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O Santo nome de Deus Pai não deve ser pronunciado e nem traduzido, por que?

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Mensagem por Petrus Romanus Dom Jan 16, 2011 10:10 pm

Gostaria de saber se procede algumas alegações tanto das testemunhas de Jeová quanto de alguns outras grupos juntamente com seus argumentos, gostaria de saber a posição da Santa Igreja e de outros que desejarem:

1)"...Ao que tudo indica, durante o primeiro e o segundo séculos EC, desenvolveu-se entre os judeus uma superstição contra o uso do nome de Deus. A Míxena (uma coleção de comentários rabínicos que se tornou o fundamento do Talmude) declara que “quem pronunciar o nome divino conforme é escrito” não terá parte no futuro Paraíso terrestre prometido por Deus.

Qual foi a origem dessa proibição? Alguns afirmam que os judeus consideravam o nome de Deus sagrado demais para ser pronunciado por humanos imperfeitos. Com o tempo, as pessoas começaram a hesitar até em escrever o nome. Segundo certa fonte, esse medo surgiu devido à preocupação de que o documento no qual o nome estivesse escrito pudesse acabar no lixo, dessacralizando o nome divino.

A Encyclopaedia Judaica diz que “as pessoas passaram a evitar pronunciar o nome YHWH . . . devido a um mal-entendido em relação ao Terceiro Mandamento”. O terceiro dos Dez Mandamentos dados aos israelitas por Deus declara: “Não deves tomar o nome de Jeová, teu Deus, dum modo fútil, pois Jeová não deixará impune aquele que tomar seu nome dum modo fútil.” (Êxodo 20:7) Assim, o decreto de Deus contra o uso impróprio do seu nome foi distorcido e transformado numa superstição...

A prática comum de não usar o nome de Deus baseia-se unicamente em tradições humanas, não em ensinos bíblicos. “Não há nada na Torá que proíba a pessoa de pronunciar o Nome de Deus. De fato, nas Escrituras fica evidente que o Nome de Deus era pronunciado rotineiramente”, explica o pesquisador judaico Tracey R. Rich, que mantém um site na internet chamado Judaism 101. Realmente, nos tempos bíblicos os adoradores de Deus usavam o nome dele..." (Fonte:http://www.watchtower.org/t/20040122/article_02.htm)

2)"No caso das Escrituras Gregas Cristãs, o Novo Testamento, a situação é diferente. Manuscritos do livro de Revelação ou Apocalipse (o último livro da Bíblia), contêm o nome de Deus em sua forma abreviada, Jah, (na palavra Aleluia). A antiguidade e legitimidade de YHWH como Nome de Deus para os judeus pode ser comprovada na tradução para o grego da Bíblia Hebraica, chamada de Septuaginta Grega (LXX). Aqui, o Tetragrama YHWH aparece escrito em hebraico arcaico ou paleo-hebraico. Em pelo menos um caso, foram encontrados em fragmentos de copias primitivas da LXX (Papiro LXX Lev. b, Caverna 4 de Qumran, datado do 1.º século AEC) onde YHWH é representado em letras gregas (Levítico 3:12; 4:27) onde é transliterado por YAO [ YaHo ] e não por Kýrios. Em cópias posteriores da LXX, datadas do final do 1.º século EC em diante, começaram a substituir YHWH por Kýrios, que significa "Senhor" (neste caso, é escrito em letras maiúsculas, "SENHOR") e por Theós, que significa "Deus", referindo-se ao verdadeiro Deus. Foi por isso que o tetragrama YHWH desapareceu graficamente do texto do Novo Testamento de muitas traduções bíblicas.

