O que representam tanto a quaresma como a quarta-feira de cinzas e outras festas católicas?

Sempre tive a curiosidade de saber o que significariam a quarta-feira de cinzas, a quaresma, o domingo de ramos, a pascoa, o sabado de aleluia. Creio eu que a quaresma represente o periodo que Cristo esteve no deserto jejuando (São Mateus 4:2), o domingo de ramos quando ele entrou em Jerusalém (São Mateus 21:8), a pascoa sua ressurreição (São Lucas 24:1-2) e o sabado de aleluia o suicidio de Judas (São Mateus 27:5).
Daí surge a pergunta, com base em que a Igreja estabeleceu a data para a Pascoa?, sendo que esta era uma comemoração dos judeus, quando Moises os tirou do Egito, com que base a Igreja definiu as datas de ramos?, e se convinha que Cristo permanecesse morto por tres dias, porque ele morreu na sexta a tarde e ressucitou no domingo de manhã? Isto da um dia e meio e não tres. E com base em que se definiu a quaresma e o que é a quarta-feira de cinzas?, peço que ninguém estenda minha pergunta como acusação, mas como uma forma de esclarecer os pormenores da Igreja não só a mim, mas a todos os que lerem, para que ninguém se escandalize por causa da Igreja; e se alguém puder colocar quando a Igreja definiu estes conceitos, agradeço desde já.

Que o amor de Cristo nos una num só corpo e num só espirito!

Olá Petrus, acredito que o Pe. Anderson dará a resposta mais adequada as suas questões. Porém vou adiantar algumas coisas que meu limitado conhecimento me permite.

Você está correto quanto a quaresma, realmente é o período de 40 dias que Nosso Senhor passou no deserto, também está correto quanto ao Domingo de Ramos, representa a entrada de Nosso Senhor em Jerusalém. Mais uma vez está correto quanto a páscoa, que é a festa da Ressurreição de Nosso Senhor. Mas está equivocado quanto a motivação do sábado de aleluia, ele não significa o suicídio de Judas, embora acreditemos pelas escrituras que foi o dia fatídico de seu suicídio. O sábado de Aleluia, é o dia em que Cristo estava morto, e desceu a mansão dos mortos. Tem um significado de espera pela ressurreição de Nosso Senhor. Então o maior sentido deste sábado é a vigilia, a espera pela ressurreição que aconteceria no domingo.

Quanto a estas datas, o que as define são o calendário judáico, que a igreja também segue, e que para nós é o calendário litúrgico. Que termina na festa de Cristo Rei em novembro, que é o fim do calendário judaico e também fim do calendário litúrgico. A festa da páscoa católica é na mesma época da páscoa judáica, por essa razão, podemos a partir deste calendário definirmos o tempo da quaresma, que foi o período de 40 dias que antecederam a páscoa judaica, que Cristo passou no deserto. Então 40 dias antes de se iniciar a páscoa celebramos de forma penitente, a quaresma, tempo de arrependimento e conversão, em memória ao tempo que Cristo passou no deserto. Com isso todas as outras festas referentes a sua pergunta também são estimadas por base nesse calendário judaico.

Acredito que ficou um pouco mais claro, e espere mais um pouco por uma resposta mais profunda a respeito de suas questões. Permaneçam em Deus. Paz, unção e música!!!

Meu Caro Petrus,

Que a paz de Jesus esteja com você!

Asquestões que você levanta neste tópico são muito interessantes e, como percebemos, precisam de mais esclarecimento entre os próprios católicos. Do mesmo modo como Binho afirmou, o meu conhecimento é também muito limitado em algumas destas questões que, com certeza, o Pe. Anderson nos dará esclarecimentos bem mais precisos.

Em relação à quaresma, sua origem tem fundamentação ainda no Antigo Testamento, de modo mais específico nas pessoas de Moisés e de Elias, tendo como característica principal o jejum, e de forma muito rígida.

Moisés permaneceu em jejum durante quarenta dias e quarenta noites, sem nada comer e sem nada beber no monte Sinai (Ex 24,18; 34,28; Dt 9,9).

Do mesmo modo, Elias, após uma refeição, permaneceu também sem nada comer e sem nada beber durante quarenta dias e quareta noites no monte Horeb (1Rs 19,8).

