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Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus?

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Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus? Empty Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus?

Mensagem por Petrus Romanus Dom maio 22, 2011 10:36 pm

Porque a devoção ao Imaculado Coração de Maria e ao Sagrado Coração de Jesus parece ser a mesma, então fiquei em dúvida. E qual o por quê da devoção ao "coração" de Cristo e ao de Maria.
Um abraço a todos.
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Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus? Empty Re: Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus?

Mensagem por maristelamelocatolica Qui Jun 30, 2011 5:11 pm

Também tenho essa dúvida... ainda não entendi o que realmente significa o sagrado coração de Jesus e qual é a diferença para o sagrado coração de Maria
por favor nos ajudem! Question

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Mensagem por Petrus Romanus Qui Jun 30, 2011 5:51 pm

Caríssima irmã, a graça do Senhor Jesus Cristo esteja com o vosso espírito!
Postarei aqui, um trecho da homilia do Papa Bento XVI na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, vale a pena ler:

"Celebramos a festa do Sagrado Coração de Jesus e, com a liturgia, por assim dizer lançamos um olhar dentro do Coração de Jesus que, na morte, foi aberto pela lança do soldado romano. Sim, o seu Coração está aberto por nós e aos nossos olhos; e deste modo está aberto o Coração do próprio Deus. A liturgia dá-nos a interpretação da linguagem do Coração de Jesus, que fala sobretudo de Deus como pastor dos homens e, deste modo, manifesta-nos o sacerdócio de Jesus, que está radicado no íntimo do seu Coração; indica-nos assim o perene fundamento e também o critério válido de todo o ministério sacerdotal, que deve estar sempre ancorado no Coração de Jesus e ser vivido a partir dele. Hoje queria meditar principalmente sobre os textos com que a Igreja em oração responde à Palavra de Deus apresentada nas leituras. Nestes cânticos, compenetram-se palavra e resposta; por um lado, são tirados da Palavra de Deus, mas, por outro e simultaneamente, são já a resposta do homem à referida Palavra, resposta na qual a própria Palavra se comunica e entra na nossa vida. O mais importante destes textos na liturgia de hoje é o Salmo 22 (23) – «O Senhor é meu pastor» –; nele Israel acolheu em oração a auto-revelação de Deus como pastor e dela fez a orientação para a sua própria vida. «O Senhor é meu pastor, nada me falta»: neste primeiro versículo, exprimem-se alegria e gratidão pelo facto de Deus estar presente e Se ocupar de nós. A leitura tirada do Livro de Ezequiel começa com o mesmo tema: «Eu próprio tomarei cuidado das minhas ovelhas, Eu é que hei-de olhar por elas» (Ez 34, 11). Deus, pessoalmente, cuida de mim, de nós, da humanidade. Não fui deixado sozinho, perdido no universo e numa sociedade onde se fica cada vez mais desorientado. Ele cuida de mim. Não é um Deus distante, para Quem contaria muito pouco a minha vida. As religiões da Terra, por aquilo que nos é dado ver, sempre souberam que, em última análise, só há um Deus; mas este Deus era distante. Aparentemente, Ele deixava o mundo abandonado às outras potestades e forças, às outras divindades. Com estas, era preciso encontrar um acordo. O Deus único era bom, mas distante. Não constituía um perigo, mas tampouco oferecia uma ajuda. Assim, não era necessário ocupar-se d’Ele. Não era Ele que dominava. Por estranho que pareça, este pensamento ressurgiu no Iluminismo. Que o mundo pressupõe um Criador, ainda se compreendia. Este Deus teria construído o mundo, mas depois, evidentemente, retirou-se dele. Agora o mundo tinha um conjunto próprio de leis, segundo as quais se desenvolvia e nas quais Deus não intervinha, nem podia intervir. Deus era apenas uma origem remota. Muitos talvez não desejassem sequer que Deus cuidasse deles. Não queriam ser incomodados por Deus. Mas, sempre que a solicitude e o amor de Deus são sentidos como incómodo, o ser humano acaba subvertido. É bom e consolador saber que há uma pessoa que me ama e cuida de mim; mas muito mais decisivo é que exista um Deus que me conhece, me ama e Se preocupa comigo. «Conheço as minhas ovelhas, e elas conhecem-Me» (Jo 10, 14): diz a Igreja, antes do Evangelho, tomando uma palavra do Senhor. Deus conhece-me, preocupa-Se comigo: este pensamento deveria fazer-nos verdadeiramente felizes; deixemo-lo penetrar profundamente no nosso íntimo. Então compreenderemos também o que significa isto: Deus quer que nós, como sacerdotes, num pequenino ponto da história, compartilhemos as suas preocupações pelos homens. Como sacerdotes, queremos ser pessoas que, em comunhão com a sua solicitude pelos homens, cuidamos deles e lhes fazemos experimentar concretamente esta solicitude de Deus. E o sacerdote, no âmbito que lhe está confiado, deveria poder dizer juntamente com o Senhor: «Conheço as minhas ovelhas, e elas conhecem-me». O sentido deste «conhecer», na Sagrada Escritura, nunca é simplesmente o de um saber exterior, como quando se conhece o número do telefone de uma pessoa; mas «conhecer» significa estar interiormente próximo do outro, amá-lo. Nós havemos de procurar «conhecer» os homens por parte de Deus e em ordem a Deus; havemos de procurar caminhar com eles pela estrada da amizade de Deus."

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus
Praça de São Pedro
Sexta-feira, 11 de Junho de 2010

Apenas uma correção, o coração de Nossa Senhora é chamado de Imaculado, somente o coração de Nosso Senhor Jesus Cristo é chamado Sagrado! Agora quanto ao grau de devoção (latria, hiper-dulia ou dulia) aos corações de Jesus e Maria eu não sei.

Através de Cristo que é o coração do mundo, e que tem no Seu Sagrado Coração sentimentos de amor para com todo o mundo e de mansidão e de humildade, tenhamos um coração semelhante ao dEle para amar e inflamarmo-nos em caridade!

