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Os irmãos de Jesus

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Mensagem por Pe. Anderson Sex Ago 19, 2011 4:30 pm

Caros amigos,

Digamos mais uma vez: nao há nenhum texto bíblico que diga que Maria ou José tivessem filhos; nao há nenhum texto bíblico que aparecem citados os filhos de Maria; Nao há nenhum texto bíblico que afirma que Maria e José tivesse tido relaçao matrimonial. Todos os que supoem que Maria e José tivessem filhos só podem mesmo supor, pois as Escrituras nao dizem nenhuma palavra a respeito.

Qual a razao da virgindade de Maria? Já foi dito que Cristo foi o filho unigênito de Maria; do mesmo modo, era o filho unigênito do Pai, gerado no seio de Maria pela açao do Espírito Santo. Qual homem ousaria tocar numa mulher à qual foi tocada pelo próprio Espírito Santo e que deu à luz ao filho de Deus? Se Maria foi esposa do Espírito Santo, qual homem ousaria tocá-la? Além disso, ela gerou o filho unigênito de Deus; Seria conveniente a essa mulher querer gerar outros filhos? Assim como Cristo é o Filho unigênito do Pai, convinha que ele fosse o Filho unigênito de Maria, dizia Santo Tomás de Aquino.

Também dizia que todo o privilégio de Maria consiste no fato de que só Ela e Deus Pai puderam dizer com propriedade a Jesus Cristo: "meu Filho". Nao há dúvidas que isso lhe bastava.

Se a Igreja insiste na afirmaçao da Virgindade perpétua de Maria nao é para afirmar assim sua impecabilidade (se ela tivesse outros filhos nao teria cometido pecado algum); mas sim porque o contrário nao encontra nenhuma prova bíblica e que a fé transmitida desde o início da Igreja, com Cristo e os Apóstolos, nos diz que ela foi sempre Virgem. Inclusive os grandes protestantes o afirmavam.

Sao Jerônimo responde a todos os argumentos bíblicos, mostrando que os irmaos de Jesus eram seus parentes; só por isso seus escritos tem valor. O contrário nao tem nenhum fundamento.

Obrigado Fabrício pelos ótimos textos de Santo Agostinho.

Grande abraço a todos.
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Mensagem por RenatoPaulo Sex Ago 19, 2011 6:58 pm

quemtembocadizaverdade escreveu:Renato Paulo, lembre-se que Jesus escolheu os pescadores e indoutos e não os sumo sacerdotes de sua época cheios de polpa e sabedoria humana. Os humildes serão exaltados. Dá para um líder religioso assentar-se sobre o ouro enquanto milhares de crianças morrem na África de fome? Faria Jesus assim se hoje estive aqui? Fique com Deus, vc vale mais que os passarinhos.

O meu Amigo,Irmão e Pai Jesus escolheu e escolhe quem Ele quis e quem Ele quer!

Vamos ser directos:
Vc esta-se a referir ao Santo Padre certo?
O ouro sou eu que lho dou!Alias eu dou-lhe tudo o que ele precisar.Pois por amor a Javé Senhor do Universo e de tudo o que está abaixo Dele,porque acima Dele nada está ,tudo dou ao Santo Padre.
Que tem vc a ver com isso?

Mulher,se trabalhares para mim por doze horas a limpar minha casa uma moeda de ouro receberas.
Porem se puser eu mais uma mulher a trabalhar para mim apenas uma hora,lhe darei 10 moedas de ouro.
O dinheiro é meu,nada tens a reclamar.
A unica coisa que podes fazer é não aceitar,tanto me faz.
Mas se aceitares,a unica coisa que tens a fazer é trabalhar.Pois para falares não te pago eu.

Vc me diz que existem milhares de crianças que morrem na África de fome.
Eu te digo que tambem existem milhares de pessoas podres de dinheiro e de ouro que desprezam Deus.
Quem pois lhes deu o dinheiro?

Realmente eu considero-me muito mais que os passarinhos.
Deus a mim me conhece pois meu nascimento por Ele foi destinado.
Embora pareça um animal como todos os seres humanos,na verdade não o sou.
Deus fez de mim ao criar-me um ser celestial magnifico.Meu Espirito se tornará puro e belo,pois no Senhor anseio e quero viver.
Morrerei e ressuscitarei,mas não voltarei a morrer como todo o animal imundo.
Respeitarei sempre o desejo do Senhor,sem ser preciso ser homem de letras nos vossos palcos.
Sempre dormi e dormirei descansado e em todas as estacoes do ano me alegrarei.
Reparo na pequena folha amarelada de Outono que não caiu com as chuvas,mas com o vento natalicio e tardio cairá.
Nisso tambem eu me alegro.
Não me esforço para saber onde esta o principio e o fim do Universo,porque ninguem a face de Deus conseguiu ver.
"Eu sou o Alfa e o Ómega"-Diz-nos Deus
Isso chega-me e nada mais preciso de saber.

Mulher,se os sumo sacerdotes da minha época estão cheios de sabedoria humana,então me mostre você a sabedoria divina dos seus pastores?
Enquanto você não me mostrar a sabedoria divina de seus pastores,continuo eu pois a pensar que eles verdadeiramente são uns cães imundos cheios de gordura nos olhos.
São esses pois os frutos que eles em mim produzem.

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Mensagem por Manuel Portugal Pires Sex Ago 19, 2011 7:02 pm

Conclusão a Igreja Católica rola em meras suposições especulativas.
Mas não sei o porquê?!
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Mensagem por Binhokraus Ter Ago 23, 2011 9:43 pm

Exatamente!!! É tão claro como o dia, e eu sinceramente não entendo porque raios que só os protestantes recentes é que não enxergam!!!! TODOS OS OUTROS CRISTÃOS DA HISTÓRIA acreditaram assim, incluindo os pais do Protestantismo!!!!
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Mensagem por Manuel Portugal Pires Qua Ago 24, 2011 11:47 am

Ora estas crenças que querem identificar «os irmãos de Yeshua» de uma forma tal que acham como infalível não trazem qualquer valor acrescentado à nossa salvação, que vem de Cristo. Mais me parece isso como mexericos de mulheres que depois são aproveitados por espertalhões.
O facto de algumas coisas se tornarem mais evidentes nestes últimos dias é muito natural. Antigamente defendiam inexoravelmente que era o sol que se movia e durante milhares de anos, ainda mesmo antes de Cristo. As pessoas mais sábias não compreendiam que esse movimento era APARENTE, como hoje toda a gente sabe. O mesmo acontece com outras coisas que são APARENTES e interessa defender.
Portanto, cumpramos as coisas reveladas por YHWH e deixemos o que ignoramos para o seu devido tempo, pois tudo um dia será esclarecido.
(Deuteronómio 29,28)
As coisas ocultas pertencem a YHWH, nosso Deus, mas aquilo que Ele revelou é para nós e para os nossos filhos eternamente, a fim de cumprirmos todas as palavras desta Lei.»
(Deuteronómio 29,28)
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Mensagem por Pe. Anderson Seg Set 12, 2011 6:05 pm

Caros amigos,

Resumindo a discussão:

Nossa posição é esta: todo filho único é primogênito mas nem todo primogênito é filho único. Por primogênito entendemos não apenas aquele que pode ser sucedido por outros, mas aquele que não teve predecessor. Assim diz o Senhor a Abraão: "Todo aquele que abrir o útero, de toda a carne, será oferecido ao Senhor; tanto de homens como de animais, será teu. Contudo, os primogênitos dos homens deverão ser resgatados; também os primogênitos dos animais impuros resgatarás".

A palavra de Deus define "primogênito" como todo aquele que abriu o útero. Ora, se o título pertence apenas àqueles que têm irmãos mais jovens, então os sacerdotes não poderiam reivindicar o primogênito até que outros sucessores nascessem, pois, caso contrário, isto é, se não houvesse outros partos, seria necessário provar o estado de primogênito e não simplesmente o de filho único.

"E aqueles que devem ser resgatados com um mês de idade, devem ser resgatados , de acordo com tua estimativa por cinco siclos [de moedas], além do siclo do santuário. Mas o primogênito de um boi ou de uma ovelha ou de uma cabra, não deverás resgatar; eles são sagrados". A palavra de Deus me compele a dedicar a Deus o que quer que abra o útero se for o primogênito de animais puros; se de animais impuros, devo resgatá-lo, dando o valor devido ao sacerdote.

À toda hora a Escritura assim fala do Salvador: "E quando chegou o dia de sua purificação, de acordo com a lei de Moisés, eles o levaram a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor [como está prescrito na lei do Senhor, todo macho que abre o útero deve ser consagrado ao Senhor] e para oferecer em sacrifício de acordo com o que é prescrito na lei do Senhor, um par de rolinhas ou duas pombas novas". Se esta lei se refere somente aos primogênitos, e esses deveriam ser os primogênitos com irmãos sucessores, ninguém seria obrigado pela lei se não pudesse afirmar que houve sucessores. Mas visto que, como aquele que não tem irmãos mais novos, é sujeito à lei do primogênito, deduzimos que é chamado primogênito aquele que abre o útero da mãe e que não foi precedido por ninguém, e não aquele cujo nascimento foi seguido por outro de irmão mais novo.

Moisés escreve no Êxodo: "E acontecerá ao passar da meia-noite que o Senhor ferirá todos os primogênitos das terras do Egito, desde o primogênito do Faraó que reina em seu trono até os primogênitos dos cativos que estiverem nas prisões; e todos os primogênitos do acampamento". Diga-me: eram os que pereceram pelas mãos do Exterminador somente seus primogênitos, ou alguém mais, ou seja, os filhos únicos? Se somente aqueles que tinham irmãos eram chamados primogênitos, somente os filhos únicos escaparam da morte. E se, de fato, os filhos únicos foram trucidados, isso se opõe à sentença pronunciada, porque nascidos para morrer eram somente os primogênitos. Você deverá ou livrar os filhos únicos da pena, e nesse caso, se tornará ridículo; ou, se concorda que eles foram mortos, ganhamos a questão, embora não tenhamos de lhe agradecer isso, porque os filhos únicos eram também primogênitos.

Os irmãos de Jesus eram seus primos; assim deduzimos dos textos bíblicos. O que diz o contrário se baseia na própria imaginação, não nos textos bíblicos, nem na História da Igreja.

"Ora, sua mãe e seus irmãos permaneciam procurando falar com Ele". E em outro lugar: "Depois disso Ele foi para Cafarnaum, com sua mãe e seus irmãos". E de novo: "Seus irmãos então lhe disseram: 'Parte daqui e vai para a Judéia, porque teus discípulos podem também testemunhar as obras que fazes. Porque ninguém faz nada em segredo, mas procura ser conhecido abertamente. Se realizas tais coisas, manifesta-te ao mundo". E João acrescenta: "Porque mesmo seus irmãos não acreditavam nele".

Também Marcos e Mateus: "E indo à sua própria terra, ensinava em suas sinagogas, tanto que [sua gente] ficava atônita e dizia: 'De onde tirou este homem tal sabedoria e miraculosas obras? Não é o filho do carpinteiro. Não é sua mãe chamada Maria e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não moram conosco?'". Lucas, também, nos Atos dos Apóstolos relata: "Todos aqueles com um só propósito continuaram firmes na oração, com as mulheres e Maria, a mãe de Jesus, e com seus irmãos".

Paulo, o Apóstolo, também uma vez esteve com eles, e testemunha sua precisão histórica: "E cresci pela revelação, mas não vi os outros apóstolos, a não ser Pedro e Tiago, o irmão do Senhor". E de novo, em outro lugar: "Não temos o direito de comer e beber? Não temos o direito de trabalhar com as viúvas, assim como o resto dos Apóstolos, os irmãos do Senhor e Pedro?"


Mateus diz: "E muitas mulheres estavam ali (sem dúvida ao pé da cruz do Senhor), observando de alguma distância, e elas tinham seguido Jesus desde a Galiléia, ajudando-o, entre as quais estava Maria Madalena, Maria a mãe de Tiago menor e de José, e Salomé"; e no mesmo lugar, logo depois: "E muitas outras mulheres que subiram com Ele a Jerusalém".

Lucas também diz: "Ali estavam Maria Madalena e Joana, e Maria, a mãe de Tiago, e as outras mulheres com elas".

"Observe:" - diz Helvídio - "Tiago e José são filhos de Maria, e são as mesmas pessoas que são chamadas irmãos pelos judeus. Note que Maria é a mãe de Tiago o menor e de José. E Tiago é chamado o menor para distingui-lo de Tiago o maior que era filho de Zebedeu, como Marcos afirma em outro lugar; E Maria Madalena e Maria a mãe de José estavam onde ele (=Jesus) fora colocado. E quando passou o Sábado, elas compraram essências para irem ungi-lo". E, como era de se esperar, ele diz: "Quão pobre e ímpia visão temos de Maria, se afirmamos que quando outras mulheres estavam ocupadas com o sepultamento de Jesus, ela, Sua mãe, estava ausente; ou se inventamos alguma outra Maria; e tudo o mais porque o Evangelho de São João testemunha que ela estava ali presente, quando o Senhor, do alto da cruz a recomendou como Sua mãe, agora uma viúva, aos cuidados de João. Ou deveríamos supor que o Evangelista caiu em tamanho erro e nos induziu a tamanho erro, chamando Maria a mãe daqueles que eram conhecidos dos judeus como irmãos de Jesus?"


Deixe-me destacar então o que João disse: "Mas estavam de pé junto à cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, a esposa de Cléofas, e Maria Madalena".

Não há nenhuma dúvida que existiam dois apóstolos chamados pelos nomes de Tiago: Tiago, o filho de Zebedeu, e Tiago, o filho de Alfeu. Por acaso você tem em vista que o comparativamente desconhecido Tiago o menor, que é chamado nas Escrituras filho de Maria, não contudo de Maria a mãe do Nosso Senhor, era apóstolo ou não ? Se era um apóstolo, devia ser o filho de Alfeu e um crente em Jesus, "porque nem seus irmãos acreditavam n'Ele". Se não era um apóstolo mas um terceiro Tiago (que possa ser, não sei), como poderia ser tido como o irmão do Senhor, e como, sendo um terceiro, poderia ser chamado "menor" para ser destinguido do "maior" , porquanto maior e menor são usados para mostrar relação existente não entre três, mas entre dois? Observe, ainda mais, que o irmão do Senhor é um apóstolo, uma vez que Paulo diz: "Então depois de três dias eu fui a Jerusalém para visitar Pedro e fiquei com ele quinze dias. Mas não vi nenhum outro dos apóstolos, a não ser Tiago, irmão do Senhor". E na mesma Epístola: "E quando eles perceberam a graça que me foi concedida, Tiago, Pedro e João que eram considerados os pilares" etc.