3) A Santa Sé decidiu que não se deve usar a grafia YaHWeH, Yahvé ou Javé nas traduções bíblicas católicas. Não se deve usar a pronúncia YaHWeH, Yahvé ou Javé na liturgia, orações e cânticos. O tetragrama YHWH deve ser substituído pelas expressões substitutas "Deus" [ hebr. Elohím; gr. Theós ] ou "Senhor" [ hebr. Adhonay; gr. Kyríos ]. No caso de Adhonay YHWH, se deve usar "Senhor Deus". (Catecismo da Igreja Católica; Joseph Ratzinger, Jesus de Nazaré, A Esfera dos Livros, Lisboa, 2007, pág. 189-93, 424-435; Carta da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos a todas as conferências episcopais de 11/9/2008) Aleluia ou Halləlûyāh é uma transliteração do hebraico הַלְלוּיָהּ. Significa "Louvai a YaH. A palavra aleluia aparece quatro vezes no Novo Testamento, no livro de Relevação o Apocalipse de São João, transliterado em gr. como Αλληλούια.

4) “Se tivermos esquecido o nome de nosso Deus...não o descobrirá o próprio Deus? Pois ele se apercebe dos segredos do coração.” (Salmo 44:20, 21)
“Terão de saber que meu nome é Jeová.” (Jeremias 16:21)
"...e as nações terão de saber que eu sou Jeová.” (Ezequiel 36:23)
“Declararei o nome de Jeová.” — Deuteronômio 32:3.
“Tendes de orar do seguinte modo: ‘Nosso Pai nos céus, santificado seja o teu nome.’ ” — Mateus 6:9, 10.
"Tenho feito manifesto o teu nome.” — João 17:6.
"Deus disse então mais uma vez a Moisés: 'Isto é o que deves dizer aos filhos de Israel: ‘Jeová, o Deus de vossos antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó enviou-me a vós.’ Este é o meu nome por tempo indefinido e esta é a recordação de mim por geração após geração.''" _ Êxodo 3:15

*Tradução do novo mundo das escrituras sagradas
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Mensagem por Manuel Portugal Pires Qui Mar 10, 2011 2:04 pm

Eu acho que se deve usar (com todo o respeito) o nome de YHWH.
Quanto à pronuncia, parece que se perdeu! Isso é mesmo muito triste!
Talvez seja ainda possível restaurar a pronuncia, ou as pronuncias originais! Seria óptimo!
Contudo existe a evolução linguística como produto de deturpação de palavras.
Seria bom incentivar-se o uso do NOME de YHWH, quer na escrita quer na pronúncia.
Um bébé pronuncia mal as palavras. Ainda não cresceu o suficiente.
Pelo menos sejamos como bébés ao pronunciar o nome de DEUS (YHWH).
É preferível sermos "bébés" que "cadáveres", no que toca ao espírito.
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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Ter Mar 15, 2011 7:40 am

Meu Caro Petrus,

É sempre motivo de alegria encontrá-lo no nosso fórum !
Que Deus seja sempre louvado !

Esta questão que você nos apresenta parte de um eqüívoco proveniente da comunidade judaico-copista, tendo como fundamentação uma má interpretação do texto do livro do Exodo: "NÃO PRONUNCIARÁS O NOME DO SENHOR TEU DEUS EM VÃO" (20,7). Trata-se, portanto, de um exagero de "zelo" que considera apenas o início da oração (não pronnciar o nome do Senhor teu Deus), deixando de lado o seu complemento (em vão).

A grande preocupação daquela comunidade estava atrelada a uma postura de extrema prudência, no sentido de evitar que o nome de Deus fosse exposto, tanto de forma falada quanto escrita, a possíveis casos de descasos e desrespeitos, dentre outras circunstâncias.

Para aquela comunidade, havendo a proibição do uso do nome de Deus no dia a dia das pessoas comuns, não haveria qualquer hipótese ou possibilidade de transgressão do mandamento a ele inerente. Assim, o nome de Deus, inicialmente, somente poderia ser pronunciado pelos sacerdotes uma única vez por ano.

Com excessão dos sacerdotes, qualquer pessoa que pronunciasse o nome de Deus, dependendo das circunstâncias, era punida com penas que variavam do açoite à morte.