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Mensagem por Petrus Romanus Sex Jul 01, 2011 11:57 pm

Hoje, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, minha felicidade se torna tripla, primeiro porque hoje se comemora o grande coração de Cristo onde todas as pessoas possuem um lugar, o coração de Cristo é a morada dos que nEle esperam, segundo porque hoje eu recebi a minha fita do Apostolado da Oração e oficialmente sou devoto do Sagrado Coração de Jesus, e terceiro porque na encíclica do Papa Pio XII, Haurietis aguas, sobre a devoção ao Sagrado Coração, onde ele, o Papa consagra o mundo ao Imaculado Coração de Maria, há a resposta sobre a minha pergunta referente a este tópico e pergunta de nossa caríssima irmã sobre o que significa o Coração de Jesus e o porque de sua devoção. Postarei tais partes da encíclica e as que Deus mover em meu coração, considerando ser de máxima necessidade a todos a leitura completa que nos ajudará no sublime desejo de Cristo: O Amor!
"1. "Haurireis águas com gáudio das fontes do Salvador" (Is 12,3). Essas palavras, com que o profeta Isaías prefigurava os múltiplos e abundantes bens que os tempos cristãos haveriam de trazer, acodem-nos espontaneamente ao espírito ao completar-se a primeira centúria desde que o nosso predecessor de imperecível memória Pio IX, correspondendo aos desejos do orbe católico, ordenou que se celebrasse na Igreja universal a festa do sacratíssimo coração de Jesus.
10. Portanto, ao vermos que tamanha abundância de águas, quer dizer, de dons celestiais do supremo amor, que têm brotado do sagrado coração do nosso Redentor, se derramam sobre incontáveis filhos da Igreja católica por obra e inspiração do Espírito Santo, não podemos, veneráveis irmãos, deixar de exortar-vos com ânimo paterno a que, juntamente conosco, tributeis louvores e profundas ações de graças ao dispensador de todos os bens, repetindo estas palavras do apóstolo das gentes: "Aquele que é poderoso para fazer, acima de toda medida, com incomparável excesso, mais do que pedimos ou pensamos, segundo o poder que desenvolve em nós a sua energia, a ele glória na Igreja e em Cristo Jesus por todas as gerações, nos séculos dos séculos. Amém" (Ef 3,20-21). Mas, depois de tributarmos as devidas graças ao Deus eterno, queremos por meio desta encíclica exortar-vos, a vós e a todos os amadíssimos alhos da Igreja, a uma mais atenta consideração dos princípios doutrinais contidos na Bíblia, nos santos padres, e nos teólogos; princípios nos quais, como em sólidos fundamentos, se apóia o culto do sacratíssimo coração de Jesus. Porque nós estamos plenamente persuadidos de que só quando à luz da divina revelação houvermos penetrado a fundo a natureza e a essência íntima deste culto, é que poderemos apreciar devidamente a sua incomparável excelência e a sua inexaurível fecundidade em toda sorte de graças celestiais, e destarte, meditando e contemplando piedosamente os inúmeros bens que ela produz, poderemos celebrar dignamente o primeiro centenário da festa do sacratíssimo coração de Jesus na Igreja universal.
12. Para melhor poder compreender a força que com relação a esta devoção encerram alguns textos do Antigo e do Novo Testamento, é preciso entender bem o motivo pelo qual a Igreja tributa ao coração do divino Redentor o culto de latria. Duplo, veneráveis irmãos, como bem sabeis, é tal motivo: o primeiro, que é comum também aos demais membros adoráveis do corpo de Jesus Cristo, funda-se no fato de, sendo o seu coração parte nobilíssima da natureza humana, estar unido hipostaticamente à pessoa do Verbo de Deus, e, portanto, dever-se-lhe tributar o mesmo culto de adoração com que a Igreja honra a pessoa do próprio Filho de Deus encarnado. Trata-se, pois, de uma verdade de fé católica, solenemente definida no concílio ecumênico de Éfeso e no II de Constantinopla.(5) O outro motivo concerne de maneira especial ao coração do divino Redentor, e, pela mesma razão, confere-lhe um título inteiramente próprio para receber o culto de latria. Provém ele de que, mais do que qualquer outro membro do seu corpo, o seu coração é o índice natural ou o símbolo da sua imensa caridade para com o gênero humano. Como observava o nosso predecessor Leão XIII, de imortal memória, "é ínsita no sagrado coração a qualidade de ser símbolo e imagem expressiva da infinita caridade de Jesus Cristo que nos incita a retribuir-lhe o amor por amor".
13. Coisa indubitável é que nos livros sagrados nunca se faz menção certa de um culto de especial veneração e amor tributado ao coração físico do Verbo encarnado pela sua prerrogativa de símbolo da sua inflamadíssima caridade. Mas este fato, que cumpre reconhecer abertamente, não nos deve admirar, nem de modo algum fazer-nos duvidar de que a caridade divina para conosco - razão principal deste culto - é exaltada tanto pelo Antigo como pelo Novo Testamento com imagens sumamente comovedoras. E, por se encontrarem nos livros santos que prediziam a vinda do Filho de Deus feito homem, podem essas imagens considerar-se como um presságio daquilo que havia de ser o símbolo e índice mais nobre do amor divino, a saber: o coração sacratíssimo e adorável do Redentor divino.
15. Não nos deve, pois, causar estranheza que Moisés e os profetas, aos quais o Doutor angélico chama com razão os "maiorais" do povo eleito,(7) compreendendo bem que o fundamento de toda a lei se baseava neste mandamento do amor, descrevessem as relações todas existentes entre Deus e a sua nação, recorrendo a semelhanças tiradas do amor recíproco entre pai e filhos, ou do amor dos esposos, em vez de representá-ias com imagens severas inspiradas no supremo domínio de Deus ou na nossa devida servidão cheia de temor. Assim, por exemplo, no seu celebérrimo cântico pela libertação do seu povo da servidão do Egito, ao querer exprimir como essa libertação era devida à intervenção onipotente de Deus, o próprio Moisés recorre a estas comovedoras expressões e imagens: "Assim como a águia provoca seus filhotes a alçarem o vôo e acima deles revoluteia, assim também (Deus) estendeu as suas asas e acolheu (Israel) e carregou-o nos seus ombros" (Dt 32,11). Talvez, porém, entre os profetas, nenhum exprima e descubra melhor, tão clara e ardentemente, quanto Oséias, o amor constante de Deus para com seu povo. Com efeito, nos escritos deste profeta, que entre os profetas menores sobressai pela profundeza de conceitos e pela concisão da linguagem, Deus é descrito amando o seu povo escolhido com um amor justo e cheio de santa solicitude, qual é o amor de um pai cheio de misericórdia e de amor, ou de um esposo ferido na sua honra. É um amor que, longe de decair e de cessar à vista de monstruosas infidelidades e pérfidas traições, castiga-os, sim, como eles merecem, mas não para os repudiar e os abandonar a si mesmos, mas só com o fim de limpar, de purificar a esposa afastada e infiel e os filhos ingratos, para tornar a uni-los novamente consigo uma vez renovados e confirmados os vínculos de amor: "Quando Israel era criança amei-o; e do Egito chamei meu filho... Ensinei Efraim a andar, tomei-o nos meus braços, mas eles não reconheceram que eu cuidava deles. Com vínculos humanos atraí-los-ei, com laços de amor... Sanar-lhes-ei as rebeldias, amá-los-ei generosamente, pois minha ira não se afastou deles. Serei como o orvalho para Israel, ele florescerá como o lírio e lançará suas raízes qual o Líbano" (Os 11,1.3-4;14,5-6).