E você não poderá supor que esse Tiago fosse o filho de Zebedeu, bastando para isso ler os Atos dos Apóstolos, onde você encontrará que esse último já tinha sido trucidado por Herodes. A única conclusão é que a Maria que é descrita como a mãe de Tiago o menor era a esposa de Alfeu e irmã de Maria, a mãe do Senhor, aquela que é chamada por João Evangelista "Maria de Cléofas", seja por filiação, seja por parentesco, seja por outra razão.

Mas se você julga que são duas pessoas porque em outro lugar lemos: "Maria a mãe de Tiago menor" e aqui: "Maria de Cléofas", você terá a aprender ainda que era costume na Escritura dar diferentes nomes ao mesmo indivíduo. Raguel, sogro de Moisés, é chamado também de Jetro. Gedeão, sem nenhuma outra razão aparente para a troca, de repente se torna Jerubbaal. Ozias, rei de Judá, tem, como nome alternativo, Azarias. O Monte Tabor é chamado Itabyrium. Igualmente, o Hermon é chamado pelos fenícios Sanior, e pelos amorreus Sanir. O mesmo pedaço do país é conhecido por três nomes: Negebb, Teman e Darom, em Ezequiel. Pedro é também chamado Simão e Cefas. Judas, o zelote, em outro Evangelho é chamado Tadeu. Há numerosos outros exemplos que o leitor pode por si mesmo colecionar, em toda a Escritura.


Agora aqui temos a explicação do que eu me esforcei por mostrar, como foi que os filhos de Maria, a irmã da mãe de Nosso Senhor, que anteriormente eram tidos por não crentes, e que depois passaram a acreditar, podem ser chamados irmãos do Senhor. Possivelmente, o caso foi que um dos irmãos acreditou imediatamente enquanto os outros não acreditaram senão muito depois, e que uma Maria era a mãe de Tiago e José, chamada "Maria de Cléofas", que é a mesma dita esposa de Alfeu, e a outra, a mãe Tiago o menor. De qualquer modo, se ela (esta última) fosse a mãe do Senhor, São João teria lhe concedido seu sublime título, como em todos os demais lugares, e não teria passado uma impressão errônea, chamando-a mãe de outros filhos. Mas neste ponto não desejo argüir a favor ou contra a suposição de que Maria, a esposa de Cléofas, e Maria, a mãe de Tiago e José, eram mulheres diferentes, uma vez que está claramente entendido que Maria, a mãe de Tiago e José não era a mesma pessoa que a mãe do Senhor.

Como, então - pergunta Helvídio - explica você que eram chamados irmãos do Senhor aqueles que não eram seus irmãos?

Mostrarei como.

Na Sagrada Escritura há quatro espécies de irmãos: pela natureza, pela raça, pelo parentesco e pelo amor.

Exemplos de irmãos pela natureza foram Esaú e Jacó, os doze patriarcas, André e Pedro, Tiago e João.

Irmãos de raça, eram todos os judeus que assim se chamavam um ao outro, como no Deuteronômio: "Se teu irmão, um homem hebreu, ou uma mulher hebréia, te for vendida, ele servirá por seis anos; então, no sétimo ano, deixarás que ele se vá livre". E antes, no mesmo livro: "Deverás de qualquer maneira fazê-lo teu rei aquele que o Senhor teu Deus escolher: um dentre teus irmãos deverá ser feito teu rei; não porás um estrangeiro acima de ti, que não é teu irmão". E de novo: "Não deverás ver o boi ou a ovelha de teu irmão se extraviar e ficares omisso; deverás com segurança levá-los de novo para teu irmão. E se teu irmão não morar perto de ti, ou se não o conheces, então deves trazê-los para tua casa, e ficarão contigo até que teu irmão venha procurá-los, e tu deves devolvê-los a ele de volta". E o Apóstolo Paulo diz: "Desejaria eu mesmo ser reprovado por Cristo pela salvação de meus irmãos, meus próximos pela carne, que são os israelitas".

E ainda mais: são chamados irmãos por parentesco aqueles que são de uma família, que é pátrio, que corresponde à palavra latina "paternidade", porque de uma única raiz procede uma numerosa progênie. No Gênese, lemos: "E Abraão disse a Lot: 'Que não haja luta, eu te peço, entre mim e ti, e entre meus pastores e os teus, porque somos irmãos'". E de novo: "Assim Lot escolheu para si toda a planície do Jordão, e se direcionou para leste. E eles se separaram, um irmão do outro". Certamente Lot não era irmão de Abraão, mas o filho do irmão Aram de Abraão. Porque Terah gerou Abraão, Nahor e Arão. E Arão gerou Lot. De novo, lemos: "E Abraão tinha setenta e cinco anos quando partiu de Haram. E Abraão levou Sarai sua esposa, e Lot, filho de seu irmão".

Mas se você ainda duvida que um sobrinho possa ser chamado filho, permita-me dar-lhe um outro exemplo: "E quando Abraão ouviu que seu irmão fora feito escravo, tomou seus experimentados homens, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito". E depois de descrever o ataque e o massacre noturno ele acrescenta: "E trouxe de volta todos os bens, assim como seu irmão Lot". Que isso seja suficiente como prova de minha afirmação. Mas por medo, você pode levantar alguma objeção cavilosa, e se contorcer em seu aperto como uma cobra; assim devo imobilizá-lo rapidamente com as garantias de provas para fazê-lo parar de sibilar e murmurar, porque sei que você gostaria de dizer que está baseado não tanto na verdade da Escritura mas em complicados argumentos.

Jacó, o filho de Isaac e Rebeca, quando por medo da perfídia de seu irmão tinha ido para a Mesopotâmia, retirou-se para perto [de Labão], rolou a pedra da tampa do poço e bebeu da fonte de Labão, irmão de sua mãe. "E Jacó beijou Raquel, ergueu sua voz e chorou. E Jacó disse a Raquel que ele era irmão de seu pai, que era filho de Rebeca". Aqui está um exemplo da regra já referida, pela qual um sobrinho é chamado de irmão. E mais: "Labão disse a Jacó: 'Porque tu és meu irmão, poderias doravante trabalhar para mim sem pagamento? Diga-me qual o teu propósito'". E assim, quando ao fim de 12 anos, sem conhecimento de seu tio e acompanhado por suas esposas e filhos estava retornando para sua terra, quando Labão os alcançou na montanha de Gilead e não conseguiu encontrar os ídolos que Raquel escondera em sua bagagem, Jacó fez uma pergunta a Labão: "Qual é minha transgressão? Qual é meu pecado, para que tu me venhas tão irado e me persigas? Procuraste tudo em minhas bagagens! O que encontraste em todos meus utensílios? Digas aqui, irmãos perante irmãos, para que eles julguem a nós dois". Diga-me quem são esses irmãos de Jacó e Labão que estão aqui presentes? Esaú, irmão de Jacó, certamente não estava lá, e Labão, o filho de Bethuel, não tinha irmãos, embora tivesse uma irmã, Rebeca.

Mt 13,55-56 e Mc 6,3 igualmente dizem:

"Este não é o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E suas irmãs não estão entre nós?"

Observe: apenas o "carpinteiro" é chamado de "o filho de Maria" e não "um dos filhos de Maria".

Algumas pessoas utilizam esses versículos para "provar" que Maria teve outros filhos. Veja também as seguintes passagens: Mt 12,46, Mc 3,31, Lc 8,19 e Jo 7,5.

Examinemos agora, com mais atenção, a Bíblia...

A palavra "irmãos" aparece aproximadamente 530 vezes na Bíblia; "irmão" aparece aproximadamente 350 vezes; uma variação de "irmãos" aparece uma única vez em Nm 36,11; "irmã" aparece aproximadamente 100 vezes; e "irmãs" aparece aproximadamente 15 vezes.

Irmãos: é o plural da palavra "irmão", conforme definem os dicionários.
Irmão: a palavra hebraica "Ha" é geralmente traduzida para "irmão". Já que o hebraico e o aramaico (no qual o evangelho segundo Mateus foi escrito) possuem bem menos palavras que o inglês ou o português, os judeus daquele tempo empregavam essa palavra num sentido mais amplo para expressar parentesco. Não existiam termos em hebraico para expressar os diferentes níveis e graus de parentesco. "Irmão" pode significar os filhos do mesmo pai e todos os membros masculinos da mesma clã ou tribo.

Em grego, no qual o evangelho segundo Marcos foi escrito, a palavra "irmão" é escrita como "adelphói", do grego "adelphós", significando membro seguidor de uma clã. Mesmo hoje, a palavra "irmão" é empregada com um significado mais extenso, incluindo amigos, aliados, discípulos e compatriotas. Não era diferente na época de Cristo. Em quatro dicionários que pesquisei, encontrei de três a quatro classes de significados para a palavra "irmão".

Por exemplo, se lermos Gn 29,15: "Então Labão disse a Jacó: por seres meu irmão...", certamente pensaremos que Jacó e Labão eram irmãos de sangue. Agora, se compararmos Gn 29,5: "...Conheceis Labão, filho de Nacor?..." com Gn 25,21-26, perceberemos que Jacó era o filho de Isaac e Rebeca. Labão era o filho de Nacor. Eles não eram irmãos de sangue, mas parentes.

Cristo diz à multidão e aos seus discípulos em Mt 23,1-8: "E vós todos sereis irmãos". Em Mt 12,50 e Mc 3,35, Jesus diz: "Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está no céu, é meu irmão, irmã e mãe". Este versículo diz isso tudo! Em 1Cor 15,6 fala-se que Jesus apareceu a quinhentos "irmãos" de uma só vez. Poderiam todos eles serem irmãos consaguíneos? Dificilmente. Também vemos Pedro falando diante de 120 irmãos em At 1,15-16. Paulo fala de alguém ser "chamado de irmão" em 1Cor 5,11. A Bíblia possui muitos outros versículos semelhantes.

Vamos agora considerar os quatro "irmãos" citados em Mc 6,3: Tiago, José, Simão e Judas...

Mc 15,40: "E também estavam ali algumas mulheres, olhando de longe. Entre elas estavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago o menor e de José, e Salomé". Estas eram as pessoas que estavam durante a crucifixão.
Jo 19,25: "Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe (Maria), a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cleofas e Maria Madalena".
Mt 10,2-3: ...TIAGO, o filho de Alfeu, e "Lebbaeus", cujo apelido era Tadeu". Alfeu é uma tradução alternativa de Cleofas ou Clopas, tratando-se, assim, da mesma pessoa.
At 1,13: "...TIAGO, o filho de Alfeu e SIMÃO zelota e JUDAS, o irmão de TIAGO."

A partir dessas quatro passagens, percebemos que existia uma "outra Maria", que era a esposa de Cleofas (Alfeu), e a mãe dos três "irmãos" de Jesus: Tiago Menor, José e Judas. Isso claramente mostra que Maria, a mãe de Jesus, não era a mãe de Tiago, José e Judas apresentados em Mc 6,3. Para manter Mc 6,3 em harmonia, já que os três não são filhos de Maria, mãe de Jesus, então SIMÃO também não é. SIMÃO é o cananita citado em Mc 3,18, também chamado de zelota em Mt 10,4, Lc 6,15 e At 1,13. Judas, que escreveu a Epístola de Judas, diz que é irmão de Tiago em Jd 1,1. Judas também é chamado de Tadeu em Mt 10,3 e em Mc 3,18. Isso foi feito para distingüí-lo de Judas Iscariotes. Lc 6,16 também distingue os dois ao dizer: "E Judas, o irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor".

Ainda sobre o tópico "Os outros filhos de Maria", tenho um outro ponto a destacar:

Jo 19,26-27: Quando Jesus viu sua mãe e, perto dela, o discípulo que ele amava..." - o discípulo era João, o autor do Evangelho segundo João - "... então ele disse ao discípulo: ‘Eis a tua mãe’". Por acaso era João filho de Maria e irmão consanguíneo de Jesus?

Leia os seguintes versículos para conferir:

Mc 1,19: "...ele viu Tiago, o filho de Zebedeu, e JOÃO, seu irmão."
Mc 3,17: "E Tiago, o filho de Zebedeu, e JOÃO, o irmão de Tiago."

Em nenhuma dessas passagens é dito que Jesus viu um irmão consanguíneo ou assim os reconheceu.

Mt 27,56: "Entre elas estavam Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago."
Mt 20,20: "Tiago (o menor), e José e a mãe dos filhos de Zebedeu."
Mc 15,40: "...entre as quais estavam Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago (o menor) e Salomé, (mãe dos filhos de Zebedeu)".
Lc 24,10: "Eram Maria Madalena... e Maria (a "outra Maria") a mãe de Tiago (o menor).

Uma comparação entre Mt 27,56 e Mc 15,40, claramente mostra que Zebedeu tinha uma esposa que se chamava Salomé. Ela é chamada de "mãe dos filhos de Zebedeu" em Mt 27,56 e Salomé em Mc 15,40. Eles tiveram dois filhos, João e Tiago, conforme Mc 3,17. O JOÃO que está aos pés da cruz e a quem Jesus confia sua mãe, não era filho de Maria, mãe de Jesus, mas do casal Zebedeu e Salomé. Se Jesus tivesse irmãos consanguíneos, por que ele não confiaria Maria aos cuidados destes seus "irmãos"? Seria assim que a lei judaica ordenaria...

Genealogia:


Zebedeu e Salomé: geraram Tiago e João

Cleofas (Alfeu) e Maria1: geraram Tiago (o menor), José e Judas

Espírito Santo e Maria: geraram Jesus, o Cristo

Esta "genealogia" apresenta qual é o verdadeiro parentesco dos "irmãos" apresentados em Mc 6,3 e Mt 13,55, tornando sem efeito o argumento da existência de "irmãos consaguíneos" do Senhor.

Notas Adicionais:

Mt 1,25: "E não a conheceu até que...". O antigo significado da palavra "até" ou "até que" informa uma ação que não ocorreu até certo ponto. Isso não implica que a ação tenha ocorrido depois. Veja Gn 8,7: "Soltou o corvo que foi e não voltou até que as águas secassem sobre a terra" e 2Sm 6,23: "E Micol, a filha de Saul não teve filhos até o dia de sua morte"; será que ela teve filhos após sua morte?.
Lc 1,34: "Então Maria disse ao anjo: ‘como isso poderá acontecer se eu não conheço2<?sup> varão?’". Isso significa que Maria não tivera relacionamentos com um homem antes da Anunciação e que, portanto, era virgem.
Lc 2,7: "E ela deu à luz o seu filho primogênito, envolvendo-o com faixas...". Na época da redação dos Evangelhos, a palavra "primogênito" significava o filho que abriu o útero. Veja: Ex 13,2 e Nm 3,12. O fato de Jesus ser primogênito não implica que Maria tenha tido outros filhos; o filho único também é primogênito.