Há indícios históricos de que os judeus deixaram definitivamente de pronunciar o nome de Deus a partir da destruição de Jerusalém e do seu templo por volta do ano 70, que marcou também o início do uso da lingua hebraica apenas para a oração, a leitura dos livros sagrados e a escrita de comentários inerentes aos mesmos livros, mantendo a proibição do uso do nome de Deus.

Há um texto que esclarece muita coisa a esse respeito, disponível no seguinte endereço:

http://www.capuchinhosprsc.org.br/biblia/artigos/O%20Nome%20de%Deus.pdf

Para nós, o nome de Deus pode e deve ser pronunciado, obviamente, com a devida reverência e respeito, de acordo om várias citações das Sagradas Escrituras, dentre as quais, aqui transcrevo alguas que achei mais convenientes:

"OBSERVAI TUDO O QUE EU VOS DISSE: NÃO INVOCAREIS O NOME DE DEUSES ESTRANGEIROS, QUE NÃO SE OUÇA DOS TEUS LÁBIOS" (Ex 23,13)

"RESPEITARÁS O SENHOR TEU DEUS, A ELE SOMENTE SERVIRÁS, SOMENTE EM NOME DELE JURARÁS" (Dt 6,13)

"DAI GRAÇAS AO SENHOR TEU DEUS, INVOCAI O SEU NOME" (Sl 105,1)

"TODO AQUELE QUE INVOCAR O NOME DO SENHOR SERÁ SALVO" (Jl 3,5)

Espero ter contribuido, apesar das minhas limitações de conhecimento inerente a esta questão.

Um grande abraço, e que a paz de Jesus esteja sempe no seu coração !!!
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Mensagem por Manuel Portugal Pires Ter Mar 15, 2011 3:47 pm

Contudo o nome de DEUS (YHWH) é usado como parte de muitos nomes e outras palavras como aleluia: הַלְלוּיָהּ
Em aleluia (allelu-Yha) existe a forma abreviada de YHWH (Yah).
Aleluia (allelu-Yah) significa louvemos a Yah (louvemos a YHWH).
Confira aqui e aqui vários sítios na Bíblia onde é empregada a palavra hebraica Aleluia.

Quanto a nomes temos muitos terminados em «ia» como Isaias, Jeremias (Javé, YHWH ou Yah exalta), Sofonias, Ezequias, Elias, (o «s» final deve-se ao facto de os nomes terem passado para o grego que tem declinações e assim passou indirectamente para a nossa língua).

Também consta no início de nomes como Jesus (Yeshua ישוע) que quer dizer «a salvação de YHWH» ou Yha (YHWH) salva.
Mais nomes: Joaquim, Josué, Joel (Yah é DEUS);
Obs. (o «s» final de Jesus deve-se ao facto de do hebraico passar para o grego e a lingua grega ter declinações e passou indirectamente para a nossa língua).


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Mensagem por Petrus Romanus Dom Mar 20, 2011 1:50 pm

É muito estranho que, sendo a lingua dos judeus uma das que escondiam as vogais, ou seja, era uma lingua privada somente a eles, Deus tenha escolhido os judeus pra revelar-lhes seu tão precioso nome, visto que pelos fatos, parece que Deus não queria seu nome sendo pronunciado é por ninguém, pois os unicos que tinham a pronuciam acabaram perdendo-a, e como nos diz um sábio árabe, se realmente achassem tão sacro assim não teriam perdido e se Deus quisesse que usassemos seu nome não teria revelado-o a uma lingua sem sons pra os de outras nações não judias.
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Mensagem por Manuel Portugal Pires Ter Mar 22, 2011 1:26 pm