16. Expressões semelhantes tem o profeta Isaías quando apresenta o próprio Deus e o povo escolhido como que dialogando entre si com estas palavras: "Mas Sião disse: O Senhor abandonou-me e esqueceu-se de mim. Pode, acaso, uma mulher esquecer o seu pequenino de sorte que não se apiede do filho de suas entranhas? Ainda que esta se esquecesse, eu não me esquecerei de ti" (Is 49,14-15). Nem menos comovedoras são as palavras com que, servindo-se do simbolismo do amor conjugal, o autor do Cântico dos cânticos descreve com vivas cores os laços de amor mútuo que unem entre si, Deus e a nação predileta: "Como lírio entre os espinhos, assim é minha amada entre as donzelas... Eu sou de meu amado e meu amado é meu: o que se apascenta entre os lírios... Põe-me como selo sobre teu coração, como selo sobre teu braço, pois forte como a morte é o amor, duros como o inferno os ciúmes: seus ardores são ardores de fogo e de chamas" (Ct 2,2; 6,2; 8,6).
20. Com efeito, o mistério da divina redenção é, antes de tudo e pela sua própria natureza, um mistério de amor: isto é, um mistério de amor justo da parte de Cristo para com seu Pai celeste, a quem o sacrifício da cruz, oferecido com coração amante e obediente, apresenta uma satisfação superabundante e infinita pelos pecados do gênero humano: Cristo, sofrendo por caridade e obediência, ofereceu à Deus alguma coisa de valor maior do que o exigia a compensação por todas as ofensas feitas a Deus pelo gênero humano.(8) Além disso, o mistério da redenção é um mistério de amor misericordioso da augusta Trindade e do divino Redentor para com a humanidade inteira, visto que, sendo esta totalmente incapaz de oferecer a Deus uma satisfação condigna pelos seus próprios delitos,(9) mediante a imperscrutável riqueza de méritos que nos ganhou com a efusão do seu precioso sangue, Cristo pode restabelecer e aperfeiçoar aquele pacto de amizade entre Deus e os homens violado pela primeira vez no paraíso terrestre por culpa de Adão e depois, inúmeras vezes, pela infidelidade do povo escolhido. Portanto, havendo na sua qualidade de nosso legítimo e perfeito mediador, e sob o estímulo de uma caridade energética para conosco, conciliando as obrigações e compromissos do gênero humano com os direitos de Deus, o divino Redentor foi, sem dúvida, o autor daquela maravilhosa reconciliação entre a divina justiça e a divina misericórdia, a qual justamente constitui a absoluta transcendência do mistério da nossa salvação, tão sabiamente expresso pelo doutor angélico com estas palavras: "Convém observar que a libertação do homem, mediante a paixão de Cristo, foi conveniente tanto para a justiça como para a misericórdia do mesmo Cristo. Antes de tudo para a justiça, porque com a sua paixão Cristo satisfez pela culpa do gênero humano, e, por conseguinte, pela justiça de Cristo foi o homem libertado. E, em segundo lugar, para a misericórdia, porque, não sendo possível ao homem satisfazer pelo pecado, que manchava toda a natureza humana, deu-lhe Deus um reparador na pessoa de seu Filho. Ora, isto foi, da parte de Deus, um gesto de mais generosa misericórdia do que se ele houvesse perdoado os pecados sem exigir qualquer satisfação. Por isso está escrito: 'Deus, que é rico em misericórdia, movido pelo excessivo amor com que nos amou quando estávamos mortos pelos pecados, deu-nos vida juntamente em Cristo'" (Ef 2, 4).(Suma Teológica III, q. 46, a. l ad 3; ed. Leon., t. XI,1903, p. 436.)
21. Mas, a fim de, na medida que isso é dado aos homens mortais, poderdes "compreender com todos os santos qual é a largura e comprimento, a altura e profundidade" (Ef 3,18) da insondável caridade do Verbo encarnado para com seu Pai celestial e para com os homens manchados de tantas culpas, convém ter bem presente que o amor não foi unicamente espiritual, como convém a Deus, visto que "Deus é espírito" (Jo 4,24). Indubitavelmente, de índole puramente espiritual foi o amor nutrido por Deus para com nossos progenitores e para com o povo hebreu; por isso, as expressões de amor humano, quer conjugal, quer paterno, que se lêem nos Salmos, nos escritos dos profetas e no Cântico dos cânticos, são indícios e símbolos de um amor verdadeiros mas totalmente espiritual, com que Deus amava o gênero humano; ao contrário, o amor que se exala do Evangelho, das cartas dos apóstolos e das páginas do Apocalipse, onde se descreve o amor do coração de Jesus, não compreende somente a caridade divina, mas se estende também aos sentimentos do afeto humano. Para todo aquele que faz profissão de fé católica, essa verdade é indiscutível. Com efeito, o Verbo de Deus não tomou um corpo ilusório e fictício; como já no primeiro século da era cristã ousaram afirmar alguns hereges, que atraíram a severa condenação do apóstolo João: "porque muitos sedutores que não confessam a Jesus Cristo encarnado espalham-se pelo mundo. Este é o Sedutor, o Anticristo" (2Jo 7); porém ele, o Verbo de Deus, uniu à sua divina pessoa uma natureza humana indivídua, íntegra e perfeita, concebida no seio imaculado de Maria Virgem por obra do Espírito Santo (cf. Lc 1,35). Nada, pois, faltou à natureza humana assumida pelo Verbo de Deus; em verdade, ele a possui sem nenhuma diminuição, sem nenhuma alteração, tanto nos elementos constitutivos espirituais quanto nos corporais, a saber: dotada de inteligência de vontade e demais faculdades cognoscitivas internas e externas; dotada igualmente das potências afetivas, sensitivas e das suas correspondentes paixões. É isso o que ensina a Igreja católica, por estar sancionado e solenemente confirmado pelos romanos pontífices e pelos concílios ecumênicos: "Inteiro nas suas propriedades, inteiro nas nossas";(11) "perfeito na divindade e perfeito ele próprio na humanidade";(12) "todo Deus (feito) homem e todo o homem (subsistente em) Deus".
22. Não havendo, pois, dúvida alguma de que Jesus possuía um verdadeiro corpo humano, dotado de todos os sentimentos que lhe são próprios, entre os quais campeia o amor, do mesmo modo é muito verdade que ele foi provido de um coração físico em tudo semelhante ao nosso, não sendo possível que a vida humana, privada deste excelentíssimo membro do corpo, tenha a sua natural atividade afetiva. Por conseguinte, o coração de Cristo, unido hipostaticamente à pessoa divina do Verbo, sem dúvida deve ter palpitado de amor e de qualquer outro afeto sensível; contudo, esses sentimentos eram tão conformes e estavam tão em harmonia com a vontade humana, transbordante de caridade divina, e com o próprio amor infinito que o Filho tem com o Pai e com o Espírito Santo, que jamais se interpôs a mínima oposição e discórdia entre esses três amores.