No Novo Testamento, Jesus faz o mesmo (Mt 4,2; Mc 1,13; Lc 4,2).

Nestas passagens bíblicas está toda a fundamentação do tempo quaresmal, embora que a primeira referência documentada a respeito desta prática na Igreja seja do ano 325 no concilio de Nicéia.

É muito importante verificarmos revisitando a história da nossa Igreja, que a prática do jejum era muito rígida durante todo o período da quresma, excetuando-se alguns períodos específicos, como por exemplo, o período da segunda guerra mundial, quando o momento exigia uma certa flexibilidade por parte da Igreja.

Na minha infância, era comum, embora com uma certa flexibilidade, o jejum durante toda a quaresma, além da abstenção de carne nos dias de quarta e sexta feira.

Mais tarde, em 1966, a Constituição Apostólica Paenitemini restringiu a obrigatoriedade do jejum à quarta feira de cinzas e à sexta feira santa, deixando cada pessoa à vontade para a prática do jejum e da abstinência de carne durante os outros dias do tempo da quaresma de acordo com o seu próprio desejo e discernimento.

Creio que devo ter contribuido um pouco. Amanhã vou tentar descrever mais alguma coisa.

Um grande abraço !!!

Para compreendermos o sentido da cerimônia das cinzas, é necessário que conheçamos os vários significados das cinzas descritos nos diversos textos das Sagradas Escrituras.

As cinzas foram utilizadas como sinal de purificação ( Nm 19; Jó 2,8; Hb 9,13 ), como sinal de transitoriedade ( Gn 18,27; Jó 30,19 ), como sinal de luto ( 2Sm 13,19; Est 4,1; Sm 102,10 ), como sinal de penitência ( Dn 9,3; Mt 11,21 ) e, numa analogia aínda maior, como sinal de pertença ao povo de Deus ( Ap 7,3.9,4.14,1.22,3-4 ).

A quarta feira de cinzas, mesmo não sendo, enquanto dia, mencionada nas Sagradas Escrituras, foi adotada na liturgia da Igreja para marcar o início do tempo quaresmal, o tempo de penitência que precede a Páscoa. Nela, o uso das cinzas, dentre os vários significados apresentados nas Sagradas Escrituras, não se trata de um sacramento, mas se constitui em um sacramental inerente à penitência, à conversão, ao arrependimento.

O rito das cinzas, tendo o sentido de "metanoia" que quer dizer conversão, nos convida ao reconhecimento dos nossos pecados e da nossa pequenez diante da grandeza de Deus. Assim, no momento em que se oficializa o rito, enquanto o ministro marca os fiéis com as cinzas, pronuncia as seguintes palavras: "Convertei-vos e crede no Evangelho" ( Mc 14,15 ), ou ainda, "Lembra-te que és pó e ao pó retornarás" ( Gn 3,19).

Este rito tem um grande significado para os fiéis, lhes dando a compreensão de que a fé faz com que a vida renasça das cinzas, ou seja, faz com que o julgo do pecado nos fiéis seja aniquilado pelo domínio da graça, concedendo-lhes aínda, o usufruto da promessa de salvação descrita nas Sagradas Escrituras e referendada pela própria liturgia nos seguintes termos:"Pela penitência da quaresma, corrigís nossos vícios, elevais nossos sentimetos, fortificais nosso espírito fraterno e nos garantis uma eterna recompensa" ( Prefácios III e IV da quaresma).

Um grandeabraço a todos !!!

Caros amigos,

Agradeço as respostas dadas pelo Binho e pelo Flavio a esse tópico. Confirmo o que eles disseram. Teria mais coisas para dizer, mas por hora estou sem tempo.

De qualquer modo, creio que muito já foi dito sobre esses temas no nosso forum. De uma olhada, caro Petrus:

https://quemtembocavaiaroma.forumeiros.com/t692-quaresma-tempo-de-exercicio-espiritual-que-deve-ser-vivido-com-jesus#5971

https://quemtembocavaiaroma.forumeiros.com/t368-a-pascoa-seu-significado-e-data

Grande abraço a todos.

com respeito a ressureição quero dizer que a bíblia afirma que Cristo ressuscitou ao terceiro dia e não após 3 dias. são coisas diferentes. Ao terceiro dia quer dizer: morreu na sexta, ficou na tumba no sábado e ressurgiu no domingo. ok?