Meu caro Petrus.
Se os judeus perderam a pronuncia do Nome de YHWH e ELE deixou foi porque estes se tornaram realmente indignos de pronunciar esse NOME, e foi por isso que YHWH permitiu que Nabocodonosor destruísse até o Templo e os levasse para o exílio e os sujeitasse ao domínio dos pagãos até ao ano de 1948 do nosso presente calendário.
Na língua dos judeus escreviam-se sons consonânticos mas não os vocálicos puros.
No entanto há alguns sons que nós consideramos vocálicos (não eles) que eram escritos.
Por exemplo alef, vaw, iod, ayin,
Contudo, depois da destruição do Templo pelos Romanos e quando os judeus começaram a pensar que a sua língua estava sujeita a desaparecer começaram a usar os chamados «pontos vocálicos» para não perderem a pronuncia correcta.
Ora eles não usaram os pontos vocálicos correctos para como o NOME de YHWH.
Quanto aos pagãos, sabemos que há textos cristãos onde transliteraram o NOME de YHWH como lhes parecia que o ouviam aos judeus. Na verdade alguns judeus pronunciavam mesmo o NOME, embora o evitassem.
O que DEUS quer não é que não pronunciemos o seu NOME (mesmo com uma pronuncia gentia), mas quer que o não pronunciemos em vão. Os judeus deveriam sim ter esse cuidado, de o pronunciar com reverência.
Faraó era gentio, e Moisés pronunciou para ELE o NOME, para que ele pudesse ver e sentir o seu PODER e o confrontasse com a impotência dos deuses egípcios e na verdade os pagãos sentiram a diferença entre o PODER de YHWH e o suposto poder dos seus deuses.
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Mensagem por RenatoPaulo Ter Jun 14, 2011 6:35 pm

Eu prefiro chamar a Deus pelo seu nome que tinha quando esteve em corpo presente entre nós:Jesus
O chamo assim,porque ainda estou aqui no mundo presente em carne.Quando aqui ja nao estiver,mas sim no ceu,entao Jesus me dira como O devo chamar.Certamente pronunciarei Seu Nome correctamente.

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Mensagem por Manuel Portugal Pires Dom Jun 19, 2011 4:59 pm

Renato,
Eu percebo o que quis dizer.
Contudo, expressou-se muito mal, de forma a poder criar confusões nos que não são cristãos.
1º. Jesus não é o «DEUS PAI», pois é do SEU NOME que trata este tema, e o SEU NOME é, graficamente transliterado do hebraico por: YHWH.
2º. Quanto ao nome do Filho de DEUS, quando esteve na terra (isto é, "aqui no mundo presente em carne"), devo informá-lo que Ele não se chamava de "Jesus", mas mais propriamente de Yeshua (transliteração do aramaico).
Yeshua converteu-se em Iesu. O «s» final foi acrescentado devido às características da língua grega que tem declinações.
Assim, "Jesus" é uma corrupleta de Yeshua usada pelo povo pagão através do grego.
Na verdade embora tenha todo o respeito por esse Jesus que é considerado o Filho de DEUS, não tem pronunciado o seu nome correctamente, mas o que herdou de uma tradição que passou por muitas corrupções, incluindo as influências da língua grega.
Certamente que ELE não se vai importar como é que o seu nome tem sido pronunciado, pois para ELE vale mais «a misericórdia que o sacrifício». Quero dizer com isto que o íntimo da sua alma tem mais valor para Yeshua (Jesus) que as aparências exteriores, por mais ornamentadas que sejam.
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Mensagem por Petrus Romanus Dom Jun 26, 2011 7:35 pm

Buscando resposta a indagação do por quê a Igreja não aceita as transliterações do Nome de Deus para Javé, YHWH, Jeová, Yeohwah, etc.. e aconselha para que o substitua por Adonai (Senhor) ou por Senhor Deus, etc..

A instrução católica tem como objetivo "preservar a fidelidade à tradição da Igreja antiga, que revela que o Tetragrama nunca foi pronunciado no contexto cristão, nem traduzido em nenhuma das línguas nas quais a Bíblia foi traduzida". O documento explica como já na tradução grega do Antigo Testamento (a Setenta) o Nome de Deus, "espressão da infinita grandeza e majestade de Deus, foi cosiderado impronunciável e, por isso, foi substituido na leitura da Sagrada Escritura por um Nome alternativo: ‘Adonai’, que quer dizer ‘Senhor’.