27. Com muita razão, pois, o coração do Verbo encarnado é considerado índice e símbolo do tríplice amor com que o divino Redentor ama continuamente o Eterno Pai e todos os homens. Ele é, antes de tudo, símbolo do divino amor, que nele é comum com o Pai e com o Espírito Santo, e que só nele, como Verbo encarnado, se manifesta por meio do caduco e frágil instrumento humano, "pois nele habita corporalmente a plenitude da divindade" (Cl 2,9). Ademais, o coração de Cristo é símbolo de enérgica caridade, que, infundida em sua alma, constitui o precioso dote da sua vontade humana, e cujos atos são dirigidos e iluminados por uma dupla e perfeita ciência, a beatífica e a infusa. (24)Finalmente, e isto de modo mais natural e direto, o coração de Jesus é símbolo do seu amor sensível, já que o corpo de Jesus Cristo, plasmado no seio imaculado da Virgem Maria por obra do Espírito Santo, supera em perfeição, e portanto em capacidade perceptiva, qualquer outro organismo humano.
28. Instruídos pelos sagrados textos e pelos símbolos da fé acerca da perfeita consonância e harmonia reinante na alma santíssima de Jesus Cristo, e a respeito do fato de haver ele dirigido com finalidade redentora todas as manifestações do seu tríplice amor, com toda segurança podemos contemplar e venerar no coração do Redentor divino a imagem eloqüente da sua caridade e o testemunho da nossa redenção, e como que uma mística escada para subir ao amplexo "de Deus nosso Salvador" (Tt 3,4). Por isso, nas palavras, nos atos, nos ensinamentos, nos milagres, e especialmente nas obras mais esplendorosas do seu amor para conosco, como a instituição da divina eucaristia, a sua dolorosa paixão e morte, a benigna doação de sua santíssima Mãe, a fundação da Igreja para proveito nosso, e, finalmente, a missão do Espírito Santo sobre os apóstolos e sobre nós, em todas essas obras, repetimos, devemos admirar outros tantos testemunhos do seu tríplice amor, e meditar as pulsações do seu coração, com as quais ele quis medir os instantes da sua peregrinação terrena até o momento supremo em que, como atestam os evangelistas, "clamando com grande voz, disse: Tudo está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito" (Mt 27,50; Jo 19,30). Então o seu coração parou e deixou de bater, e o seu amor sensível permaneceu como que suspenso, até que, triunfando da morte, ele se levantou do sepulcro. Depois que seu corpo conseguiu o estado da glória sempiterna e se uniu novamente à alma do divino Redentor, vitorioso da morte, o seu coração sacratíssimo nunca deixou nem deixará de palpitar com imperturbável e plácida pulsação, nem tampouco cessará de demonstrar o tríplice amor com que o Filho de Deus se une a seu Pai eterno e à humanidade inteira, de quem é, com pleno direito, a cabeça mística.
30. O adorável coração de Jesus Cristo pulsa de amor ao mesmo tempo humano e divino desde que a virgem Maria pronunciou aquela palavra magnânima: "Fiat", e o Verbo de Deus, como nota o Apóstolo, "ao entrar no mundo disse: Não quiseste sacrifício nem oferenda, mas me apropriaste um corpo; holocaustos pelo pecado não te agradaram. Então disse: Eis que venho: segundo está escrito de mim no princípio do livro, para cumprir, ó Deus, a tua vontade... Por esta vontade, pois, somos santificados pela oblação do corpo de Cristo feita uma só vez" (Hb 10,5-7.10). De maneira semelhante palpitava de amor o seu coração, em perfeita harmonia com os afetos da sua vontade humana e com o seu amor divino, quando, na casa de Nazaré, ele mantinha aqueles celestiais colóquios com sua dulcíssima Mãe e com seu pai putativo, s. José, a quem obedecia e com quem colaborava no fatigante ofício de carpinteiro. Esse mesmo tríplice amor movia o seu coração nas suas contínuas excursões apostólicas, quando realizava aqueles inúmeros milagres, quando ressuscitava os mortos ou restituía a saúde a toda sorte de enfermos, quando sofria aqueles trabalhos, suportava o suor, a fome e a sede; nas vigílias noturnas passadas em oração a seu Pai amado; e, finalmente, nos discursos que pronunciava e nas parábolas que propunha, especialmente naquelas que tratam da misericórdia, como a da dracma perdida, a da ovelha desgarrada e a do filho pródigo. Nessas palavras e nessas obras, como diz Gregório Magno, manifesta-se o próprio coração de Deus. "Conhece o coração de Deus nas palavras de Deus, para que com mais ardor suspires pelas coisas eternas".
31. De amor ainda maior pulsava o coração de Jesus Cristo quando da sua boca saíam palavras que inspiravam amor ardente. Assim, para dar algum exemplo, quando, ao ver as turbas cansadas e famintas, ele disse: "Tenho compaixão desta multidão" (Mc 8,2), e quando, ao avistar Jerusalém, a sua cidade predileta, destinada a uma ruína fatal por causa da sua obstinação no pecado, exclamou: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados: quantas vezes eu quis recolher teus filhos, como a galinha recolhe debaixo das asas os seus pintinhos, e não o quiseste!" (Mt 23,37). O seu coração também palpitou de amor para com seu Pai, e de santa indignação, quando ele viu o comércio sacrílego que se fazia no templo, e verberou os violadores com estas palavras: "Escrito está: minha casa será chamada casa de oração; mas vós fizestes dela uma espelunca de ladrões" (Mt 21,13).
32. Pois o seu coração bateu particularmente de amor e de pavor quando ele viu iminente a hora dos seus cruéis padecimentos, e quando experimentando uma repugnância natural às dores e à morte, exclamou: "Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice" (Mt 26,39); palpitou com amor invicto e com suma amargura quando, ao receber o beijo do traidor, dirigiu-lhe aquelas palavras que parecem o convite último do seu coração misericordioso ao amigo que com ânimo ímpio, infiel e obstinado, devia entregá-lo aos seus algozes: "Amigo, a que vieste? Com um beijo entregas o Filho do homem?" (Mt 26,50; Lc 22,48); palpitou de compaixão e de amor íntimo quando disse às piedosas mulheres que choravam a sua imerecida condenação ao suplício da cruz: "Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai por vós mesmas e por vossos filhos..., pois, se assim tratam a árvore verde, que se não fará à seca?" (Lc 23,28.31).
33. Finalmente, quando o divino Redentor pendia da cruz, sentiu o seu coração arder dos mais vários e veementes afetos, isto é, de afetos de amor ardente, de consternação, de misericórdia, de desejo inflamado, de paz serena; afetos claramente manifestados naquelas palavras: "Pai, perdoa-lhes; porque eles não sabem o que fazem" (Lc 23,34); "Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?" (Mt 27,46); "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso" (Lc 23,43); "Tenho sede" (Jo 19,28); "Pai, nas tuas mãos entrego meu espírito" (Lc 23,46).