Não me parece que é isso que diz o evangelho.
"Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra." (Mateus 12:40)

"...e que fosse morto, mas que depois de três dias ressuscitaria." (Marcos 8:31)

Recentemente recebemos um comentário nos sermões disponibilizados no 7online com uma pergunta referente aos três dias que Jesus parmaneceu na sepultura.

A pergunta feita por poderia ser resumida assim:

Cristo morreu numa sexta-feira e ressuscitou no domingo, como fazer este cálculo? Se o próprio Cristo disse que ficaria morto três dias e três noites, será que Cristo se enganou nos cálculos?

COMO HARMONIZAR AS 36 HORAS, MAIS OU MENOS, QUE CRISTO ESTEVE NA SEPULTURA, COM SUA DECLARAÇÃO EM MATEUS 12:40?


Tomando as palavras de Mateus 12:40 ao pé da letra concluímos que Jesus diz que ficará 72 horas na sepultura. Mas os evangelhos declaram que esse período durou aproximadamente 36 horas. Como harmonizar isso?

Para encontrarmos uma explicação do problema de Mateus 12:40 precisamos compreender o pano de fundo da declaração de Jesus, analisando o contexto dentro do qual ele proferiu essas palavras, e o que elas significavam para aqueles que as ouviram.

O próprio Mateus, claramente, demonstra que Jesus foi sepultado no final do dia da preparação e ressuscitou no primeiro dia da semana, ainda de madrugada (Mateus 27:45; 28:1). Portanto, Jesus esteve na sepultura no seguinte período de tempo:

a) parte da sexta-feira;

b) todo o dia de sábado;

c) parte do domingo.

E agora? Errou Jesus o cáculo?

CONTEXTO
Jesus acabara de realizar a cura do homem com a mão ressequida dentro de uma sinagoga (Mateus 12:9-21). Em seguida expulsara um demônio cego e mudo de um homem (vv. 22-24). Após isso os escribas e fariseus pediram-lhe um sinal (v. 38). Era costume deles assim proceder com os que se proclamavam mensageiros de Deus (I Coríntios 1:22).

Pelo comportamento obstinado e apóstata demonstrado, não tinham o direito de pedir sinal, e se Cristo lhes desse, não aceitariam. Nenhum outro sinal lhes seria dado a não ser o sinal do profeta Jonas. Mas qual é o significado do sinal do profeta Jonas?

O Comentário Bíblico Adventista ao explicar este verso defende que o sinal prefigurava tanto a pregação como a ressurreição de Jesus. Assim como Jonas escapara da morte para pregar aos ninivitas a mensagem de arrependimento e salvação, do mesmo modo Cristo através de Sua ressurreição levaria a todos que o aceitassem a salvação.

O Desejado de Todas as Nações, página 406, declara:

“ ‘Hipócritas’, disse Jesus, “sabeis diferençar a face do céu” – estudando o céu, podiam predizer o tempo – “e não conheceis os sinais dos tempos?”As próprias palavras de Cristo, proferidas com o poder do Espírito Santo que os convencia do pecado, eram o sinal dado por Deus para salvação deles. E sinais vindos diretamente do Céu foram, concedidos para atestar a missão de Cristo. . . . “E suspirando profundamente em Seu espírito, disse: Por que pede esta geração um sinal?” “Nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas.” Como Jonas estivera três dias e três noites no ventre da baleia, havia Cristo de estar o mesmo tempo “no seio da terra”. E como a pregação de Jonas fora o sinal para os ninivitas, assim o era a de Cristo para Sua geração.”

Os versos seguintes de Mateus 12:40 comprovam que Jesus se referia tanto à Sua pregação quanto à ressurreição.

CONTAGEM INCLUSIVA
A solução do problema da aparente contradição do tempo real de Jesus na sepultura, com Sua declaração, se encontra na seguinte explicação que segue abaixo.

A expressão “três dias e três noites” tinha para os judeus, que viviam no oriente, uma conotação diferente do que tem para nós hoje, que vivemos no mundo ocidental. Não podemos esquecer que a Bíblia foi escrita numa cultura muito diferente da que vivemos hoje.