A práxis da Igreja antiga, a qual o documento se refere, tem suas raízes na tradição judaica que convida a não pronunciar o Nome de Deus. A Mishnah e o Talmud, textos sagrados da tradição oral dos judeus, dizem que a pronúncia do Nome esteve permitida até a destruição do Templo por Nabucodonosor, em 589 a. C. (Mishnah Berakhot, 9,5), e, em seguida, foi permitida só aos sacerdotes (Mishnah Sotah 7,6) e somente no local mais sagrado do Templo, o Santo dos Santos, em ocasião do Yom Kippur, o Dia da Expiação (Mishnah Tamid 7,2). Progressivamente, por causa do crescimento da irriverência e da decadência do nível espiritual, o Nome foi pronunciado sempre menos e com voz baixa (Talmud, Yoma 40) até chegar à proibição final, ocorrida depois da destruçao do Templo em 70 d.C.

O porque da proibição

A recomendação para não pronunciar o tetragrama divino é feita, pelo documento catolico, para "encorajar a mostrar reverência ao Nome de Deus na vida quotidiana, pondo ênfase na linguagem como ato de devoção e de culto". A própria Bíblia testemunha o extremo respeito em relação ao Nome de Deus como expressão da inefabilidade divina. No decálogo, em Êxodo 20,7, encontramos o mandamento que diz para “não pronunciar o Nome de Deus em vão”. A palavra que traduzimos por “em vão” pode ter diversos significados:
1. Uso superficial.
2. O ‘nada’, que são os ídolos. Neste caso a proibição tem a ver com o fato de dar o Nome de Deus a realidades que não são Deus e que, por isso, as trasformariam em ídolos.
3. a falsidade típica do juramento falso, o perjúrio. Com a proibição, nesta perspectiva, tenta-se evitar o uso do Nome divino para afirmar falsidades em contexto jurídico e, em forma mais ampla, moral.
4. De forma mais genérica, poderíamos dizer que a proibição prevem o uso instrumental do Nome de Deus para fins que visam o própria vantagem.

A proibição de pronunciar o Nome tem raízes na absoluta trascendência divina. O nome, de fato, na tradição bíblica, contém a identidade da pessoa e dar nome às coisas é típico de quem as conhece e tem poder sobre elas. Na Bíblia, Deus, muitas vezes, muda o nome das pessoas a quem confia uma missão ou uma tarefa particular. Assim, só para dar um exemplo, em Gênesis 17,5, Abrão se torna Abraão, nome que significa ‘pai de muitos povos’.

Conhecer o nome de uma pessoa, biblicamente falando, quer dizer ter poder sobre ela. Um exemplo claro desta idéia encontramos na passagem da luta entre Jacó e Deus, contada em Gênesis 32. Não podemos deixar de observar, nos versículos 28-30, a admirável arquitetura da narração que discorre sobre o dizer o próprio nome. Jacó recebe um nome novo de Deus, “Isreael”, que contém em si a recordação do encontro e o mistério da relação entre ele e Deus, mas quando ele tenta perguntar a Deus como se chama, Deus não lhe diz. O que Deus diz, aquilo que Lhe revela, é uma ação: a bênção; Deus se faz reconhecer como Aquele que abençoa Jacó/Israel.

Baseados nessas premissas, percebemos bem por que o Nome de Deus é indizível: para que Deus não seja reduzido a um Nome pronunciável (e manipulável) por um ser humano. Não pronunciar o Nome de Deus, portanto, indica um reconhecimento profundo do fato de ser criatura diante do mistério da inefavilidade divina e, ao mesmo tempo, testemunha que Deus é tão trascendente que não se pode jamais entender completamente a sua identidade, nunca se pode dominá-Lo.