44. Assim como amou a Igreja, Cristo continua amando-a intensamente, com aquele tríplice amor de que falamos (cf. 1Jo 2,1); e esse amor é que o impele a fazer-se nosso advogado para nos obter do Pai graça e misericórdia, "estando sempre vivo para interceder por nós" (Hb 7,25). As preces que brotam do seu inesgotável amor, dirigidas ao Pai, não sofrem interrupção alguma. Como nos dias da sua carne" (Hb 5,7), também agora, que está triunfante no céu, ele suplica o Pai com não menor eficácia; e aquele que "amou tanto o mundo que deu seu Filho unigênito, afim de que todos os que nele crêem não pereçam, mas vivam vida eterna" (Jo 3,16). Ele mostra o seu coração vivo e como ferido e inflamado de um amor mais ardente do que quando, já exânime, o feriu a lança do soldado romano: "Por isto foi ferido (o teu coração), para que pela ferida visível víssemos a ferida invisível do amor".
46. À vossa consideração, veneráveis irmãos, e à do povo cristão quisemos expor em suas linhas gerais a íntima natureza e as perenes riquezas do culto ao coração sacratíssimo de Jesus, atendo-nos à doutrina da revelação divina como à sua fonte primária. Estamos persuadidos de que estas nossas reflexões, ditadas pelo próprio ensinamento do Evangelho, mostraram claramente como, em substância, este culto não é outra coisa senão o culto ao amor divino e humano do Verbo encarnado, e também o culto àquele amor com que o Pai e o Espírito Santo amam os homens pecadores. Porque, como observa o Doutor angélico, a caridade das três Pessoas divinas é o princípio da redenção humana nisto que inundando copiosamente a vontade humana de Jesus Cristo e o seu coração adorável, com a mesma caridade o induziu a derramar o seu sangue para nos resgatar da servidão do pecado:(33) "Com um batismo tenho de ser batizado, e como me sinto oprimido enquanto ele não se cumpre!" (Lc 12,50).
47. Aliás, é persuasão nossa que o culto tributado ao amor de Deus e de Jesus Cristo para com o gênero humano, através do símbolo augusto do coração transfixado do Redentor, nunca esteve completamente ausente da piedade dos fiéis, embora a sua manifestação clara e a sua admirável difusão em toda a Igreja se haja realizado em tempos não muito distantes de nós, sobretudo depois que o próprio Senhor revelou este divino mistério a alguns de seus filhos após havê-los cumulado com abundância de dons sobrenaturais, e os elegeu para seus mensageiros e arautos.
50. Mas, ainda que o coração ferido do Redentor tenha sempre levado os homens a venerarem o seu infinito amor a tempos sempre tiveram valor as palavras do profeta Zacarias que o evangelista João aplicou a Jesus crucificado: "Verão a quem traspassaram" (Jo 19,37; cf. Zc 12,10), todavia cumpre reconhecer que só gradualmente esse coração chegou a ser objeto de culto especial, como imagem do amor humano e divino do Verbo encarnado.
51. Querendo agora indicar somente as etapas gloriosas percorridas por este culto na história da piedade cristã, mister é recordar, antes de tudo, os nomes de alguns daqueles que bem podem ser considerados os porta-estandartes desta devoção, a qual, em forma privada e de modo gradual, foi-se difundindo cada vez mais nos institutos religiosos. Assim, por exemplo, distinguiram-se por haver estabelecido e promovido cada vez mais este culto ao coração sacratíssimo de Jesus: s. Boaventura, s. Alberto Magno, s. Gertrudes, s. Catarina de Sena, o Beato Henrique Suso, s. Pedro Canísio e s. Francisco de Sales. A s. João Eudes deve-se o primeiro ofício litúrgico em honra do sagrado coração de Jesus, cuja festa se celebrou pela primeira vez, com o beneplácito de muitos bispos de França, a 20 de outubro de 1672. Mas entre todos os promotores desta excelsa devoção merece lugar especial s. Margarida Maria Alacoque, que, com a ajuda do seu diretor espiritual, o beato Cláudio de la Colombière, e com o seu ardente zelo, conseguiu, não sem admiração dos féis, que este culto adquirisse um grande desenvolvimento e, revestido das características do amor e da reparação, se distinguisse das demais formas da piedade cristã.
52. Basta essa evocação daquela época em que se propagou o culto do coração de Jesus para nos convencermos plenamente de que o seu admirável desenvolvimento se deve principalmente ao fato de se achar ele em tudo conforme com a índole da religião cristã, que é religião de amor. Por conseguinte, não se pode dizer nem que este culto deve a sua origem a revelações privadas, nem que apareceu de improviso na Igreja, mas sim que brotou espontaneamente da fé viva, da piedade fervorosa de almas prediletas para com a pessoa adorável do Redentor e para com aquelas suas gloriosas feridas, testemunhos do seu amor imenso que intimamente comovem os corações. Evidente é, portanto, que as revelaçães com que foi favorecida s. Margarida Maria não acrescentaram nada de novo à doutrina católica. A importância delas consiste em que - ao mostrar o Senhor o seu coração sacratíssimo - de modo extraordinário e singular quis atrair a consideração dos homens para a contemplação e a veneração do amor misericordioso de Deus para com o gênero humano. De fato, mediante manifestação tão excepcional, Jesus Cristo expressamente e repetidas vezes indicou o seu coração como símbolo com que estimular os homens ao conhecimento e à estima do seu amor; e ao mesmo tempo constituiu-o sinal e penhor de misericórdia e de graça para as necessidades da Igreja nos tempos modernos.
53. Prova evidente de que este culto promana das próprias fontes do dogma católico dá-a o fato de haver a aprovação da festa litúrgica pela Sé Apostólica precedido a aprovação dos escritos de s. Margarida Maria. Na realidade, independentemente de toda revelação privada, e secundando só os desejos dos féis, por decreto de 25 de janeiro de 1765, aprovado pelo nosso predecessor Clemente XIII, a 6 de fevereiro do mesmo ano, a Sagrada Congregação dos Ritos concedeu aos bispos da Polônia e à arquiconfraria romana do sagrado coração de Jesus a faculdade de celebrar a festa litúrgica. Com esse ato, quis a Santa Sé que tomasse novo incremento um culto já em vigor, cujo fim era "reavivar simbolicamente a lembrança do amor divino" (35) que levara o Salvador a fazer-se vítima de expiação pelos pecados dos homens
54. A essa primeira aprovação, dada em forma de privilégïo e limitadamente, seguiu-se, a distância de quase um século, outra de importância muito maior, e expressa em termos mais solenes. Referimo-nos ao decreto da Sagrada Congregação dos Ritos de 23 de agosto de 1856, anteriormente mencionado, com o qual o nosso predecessor Pio IX, de imortal memória, acolhendo as súplicas dos bispos da França e de quase todo o orbe católico, estendeu a toda a Igreja a festa do coração sacratíssimo de Jesus, e prescreveu a sua celebração litúrgica.(36) Esse fato merece ser recomendado à lembrança perene dos fiéis, pois, como vemos escrito na própria liturgia da festa, "desde então o culto do sacratíssimo coração de Jesus, semelhante a um rio que transborda, superou todos os obstáculos e difundiu-se pelo mundo todo".