Em lugar algum da Bíblia está escrito que Maria, a Mãe de Jesus, teve outros filhos. Então, por que alguns ainda insistem em dizer que ela os teve??

Outras referência bíblicas: Gn 8,7; 25,21-26; 29,5.15; Ex 13,2; Nm 3,12; 8,26; Dt 23,7; 1Sm 30,23; 2Sm 1,26; 6,23; 1Rs 9,13; 2Rs 10,13-14; 2Cr 29,34; Mt 1,25; 4,21; 10,2-4; 12:46; 12,50; 13,55-56; 20,20; 26,26; 27,56.61; 28,1; Mc 1,19; 2,14; 3,17-21.31.35; 6,3; 15,40.47; Lc 1,34; 2,7; 2,41-51; 5,10; 6,16; 8,19; 24,10; Jo 7,2-7, 19,25-27; At 1,13-16; Rm 8,29; 1Cor 5,11; 9,5; 15.6; Gl 1,19; 1Pd 5,12; Jd 1,1.

Vejam também:
http://www.universocatolico.com.br/index.php?/maria-teve-outros-filhos-os-irmaos-de-jesus.html

Grande abraço a todos, com isso fechamos a discussao.
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Os irmãos de Jesus - Página 5 Empty Re: Os irmãos de Jesus

Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Qua Set 14, 2011 5:52 am

OS IRMÃOS DE JESUS (1)

Este estudo surgiu da necessidade de responder a seguinte questão: Como os católicos explicam que Maria, a mãe de Jesus, não teve outros filhos, se a Bíblia afirma que “antes de co-habitar (com José) aconteceu que Maria concebeu pela virtude do Espírito Santo” (2) ; que “Maria deu à luz seu filho primogênito” (3); e que “Jesus é o filho do carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão”? (4)

Esta questão me foi enviada em 1980 por um evangélico que conheci ainda na minha infância. Conhecemo-nos no ano de 1967 na Escola Estadual Getúlio d’Andrade Lima, onde estudamos juntos a partir da 3ª série do curso primário, passamos pelo exame de admissão ao ginásio e permanecemos juntos na mesma turma de alunos até o 2º ano ginasial no Colégio Cenecista São José até o final do ano de 1972 na cidade de Bezerros, estado de Pernambuco. Após cinco anos estudando juntos, nosso convívio foi interrompido em 1973, quando decidi ir para o Seminário Seráfico Dom Vital em Maceió. Por sentir que a minha vocação não era para o sacerdócio, deixei o seminário e, em 1980, voltei para a minha cidade natal.

No nosso reencontro, muitas foram as perguntas que ele me fez sobre a religião católica, perguntas estas que na maioria das vezes conseguia responder com uma certa facilidade. Entretanto, esta questão a respeito dos “irmãos de Jesus” exigiu de mim um estudo profundo que procurei escrever para manter como documento dentre tantos outros que vinha escrevendo desde o ano de 1974.

Responder a esta questão foi uma tarefa muito longa, pois exigia de mim um estudo profundo das palavras das Sagradas Escrituras e de outros documentos da Igreja, e até mesmo porque nas nossas conversas ele trazia sempre outras indagações que eu não conseguia responder com base apenas na minha convicção religiosa, uma vez que tais indagações eram provenientes de um evangélico convicto, extremamente aplicado ao estudo bíblico e de irrepreensível zelo pela doutrina que professava.

Dentre os vários questionamentos inerentes a esta questão, ele afirmava que a Igreja Católica criou esta doutrina para combater os seus próprios erros denunciados de forma veemente pelo protestantismo de quase todas as denominações.

Procurei iniciar a minha resposta perquirindo o passado histórico da Igreja, buscando esclarecer a partir de quando houve uma preocupação do magistério eclesiástico neste sentido. A afirmação de que Maria, a Mãe de Jesus, não teve outros filhos surgiu no Concílio de Latrão, convocado pelo Papa Martinho I, no ano de 649.
Logo de início, percebe-se que esta afirmação não foi, como sugeriu o meu amigo, uma doutrina criada para combater os erros da Igreja Católica denunciados pelo protestantismo, pois este Concílio aconteceu 405 anos antes do cisma que deu origem a Igreja Ortodoxa, e 868 anos antes da chamada Reforma Protestante. Assim, fica, portanto, provado que este ensinamento não teve qualquer objetivo de combater as proposições dos chamados “reformadores”.

A afirmação da Igreja Católica que proclama que Maria não teve outros filhos segundo a carne não foge do ensinamento bíblico. Esta passagem conhecida como “os irmãos de Jesus” está no contexto do Novo Testamento e não pode ser compreendida pela descrição de versículos isolados, necessitando, portanto, de um exame profundo, conforme nos ensina o Evangelho:

“Errais não examinando as escrituras” (5).

A falta deste exame nos seus mínimos detalhes pode nos levar a vários equívocos, ou seja, pode nos conduzir a algumas conclusões que não correspondem à realidade a esse respeito, podendo também nos colocar na condição de deturpadores das Sagradas Escrituras, conforme nos adverte São Paulo:

“É que, de fato, não somos, como tantos outros, falsificadores da Palavra de Deus. Mas é na sua integridade, tal como procede de Deus, que nós a pregamos em Cristo, sob os olhares de Deus” (6).

É exatamente com esta preocupação que me proponho a discorrer sobre esta questão examinando as Escrituras Sagradas na sua totalidade, perquirindo cada versículo e confrontando-os com as várias informações obtidas para chegar ao conhecimento pleno da verdade. Por outro lado, faço referências a vários colóquios que foram surgindo nas minhas conversas com o meu amigo protestante que manifestam várias hipóteses que não julgo se perniciosas ou não, mas que de certa maneira, maculam ou tentam macular a pessoa da Mãe de Jesus.

Em um primeiro momento, antes de uma análise mais profunda, valho-me da descrição de dois trechos dos Evangelhos que, de maneira muito simples, deixam claro, pela lógica natural de suas próprias descrições, sem haver necessidade da complementação de outros textos ou versículos, que a Mãe de Jesus não teve outros filhos. Estes textos se tornam ainda mais importantes a partir do momento em que os analisamos como fatores do tempo que delimitam a manifestação da vida pública de Jesus. Em outras palavras, estes textos nos colocam diante dos cenários que correspondem ao início e ao término de sua pregação enquanto homem.

O primeiro fato se refere a festa da páscoa, quando Jesus tinha 12 anos:

“Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. Tendo ele atingido doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa. Acabados os dias da festa, quando voltaram, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que os seus pais o percebessem. Pensando que ele estivesse com os seus companheiros de comitiva, andaram caminho de um dia e o buscaram entre os parentes e conhecidos. Mas não o encontrando, voltaram a Jerusalém, à procura dele. Três dias depois o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os” (7).

Dentre todos os aspectos analisados, percebe-se que o texto supõe que a caravana dos parentes de Jesus se dividia em vários grupos e que na viagem de volta de Jerusalém Jesus não se encontrava em nenhum deles. Assim, Jesus relativisava a sua relação com Maria enquanto sua mãe carnal e com José enquanto seu pai legal, para submeter-se incondicionalmente à sua relação com o Pai Celestial. Mas o que mais me chama a atenção é que o texto das Sagradas Escrituras não nos revela onde estariam os irmãos de Jesus, nem com quem e onde os pais os teriam deixado. Esta passagem nos dá a dimensão exata de que Jesus era o único filho de Maria, não possuindo quaisquer irmãos.

O segundo fato, quando Jesus estava crucificado, narra o seguinte:

“Quando (da cruz) Jesus viu sua mãe (Maria) e perto dela o discípulo que amava (João), disse a sua mãe: ‘Mulher, eis aí o teu filho’. Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí tua mãe’. E dessa hora em diante o discípulo a levou para sua casa” (8).

Com base nesta passagem, surgem duas questões cujas respostas se configuram em razões muito ricas de propriedade que, na análise mais simples e mais lógica deste texto das Sagradas Escrituras, confirmam esta afirmação da Santa Igreja de que Maria não teve outros filhos além do Filho de Deus:
Por que Jesus entregaria sua mãe aos cuidados do apóstolo João, se sabia que ela tinha outros filhos?
Do mesmo modo, por que o apóstolo João, também sabendo que Maria tinha outros filhos, a levaria para a sua casa?

Poderia alguém afirmar que essa justificativa se fundamenta no senso comum, já que o princípio utilizado para esta explicação partiu simplesmente da interpretação natural daquilo que está escrito. Assim sendo, embora que para mim esta interpretação seja o suficiente, faço questão de analisar o sentido pleno das Sagradas Escrituras, para responder a esta questão com dados extremamente precisos e que não deixem qualquer espaço para dúvidas e questionamentos que possam fugir da verdade.

A pergunta do meu amigo faz alusão a três citações bíblicas que, consideradas no seu sentido estritamente literal, fundamentam tal equívoco. Assim, tratarei, doravante, de tecer alguns comentários que são de caráter imprescindível para a compreensão desta matéria no que diz respeito as expressões co-habitar, primogênito e irmãos.

A palavra “co-habitar” significa habitar com, morar na mesma casa. O fato de uma pessoa morar na mesma casa com outra pessoa de diferente sexo não significa afirmar que entre elas exista relacionamento sexual. Neste caso específico, em relação à Mãe de Jesus, me parece haver uma intenção eivada de um sentido perverso que toma em desrespeito as palavras do Evangelho. São Mateus afirmou apenas que Maria concebeu pela graça do Espírito Santo antes de morar com José. Ele não relata se ela teve ou não relações sexuais com José, mas muito pelo contrário, deixa claro que Maria se tornou esposa do Espírito Santo, pois d’Ele concebeu o Filho de Deus que se fez homem, o que não deixa qualquer espaço para uma interpretação na qual Maria trairia o Espírito Santo de Deus ao se entregar a José na prática do adultério, uma vez que se tornou esposa do Espírito Santo (9). Assim, em se tomando como base o campo das hipóteses, como é o caso de quem deu origem a essa interpretação equivocada, logo se percebe que não existe fundamento nem mesmo neste campo das hipóteses, uma vez que no próprio texto, o autor se refere à concepção pela ação do Espírito Santo. Portanto, tudo o que passar disso se constitui em hipóteses e pensamentos humanos que, na linguagem científica, têm a finalidade de falsear uma verdade e criar uma nova tese a respeito da matéria em estudo.

A expressão “primogênito” se refere ao primeiro filho, e quando se utiliza esta expressão, não se está afirmando necessariamente que existem outros filhos além do primeiro. Uma mulher pode dar à luz ao filho primogênito e não ter mais outros filhos, como foi o caso da Mãe de Jesus. Convém recordar que em nenhuma passagem das Sagradas Escrituras está escrito que Maria teve outros filhos na condição de genitora.

Por último, a palavra “irmãos” na linguagem das Sagradas Escrituras é muito rica de significados e não deve ser compreendida apenas no seu sentido estritamente literal. Foi essa interpretação no sentido estritamente literal que os levou a este equívoco, dentre tantos outros que se proliferam e tratam de mutilar ainda mais o Corpo Místico de Cristo que é a sua Igreja.

No caso dos chamados “irmãos de Jesus”, toda a polêmica se estabeleceu a partir da afirmação bíblica de que Jesus é “irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão” (10). Este versículo faz literalmente alusão aos “irmãos de Jesus”. Entretanto, pela própria ação do Espírito Santo de Deus, para não deixar o texto vulnerável a interpretações errôneas, os “irmãos do Senhor” são relacionados pelos seus próprios nomes. Assim, cabe a cada um de nós, de posse das Sagradas Escrituras, debruçar-se no seu estudo minucioso para chegar ao conhecimento da verdade e não permitir que as mesmas Escrituras sejam deturpadas, conforme elas mesmas nos advertem:

“Nelas (Cartas de São Paulo) há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras (outros livros da Bíblia)” (11).

Para a compreensão da verdade a respeito dos chamados “irmãos do Senhor”, se faz necessário o exame dos textos paralelos, a elucidação das árvores genealógicas das pessoas citadas no texto e o estudo das conotações das palavra “irmãos” na linguagem e no percurso histórico das Sagradas Escrituras.

Antes de revisitar os textos paralelos das Sagradas Escrituras, faço um breve estudo a respeito das várias conotações e significados da palavra “irmãos” na descrição do seu texto.
A palavra “irmãos” pode significar os filhos nascidos dos mesmos pais:

“Adão conheceu Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu a luz Caim, e disse: ‘possuí um filho com a ajuda do Senhor’. E deu em seguida a luz Abel, irmão de Caim" (12).

De outra maneira, na linguagem bíblica, a palavra “irmãos” pode significar parentes:

“Abraão partiu, como o Senhor lhe tinha dito, e Lot foi com ele (...). Tomou Sarai, sua mulher, e Lot, filho do seu irmão. (...) Abraão disse a Lot: ‘rogo-te que não haja discórdia entre mim e ti, nem entre nossos pastores, pois somos irmãos” (13).

Nesta passagem, percebe-se que Lot, a quem Abraão chamou de irmão, era na verdade seu sobrinho, filho do seu irmão e, portanto, parente próximo.

Também são chamados de “irmãos” os pertencentes a uma mesma tribo:

“O rei Davi mandou aos sacerdotes Sadoc e Abiatar a seguinte mensagem: Eis o que direis aos anciãos de Judá:: Por que seríeis vós os últimos a reconduzir o rei para a sua casa? Vós sois meus irmãos, meus ossos e minha carne” (14).

Ainda são chamados de “irmãos” os que, renascidos pela fé e pelo batismo, invocam um mesmo Pai celeste, conforme:

“Aquele para que e por quem todas as coisas existem, desejando conduzir à glória numerosos filhos, deliberou elevar à perfeição, pelo sofrimento, o autor da salvação deles, para que santificador e santificados formem um só todo. Por isso (Jesus) não hesita em chamá-los seus irmãos” (15).

Conhecidas, dentre outras, estas formas de que a Bíblia se serve para designar o que são “irmãos”, antes de tomar a Palavra de Deus no sentido literal, é necessário analisar, perquirindo em cada um dos seus detalhes, quem eram aquelas quatro pessoas que o evangelista descreve como sendo “irmãos do Senhor”. Esta análise implica necessariamente a revisão dos textos sagrados onde estão descritos estes personagens, partindo de Tiago que encabeça a lista dos possíveis “irmãos do Senhor”.