Primeiramente, ao declarar três dias e três noites, Jesus está se referindo claramente a um período de três dias. Esta era uma maneira comum na época de referir-se a um período de tempo, assim como nós, hoje, podemos muito bem falar: “De manhã, de tarde e de noite”, e assim estaremos nos referindo a um período de “um dia”.

Percebemos também que a maneira de contar o tempo, chamada “contagem inclusiva”, incluía o dia inicial, bem como o dia final, sem considerar quão pequena fosse a fração do dia inicial ou final.

Há exemplos deste processo nos escritos sagrados e profanos:

I. Sagrados

1) Ester 4:16; 5:1 “e jejuai por mim, e não comais, nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia”, “Ao terceiro dia Ester se aprontou”. O período de três dias, sob o ponto de vista ocidental (72 horas), não havia chegado ao fim quando ela se apresentou perante o rei, se fosse diferente estaria no quarto dia.

2) As crianças em Israel eram circuncidadas ao terem 8 dias (Gênesis 17:12), porém, a circuncisão ocorreria no oitavo dia devido a contagem inclusiva (Levíticos 12:3; Lucas 1:59).

II. Profanos

A Enciclopédia Judaica Universal no item – “dia”, assim se expressa: “Nas práticas religiosas, a parte de um dia é freqüentemente contada como um dia completo. Tal é o caso dos sete dias de luto, se o funeral ocorre à tarde; a curta porção restante do dia é contada como um dia completo. Na contagem da data da circuncisão no oitavo dia após o nascimento, mesmo uns poucos minutos do dia restante após o nascimento são considerados como um dia completo.”

CONCLUSÃO
Tendo em vista as explicações acima podemos ver que quando Jesus declara três dias e três noites ele está se referindo a um tempo de três dias. Porém, a maneira de contar esses dias difere da ocidental.

Fazendo um diagrama podemos ver como os judeus contemporâneos de Jesus entendiam o tempo:

1 DIA
1 DIA
1 DIA

Tarde da sexta
Sábado todo
Manhã de domingo


Na cabeça dos judeus orientais, por menor que fosse o período da sexta-feira ou do sábado, eles eram considerados como um dia.

Portanto não há nenhuma dificuldade de harmonizar a passagem de Mateus 12:40 com o período em que Cristo esteve na sepultura, se for considerada a cultura hebraica e o contexto histórico da época.

Se o problema, aparentemente existe, este é resolvido, quando se considera a contagem diferente dos orientais – contagem inclusiva.

Vale ainda ressaltar que mais importante do que o tempo da estada de Cristo na tumba, foi a sua morte vicária, que nos propicia a salvação. Demos sempre graças a Deus pelo sublime sacrifício de Cristo por nós. Amém

Também venho aqui chamar a atenção para não desvirtuarem o tema proposto no tópico. A discussão acerca do tempo que Jesus "permaneceu morto" já foi feita em um tópico, que infelizmente em foge a memória, e embora tenha relação com o tempo da quaresma, se trata de uma questão que foge ao tema do tópico. Então vamos procurar manter o tema ok?

Obrigado

Então ressaltando a pergunta sobre a quarta-feira de cinzas, de onde proveio a inclusão dela na liturgia e por que? A Igreja tem alguma base para tal ocorrido ser na quarta e um pouco mais de 40 dias antes da Pascoa? E agradeço a resposta da usuaria quemtembocadizaverdade foi muito esclarecedora.

Caro Petrus, o Pe. Anderson já indicou 3 links acima. Preciso perguntar se você os leu e permaneceu com essas dúvidas. Caso tenham permanecida essas dúvidas após a leitura do referidos tópicos, podemos tentar desenvolver um pouco mais a questão por aqui. Só quero lembrar que ontem o Pe. Anderson acrescentou mais informações ao seguinte tópico https://quemtembocavaiaroma.forumeiros.com/t368-a-pascoa-seu-significado-e-data

Permaneça em Deus.

quanto a quarta feira de cinzas tem alguma ligação como carnaval, porque quando eu era criança minha mãe contava que o carnaval simbolizava o festejo pela morte de Cristo, então na quarta de cinsza os católicos iam á missa pra se comungar devido a participação no carnaval. é verdade?