58. E, assim, do elemento corpóreo, que é o coração de Jesus Cristo, e do seu natural simbolismo, é legítimo e justo que, levados pelas asas da fé, nos elevemos não só à contemplação do seu amor sensível, porém a mais alto, até à consideração e adoração do seu excelentíssimo amor infuso, e, finalmente, num vôo sublime e doce ao mesmo tempo, até à meditação e adoração do amor divino do Verbo encarnado; já que à luz da fé, pela qual cremos que na pessoa de Cristo estão unidas a natureza humana e a natureza divina, podemos conceber os estreitíssimos vínculos que existem entre o amor sensível do coração físico de Jesus e o seu duplo amor espiritual, o humano e o divino. Em realidade, não devem esses amores ser considerados simplesmente como coexistentes na adorável pessoa do Redentor divino, mas também como unidos entre si com vínculo natural, nisto que ao amor divino estão subordinados o humano, o espiritual e o sensível, os quais são uma representação analógica daquele. Com isso não pretendemos que no coração de Jesus se deva ver e adorar a chamada imagem formal, quer dizer, a representação perfeita e absoluta do seu amor divino, não sendo possível, como não é, representar adequadamente por qualquer imagem criada a íntima essência desse amor; mas a alma fiel, venerando o coração de Jesus, adora juntamente com a Igreja o símbolo e como que a marca da caridade divina, caridade que com o coração do Verbo encarnado chegou até a amar o gênero humano contaminado de tantos crimes.
64. Tenham, pois, todos a firme persuasão de que no culto ao augustíssimo coração de Jesus o mais importante não são as práticas externas de piedade, e que o motivo principal de abraçá-lo não deve ser a esperança dos benefícios que Cristo nosso Senhor prometeu em revelações, e estas privadas, precisamente para que os homens cumpram com mais fervor os principais deveres da religião católica, a saber: o dever do amor e o da expiação, e assim também obtenham da melhor maneira o seu próprio proveito espiritual.
65. Exortamos, pois, todos os nossos filhos em Cristo a praticarem com entusiasmo esta devoção, tanto os que já costumam beber as águas salutares que manam do coração do Redentor, como sobretudo os que, à guisa de espectadores, olham de longe, com curiosidade e dúvida. Considerem esses com atenção tratar-se, como já dissemos, de um culto desde há tempos arraigado na Igreja, e que se apóia solidamente nos próprios Evangelhos; de um culto em favor do qual está claramente a tradição e a sagrada liturgia, e que os próprios pontífices romanos exaltaram com muitos e grandes louvores; pois não se contentaram com instituir uma festa em honra do coração do Redentor e estendê-la a toda a Igreja, mas ainda tomaram a iniciativa de dedicar e consagrar com rito solene todo o gênero humano ao mesmo sacratíssimo coração.(42) Considerem, finalmente, os frutos copiosos e consoladores que a Igreja tem colhido desta devoção: inúmeras conversões à religião católica, a fé de muitos reavivada, a união mais estreita dos cristãos com o nosso amantíssimo Redentor; frutos esses todos que, sobretudo nestes últimos decênios, têm sido observados com maior freqüência e esplendor.
67. Veneráveis irmãos, embora a devoção ao sagrado coração de Jesus tenha produzido em toda parte frutos salutares de vida cristã, contudo ninguém ignora que a Igreja militante na terra, e sobretudo a sociedade civil, ainda não alcançaram o grau de perfeição que corresponde aos desejos de Jesus Cristo, esposo místico da Igreja e Redentor do gênero humano. Não são poucos os filhos da Igreja que com numerosas manchas e rugas deturpam o rosto materno que em si mesmos refletem; nem todos os cristãos brilham por santidade de costumes, à qual por vocação divina são chamados; nem todos os pecadores que em má hora abandonaram a casa paterna têm voltado para de novo vestir-se nela com "a veste preciosa" (Lc 15,22) e pôr no dedo o anel, símbolo de fidelidade para com o esposo de sua alma; nem todos os infiéis se incorporaram ainda ao corpo místico de Cristo. Há mais. Porque, se bem que nos encha de amarga dor o ver a fé definhar nos bons, e contemplar como, pelo falaz atrativo dos bens terrenos, lhes decresce nas almas e aos poucos se apaga o fogo da caridade divina, muito mais nos atormentam as maquinações dos ímpios, que, agora mais do que nunca, parecem incitados pelo inimigo infernal no seu ódio implacável e aberto contra Deus, contra a Igreja e, sobretudo, contra aquele que representa na terra a pessoa do divino Redentor e a sua caridade para com os homens, consoante a conhecidíssima frase do doutor de Milão, "(Pedro) é interrogado sobre aquilo de que há dúvida, mas não o duvida o Senhor; pergunta, não para saber, mas para ensinar àquele que, na sua ascensão ao céu, ele nos deixava como vigário do seu amor".
71. Pelo que, seguindo o exemplo do nosso imediato antecessor, queremos lembrar de novo a todos os nossos filhos em Cristo a exortação que, ao expirar o século passado, Leão XIII, de feliz memória, dirigiu a todos os cristãos e a quantos se sentiam sinceramente preocupados com a sua própria salvação e com a salvação da sociedade civil: "Vede hoje ante vossos olhos um segundo lábaro consolador e divino: o sacratíssimo coração de Jesus..., que brilha com refulgente esplendor por entre as chamas. Nele devemos pôr toda a nossa confiança; a ele devemos suplicar e dele devemos esperar a nossa salvação".
74. A fim de que a devoção ao coração augustíssimo de Jesus produza frutos mais copiosos na família cristã e mesmo em toda a humanidade, procurem os féis unir a ela estreitamente a devoção ao coração imaculado da Mãe de Deus. Foi vontade de Deus que, na obra da redenção humana, a santíssima virgem Maria estivesse inseparavelmente unida a Jesus Cristo; tanto que a nossa salvação é fruto da caridade de Jesus Cristo e dos seus padecimentos, aos quais foram intimamente associados o amor e as dores de sua Mãe. Por isso, convém que o povo cristão, que de Jesus Cristo, por intermédio de Maria, recebeu a vida divina, depois de prestar ao sagrado coração o devido culto, renda também ao amantíssimo coração de sua Mãe celestial os correspondentes obséquios de piedade, de amor, de agradecimento e de reparação. Em harmonia com esse sapientíssimo e suavíssimo desígnio da divina Providência, nós mesmo, por ato solene, dedicamos e consagramos a santa Igreja e o mundo inteiro ao coração imaculado da santíssima Virgem Maria.
76. Entrementes, animado de doce esperança, e já pressagiando os frutos espirituais que da devoção ao sagrado coração de Jesus hão de transbordar copiosamente na Igreja se esta devoção, conforme explicamos, for entendida retamente e praticada com fervor, a Deus suplicamos que, com o poderoso auxílio da sua graça, queira atender estes nossos vivos desejos, e fazer que, com a ajuda divina, as celebrações deste ano aumentem cada vez mais a devoção dos féis ao sagrado coração de Jesus, e assim se estenda mais por todo o mundo o seu império e reino suave; esse "reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz"
77. Como penhor destes dons celestiais, concedemo-vos de todo o coração a bênção apostólica, tanto a vós pessoalmente, veneráveis irmãos, como ao clero e a todos os fiéis confiados à vossa solicitude pastoral, e em especial àqueles que de propósito fomentam e promovem a devoção ao sagrado coração de Jesus.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 15 de maio de 1956
CARTA ENCÍCLICA DO PAPA PIO XII
HAURIETIS AQUAS
SOBRE O CULTO DO SAGRADO
CORAÇÃO DE JESUS