O fato que em seguida, em Êxodo 3,14, Deus revela o seu Nome, não diminui o seu mistério e a sua trascendência. No momento em que Deus invia Moisés ao povo hebreu para libertá-lo, no momento em que Ele precisa tornar-se um interlocutor para o seu povo e ser reconhecível, então se revela com um Nome, que é um elemento concreto que possibilita a mediação. A partir deste momento Deus e o povo de Israel começam o caminho que lhe conduz – no Sinai – a reconhecer-se reciprocamente como eu/tu. Neste sentido o Nome é um dom através do qual Deus se torna alguém que o povo pode materialmente escutar; é, em certo sentido – como a sua Palavra – uma Sua ‘encarnação’. Quando, chegando ao Sinai, a Lei é dada de presente ao povo, no decálogo (Êxodo 20) o mandamento nos lembra que a relação com este Nome deve ser regulada, pois, se de um lado a ação da parte de Deus de entregar-se ao povo comunicando o próprio Nome exprime a vontade de relação recíproca, do outro subsite o fato que tal reciprocidade não é a mesma existente entre dois sócios quaisquer. O mistério do Nome que não pode ser pronunciado e que, contudo, deve ser conhecido, contém em si toda a dinâmica da relação entre Deus e seu povo, feita de aproximação e distância, de intimidade e respeito infinito.

É interessante perceber que, mesmo não sendo presente na Bíblia uma passagem literal que proíba pronunciar o Nome, mas sim uma regulamentação de tal pronúncia, ainda no período bíblico (a tradução grega dos Setenta, feita no século II antes de Cristo, tende a substituir o Tetragramma com o termo “Senhor”) e novo-testamentário, a tradição judaica e judaico-cristã evita pronunciar o Tetragrama sagrado como um sinal de respeito. Um respeito que se expressa atualmente entre os judeu também evitando de tocar com as mãos o texto enquanto se acompanha a leitura (função que se faz segurando uma pequena régua de prata que termina com uma mãozinha) e, na escritura, com a substituição do Tetragrama com ‘Adonai’ (Senhor).

A tal propósito é interessante ver de perto a origem do nome 'Yehova', ao qual se refere o documento católico. Em antigos manuscritos hebraicos da Bíblia foram colocadas no Tetragramma (YHWH) as vogais presentes em Adonai e daí surgiu "YeHoWaH". O texto, vocalizado desta maneira, tinha como único objetivo lembrar ao leitor que o Nome devia ser pronunciado, no momento da leitura, “Adonai” e não literalmente. No século XVI um escriba alemão, que traduziu a Bíblia em latim, tomou o texto assim como estava escrito e escreveu o Nome com as consoantes e as vogais. Devagarinho, o uso deste nome assim vocalizado se difundiu, embora fosse uma composição artificial.

A proposta da mística judaica

Para enriquecer ulteriormente a reflexão sobre o Nome e sobre o que significa não poder pronunciá-lo, vale a pena lembrar uma interpretação sugestiva deste costume, presente na tradição da mística judaica, que coloca em íntima relação o mistério do Nome divino e o mistério da criação do ser humano.(2) Para compreender correttamente o método de interpretação seguido por essa corrente mística, é preciso ter presente que para tal tradição nenhum detalhe literal do texto bíblico é sem significado. Cada letra, cada sinal e até mesmo as pausas entre as frases têm um significado, revelam algo sobre Deus ou um detalhe do seu ensinamento que ficou escondido.

O texto em hebraico da narração das origens do ser humano, que se encontra em Gênesis 1,26-27, refere-se a Deus como a um plural: Deus disse: “façamos o homem (literalmente: ‘a criatura de terra’) à nossa imagem”. Em seguida se diz: homem e mulher ele os criou. De acordo com a narração, o mistério da criação do ser humano contém em si algo que reconduz à imagem plural de Deus. A tradição cristã leu esta pluralidade divina também no sentido de imagem trinitária do Deus Criador, mas, em todos os casos, trata-se de uma imagem plural que espelha no homem e na mulher, que são distintos mas, ao mesmo tempo, o único resultado do mesmo ato criador, uma misteriosa união de duas individualidades.