As Sagradas Escrituras fazem alusão a dois personagens com o nome de Tiago, sendo ambos apóstolos do Senhor. Nesta perspectiva, o ato de identificação desses personagens nos transporta à verificação dos textos nos quais Jesus escolheu os seus apóstolos, comparando-os em cada detalhe, no sentido de elucidar com precisão a identidade dessas pessoas. Os evangelhos sinóticos nos apresentam os dois apóstolos com o nome de Tiago, descrevendo os nomes dos seus pais, como também alguns dos seus irmãos, de uma maneira tal que a questão vai começando a ser esclarecida:

“Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. (...). Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu” (16).

“Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais pôs o nome de Boanerges, que quer dizer Filhos do Trovão. (...). Tiago, filho de Alfeu” (17).

“Tiago, João, (...), Tiago, filho de Alfeu; Simão, chamado Zelador; Judas irmão de Tiago” (18).

Ainda para corroborar com esta exposição dos evangelhos sinóticos, o livro dos Atos dos Apóstolos narra o seguinte:

“Eram eles: (...), Tiago, (...), Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago” (19).

De acordo com estas citações, fica muito claro que havia dois apóstolos com o nome de Tiago e que, curiosamente, nenhum dos dois era filho de José. O primeiro é filho de Zebedeu e irmão de João. O segundo é filho de Alfeu e irmão de Judas Tadeu.


Neste estudo, fica muito claro que o nome de Tadeu que aparece como irmão de Tiago nos Evangelhos segundo São Mateus e São Marcos, nas narrações do evangelho segundo São Lucas e dos Atos dos Apóstolos aparece com o nome de Judas. Assim, chega-se à conclusão de que, entre os apóstolos existiam dois Judas, um era Judas Iscariotes que foi o traidor, e o outro era Judas Tadeu, filho de Alfeu e irmão de Tiago.

Há ainda outra descrição das Sagradas Escrituras que corrobora de maneira inquestionável com a compreensão desta questão, deixando muito claro que o Tiago que é descrito nas Sagradas Escrituras como sendo um dos irmãos do Senhor é também um dos seus doze apóstolos:

“Dos outros apóstolos não vi mais nenhum, a não ser Tiago, irmão do Senhor” (20).

As Sagradas Escrituras não fazem referência a nenhum filho de José segundo a carne, como também não faz referência a qualquer apóstolo com o nome de Tiago que seja filho de José. Logo, a concepção de que Maria não teve outros filhos segundo a carne ganha um respaldo ainda maior a partir do momento em que temos a convicção de que, nas mesmas Escrituras, o Tiago chamado irmão do Senhor é um dos seus apóstolos (21). Revisitando os textos que descrevem os nomes dos doze apóstolos nos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos, percebemos que os dois apóstolos que têm o nome de Tiago são, respectivamente, filhos de Zebedeu e de Alfeu, e não de José.

Considerando os nomes dos irmãos dos dois apóstolos chamados de Tiago, chegamos a conclusão de que o primeiro é filho de Zebedeu e irmão de João (22) e que o segundo é filho de Alfeu e irmão de Judas (23). Assim, comparando estes nomes com os descritos no Evangelho segundo São Marcos (24) como sendo “irmãos do Senhor”, fica descartada a hipótese de ser irmão do Senhor o primeiro Tiago (Tiago Maior), uma vez que este tem um irmão com o nome de João, nome este que não consta na lista dos “irmãos do Senhor”.

Há outras três narrativas dos Evangelhos que nos esclarecem ainda mais esta questão dos chamados “irmãos do Senhor”, descrevendo ainda com maior precisão os nomes dos seus pais e seus irmãos no momento em que Jesus estava crucificado:

“Havia ali também algumas mulheres que de longe olhavam; tinham seguido Jesus desde a Galiléia para o servir. Entre elas se achavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu” (25).

“Achavam-se ali também umas mulheres, observando de longe, entre as quais, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé, que o tinham seguido e o haviam assistido quando ele estava na Galiléia” (26).

“Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe (Maria), a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cleófas e Maria Madalena” (27).

Estas três passagens dos Evangelhos nos mostram claramente que, por ocasião da morte de Jesus, dentre outras mulheres, estavam presentes Maria (Mãe de Jesus), Maria Madalena, Maria (irmã da mãe de Jesus, mulher de Cleofas e mãe de Tiago menor, de Judas Tadeu e de José) e, finalmente, Salomé (mãe de Tiago Maior e de João Evangelista).

Não há um registro claro a respeito dos pais de Simão na descrição dos doze apóstolos de Jesus. Nas quatro descrições dos apóstolos (28), o seu nome sempre aparece junto a outros três dos cinco filhos de Alfeu (29). Este fato comum nas quatro descrições dos apóstolos deixa subentendido que Simão é também filho de Alfeu, o que fica confirmado a partir do momento em que perquirimos o sentido pleno das Sagradas Escrituras, principalmente levando em consideração que o Evangelho afirma que Tiago, Judas Tadeu, José e Simão são irmãos (30). Desta forma, sendo irmãos, como narra o Evangelho, são, portanto, filhos do mesmo pai. Neste caso, não me resta qualquer dúvida que são todos eles filhos de Alfeu, também chamado Cleofas, que também é pai de Mateus, conhecido como Levi, o publicano (31).

Fundamentado no estudo histórico, genealógico e exegético, tenho a convicção de que os chamados “irmãos do Senhor” não eram seus irmãos carnais. Eles eram sobrinhos da Mãe de Jesus, sendo, portanto, primos legítimos (do primeiro grau) do seu único filho.

Ainda na conclusão deste estudo, fugindo um pouco do contexto das Sagradas Escrituras, quero transcrever alguns colóquios de Martinho Lutero, o pai do protestantismo que, apesar de ter sido o principal protagonista da fragmentação do Corpo Místico de Cristo que é a sua única Igreja, jamais se dissociou da devoção a Mãe de Jesus:

“Devemos honrar Maria como ela mesmo desejou e expressou no Magnificat. Louvou a Deus por suas obras. Como, então, podemos exaltá-la? A honra verdadeira de Maria é a honra de Deus, louvor à graça de Deus. Maria não é nada para si mesma, mas para a causa de Cristo. Maria não deseja com isso que nós a contemplemos, mas, através dela, Deus” (32).

“Cristo era o único filho de Maria. Das entranhas de Maria, nenhuma criança além dele. Os “irmãos” significam realmente “primos” aqui: A Sagrada Escritura e os judeus sempre chamaram os primos de irmãos” (33).

“Deus não recebeu a sua divindade de Maria; todavia, não segue que seja conseqüentemente errado afirmar que
Deus foi carregado por Maria, que Deus é filho de Maria, e que Maria é a Mãe de Deus. Ela é a Mãe Verdadeira de Deus, a portadora de Deus. Maria amamentou o próprio Deus; Ele foi embalado para dormir por ela, foi alimentado por ela, etc.. Para o Deus e para o homem, uma só pessoa, um só filho, um só Jesus, e não dois Cristos, assim como o seu filho não são dois filhos, mesmo que tenha duas naturezas” (34).

“Não se pode haver nenhuma dúvida que a Virgem Maria está no céu. Como isso aconteceu, nós não sabemos. E já que o Espírito Santo não nos revelou nada sobre isso, não podemos fazer disso um artigo de fé. É suficiente sabermos que Ela vive em Cristo. A veneração a Maria está inscrita no mais profundo do coração humano” (35).

Nestes retalhos dos escritos de Martinho Lutero, percebemos que, apesar de já ter assumido a condição de protestante, como pai do protestantismo, ele jamais ousou deixar de render culto a Mãe de Jesus, jamais negou a sua virgindade perpétua, jamais aceitou que ela tivesse outros filhos segundo a carne, jamais negou que ela esteja nos céus.

Por ultimo, quero deixar bem claro que não me compete julgar as intenções daqueles que levantaram esta polêmica inerente aos chamados “irmãos de Jesus”, que se constitui em um grave erro de interpretação das Sagradas Escrituras. Mas por outro lado, em defesa da fé e da verdadeira doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo confiada a sua única e verdadeira Igreja da qual, pela sua graça, faço parte, não posso me omitir de tecer alguns questionamentos que se fundamentam no depósito da fé e que estão de acordo com as Sagradas Escrituras.

Afirmar que a Mãe de Jesus teve outros filhos é reduzi-la à condição de adúltera. Corresponde a afirmar que ela teria praticado adultério com Alfeu ou Cleófas, esposo de sua irmã e pai de Tiago, Judas Tadeu, Simão, José e Mateus. Corresponde a afirmar que ela teria traído o Espírito Santo de Deus. Porquanto, está escrito: “Não cometerás adultério” (36). Teria a Mãe de Jesus, para atender aos ensinos dos chamados “protestantes”, sendo “cheia de graça, (...), bendita entre as mulheres, (...) e bem-aventurada” (37), transgredido o mandamento da Lei de Deus?

Também está escrito: “Não levantarás falso testemunho” (38). Como se pode levantar um falso testemunho a respeito da Mãe de Jesus, maculando a sua honra e reduzindo-a à condição de meretriz?

Afirmar que a Mãe de Jesus teve outros filhos é negar várias verdades das Sagradas Escrituras. É blasfemar na sua forma mais contundente, mais aguda e mais grave. É afirmar a infidelidade da Virgem Maria ao seu divino esposo que é o Espírito Santo de Deus, e neste sentido, também está escrito: “A blasfêmia contra o Espírito Santo não é perdoada nem neste século, nem no século vindouro” (39).

Maria Santíssima é, portanto, mãe carnal apenas de Jesus, o Filho de Deus. O que passar disso vem do maligno, pois também está escrito:

“De fato não há dois evangelhos: há apenas pessoas que semeiam a confusão entre vós e querem perturbar o evangelho de Cristo. Ainda que alguém, nós ou um anjo baixado do céu, anunciasse um evangelho diferente do que vos tenho anunciado, que ele seja anátema. Repito aqui o que acabamos de dizer: se alguém pregar uma doutrina diferente da que de nós recebestes, seja ele excomungado!” (40).

Por último, dedico este meu trabalho a todos aqueles que, seguindo o que a Bíblia diz, na única e verdadeira Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, proclamam a sua mãe “bem-aventurada”.

Notas:

1. Texto elaborado por Flávio Roberto Brainer de Oliveira, com o intuito de esclarecer os católicos a respeito da verdadeira devoção a Nossa Senhora como Mãe de Deus, como Mãe de Jesus Cristo, como nossa Mãe e como Mãe da única e verdadeira Igreja Católica Apostólica Romana.
2. Mt 1,18.
3. Lc 2,7.
4. Mc 6,3.
5. Mt 22,29.
6. 2Cor 2,17.
7. Lc 2, 41-46.
8. Jo 19, 26-27.
9. Numa linguagem vulgar, afirmar que Maria teve relacionamento sexual com José ou com qualquer outro homem, corresponde a afirmar que o Espírito Santo de Deus é esposo de uma adúltera, o que corresponde a uma blasfêmia imperdoável, de acordo com o que nos ensinam as Sagradas Escrituras: “Porque eu vos digo que qualquer pecado ou blasfêmia podem ser perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não tem perdão” (Mt 12, 31).
10. Mc 6,3.
11. 2Pd 3,16.
12. Gn 4,1-2.
13. Gn 12, 4-5.13,8.
14. 2Sm 19,11-12.
15. Hb 2,10-11.
16. Mt 10,2-4.
17. Mc 3,16-19.
18. Lc 6, 13-16.
19. At 1,13.
20. Gl 1,19.
21. Gl 1,19.
22. Mt 10,2-4; Mc 3,16-19
23. Lc 6,13-16; At 1,13
24. Tiago, José, Judas e Simão (Mc 6,3)
25. Mt 27,55-56.
26. Mc 15,40-41
27. Jo 19,25
28. Mt 10,2-4; Mc 3, 16-19; Lc 6,13-16; At 1,13.
29. Tiago Menor, Judas Tadeu e José.
30. Mc 6,3.
31. Mc 2,14
32. Martinho Lutero. Explicação do Magníficat., 1.521.
33. Martinho Lutero. Sermões sobre Jo 1-4, 1.534 – 39.
34. Martinho Lutero. Nos Conselhos e na Igreja, 1.539.
35. Martinho Lutero. Sermão de 1º de setembro de 1522.
36. Ex 20,14; Dt 5,18; Mt 5,27; 19,18; Mc 10,19; Lc 18,20; Rm 13,9.
37. Lc 1,28.42.48.
38. Ex 20,16; Dt 5,20; Mt 19,18; Mc 10,19; Lc 18,20.
39. Mt 12,31-32; Mc 3,28-30; Lc 12,10.
40. Gl 1,7-9

Grande abraço a todos.
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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Qua Out 05, 2011 12:05 pm

Caros amigos,

Vejam como se percebe o pensamento malicioso de quem é capaz de deturpar a verdade de acordo com sua própria concupiscência e com a sua própria conveniência:

Com certeza a Sra. "quemtembocadizaverdade" não leu o texto, nem o confrontou com as Sagradas Escrituras.

O que está escrito no texto é muito claro e mostra DE ACORDO COM AS SAGRADAS ESCRITURAS QUE TIAGO, JUDAS, SIMÃO E JOSÉ, OS CHAMADOS IRMÃOS DO SENHOR, SÃO NA VERDADE FILHOS DE ALFEU.

Vejam como está no texto:

"Afirmar que a Mãe de Jesus teve outros filhos é reduzi-la à condição de adúltera. Corresponde a afirmar que ela teria praticado adultério com Alfeu ou Cleófas, esposo de sua irmã e pai de Tiago, Judas Tadeu, Simão, José e Mateus."

Em nenhum momento eu citei que Maria tendo relações com José (FATO QUE A BÍBLIA NÃO RELATA) teria se tornada adúltera. Eu me referi a essa possibilidade de adultério no caso de, como insinuam os protestantes, ter mantido relações sexuais com Alfeu, também conhecido como Cleofas que, DE ACORDO COM AS SAGRADAS ESCRITURAS, é o pai dos chamados "irmãos do Senhor".