A resposta a minha pergunta é que se deve dar culto de latria ao Sagrado Coração de Jesus e o significado deste, como disse o Papa Pio XII é: "mas a alma fiel, venerando o coração de Jesus, adora juntamente com a Igreja a marca da caridade divina, caridade que com o coração do Verbo encarnado chegou até a amar o gênero humano contaminado de tantos crimes."

O Sacratíssimo Coração de Jesus seja nosso amparo na prática do amor!



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Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus? Empty Re: Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus?

Mensagem por maristelamelocatolica Seg Jul 04, 2011 8:35 pm

Por favor seja mais objetivo... eu mesmo lendo todo o texto só estou me confundindo ainda mais... ainda não entendi a diferença do sagrado coração de Maria para o sagrado coração de Jesus, tente me explicar com menos palavras por favor. Muito obrigada pela atenção!!

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Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus? Empty Re: Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus?

Mensagem por Petrus Romanus Seg Jul 04, 2011 9:28 pm

Desculpe-me pelo texto grande, é que eu achei-o bem contemplativo e util para se perpetuar o amor ao Sagrado Coração de Jesus.
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é a devoção ao seu amor para com os homens, a marca da caridade divina! Portanto adorar o Sagrado Coração é adorar ao amor de Deus para com os homens é adorar o coração de Cristo que continua pulsando de amor para com os homens, de angustia para com os que o menosprezam, e de caridade e misericordia para aqueles que se aproximam dele com coração sincero!
A devoção ao Imaculado Coração de Maria (não é Sagrado como eu já havia dito, é Imaculado), penso eu, é a devoção ao próprio coração de nossa mãe Santissima, que pulsa e bate nos céus de amor para com os homens, a devoção é uma prece para que Maria, nossa mãe, rogue por nós, que o seu coração imaculado, ou seja, sem pecado, seja a nossa prece a Deus, para que o nosso coração se torne sem manchas como o dela e assim possa alcançar a Salvação dada gratuitamente pelo amor com que Cristo sente por nós em seu Divinissimo Coração.
Ao Coração Sacro de Jesus devemos adorar, pois é como se estivessemos adorando ao próprio Cristo (como nos disse o Santo Padre), por dedução obvia, ao Coração de Maria devemos prestar hiper-dulia, ou seja, uma grande veneração!

Espero ter ajudado, que o Imaculado Coração de Maria seja o nosso caminho para a salvação, a saber, a santidade!
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Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus? Empty Adorar corações?! ...

Mensagem por Manuel Portugal Pires Dom Ago 14, 2011 6:09 pm

Espero que este significado de «adorar» seja parecido ao do marido que diz à esposa «eu adore-te».
O que na verdade ele quer dizer é apenas : «eu amo-te».
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Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus? Empty Re: Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus?

Mensagem por Petrus Romanus Seg Ago 15, 2011 1:38 am

Não não, quando Pio XII disse sobre o culto ao Sagrado Coração de Jesus ele o disse se referindo a um culto de Latria, o mesmo prestado a Deus!

Espero ter ajudado.
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Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus? Empty Re: Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus?

Mensagem por Manuel Portugal Pires Seg Ago 15, 2011 8:42 am

Isso foi o que ele disse e é um homem com direito a opinião.
Ora DEUS YHWH não e um mero coração e muito menos uma representação, quer seja material como ideológica. Por isso é para mim, objectivamente falando, um acto de idolatria essa adoração com o significado consciente de «latria».
Quanto a analisar as coisas pelo lado subjectivo, só YHWH DEUS tem esse privilégio de julgar correctamente.
A Igreja Católica é muito permissiva e tolerante quanto a actos de «latria». Só considera ídolo quando já é mais que evidente e já não o pode negar de forma nenhuma.
Assim nem está com precauções com possíveis escândalos e abusos, porque pensa que toda a gente já está mais que esclarecida, quando não é verdade.
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Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus? Empty Re: Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus?

Mensagem por Binhokraus Seg Ago 15, 2011 1:06 pm

Mas qual o problema na adoração do Sagrado Coração de Jesus? Ora, se é o Próprio Cristo que adoramos? Não vejo problema nenhum em um culto de latria ao Sagrado Coração de Jesus. Veria muito problema se o mesmo se fizesse ao Imaculado coração de Maria, mas sabemos, não é o caso. Adorar o Sagrado Coração de Jesus é Adorar o próprio Cristo, aonde está o erro nisso?

Ninguém resumiu Cristo ao seu coração! Mas seu coração, de onde jorrou sangue e água na cruz é digno, como todo o seu santíssimo corpo de Adoração.
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Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus? Empty Haja diferença entre uma substância criada e substância divina, de YWWH, não criada.

Mensagem por Manuel Portugal Pires Seg Ago 15, 2011 3:02 pm

Vamos então raciocinar segunda a Lei de YHWH e não segundo as leis dos homens.
O coração de Cristo, assim como todos os corações, foi criado por DEUS, para o SEU FILHO.
Portanto, se estamos a adorar um coração, seja qual for, estamos a adorar uma coisa criada, em vez de YHWH o Criador, mesmo que esse coração pertença a Cristo que reconhecemos como divino, isto é com a substância espiritual não criada de SEU Pai.
Mas muito pior ainda se estivermos a adorar uma representação seja de Cristo seja de DEUS.
Mesmo que não seja o coração material do Cristo, mas sim o que ele representa espiritualmente não deve ser objecto de adoração (latria) mas apenas de veneração, isto é de amor, respeito e agradecimento.
O que pode dizer é que essa veneração (simples veneração) pode-nos transportar espiritualmente para junto de YHWH em adoração. Mas para isso acontecer temos que ter já um grau muito elevado de espiritualidade e deve ser feita não em público para não haver distracção, nem causar escândalo, mas no intimo do nosso coração e na privacidade do nosso quarto.
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Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus? Empty Re: Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus?