Não! O carnaval é a festa da carne. Uma festa aonde se comia muita carne, pois passariam um tempo (40 dias) sem comer carne. Hoje o carnaval popular, infelizmente também é a festa da carne, mas com outro sentido. A quarta de cinzas marca o início do período de 40 dias que Jesus passou no deserto. Então é o começo de um tempo de penitencia e mortificação, a exemplo de Cristo. O rito das cinzas tem como único propósito nos lembrar de que "tu és pó, e ao pó hás de voltar". Nos recordando a brevidade desta vida terrena, do nosso corpo material, e nos convidando a viver aqui na terra uma constante luta contra os apetites da carne, buscando constantemente as coisas do alto.

Senhor Manuel, apesar de ter feita uma boa exposição de suas idéias, devo lembra-lo que esta não tem relação com o tópico criado. Vamos tentar manter o assunto do tópico. A minha citação da palavra "tu és pó, e ao pó hás de voltar" refere-se a liturgia de cinzas celebrada na quarta. E embora a intenção desta celebração seja também nos recordar dessa realidade que o senhor nos apresenta, a sua explanação foge um pouco ao tema.

Permaneça em Deus.

obrigada Binho pelo esclarecimento.

Olá, eu voltei

Gostaria de aprofundar mais neste tópico. ainda não entendi qual a ligação da quaresma com os 40 dias de jejum do Senhor no deserto. pois lá, sabemos do objetivo de Jesus ser conduzido ao deserto pelo Espírito Santo, mas não consigo ver nenhuma ligação com a quaresma.

Estamos nos aproximando do tempo pascal na nossa liturgia. Isso implica afirmar que estamos chegando ao término do tempo litúrgico da quaresma, tempo de reflexão, de conversão e de revisão de vida que nos prepara para as alegrias da Páscoa do Senhor no nosso calendário litúrgico. É, portanto, neste cenário, que encontramos o real sentido do tempo quaresmal que é sobretudo tempo de conversão.

Com efeito, é porque pecamos que necessitamos de conversão. Na linguagem hebraica, o termo "conversão", vem da metáfora voltar-se. Voltar a mostrar o rosto quando alguem voltou as costas; voltar a um lugar do qual alguem se afastou indevidamente.

O homem pode arrepender-se, e quando isso acontece, uma vez se colocando diante de Deus, Deus torna possível a sua conversão, selando-a com o seu perdão sem medidas.

A conversão pode ser caracterizada por um ato único em determinadas circunstâncias, como pode também, desdobrar-se em uma série de atos componentes de todo um processo.

A nossa liturgia penitencial nos oferece expressões separadas a estes momentos, e nos ajuda a compreender e a distinguir o verdadeiro sentido. Assim, o homem percebe a sua culpa por algo que o acusa, através da meditação da Palavra de Deus, da revisão dos seus mandamentos, de um oráculo profético que se processa de forma individual ou coletiva, dentre tantas outras formas que nos são possíveis. Não raras vezes, em momentos como estes, a consciência humana reage (2Sm 24,10). Este reconhecimento tanto interno quanto externo da culpa do pecado implica o ato do arrependimento. É certo que muitas vezes o homem resiste, e nesse momento, Deus o argumenta, o acossa (Jr 2-3).

A conversão é, portanto, a partir do arrependimento, uma volta para Deus, uma mudança de vida para melhor (Dt 30,2) e, com o perdão de Deus, se consuma no próprio homem o fenômeno da reconciliação, como aconteceu com Davi (2Sm 12), com o povo de Deus (Jz 10), e finalmente, comos podemos verificar sempre que nos deparamos com a misericórdia divina na leitura e na meditação da sua Palavra.

Que nós saibamos sempre, mas de modo especial, neste término do tempo litúrgico da quaresma, buscar estes momentos de reflexão que nos propicia, para além do arrependimento, a certeza do perdão do Divino Salvador.

E QUE VENHA A PÁSCOA DO SENHOR !!!

Um grande abraço a todos !!!

Aproveito o momento para referendar o seguinte tópico:

https://quemtembocavaiaroma.forumeiros.com/t692-quaresma-tempo-de-exercicio-espiritual-que-deve-ser-vivido-com-jesus

Um grande abraço a todos !!!