Um grande abraço a todos !!!
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Mensagem por Manuel Portugal Pires Sex Out 07, 2011 4:42 pm

A conclusão de que «os irmão do Senhor» são filhos de Alfeu ou de Cleofas, não é bíblica mas teológica.
A teologia católica só admite 2 Tiagos: o menor (mencionado na biblia) e o maior por dedução teológica.
No entanto li algures que a teologia oriental dos ortodoxos admite a ideia de 3 Tiagos:
1) o «menor» - como mencionado na Bíblia, filho de Alfeu.
2) o «maior», por dedução teológica, como fazem os católicos.
3) o «justo», que é identificado com o «irmão do Senhor».

Assim para os teólogos católicos, nas suas conclusões teológicas pensam que Tiago-menor e Tiago (o Justo), o irmão do Senhor e bispo de Jerusalém são a mesma pessoa.
Ao passo que os que identificam 3 Tiagos pensão de maneira diferente.

Há, na verdade as duas teses que convém não confundir.
Se as confundirmos passamos a utilizar linguagens diferentes e contraditórias.
Manuel Portugal Pires
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Os irmãos de Jesus - Página 5 Empty Re: Os irmãos de Jesus

Mensagem por Pe. Anderson Seg Out 10, 2011 5:05 pm

Caros amigos,

Agradeço de coraçao a explicaçao tao clara e bem desenvolvida do Flávio. Com esses textos fica claro que os "irmaos de Jesus" sao parentes próximos do Senhor e que nao há nenhum texto bíblico que afirme que Maria e José tivessem tido filhos. Que o supoe, só faz baseado em falsos fundamentos, que nao sao bíblicos e nao tem base na história da Igreja.

Evidentemente a afirmaçao de que Tiago é filho de Alfeu e nao de José é teológica. Porque, como disse o Concílio Vaticano II, a "Sagrada Escritura é a alma da Teologia". Toda afirmaçao teológica está baseada nas Sagradas Escrituras e nao pode haver nenhuma afirmaçao teológica, da Teologia autenticamente católica que contrarie as Escrituras. Quem afirma ou pensa o contrário só demonstra que nao conhece ou as Escrituras ou a Teologia Católica.

Por isso é evidente que a afirmaçao teológica de Tiago ser filho de Alfeu está explicita nas Sagradas Escrituras, em textos que alguns insistem em ignorar. Os textos já foram apresentados aqui, mas para nao ter dúvidas, os expomos novamente.

Mc 15,40: "E também estavam ali algumas mulheres, olhando de longe. Entre elas estavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago o menor e de José, e Salomé".

Jo 19,25: "Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe (Maria), a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cleofas e Maria Madalena".

Mt 10,2-3: ...TIAGO, o filho de Alfeu, e "Lebbaeus", cujo apelido era Tadeu". Alfeu é uma tradução alternativa de Cleofas ou Clopas, tratando-se, assim, da mesma pessoa.

At 1,13: "...TIAGO, o filho de Alfeu e SIMÃO zelota e JUDAS, o irmão de TIAGO."

A partir dessas quatro passagens, percebemos que existia uma "outra Maria", que era a esposa de Cleofas (Alfeu), e a mãe dos três "irmãos" de Jesus: Tiago Menor, José e Judas. Isso claramente mostra que Maria, a mãe de Jesus, não era a mãe de Tiago, José e Judas apresentados em Mc 6,3. Para manter Mc 6,3 em harmonia, já que os três não são filhos de Maria, mãe de Jesus, então SIMÃO também não é. SIMÃO é o cananita citado em Mc 3,18, também chamado de zelota em Mt 10,4, Lc 6,15 e At 1,13. Judas, que escreveu a Epístola de Judas, diz que é irmão de Tiago em Jd 1,1. Judas também é chamado de Tadeu em Mt 10,3 e em Mc 3,18. Isso foi feito para distingüí-lo de Judas Iscariotes. Lc 6,16 também distingue os dois ao dizer: "E Judas, o irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor".

Jo 19,26-27: Quando Jesus viu sua mãe e, perto dela, o discípulo que ele amava..." - o discípulo era João, o autor do Evangelho segundo João - "... então ele disse ao discípulo: ‘Eis a tua mãe’". Por acaso era João filho de Maria e irmão consanguíneo de Jesus?

Leia os seguintes versículos para conferir:

Mc 1,19: "...ele viu Tiago, o filho de Zebedeu, e JOÃO, seu irmão."
Mc 3,17: "E Tiago, o filho de Zebedeu, e JOÃO, o irmão de Tiago."

Em nenhuma dessas passagens é dito que Jesus viu um irmão consanguíneo ou assim os reconheceu.

Mt 27,56: "Entre elas estavam Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago."
Mt 20,20: "Tiago (o menor), e José e a mãe dos filhos de Zebedeu."
Mc 15,40: "...entre as quais estavam Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago (o menor) e Salomé, (mãe dos filhos de Zebedeu)".
Lc 24,10: "Eram Maria Madalena... e Maria (a "outra Maria") a mãe de Tiago (o menor).

Uma comparação entre Mt 27,56 e Mc 15,40, claramente mostra que Zebedeu tinha uma esposa que se chamava Salomé. Ela é chamada de "mãe dos filhos de Zebedeu" em Mt 27,56 e Salomé em Mc 15,40. Eles tiveram dois filhos, João e Tiago, conforme Mc 3,17. O JOÃO que está aos pés da cruz e a quem Jesus confia sua mãe, não era filho de Maria, mãe de Jesus, mas do casal Zebedeu e Salomé. Se Jesus tivesse irmãos consanguíneos, por que ele não confiaria Maria aos cuidados destes seus "irmãos"? Seria assim que a lei judaica ordenaria...

Portanto:

Zebedeu e Salomé: geraram Tiago e João

Cleofas (Alfeu) e Maria1: geraram Tiago (o menor), José e Judas

Espírito Santo e Maria: geraram Jesus, o Cristo

Mc 3,16-19: “Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais pôs o nome de Boanerges, que quer dizer Filhos do Trovão. (...). Tiago, filho de Alfeu”.

Lc 6, 13-16: “Tiago, João, (...), Tiago, filho de Alfeu; Simão, chamado Zelador; Judas irmão de Tiago”.

Ainda para corroborar com esta exposição dos evangelhos sinóticos, o livro dos Atos dos Apóstolos narra o seguinte:

At 1,13: “Eram eles: (...), Tiago, (...), Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago” (19).

De acordo com estas citações, fica muito claro que havia dois apóstolos com o nome de Tiago e que, curiosamente, nenhum dos dois era filho de José. O primeiro é filho de Zebedeu e irmão de João. O segundo é filho de Alfeu e irmão de Judas Tadeu.

Entao, até hoje, de acordo com as Sagradas Escrituas ninguem conseguiu provar que Maria e José tiveram filhos, ou relaçao sexual. Nao há nenhuma palavra sobre isso nas Sagradas Escrituras e as mesmas demonstram claramente quem sao os "irmaos de Jesus". Afirmar o contrário nao tem nenhum fundamento bíblico, só é baseado na imaginaçao humana, em suposiçoes infundadas e fantasiosas.

È verdade que as Igrejas Orientais supoem que houve 3 Tiagos, mas os textos bíblicos nao deixam claro se foram 2 ou 3. Cada um é livre para pensar como quiser nesse assunto. O que é claríssimo é que o Tiago irmao do Senhor nao é irmao sanguineo de Jesus Cristo, como demonstram os textos bíblicos antes citados.

Para concluir devo dizer que Maria é sim Mae de todos os cristaos, num sentido espiritual. O Concílio Vaticano II afirma da seguinte maneira:

O influxo salutar de Maria e a mediação de Cristo

60. O nosso mediador é só um, segundo a palavra do Apóstolo: «não há senão um Deus e um mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, que Se entregou a Si mesmo para redenção de todos (1 Tim. 2, 5-6). Mas a função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; manifesta antes a sua eficácia. Com efeito, todo o influxo salvador da Virgem Santíssima sobre os homens se deve ao beneplácito divino e não a qualquer necessidade; deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na Sua mediação e dela depende inteiramente, haurindo aí toda a sua eficácia; de modo nenhum impede a união imediata dos fiéis com Cristo, antes a favorece.

A maternidade espiritual

61. A Virgem Santíssima, predestinada para Mãe de Deus desde toda a eternidade simultâneamente com a encarnação do Verbo, por disposição da divina Providência foi na terra a nobre Mãe do divino Redentor, a Sua mais generosa cooperadora e a escrava humilde do Senhor. Concebendo, gerando e alimentando a Cristo, apresentando-O ao Pai no templo, padecendo com Ele quando agonizava na cruz, cooperou de modo singular, com a sua fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a vida sobrenatural. É por esta razão nossa mãe na ordem da graça.

Fonte: http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19641121_lumen-gentium_po.html

Com isso nada mais fica para ser respondido nesse tópico, por isso o fechamos. Se alguem tiver algo de novidade para dizer, envie-nos por mensagem pessoal ou que abra novo tópico (desde que nao seja repetitivo).

Um grande abraço e que o Senhor abençoe a todos.
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Mensagem por Geovanni146 Ter Mar 06, 2012 8:57 pm

Olá pessoal, paz de Cristo.

Tá difícil acrescentar alguma coisa no que vem sendo discutido pelos colegas, mas vamos lá.

Manuel Portugal Pires disse: O que me inquieta a mim é saber a razão de proclamar a virgindade após parto da mãe de Yeshua. Se ela continuou ou não virgem até à morte é uma questão que só a ela e seu marido diz respeito.
Contudo qual é a razão (se é que a há) em tanto insistirem (incluindo Jerónimo do sec. IV e V e Agostinho também da mesma época) nessa suposta virgindade perpétua?! ...


A questão da proclamação do dogma da perpétua virgindade de Maria, que está a inquietar o amigo, para um bom entendimento, é preciso que analisemos o contexto histórico que se dá o início desse importante dogma.

Já nos primórdios do cristianismo os docetistas, que negavam a realidade da encarnação de Jesus, a maternidade de Maria prova que a humanidade de Cristo é verdadeira; e contra as heresias que pretenderão negar a DIVINDADE de Jesus, o dogma do nascimento VIRGINAL chama a atenção para a TRANSCENDÊNCIA daquele que se fez homem de uma forma DIFERENTE daquela pela qual nascem os homens. Já Santo Inácio de Antioquia escrevia, por volta do ano 100: "Fechai os ouvidos a quem vos fale sem confessar que Jesus Cristo, descendente de Davi, nasceu da "Virgem Maria"; e, na sua Epístola aos Efésios, tem estas palavras profundas: "O príncipe deste mundo ignora a virgindade de Maria, o seu parto e a morte do Senhor, três mistérios retumbantes, realizados no silêncio de Deus". (Fonte: A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires, de Daniel Rops)

E não sem razão, os santos doutores citados pelo amigo, continuarão afirmando o mesmo, pois no seu tempo a Igreja combatia tais heresias também(arianismo?), que negavam a divindade de Jesus. No nosso tempo pululam as seitas que pretendem o mesmo.

E embora a promulgação desse dogma só tenha ocorrido por volta do ano mil oitocentos (não me lembro bem), ele não criou essa verdade, apenas ratificou o que já vinha sendo proclamado como verdade de fé desde o principio da cristandade.

Abraço a todos.
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Mensagem por Rafael Monteiro Qui Mar 15, 2012 9:59 pm

"E, apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: Eis aqui minha mãe e meus irmãos.
Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe."
(Mateus 12:49-50)


"Em sete textos do Novo Testamento são mencionados os “irmãos” de Jesus (Mc 6,3; Mc 3,31-35; Jo 2,12; Jo 7,2-10; At 1,14; Gl 1,19; 1 Cor 9,5). Segundo Mc 6,3 chamavam-se Simão, Tiago, José e Judas. O episódio da peregrinação aos doze anos, quando os pais não deixariam o lar por quinze dias com filhos pequenos (Lc 2,41-42), e o episódio da entrega da mãe a João na cruz seriam incompreensíveis se Jesus tivesse outros irmãos em casa (Jo 19,26s). O termo irmão usado supõe um contexto lingüístico pobre de vocabulário: a palavra aramaica “irmão” podia significar não somente os filhos dos mesmos genitores, mas os primos ou parentes mais distantes. Com efeito, Tiago e José, “irmãos de Jesus” (Mt 13,55), são filhos de outra Maria, discípula de Jesus (Mt 28,1). Trata-se de parentes próximos de Jesus, chamados de irmãos, consoante uma expressão conhecida do Antigo Testamento (Gn 13,8; 14,16; 29,15). “O que foi gerado nela vem do Espírito Santo”, diz o anjo a José acerca de Maria, sua noiva (Mt 1,20). A Igreja sempre entendeu que essas passagens não designam outros filhos da Virgem Maria. Cristo é o Filho único de Maria, nela concebido pelo poder do Espírito Santo."
(Sou Católico, Vivo minha fé - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - Edições CNBB)
ISBN 13: 9788560263110

Esse tema já foi amplamente debatido e refutado aqui neste fórum/tópico, em vez de escrever asneiras, vá ler o tópico, e que vá defender sua tese maluca naquele seu site lá da sua Igreja Seita.
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Mensagem por Administrador Sex Mar 16, 2012 12:03 am

é impressionante como não levam em consideração o que já foi postado. Bom vou repetir o que já foi dito mais de uma vez... Essa questão não era nem considerada no início do Cristianismo... mas vamos lá, de novo responder... Ou melhor colar a resposta já dada....

"CAPÍTULO 13

A última proposição de Helvídio era esta, e era o que ele queria demonstrar quando tratou dos primogênitos, afirmando que são citados nos Evangelhos os irmãos de Jesus. Por exemplo: "Ora, sua mãe e seus irmãos permaneciam procurando falar com Ele". E em outro lugar: "Depois disso Ele foi para Cafarnaum, com sua mãe e seus irmãos". E de novo: "Seus irmãos então lhe disseram: 'Parte daqui e vai para a Judéia, porque teus discípulos podem também testemunhar as obras que fazes. Porque ninguém faz nada em segredo, mas procura ser conhecido abertamente. Se realizas tais coisas, manifesta-te ao mundo". E João acrescenta: "Porque mesmo seus irmãos não acreditavam nele".

Também Marcos e Mateus: "E indo à sua própria terra, ensinava em suas sinagogas, tanto que [sua gente] ficava atônita e dizia: 'De onde tirou este homem tal sabedoria e miraculosas obras? Não é o filho do carpinteiro. Não é sua mãe chamada Maria e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não moram conosco?'". Lucas, também, nos Atos dos Apóstolos relata: "Todos aqueles com um só propósito continuaram firmes na oração, com as mulheres e Maria, a mãe de Jesus, e com seus irmãos".