Mensagem por Binhokraus Seg Ago 15, 2011 6:58 pm

Muito bem, como sempre é a sua opinião. E como sempre também, não vejo nexo nessa sua argumentação, como na maioria das que o senhor faz, mas, paciencia, todos são livres para dar a sua opinião.
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Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus? Empty Re: Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus?

Mensagem por Manuel Portugal Pires Ter Ago 16, 2011 12:45 pm

Então se não há nexo, diga-me lá:
O coração de Jesus foi ou não criado?! ... Existiu sempre?! ...
Devemos «adorar» uma coisa criada ou não?! ...
Se essa coisa criada pertence ao Criador devemos adorá-la?! ...
E se estivermos na dúvida devemos adorar (latria) ou apenas venerar (dulia)?!...

Mas se a Sua Igreja permitir já podemos!... É?!...

(Romanos 1,18-36)

Não será uma adoração por substituição?! ...
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Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus? Empty Re: Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus?

Mensagem por Binhokraus Ter Ago 16, 2011 3:17 pm

não senhor manuel. Nesse seu raciocínio estranho, o senhor ignora uma coisa que para a Igreja Católica é fundamental a saber: Não há dicotomia em Jesus, é 100% homem e 100% Deus! Não existe a parte humana e a parte Deus, é Todo homem e Todo Deus. Logo, adorar o coração, o pé, a mão ou qualquer parte de Jesus é adorar o próprio Deus feito homem. Mas ai pode-se perguntar, pq essa atenção especial ao Sagrado Coração? Já disse acima, foi do Sagrado coração que jorrou sangue e água quando perfurado pelo soldado. Por isso uma especial atenção ao sagrado coração de Jesus, dentre outras considerações, mas como sempre o senhor faz, não procura conhecer a doutrina católica, e mesmo assim se põe a criticar. Sinceramente estou cansado de sua repetição e seu ódio a igreja, e tenho tentado me limitar ao máximo a responder o senhor, pq sinceramente, o senhor não tem nenhum compromisso com a verdade. Não sabe reconhecer seus erros, e inventa raciocínios apoiado em fantasias e devaneios para justificar sua posição. Não gostar da igreja, é um direito seu. Isso eu respeito. O resto... como eu disse, é resto...
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Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus? Empty Re: Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus?

Mensagem por Manuel Portugal Pires Qua Ago 17, 2011 8:11 am

Não Sr. Cleber!
Ora o principio é não adorar as coisas criadas, correcto?!
Ora se usarmos o seu raciocínio de que Jesus era 100% humano e 100% divino, para se abrir explicitamente a porta à adoração vamos cair no efeito de uma bola de neve que rola a partir do cimo de uma montanha. Começa pequenininha, e consigo vai arrastando mais e mais neve que ao chegar ao fundo da montanha é já uma bola enorme.
O mesmo aconteceu na tolerância da Igreja católica em relação à adoração.
Depois de aconselhar o culto de latria ao S.Coração (uma coisa criada) vem por exemplo o culto de latria à cruz (adoração da cruz) porque significa a forma com que Cristo nos disponibilizou a Salvação. Portanto uma justificação sentimental tal como ter brotado sangue e água do coração (aliás lado) de Jesus.
A justificação dos 100% homem e 100% divino, leva-nos para adoptarmos o título de «mãe de DEUS» e assim o culto de hiper-dulia, que embora seja teoricamente diferente do de latria, na prática não o é.
Eu assisti e participei diariamente em vários cultos da Igreja Católica Romana (missas, terços, vias-sacras, baptizados, casamentos, funerais etc.etc.etc.) e quando olhava para as imagens que faziam parte do culto (e eu não distinguia entre latria ou dulia, nem conhecia essas palavras), perguntava para mim mesmo: «Porque é que eu posso "adorar" estas imagens benzidas, ao passo se adorar as que fazem parte da talhe dos altares já é considerado «idolatria?».
Eu na verdade não tinha resposta.
Eu adorava porque era assim ensinado por minha mãe, em quem podia confiar completamente. Ela não me enganava e só queria o meu bem e eu tinha disso plena certeza: mas ela é que andava enganada sem o saber.
Quando ela faleceu (as pessoas responsáveis nem sequer providenciaram para que eu assistisse ao seu funeral) tive que me virar, já que eu não tinha qualquer experiência e não tive a ajuda de ninguém, por mais que a procurasse. Desta forma, coisas muito simples, na altura própria, para qualquer um, se tornaram uma completa impossibilidade para mim.
Fiquei literalmente sozinho neste mundo, e com a sensação que tinha aterrado num mundo totalmente desconhecido para mim ( e na verdade, até era).
Tive que procurar por mim com as faculdades ainda vazias que YHWH DEUS me concedeu e assim fiz até ao dia de hoje, tomando sozinho decisões procurando como quem procura uma agulha perdida num palheiro.
Portanto, se vejo as coisas diferentes é porque as encontrei realmente diferentes do que a maior parte das pessoas as vêem, porque não tiveram a necessidade de as procurar.
Uma coisa é a realidade crua e nua; outra é a ficção.
E a realidade é mais credível que a ficção.
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Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus? Empty Re: Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus?

Mensagem por Binhokraus Qua Ago 17, 2011 8:50 am

E a realidade é que Jesus é verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Goste o senhor ou não. Não existe dicotomia em Jesus, se o senhor discorda, beleza, é seu direito, mas se quer criticar, favor fundamente sua resposta em algo além de seu julgamento particular. Entendo que sua história não seja uma história feliz, ou pelo menos, uma parte dela, mas se formos pegar as histórias de cada um aqui, encontraremos histórias tão infelizes e provavelmente até mais tribuladas que a sua. O fato de sua experiência particular ser negativa, não invalida absolutamente nada do que eu disse. Lamento que sua mãe não tenha sido instruída corretamente pelos que deviam faze-lo, lamento também pelo senhor não ter sido, mas também isso não invalida nada do que disse. Em outro tópico, cujo senhor também participa tratamos desse assunto de dulia, hiperdulia e adoração. Não tenho nada a acrescentar sobre isso, e já que o senhor sempre ignora tudo o que falamos seria perda de tempo repetir, como jogar pérolas aos porcos.
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Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus? Empty Re: Deve-se adorar o Sagrado Coração de Jesus?

Mensagem por Manuel Portugal Pires Qua Ago 17, 2011 9:06 am

Na verdade não ignoro, mas não compreendo!
È como que dizer «há "razões" que a própria razão desconhece!».
Isto faz especialmente sentido em questões de psicologia humana.
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