Tal união de homem e mulher é exprimida em modo singular também em outros textos e circunstâncias. Em Números 11,12, Moisés é um pai que se ocupa de Israel como se ele mesmo tivesse dado à luz e tivesse sido a mãe; em Ester 2,7, Mardoqueu é para Ester o pai e a mãe que ela não possui; Em Isaías 49,23 os reis de Israel são como alguém que ajudam a criar uma criança. Se continuamos a leitura do texto da criação, nos damos conta que em Gênesis 3,12 Adão, depois de ter comido a fruta, responde a Deus: “a mulher... ele me deu da árvore, e eu comi”; em Gênesis 3,20 a mulher é chamada de Eva “porque ele era a mãe de todos os viventes”. Os exemplos poderiam continuar. Muitas destas frases estranhas podem ser explicadas gramaticalmente. O último exemplo do uso do pronome masculino hu (ele) é explicado com o uso indiferenciado do pronome, adaptável seja a ele que a ela. Os próprios mestres judeus, que vocalizaram o texto bíblico, colocaram sinais ao lado destes ‘erros’, indicando que não devem ser pronunciados como são escritos, mas em outro modo (indicam que nos exemplos que vimos, os pronomes hu-ele na verdade devem ser pronunciados hi-ela). Todavia, a tradição interpretativa mística, que não deixa passar nenhum sinal das Escrituras, se depara igualmente com esses casos e os perscruta conseervando-os, pois contêm um fragmento do mistério de Deus.

Outra particularidade, que revela significados escondidos, é ligada aos nomes das pessoas. Basta lê-los ao contrário. Moisés (msh), que em língua egípcia significa “filho de” (como Ramses significava ‘filho do (deus) Ra’ ou Tutmosis ‘filho do (deus) Tot), lido ao contrário se transforma em ‘o Nome’ (hsm), expressão que na Bíblia lembra o próprio Deus. O que acontece se a mesma lógica é aplicada ao Nome de Deus? O que obtemos lendo o Tetragrama ao contrário? O contrario de YHWH é "HWHY". Em hebraico se trata de dois pronomes, o masculino e o feminio, juntos: “HuHi”, “EleEla”.

A explicação que esta leitura mística dá a respeito da impossibilidade de pronunciar o sagrado Nome de Deus reside exatamente no fato que não se deve lê-lo tal como aparece, mas ao contrário. Aquilo que é revelado por este mistério assim evidente é que o pecado de Adão foi o de estragar o casamento entre a parte masculina e aquela feminina de Deus, realizando um ‘divórcio’ de sua componente feminina. É também revelado que, na época do Messias, o masculino e o feminino se unirão novamente(3); que para a mística judaica o segredo do Nome está na unificação daquilo que cada um de nós tem de masculino e feminino; que Deus é e, ao mesmo tempo, ainda não é, o Uno ‘Ela/Ele’(4); e que cada vez que agimos criando novamente harmonia entre homem e mulher é como unificar Deus mesmo e manifestar ao mundo o Seu verdadeiro Nome, aquilo que Ele verdadeiramente é.

Conclusões

Para concluir com uma perspectiva cristã, a tradição mística judaica nos propõe um método de leitura certamente muito original. Visto, contudo, os resultados, sem dúvida, construtivos, essa leitura oferece um novo ponto de vista e um significado novo para um argumento muitas vezes considerado óbvio. Guardá-lo entre a gama de possíveis interpretações sobre as quais refletir pode unicamente ser positivo.

Ao acostar-se à práxis judaica e antigo-cristã de tratar o Nome divino considerando todo o Seu mistério, a igreja católica convida a refletir sobre a grandeza infinita e a potência de Deus. Para um cristão, tal reflexão faz com que se depare com o mistério de Cristo, o Kyrios/Senhor (cf. Romanos 10,9; 1Coríntios 2,8; 12,3) exaltando por Deus e por ele homenageado com “o Nome que está acima de qualquer outro nome” (Filipenses 2,9). Diante deste mistério Paulo afirma, de maneira explícita e corajosa, que “...näo há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3,28).

Como único mediador entre Deus e a humanidade, para o cristão Jesus Cristo é ele mesmo que torna visível o Pai invisível (cf. João 1,18), rende os dois um único povo e destrói em si todo muro de divisão e toda inimizade. (cf. Efésios 2,14).