Paulo, o Apóstolo, também uma vez esteve com eles, e testemunha sua precisão histórica: "E cresci pela revelação, mas não vi os outros apóstolos, a não ser Pedro e Tiago, o irmão do Senhor". E de novo, em outro lugar: "Não temos o direito de comer e beber? Não temos o direito de trabalhar com as viúvas, assim como o resto dos Apóstolos, os irmãos do Senhor e Pedro?"

E, por medo, ninguém aceitou o testemunho dos judeus, pois foi de sua boca que ouvimos o nome de Seus irmãos, mas mantivemos que seus conterrâneos ficaram decepcionados com esse mesmo erro a respeito dos irmãos pelo qual [os judeus] passaram a acreditar sobre o pai, Helvídio profere uma dura observação de advertência e grita: "Os mesmos nomes estão repetidos pelos Evangelistas em outro lugar e as mesmas pessoas são ali irmãos do Senhor e filhos de Maria".

Mateus diz: "E muitas mulheres estavam ali (sem dúvida ao pé da cruz do Senhor), observando de alguma distância, e elas tinham seguido Jesus desde a Galiléia, ajudando-o, entre as quais estava Maria Madalena, Maria a mãe de Tiago menor e de José, e Salomé"; e no mesmo lugar, logo depois: "E muitas outras mulheres que subiram com Ele a Jerusalém".

Lucas também diz: "Ali estavam Maria Madalena e Joana, e Maria, a mãe de Tiago, e as outras mulheres com elas".

CAPÍTULO 14

Minha razão para repetir sempre a mesma coisa é para adverti-lo para não fazer uma falsa afirmação, divulgando que eu deixei de lado tais passagens, como propícias a você, e que essa interpretação foi desfigurada e desfeita não pela evidência da Escritura, mas por argumentos evasivos.

"Observe:" - diz ele - "Tiago e José são filhos de Maria, e são as mesmas pessoas que são chamadas irmãos pelos judeus. Note que Maria é a mãe de Tiago o menor e de José. E Tiago é chamado o menor para distingui-lo de Tiago o maior que era filho de Zebedeu, como Marcos afirma em outro lugar; E Maria Madalena e Maria a mãe de José estavam onde ele (=Jesus) fora colocado. E quando passou o Sábado, elas compraram essências para irem ungi-lo". E, como era de se esperar, ele diz: "Quão pobre e ímpia visão temos de Maria, se afirmamos que quando outras mulheres estavam ocupadas com o sepultamento de Jesus, ela, Sua mãe, estava ausente; ou se inventamos alguma outra Maria; e tudo o mais porque o Evangelho de São João testemunha que ela estava ali presente, quando o Senhor, do alto da cruz a recomendou como Sua mãe, agora uma viúva, aos cuidados de João. Ou deveríamos supor que o Evangelista caiu em tamanho erro e nos induziu a tamanho erro, chamando Maria a mãe daqueles que eram conhecidos dos judeus como irmãos de Jesus?"

CAPÍTULO 15

Que cegueira, que raivosa loucura o leva à sua própria destruição! Você (Helvídio) diz que a mãe do Senhor estava presente ao pé da cruz; diz que ela foi confiada ao discípulo João por causa de sua viuvez e condição de soledade, como se no ponto de vista de sua própria afirmação, ela não tivesse quatro filhos e numerosas irmãs, com o conforto dos quais ela poderia se apoiar? Você também lhe dá o nome de viúva, que não se encontra na Escritura. E embora cite, a cada momento, o Evangelho, somente as palavras de João lhe desagradam. Você diz, de passagem, que ela estava presente ao pé da cruz porque parece que você não a omitiu de propósito, e contudo [não diz] nenhuma palavra sobre as mulheres que estavam com ela. Poderia perdoá-lo se fosse ignorante, mas vejo que você tem uma razão para suas omissões.

Deixe-me destacar então o que João disse: "Mas estavam de pé junto à cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, a esposa de Cléofas, e Maria Madalena".

Não há nenhuma dúvida que existiam dois apóstolos chamados pelos nomes de Tiago: Tiago, o filho de Zebedeu, e Tiago, o filho de Alfeu. Por acaso você tem em vista que o comparativamente desconhecido Tiago o menor, que é chamado nas Escrituras filho de Maria, não contudo de Maria a mãe do Nosso Senhor, era apóstolo ou não ? Se era um apóstolo, devia ser o filho de Alfeu e um crente em Jesus, "porque nem seus irmãos acreditavam n'Ele". Se não era um apóstolo mas um terceiro Tiago (que possa ser, não sei), como poderia ser tido como o irmão do Senhor, e como, sendo um terceiro, poderia ser chamado "menor" para ser destinguido do "maior" , porquanto maior e menor são usados para mostrar relação existente não entre três, mas entre dois? Observe, ainda mais, que o irmão do Senhor é um apóstolo, uma vez que Paulo diz: "Então depois de três dias eu fui a Jerusalém para visitar Pedro e fiquei com ele quinze dias. Mas não vi nenhum outro dos apóstolos, a não ser Tiago, irmão do Senhor". E na mesma Epístola: "E quando eles perceberam a graça que me foi concedida, Tiago, Pedro e João que eram considerados os pilares" etc.

E você não poderá supor que esse Tiago fosse o filho de Zebedeu, bastando para isso ler os Atos dos Apóstolos, onde você encontrará que esse último já tinha sido trucidado por Herodes. A única conclusão é que a Maria que é descrita como a mãe de Tiago o menor era a esposa de Alfeu e irmã de Maria, a mãe do Senhor, aquela que é chamada por João Evangelista "Maria de Cléofas", seja por filiação, seja por parentesco, seja por outra razão.

Mas se você julga que são duas pessoas porque em outro lugar lemos: "Maria a mãe de Tiago menor" e aqui: "Maria de Cléofas", você terá a aprender ainda que era costume na Escritura dar diferentes nomes ao mesmo indivíduo. Raguel, sogro de Moisés, é chamado também de Jetro. Gedeão, sem nenhuma outra razão aparente para a troca, de repente se torna Jerubbaal. Ozias, rei de Judá, tem, como nome alternativo, Azarias. O Monte Tabor é chamado Itabyrium. Igualmente, o Hermon é chamado pelos fenícios Sanior, e pelos amorreus Sanir. O mesmo pedaço do país é conhecido por três nomes: Negebb, Teman e Darom, em Ezequiel. Pedro é também chamado Simão e Cefas. Judas, o zelote, em outro Evangelho é chamado Tadeu. Há numerosos outros exemplos que o leitor pode por si mesmo colecionar, em toda a Escritura.

CAPÍTULO 16

Agora aqui temos a explicação do que eu me esforcei por mostrar, como foi que os filhos de Maria, a irmã da mãe de Nosso Senhor, que anteriormente eram tidos por não crentes, e que depois passaram a acreditar, podem ser chamados irmãos do Senhor. Possivelmente, o caso foi que um dos irmãos acreditou imediatamente enquanto os outros não acreditaram senão muito depois, e que uma Maria era a mãe de Tiago e José, chamada "Maria de Cléofas", que é a mesma dita esposa de Alfeu, e a outra, a mãe Tiago o menor. De qualquer modo, se ela (esta última) fosse a mãe do Senhor, São João teria lhe concedido seu sublime título, como em todos os demais lugares, e não teria passado uma impressão errônea, chamando-a mãe de outros filhos. Mas neste ponto não desejo argüir a favor ou contra a suposição de que Maria, a esposa de Cléofas, e Maria, a mãe de Tiago e José, eram mulheres diferentes, uma vez que está claramente entendido que Maria, a mãe de Tiago e José não era a mesma pessoa que a mãe do Senhor.

Como, então - pergunta Helvídio - explica você que eram chamados irmãos do Senhor aqueles que não eram seus irmãos?

Mostrarei como.

Na Sagrada Escritura há quatro espécies de irmãos: pela natureza, pela raça, pelo parentesco e pelo amor.

Exemplos de irmãos pela natureza foram Esaú e Jacó, os doze patriarcas, André e Pedro, Tiago e João.

Irmãos de raça, eram todos os judeus que assim se chamavam um ao outro, como no Deuteronômio: "Se teu irmão, um homem hebreu, ou uma mulher hebréia, te for vendida, ele servirá por seis anos; então, no sétimo ano, deixarás que ele se vá livre". E antes, no mesmo livro: "Deverás de qualquer maneira fazê-lo teu rei aquele que o Senhor teu Deus escolher: um dentre teus irmãos deverá ser feito teu rei; não porás um estrangeiro acima de ti, que não é teu irmão". E de novo: "Não deverás ver o boi ou a ovelha de teu irmão se extraviar e ficares omisso; deverás com segurança levá-los de novo para teu irmão. E se teu irmão não morar perto de ti, ou se não o conheces, então deves trazê-los para tua casa, e ficarão contigo até que teu irmão venha procurá-los, e tu deves devolvê-los a ele de volta". E o Apóstolo Paulo diz: "Desejaria eu mesmo ser reprovado por Cristo pela salvação de meus irmãos, meus próximos pela carne, que são os israelitas".

E ainda mais: são chamados irmãos por parentesco aqueles que são de uma família, que é pátrio, que corresponde à palavra latina "paternidade", porque de uma única raiz procede uma numerosa progênie. No Gênese, lemos: "E Abraão disse a Lot: 'Que não haja luta, eu te peço, entre mim e ti, e entre meus pastores e os teus, porque somos irmãos'". E de novo: "Assim Lot escolheu para si toda a planície do Jordão, e se direcionou para leste. E eles se separaram, um irmão do outro". Certamente Lot não era irmão de Abraão, mas o filho do irmão Aram de Abraão. Porque Terah gerou Abraão, Nahor e Arão. E Arão gerou Lot. De novo, lemos: "E Abraão tinha setenta e cinco anos quando partiu de Haram. E Abraão levou Sarai sua esposa, e Lot, filho de seu irmão".

Mas se você (Helvídio) ainda duvida que um sobrinho possa ser chamado filho, permita-me dar-lhe um outro exemplo: "E quando Abraão ouviu que seu irmão fora feito escravo, tomou seus experimentados homens, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito". E depois de descrever o ataque e o massacre noturno ele acrescenta: "E trouxe de volta todos os bens, assim como seu irmão Lot". Que isso seja suficiente como prova de minha afirmação. Mas por medo, você pode levantar alguma objeção cavilosa, e se contorcer em seu aperto como uma cobra; assim devo imobilizá-lo rapidamente com as garantias de provas para fazê-lo parar de sibilar e murmurar, porque sei que você gostaria de dizer que está baseado não tanto na verdade da Escritura mas em complicados argumentos.

Jacó, o filho de Isaac e Rebeca, quando por medo da perfídia de seu irmão tinha ido para a Mesopotâmia, retirou-se para perto [de Labão], rolou a pedra da tampa do poço e bebeu da fonte de Labão, irmão de sua mãe. "E Jacó beijou Raquel, ergueu sua voz e chorou. E Jacó disse a Raquel que ele era irmão de seu pai, que era filho de Rebeca". Aqui está um exemplo da regra já referida, pela qual um sobrinho é chamado de irmão. E mais: "Labão disse a Jacó: 'Porque tu és meu irmão, poderias doravante trabalhar para mim sem pagamento? Diga-me qual o teu propósito'". E assim, quando ao fim de 12 anos, sem conhecimento de seu tio e acompanhado por suas esposas e filhos estava retornando para sua terra, quando Labão os alcançou na montanha de Gilead e não conseguiu encontrar os ídolos que Raquel escondera em sua bagagem, Jacó fez uma pergunta a Labão: "Qual é minha transgressão? Qual é meu pecado, para que tu me venhas tão irado e me persigas? Procuraste tudo em minhas bagagens! O que encontraste em todos meus utensílios? Digas aqui, irmãos perante irmãos, para que eles julguem a nós dois".

Diga-me [Helvídio] quem são esses irmãos de Jacó e Labão que estão aqui presentes? Esaú, irmão de Jacó, certamente não estava lá, e Labão, o filho de Bethuel, não tinha irmãos, embora tivesse uma irmã, Rebeca.

CAPÍTULO 17

Inumeráveis exemplos da mesma espécie podem ser vistos nos Livros Sagrados.

Mas, para abreviar, volto à última das quatro espécies de irmãos, aqueles, esclareço, que são irmãos por afeição, e estes novamente são de duas espécies: aqueles por um relacionamento espiritual e aqueles por um relacionamento geral. Digo espiritual porque todos nós cristãos somos chamados irmãos, como no verso: "Veja como é bom e agradável para os irmãos viverem juntos na unidade". E em outro Salmo, o Salvador diz: "Eu enumerarei teu nome entre meus irmãos". E , em outro lugar: "Vá a meus irmãos e dize-lhes..."

Eu disse - por relacionamento geral - porque nós somos todos filhos de um mesmo Pai, há como um penhor de irmandade entre nós todos. "Dizei àqueles que vos odiarem:" - diz o profeta - "vós sois nossos irmãos". E o Apóstolo escrevendo aos Coríntios: "Se algum homem que é chamado irmão for um fornicador, ou avarento, ou idólatra, ou caluniador, ou beberrão, ou autor de extorsões, com alguém assim, não se deve comer".

Agora eu pergunto à que classe você considera que devem pertencer os irmãos do Senhor, no Evangelho. Eles são irmãos por natureza, você responde. Mas a Escritura não diz isso. Não os chama nem filhos de Maria, nem de José. Poderíamos dizer que eles eram irmãos pela raça? No entanto, seria absurdo supor que uns poucos judeus fossem chamados irmãos quando todos os judeus daquele tempo poderiam, a esse título, reivindicar o nome. Eram eles irmãos pela virtude de intimidade estreita e de união de coração e pensamento? Se eram assim, quais eram exatamente seus irmãos mais do que os apóstolos que receberam sua instrução privada e eram chamados por Ele Sua mãe e Seus irmãos? Novamente, se todos os homens, como visto, eram seus irmãos, seria loucura dar uma mensagem especial: "Vede, seus irmãos o procuram" porque todos os homens semelhantemente mereceriam esse nome.

A única alternativa é adotar a explicação anterior e considerar que são chamados irmãos em virtude do vínculo de parentesco, não de amor e simpatia, nem por prerrogativa de raça, nem pela natureza. Exatamente como Lot foi chamado irmão de Abraão, e Jacó, de Labão, exatamente como as filhas de Zelophehad receberam um lote entre seus irmãos, exatamente como o próprio Abraão tinha a esposa Sarai por sua irmã, porque ele diz: "Ela é de fato minha irmã, por lado de pai, não pelo lado da mãe" o que quer dizer, ela era filha de seu irmão e não de sua irmã. De outro modo, o que diremos de Abraão, um homem justo, falando que a esposa era filha de seu próprio pai?

