complementaridade, à colaboração e à comunhão” (discurso de Bento XVI na conferência “Mulher e homem, o humanum na sua totalidade”, 2008; cf. João Paulo II, “Mulieris Dignitatem”, 1988, nº6). O papa rejeita, portanto, uma uniformidade indistinta entre as mulheres e os homens, que constitui uma chata e empobrecida igualdade e uma vitrine da luta interminável entre mulheres e homens pelo poder.
Ele destaca que as mulheres trazem o peso das consequências negativas associadas à negação da complementaridade do homem e da mulher, que são adaptadas com frequência a uma visão equivocada da masculinidade. Reconhece os resultados deploráveis do simples fato de ser mulher, e a possibilidade reduzida de nascer, sobreviver à infância, evitar a violência, receber uma alimentação adequada, ter acesso à educação e saúde e evitar o HIV e a aids (cf. João Paulo II, Discurso aos Membros da Delegação da Santa Sé na 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, Pequim, 1995; ver também Discurso de Bento XVI aos Participantes da 5ª Conferência Geral das Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe, Brasil, 2007).
O papa promove uma resposta ao HIV e à aids baseada em valores. Ela se baseia na eliminação do risco mediante a abstinência sexual antes do casamento e a fidelidade mútua no matrimônio, evitando os comportamentos de risco, além de promover o acesso universal aos medicamentos que previnem a difusão do HIV de mãe para filhos. Quanto à prevenção, Bento XVI procura mostrar às mulheres que uma conduta sexual irresponsável não faz parte de um estilo de vida aceitável. Pelo contrário, ele convida cada pessoa a viver conforme a ordem moral natural, respeitando a dignidade inerente da pessoa humana. Esta postura respeita a lei internacional de direitos humanos (cf. Declaração Universal de Direitos Humanos, preâmbulo, par. 1, art. 1,29).
Em resumo, o Santo Padre incentiva a formação do caráter e a educação para uma conduta apropriada, como o grande segredo para evitar a doença. O ponto de partida é que as mulheres e os homens podem e devem mudar a sua conduta irresponsável. A posição contrária aceitaria os comportamentos irresponsáveis para depois defender a simples redução dos riscos (por exemplo, usando preservativos ou agulhas limpas), como se as pessoas fossem, de alguma forma, incapazes de se livrar de um comportamento autodestrutivo.
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Jane Adolphe é professora associada de Direito da Ave Maria School of Law, em Naples, Flórida. Foi membro da delegação da Santa Sé na reunião de 10 de junho na ONU sobre HIV/Aids.
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