Que a graça e a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja sempre conosco!
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Mensagem por Pe. Anderson Seg Jun 27, 2011 5:32 am

Caros amigos,

Muito obrigado pela informaçao Petrus. Só para completar o que voce disse, esse documento é da Congregaçao para o culto divino e do final do ano 2008.

Essa instruçao recomenda evitar nomear Deus com os derivados do 'tetragrama' (YHWH) sagrado nos textos e nos cantos litúrgicos e usar, em seu lugar, as expressoes linguísticas que se referem a Ele como 'Senhor'.

A palavra 'tetragrama' se refere às quatro letras hebraicas que compõem aquele Nome que foi vocalizado “Yahweh,” “Yahwe”, “Jahweh,” Jahwe,” “Jave,” “Yehovah,” etc. A instrução católica tem como objetivo "preservar a fidelidade à tradição da Igreja antiga, que revela que o Tetragrama nunca foi pronunciado no contexto cristão, nem traduzido em nenhuma das línguas nas quais a Bíblia foi traduzida". O documento explica como já na tradução grega do Antigo Testamento (a Setenta) o Nome de Deus, "espressão da infinita grandeza e majestade de Deus, foi cosiderado impronunciável e, por isso, foi substituido na leitura da Sagrada Escritura por um Nome alternativo: ‘Adonai’, que quer dizer ‘Senhor’.

A práxis da Igreja antiga, a qual o documento se refere, tem suas raízes na tradição judaica que convida a não pronunciar o Nome de Deus. A Mishnah e o Talmud, textos sagrados da tradição oral dos judeus, dizem que a pronúncia do Nome esteve permitida até a destruição do Templo por Nabucodonosor, em 589 a. C. (Mishnah Berakhot, 9,5), e, em seguida, foi permitida só aos sacerdotes (Mishnah Sotah 7,6) e somente no local mais sagrado do Templo, o Santo dos Santos, em ocasião do Yom Kippur, o Dia da Expiação (Mishnah Tamid 7,2). Progressivamente, por causa do crescimento da irriverência e da decadência do nível espiritual, o Nome foi pronunciado sempre menos e com voz baixa (Talmud, Yoma 40) até chegar à proibição final, ocorrida depois da destruçao do Templo em 70 d.C.

Mais um detalhe: é verdade que o nome de Jesus tem suas origens no antigo Testamento, pode ser identificado com o mesmo nome do personagem do antigo Testamento que em portugues é chamado de Josué, que possui um livro no Antigo Testamento e responsável por fazer entrar o povo de Israel na Terra prometida, sendo, pois, sucessor de Moisés.

Entretanto, vale a pena lembrar que o Novo Testamento foi escrito em língua grega, por isso mesmo, essa e suas palavras nao pode ser consideradas uma corrupçao paga, mas como um elemento essencial e presente na origem mesma do Cristianismo. Portanto o nome Jesus, como trasliteraçao e adaptaçao ao portugues da palavra grega (Jesus era chamado pelos nao judeus do Novo Testamento com o nome grego, já que na sua época todos falavam grevo, inclusive Jesus Cristo quando se comunicava com os nao judeues, a Samaritanta, o centuriao, a mulher sirio-fenicia etc...). Nao há problemas, pois de usar o nome Jesus, em vez de Jeoshua, como o original aramaico, pois Jesus Cristo foi chamado assim no Novo Testamento e pelos cristaos de todos os tempos.

E com isso creio que concluimos todas as discussoes desse tópico. Se alguem quiser incluir algo na discussao, nos envie uma mensagem pessoal ou, se for algo original e relevante, que crie um novo tópico.

Grande abraço e que o Senhor abençoe a todos.
Pe. Anderson
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O Santo nome de Deus Pai não deve ser pronunciado e nem traduzido, por que? Empty Re: O Santo nome de Deus Pai não deve ser pronunciado e nem traduzido, por que?

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