A Escritura, relatando a história dos homens nos tempos primitivos, não ultraja nossos ouvidos falando da amplitude em termos expressos, mas prefere deixá-la ser inferida pelo leitor. Deus mais tarde aplicou a sanção de lei à proibição, estabelecendo: "Quem toma sua irmã, filha de seu pai, ou de sua mãe, e mostra sua nudez, comete abominação, deverá ser morto. Aquele que descobre a nudez de sua irmã, deverá pagar seu pecado".

CAPÍTULO 18

Há coisa que, em sua extrema ignorância, você nunca leu e, portanto, você negligenciou toda a imensidade da Escritura e usou sua maldade para ultrajar a Virgem, como o homem da história que sendo desconhecido de todo mundo e achando que poderia tramar um mau ato pelo qual ganhasse renome, incendiou o templo de Diana; e quando ninguém revelou o ato sacrílego, diz-se que ele próprio apareceu e se proclamou como aquele que nele pusera fogo. Os administradores de Éfeso ficaram curiosos em saber o que o levara a agir de tal modo, quando então ele respondeu que se não tinha fama por boas obras, todos poderiam lhe dar crédito por uma má. A história grega relata o incidente.

Mas você fez pior. Você pôs fogo no templo do corpo do Senhor, você aviltou o santuário do Espírito Santo, do qual se propôs a fazer gerar um grupo de quatro irmãos e uma porção de irmãs. Numa palavra, juntando-se ao coro dos judeus, você diz: "Não é este o filho do carpinteiro Não é sua mãe chamada Maria? E seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não moram todas conosco?". A palavra "todas" não seria usada se não houvesse um grande número delas. Rogo-te: diga-me quem, antes de você surgir, tinha conhecimento desta blasfêmia? Quem imaginou essa teoria digna de dois centavos? Você obteve seu propósito e se tornou notório por um crime. Pois eu mesmo que sou seu oponente, embora vivamos na mesma cidade, eu não o conheço como o autor disso, não sei se você é branco ou negro.

Omito as faltas de dicção que abundam em todos os livros que escreveu. Não digo nada sobre sua introdução absurda. Bons céus! Eu não procuro eloqüência, embora você mesmo não a tenha; você contou para isso com a ajuda de seu irmão, Cratério. Eu não procuro graça e estilo, mas busco pureza de alma, porque entre cristãos é o maior dos solecismos e dos vícios de estilo fundamentar algo na palavra ou ação. Chego à conclusão de meu argumento. Concordarei com você em que eu não ganhei nada; e você se encontrará num dilema.

É claro que os irmãos de Nosso Senhor usaram o nome da mesma maneira como José era chamado seu pai: "Eu e teu pai te procurávamos preocupados"; foi Sua mãe que disse isso, não os judeus. O Evangelista relata que Seu pai e Sua mãe ficaram admirados com as coisas que se falavam a Seu respeito, e há uma passagem semelhante, que já citamos, na qual José e Maria são chamados Seus pais. Sabendo que você tem sido louco o bastante para se persuadir que os manuscritos gregos estão corrompidos, agora você talvez alegue a diversidade de interpretações.

Então procuro o Evangelho de João e ali está claramente escrito: "Filipe encontrou Natanael, e lhe disse, nós encontramos aquele de quem Moisés na lei, e os profetas escreveram, Jesus de Nazaré, o filho de José". Você encontrará certamente isso em seu manuscrito. Agora me diga: como Jesus é filho de José quando está claro que Ele fora gerado pelo Espírito Santo? Era José seu verdadeiro pai? Obtuso como você é, não se aventurará a dizer isso. Era seu suposto pai? Se era, que a mesma regra que você aplica a José, seja aplicada àqueles que eram chamados irmãos, assim como você chama José de pai.

Parte IV: O estado virginal é superior ao estado matrimonial

CAPÍTULO 19

Agora que ultrapassei as pedras e encolhos, devo me por ao largo e ir a toda velocidade para chegar ao destino. Você, se sentindo uma pessoa sem conhecimentos, usou Tertuliano como sua testemunha e citou as palavras de Vitorino, bispo de Perávio. De Tertuliano não direi senão que não pertenceu à Igreja. Mas com respeito a Vitorino, afirmo que já ficou provado pelo Evangelho - que ele falou dos irmãos de Nosso Senhor não como sendo filhos de Maria, mas irmãos no sentido que expliquei, ou seja, irmãos sob o ponto de vista de parentesco, não de natureza.

Estamos, contudo, desperdiçando nosso percurso com ninharias e deixando a fonte da verdade, estamos seguindo insignificantes pontos de opinião. Não deveríamos arrolar contra você toda a série de escritores antigos? Inácio, Policarpo, Irineu, Justino Mártir e muitos outros homens apostólicos e eloqüentes, que expuseram as mesmas explicações contra Ebião, Theodoto de Bizâncio e Valentino, escreveram volumes repletos de conhecimentos. Se você alguma vez lesse o que eles escreveram, você se tornaria um homem sábio. Mas eu penso que é melhor refutar brevemente cada ponto do que prolongar meu livro por uma extensão indevida.

CAPÍTULO 20

Agora dirijo meu ataque contra a passagem na qual, desejando mostrar seu talento você faz uma comparação entre virgindade e casamento. Eu não poderia deixar de rir, e penso no provérbio: viu você alguma vez uma dança cautelosa?

Você pergunta: "São as virgens melhores do que Abraão, Isaac e Jacó, que foram casados? Não são as crianças diariamente moldadas pelas mãos de Deus no útero de suas mães? E se assim é, somos constrangidos a nos ruborizarmos pelo pensamento de Maria tendo um marido depois do parto? Se julgam que há alguma desgraça nisto, não deviam coerentemente acreditar que Deus nasceu da Virgem por parto normal. Porque de acordo com esses, há mais desonra numa virgem dando à luz a Deus pelos órgãos geradores, do que numa virgem que se juntou a seu próprio esposo depois que deu à luz".

Acrescente, se quiser, Helvídio, as outras humilhações da natureza, o útero de nove meses se tornando cada vez maior, a doença, o parto, o sangue, os cueiros. Imagine você mesmo o menino envolto na placenta. Imagine a dura manjedoura, o choro do menino, a circuncisão no oitavo dia, o tempo de purificação, de modo que possa ficar comprovado que tudo era impuro. Não enrubescemos, você não nos impõe silêncio. Maior humilhação Ele sofreu por mim, a maior que o atingiu. E quando você tiver dado todos os detalhes, não estará apto a apontar nada mais vergonhoso do que a cruz que confessamos, na qual acreditamos e pela qual triunfamos sobre todos nossos inimigos.

CAPÍTULO 21

Mas como não negamos o que está escrito, assim também rejeitamos o que não está escrito. Acreditamos que Deus nasceu de uma Virgem, porque lemos assim. Não acreditamos que Maria teve união marital depois que deu à luz porque não lemos isso. Nem afirmamos tal para condenar o casamento, porque a virgindade é o fruto do casamento; mas porque quando estamos tratando de santos não devemos julgar apressadamente. Pois se adotássemos a possibilidade como padrão de julgamento, poderíamos sustentar que José teve várias esposas porque Abraão teve, e também Jacó, e que aqueles que eram irmãos do Senhor nasceram daquelas esposas, uma criação imaginária que alguns sustentam com uma temeridade que nasce da audácia e da piedade.

Você diz que Maria não continuou virgem. Eu brado ainda mais que José, ele mesmo, aceitou que Maria era virgem, de modo que de um casamento virgem nasceu um filho virgem. Porque se, como um homem santo, ele não se apresentou com a acusação de fornicação, e está escrito que ele não teve outra esposa, mas foi o guardião de Maria, aquela que foi tida por sua esposa mas não ele por seu marido; a conclusão é que aquele que foi julgado digno de ser chamado pai do Senhor, permaneceu casto.

CAPÍTULO 22

E agora que vou fazer uma comparação entre virgindade e casamento, rogo a meus leitores para não suporem que louvando a virgindade, tenho em menor grau o casamento, e discrimino os santos do Antigo Testamento com relação àqueles do Novo, isto é, aqueles que tinham esposas daqueles que se mantiveram livres dos laços de mulheres; antes, penso que de acordo com a diferença de tempo e circunstâncias, uma regra foi aplicada aos primeiros, uma outra a nós, sobre quem sobrevirá o fim do mundo.

Tanto que continua vigorando a lei : "Sede férteis e multiplicai-vos e povoai a terra"; e: "Amaldiçoada é a mulher estéril que não gerou semente em Israel"; elas todas que casaram e foram dadas em matrimônio, deixaram pai e mãe, e se tornaram uma só carne.

Mas de repente com a força do trovão se fizeram ouvir essas palavras: "O tempo está se acabando, em que doravante aqueles que têm esposas sejam como se não tivessem"; aderindo ao Senhor, nós somos feitos um espírito com Ele. E por quê?

Porque "aquele que é solteiro está preocupado com as coisas do Senhor, de modo que poderá agradar ao Senhor; mas aquele que é casado está preocupado com as coisas do mundo, do modo como agradará a sua esposa. E aqui está a diferença também entre a esposa e a virgem. Aquela que é solteira está preocupada com as coisas do Senhor, porque será santa tanto no corpo como no espírito; mas aquela que é casada, está preocupada com as coisas do mundo, do modo como agradará a seu marido".

Por que você sofisma? Por que resiste? O vaso de eleição disse isso. Disse-nos que há uma diferença entre a esposa e a virgem. Observe qual deva ser a felicidade daquele estado no qual mesmo a distinção de sexo desaparece. A virgem não é mais chamada mulher. "Aquela que é solteira está preocupada com as coisas do Senhor, de modo que é santa no corpo e no espírito".

A virgem é definida como aquela que é santa no corpo e no espírito, porque não é bom ter uma carne virgem se a mulher se põe casada no espírito. "Mas aquela que é casada está preocupada com as coisas do mundo, do modo como agradará a seu marido". Julga você que não há diferença entre uma que gasta seu tempo em oração e jejuns daquela que se sente impelida, ao aproximar-se seu marido, a arranjar sua aparência, andar com passos afetados, e demonstrar atos de carinho?

O objetivo da virgem é aparecer menos faceira; ela quer se guardar de modo a esconder suas atrações naturais. A mulher casada tem seu pincel preparado ante seu espelho, e em desacordo com seu Criador, esforça-se para adquirir algo mais do que sua beleza natural. Então lhe chegam as conversas de seus filhos, o barulho da casa, as crianças buscando sua palavra e pedindo seus beijos, a lista das despesas, o cuidado para acertar as despesas. De um lado você a vê na companhia dos cozidos, cercada de gritos e preparando o alimento; você ali ouve o barulho de uma multidão de fiandeiras. Enquanto isso, chega uma mensagem que o marido e seus amigos estão chegando. A esposa, como uma andorinha, voa por toda a casa. Ela deve cuidar de todas as coisas. Está o sofá arrumado? Está o piso varrido? Estão as flores nas jarras? E o jantar está pronto?

Diga-me, rogo-lhe, onde entre tudo isso há lugar para pensar em Deus? São essas casas tranqüilas? Onde há as batidas do tambor, o barulho e a algazarra do órgão e do alaúde, o tinir dos címbalos, pode se encontrar alguma preocupação com o temor de Deus? O parasita é repreendido e se sente orgulhoso da honra. Entram depois as vítimas meio despreparadas para as paixões, uma referência para todo olhar lúbrico. A infeliz esposa ou deve achar prazer neles e perecer, ou ficar desgostosa e provocar seu marido. Disso surge a discórdia, a semente conspiratória do divórcio.

Ou suponha que você encontre uma casa onde essas coisas são desconhecidas, o que acontece em pequena proporção! Contudo, mesmo ali, o desempenho do dono da casa, a educação das crianças, as necessidades do marido, a correção dos servos, não falham em afastar a mente do pensamento de Deus. "Deixou de ficar com Sara como se fica com as mulheres" - assim diz a Escritura, e mais tarde Abraão recebeu a ordem: "Presta atenção em tudo o que Sara te disser". [Porque] ela não está tomada de ansiedades e dor de parto e, tendo passado pela mudança de vida [sexual], deixou de exercer as funções de uma mulher, estando liberta do esquecimento de Deus; não tem desejo por seu marido, mas, pelo contrário, seu marido se torna sujeita a ela, e a voz do Senhor lhe ordena: "Presta atenção em tudo o que Sara te disser". Então, começam a ter tempo para rezar. Porque enquanto demorou a ser pago o dever do matrimônio, a determinação de rezar foi negligenciada.

CAPÍTULO 23

Não nego que se encontram mulheres santas entre as viúvas e aquelas que têm marido; mas se tornam santas logo que deixam de ser esposas, ou se no estrito dever do matrimônio imitam a castidade virginal. O Apóstolo, como se Cristo falasse por sua boca, brevemente deu testemunha disso quando disse: "Aquela que é solteira está preocupada com as coisas do Senhor, como poderá agradar ao Senhor; mas aquela que é casada está preocupada com as coisas do mundo, como poderá agradar a seu marido".

Ele nos deixa ao livre exercício de nossa razão a esse respeito. Não determina obrigação a ninguém nem induz alguém em cilada; somente persuade àquilo que é próprio quando deseja que todos os homens sejam como ele mesmo. Não emitiu, é verdade, um mandamento do Senhor a favor da virgindade, porque essa graça sobrepuja o poder do homem desassistido, e seria usar um ar de imodéstia forçar os homens a se porem a voar em face de sua natureza, e dizer em outras palavras: "Quero que você seja como são os anjos do céu". É essa angélica pureza que assegura à virgindade a mais alta recompensa, e o Apóstolo poderia parecer desprezar um sistema de vida que não é culposo.

Não obstante, no contexto a seguir diz: "Mas presto meu julgamento como alguém que obteve misericórdia do Senhor para ficar fiel. Penso, portanto, que isso é bom em razão da atual aflição, ou seja, que é bom para um homem ser como ele é". O que quer dizer com "a atual aflição"?

"Haverá aflição para aqueles que tiverem crianças e para aquelas que amamentarem naqueles dias!" A razão por que a madeira cresce é que poderá ser cortada. O campo é semeado porque poderá ser segado. O mundo está já repleto, e a população está demasiado grande para a terra. A cada dia somos dizimados pela guerra, levados pelas doenças, tragados pelos naufrágios, embora continuemos a levar alguém a juízo por causa dos muros de nossa propriedade.

É somente uma adição à regra geral que é feita por aqueles que seguem o Cordeiro, e que não desvestiram seus ornamentos, que continuam em seu estado de virgindade. Preste atenção ao significado de desvestir. Eu não me aventuro a explicá-lo, por medo de que Helvídio possa se tornar abusivo.

Concordo com você, quando diz que algumas virgens não são senão mulheres de taverna; digo ainda mais, que mesmo o pecado do adultério pode ser encontrado entre elas, e você ficará sem dúvida mais surpreso de ouvir que alguns do clero são taberneiros e alguns monges não são castos. Quem não entende logo que uma mulher de taverna não persistirá virgem, nem adúltero um monge, nem taberneiro um clérigo? Exigiremos virgindade se a virgindade corrompida é um pecado?

De minha parte, me omitindo das outras pessoas, e tratando dos castos, afirmo que aquela que trabalha como vendeira, embora sem provas, poderá ser virgem no corpo, porém não mais será casta em espírito.


Parte V: Conclusão

CAPÍTULO 24

Eu me tornei retórico e agi um pouco como orador de plataforma. A isso me levou você, Helvídio; porque, da forma lúcida como brilha o Evangelho atualmente, você quer que se dê uma glória igual à virgindade e ao estado matrimonial. E porque penso que, sentindo a verdade muito forte, você virá aviltar minha vida e abusar de meu caráter (este é o modo das mulheres fracas cochicharem nos cantos quando são repreendidas por seus senhores), vou me antecipando a você:

- Asseguro que darei atenção às suas injúrias como a uma elevada distinção, uma vez que os mesmos lábios que me atacam aviltaram Maria, e eu - um servo do Senhor - sou favorecido com a mesma brava eloqüência de Sua mãe."


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Mensagem por Administrador Sex Mar 16, 2012 12:28 am

Pe. Anderson escreveu:Caros amigos,

Essa questao já foi respondida há mais de 1500 anos. Vamos mostrar aqui a resposta mais completa dada a esses textos, que foi dada por Sao Jeronimo, quem traduziu a Biblia toda ao latim, mesma traduçao que serviu de base para todas as modernas traduçoes bíblicas, inclusive as protestantes.

A virgindade perpétua de Maria:

Este tratado surgiu por volta do ano 383 dC, quando Jerônimo e Helvídio se encontravam em Roma, no tempo do papa Dâmaso. As únicas informações contemporâneas que se conservam de Helvídio são estas, fornecidas por Jerônimo. A questão que trouxe este tratado à luz foi: teria a Mãe de Nosso Senhor permanecido virgem após o nascimento de seu Filho? Helvídio afirmava que os Evangelhos mencionando os "irmãos" e "irmãs" do Senhor provavam que Maria teria tido outros filhos, baseando sua opinião nos escritos de Tertuliano e Vitorino.

A conclusão deste ponto de vista é que a virgindade se situa numa posição inferior ao casamento. Jerônimo defende o outro lado, mantendo três proposições contra Helvídio:

José era o suposto marido de Maria, mas não o era de fato;
Os "irmãos" do Senhor eram seus primos (parentes), não irmãos de verdade; e a virgindade é superior ao estado de casado.
A primeira proposição ocupa os capítulos 3 a 8. Baseia-se no registro de Mt 1,18-25, especialmente nas palavras: "antes que coabitassem" (cap. 4) e "não a conheceu até que" (caps. 5-8).

A segunda, gira em torno da expressão: "filho primogênito" (caps. 9-10), que Jerônimo afirma ser aplicável não apenas ao primeiro de uma série de vários filhos, mas também ao filho único. Quanto à menção dos irmãos e irmãs de Jesus, Jerônimo garante serem filhos de outra Maria, esposa de Cléofas ou Clopas (caps. 11-16); para fundamentar sua posição, cita diversos escritores da Igreja (cap. 17).

Na terceira e última parte, para sustentar a preferência da virgindade sobre o casamento, Jerônimo afirma que não apenas Maria mas também José mantiveram seu estado virginal (cap. 19); diz, também, que embora o casamento possa ser um estado santo, apresenta grandes obstáculos para a oração (cap. 20) e que o ensinamento da Escritura declara que o estado de virgindade e continência estão mais de acordo com o desejo de Deus do que o casamento (caps. 21-22).

Bom esta resposta está aqui mesmo neste tópico, algumas páginas atrás. Todos já deveriam te-la lido. Acima fiz um recorte desse tratado que está totalmente postado páginas atrás. Como havia dito em um outro tópico que versa sobre o mesmo tema, existem pelo menos 4 tópicos com essa temática. Como este aqui está separado dentro da parte do fórum destinado a uma resposta aos católicos, será moderado e editado para atender a essa finalidade. Embora já adiante, que não apagaremos nenhuma msg postada anteriormente. A não ser, claro, que desvirtue completamente a discussão.
A quem interessar a página com todo esse tratado está nessa página e foi postado pelo Pe. Anderson. https://quemtembocavaiaroma.forumeiros.com/t959p75-os-irmaos-de-jesus

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Mensagem por Ralão Qua Abr 18, 2012 3:33 pm

Boas,

Meus amigos ainda outro dia li 1 livro que posteriormente poderei aqui colocar mais informações sobre ele, em que o autor avança com diversas considerações sobre este tema.

Duas das mais relevantes são:

A primeira diz respeito sobre a relação que os judeus tinham nos laços familiares, diferentes dos dias de hoje, e que de facto irmão poderia referir-se a outro elemento da familia que não irmão carnal;

E a segunda seria que S. José teria tido filhos de 1 primeiro casamento e que posteriormente tendo ficado viuvo compremeteu-se com Maria.
Deste modo estes somente meios irmãos de Jesus.

Cumrimentos
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Mensagem por RenatoPaulo Qua Abr 18, 2012 4:35 pm

"Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus;
E todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo."

Ja fui catolico e deixei de ser...
Mas vamos la ver se consigo aqui me expressar,mas penso que nao.
De qualquer maneira vou tentar:
Se Jesus Cristo veio em carne,isto quer dizer que Cristo foi um homem enquanto permaneceu no mundo.
Sendo Deus,se fez homem e tudo o que fez,o fez no corpo de um homem.
Assim nos salvou,mas tambem nos ensinou como devemos agir para sermos tambem homens perfeitos como Ele o foi.
Deus foi justo connosco e enquanto esteve presente no mundo como homem,nao usou de Seus poderes de Deus,mas nos disse que pela fé nos salvaremos.

Ora se o proprio Deus se fez carne e veio em carne ao mundo,porque motivo Maria seria de uma carne diferente?
Se Cristo vei ao mundo em carne,tambem a carne que O deu a luz foi carne humana e nao sobrenatural.
Se Maria antes de dar a luz Cristo foi virgem,isso esta confirmado pelas escrituras,mas agora eu pergunto porque motivo nao poderia Maria depois de Cristo ter outros filhos?
Mas sera que nao chega a Maria estar cheia da Graça de Deus e ter sida por Ele escolhida para dar a luz o Messias tao esperado?
Porque motivo o Filho do Homem,nao pode ter irmaos como um homem normal tem,se Ele proprio veio em carne?

Se a propria Maria nos diz para fazermos tudo o que Ele nos disser,porque estao vcs a seguir por outro rumo?
Ora eu vejo Maria com coroa,com dogmas,mais parecendo uma deusa...
Mas afinal quem vos deu o direito de coroar alguem?

Pronto...vcs podem coroar quem quiserem,mas nao digam ao povo que isso sao coisas que vem de Deus,porque estais a mentir.
E por falar em vossa mentira,consigo provar que realmente isso é mentira:
Basta-me observar vossos frutos que proveem do culto mariano...
Pois apenas vejo pessoas que nunca leram a Biblia,a adorar uma mulher que nada tem a ver com Maria mae de Jesus Cristo.
Pessoas com uma fé aparatosa,louca,aproveitosa e falsa.Porque de verdade todos aqueles que adoram a "Senhora"apenas desejam os bens deste mundo e nunca ,mas nunca pensam no verdadeiro Deus nem desejam ir para Ele.
Observo esses "crentes"cheios de supersticoes,que ao domingo visitam a missa e a semana as bruxas e curandeiros!
Crentes loucos que martirizam a carne,cheios de sangue,neste caso nos joelhos por terem decidido andarem de rastos para "pagar promessas"que ficaram a dever a "Virgem".
Enfim...

Mas estou eu julgando alguem?
Sim,de um certo modo estou julgando...
Mas o posso fazer pois minha consciencia mo diz!Porque essas pessoas tudo o que fazem,o fazem diferente do que esta escrito nas Sagradas Escrituras.
Esse tipo de pessoas,nem sao quentes,nem frias e pior de tudo nem mornas sao.Porque nem praticam as leis da Antiga Aliança,nem da Nova Aliança de Jesus Cristo.
Para esses por muito custe a alguns,existe apenas um nome:Pagões

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Mensagem por Fabricio Qua Abr 18, 2012 9:38 pm

Ralão,
Na verdade essa questão do casamento anterior de São José é uma revelação do Proto-Evangelho de Tiago, o qual a Igreja considera apócrifo.
Quanto a questão dos "irmãos" de Jesus, o senhor já fez a primeira ressalva, sobre o uso desta palavra no idioma hebraico para designar parentes.
Alguns opositores da Igreja alegam que os Evangelhos, escritos em grego, valeram-se da palavra 'adelphos', a qual significa irmão tal como no português. Porém, há de se lembrar a carga semítica do grego empregado pelos hebreus. Por exemplo, na versão Septuagina do Velho Testamento, a palavra adelphos é usada para descrever o parentesco entre Abraão e Lot, que como sabemos eram tio e sobrinho. Portanto, 'adelphos' não significa necessariamente irmão no contexto bíblico.
Os críticos usam ainda a passagem em São Marcos, 6:3 para identificar os pretensos irmãos de Jesus: Tiago, José, Judas e Simão. Porém, a leitura atenta dos Evangelhos nos revelam que os "irmãos" de Jesus tinham outra mãe que não Maria Santíssima. Em São Mateus, 27:6, menciona-se entre as mulheres ao pé da cruz uma tal Maria, mãe de Tiago e José. Essa Maria é citada em São João 19:25 como esposa de Cléofas. Provavelmente essa Maria era uma parenta da mãe de Jesus. Cléofas e Maria (não a mãe de Jesus) eram pais de Tiago e José. Eles tinham ainda outro filho, de nome Judas, que em sua epistola se identifica como irmão de Tiago (São Judas, 1:1). Esse Tiago só pode ser o filho de Cléofas, pois o outro era o irmão de João, filho de Zebedeu. Resta Simão, o qual o historiador Egésipo (110 - 180 d.C.) identifica como filho de Cléofas. Além do mais, se Nossa Senhora tivesse outros filhos, não teria sido confiada a São João por Nosso Senhor diante da cruz. Se Nosso Senhor tivesse irmãos, eles haveriam de figurar no episódio em que o menino Jesus se perde no templo, visto que Ele já tinha 12 anos e naquela época não havia métodos contraceptivos para que se evitasse filhos por tanto tempo, no entanto, neste episódio a Sagrada Família é identificada apenas com três pessoas: Jesus, Maria e José.

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Mensagem por Ralão Sáb Abr 21, 2012 4:06 am

Boas,

Gostei particularmente desta parte do seu post, bem elaborado e explicito:

"Além do mais, se Nossa Senhora tivesse outros filhos, não teria sido confiada a São João por Nosso Senhor diante da cruz. Se Nosso Senhor tivesse irmãos, eles haveriam de figurar no episódio em que o menino Jesus se perde no templo, visto que Ele já tinha 12 anos e naquela época não havia métodos contraceptivos para que se evitasse filhos por tanto tempo, no entanto, neste episódio a Sagrada Família é identificada apenas com três pessoas: Jesus, Maria e José"
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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Sáb Abr 21, 2012 8:47 pm

Grande Fabrício,

Que a paz de Nosso Senhor esteja no seu coração !!!

Que boa esta sual ultima postagem. Ela resume com sabedoria e em poucas palavras tudo o que já foi amplamente discutido em três tópicos a esse respeito no nosso fórum.

Quanto a afirmação do Renato Paulo, fica tranqüilo. Não dá para entender uma pessoa que considera bois e ovelhas como membros da Sagrada Família - SEM MAIORES COMENTÁRIOS. O mais importante é saber que:

"NINGUEM ATIRA PEDRAS EM UMA ÁRVORE QUE NÃO TEM FRUTOS... SE ATIRAM PEDRAS EM UMA ÁRVORE, É PORQUE RECONHECEM OS FRUTOS QUE NELA EXISTEM E, MAIS QUE ISSO, OS COBIÇAM"

Um grande abraço !!!
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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Seg Abr 30, 2012 8:00 am

Repetindo algo que já foi afirmado várias vezes nos tópicos que tratam desta questão, quero servir-me de um pequeno trecho postado pelo Carlos, embora que sem a devida ponderação:

"Não dá Paulo também testemunho dele? Gálatas 1:19 Dos outros apóstolos não vi mais nenhum, a não ser Tiago, irmão do Senhor."

Este versículo é de fundamental importância para a compreensão dessa questão, foi afirma "EM ALTO E BOM SOM" que o Tiago chamado "irmão do Senhor" é um dos seus apóstolos, conforme destaco mais uma vez, servindo-me de letras maiúsculas, para uma melhor compreensão de todos:

"DOS OUTROS APÓSTOLOS, não vi mais nenhum, a não ser TIAGO, irmão do Senhor" (Gl 1,19).

Perquirindo as Sagradas Escrituras, como aqui já foi exposto por inúmeras vezes, só existiram dois apóstolos com o nome de Tiago, sendo um filho de Alfeu, e outro de Zebedeu.

Nesta citação de São Paulo, o apóstolo Tiago aqui mencionado é um dos filhos de Alfeu.

Assim, essa afirmação vergonhosa de que a Mãe de Jesus teria tido outros filhos segundo a carne, tem por finalidade principal, para além da negação da virgindade perpétua de Maria Santíssima, a inclusão do seu nome no rol das mulheres adúlteras, ao afirmar que Ela teve vários outros filhos com Alfeu, o que não pode ser verdadeiro em qualquer hipótese que se queira fabular.

Por fim, louvo a Deus pelas amáveis e sábias palavras de São Paulo que me fazem afirmar que:

SÓ NÃO COMPREENDE QUEM NÃO O QUER COMPREENDER !!!
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Mensagem por Administrador Seg Abr 30, 2012 12:31 pm

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