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Celibato sacerdotal

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Mensagem por alessandro Ter Ago 25, 2009 2:15 pm

como disse acima, o assunto já foi distutido em outro tópico.

de qq forma vale dizer que a Igreja católica não diz que há uma contradição necessária entre a ordem e o matrimônio. apenas que o celibato é a maneira mais perfeita de viver a condição sacerdotal.

fora isso, mesmo Pedro sendo importantíssimo, Jesus é que deve ser o modelo primeiro.

abraços
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Mensagem por são vieira Ter Ago 25, 2009 3:12 pm

ora ai está uma coisa que concordo plenamente..Jesus é o modelo sem duvida nenhuma... o alicerce ou a rocha do cristianismo

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Mensagem por são vieira Ter Ago 25, 2009 3:30 pm

apocalipse 14: 4 mencionam a poluição espiritual e não carnal... se assim é literal, o apóstolo Pedro já não é um dos que vai para o reino pois já se poluiu com uma mulher, a esposa?

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Mensagem por alessandro Ter Ago 25, 2009 3:40 pm

o que não o impede de utilizar homens para dar continuidade ao seu trabalho aqui na terra...

como um Rei nomeia um primeiro ministro...
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Mensagem por alessandro Ter Ago 25, 2009 3:43 pm

acredito que o papista não quis dizer, ao citar da passagem, que quem não é virgem não vai para o céu, mas que apenas a tenha utilizado para demonstrar que o celibato não é estranho à Escritura.

De qq forma, nosso amigo já não participa do fórum faz um bom tempo, então fica difícil saber o que realmente ele quis dizer.

abraços
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Mensagem por são vieira Ter Ago 25, 2009 7:34 pm

sim se esses homens estão qualificados para tal serviço humilde... pois ser servo de Deus significa servir a Deus e ao próximo...como jesus deu exemplo

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Mensagem por são vieira Ter Ago 25, 2009 7:36 pm

mas o texto em questão não foi bem aplicado pois não se refere sequer ao celibato

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Mensagem por Rafaela Botelho Qua Ago 26, 2009 12:08 pm

Oi,

Se foi mal aplicado acho que já está "desculpado", pois tenho certeza que agora com a resposta do Alessandro vc entendeu o que o papista quis dizer. Não é Vieira?


Alessandro, vc pode continuar falando mais sobre:
Alessandro disse:
Hoje mesmo existem ritos (mesmo da Igreja Romana) que permitem que homens casados recebam o sacramento da ordem.

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Mensagem por Rafaela Botelho Qua Ago 26, 2009 12:15 pm

E como a Igreja tem feito.
Graças a Deus!
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Mensagem por Ju Maria Qua Ago 26, 2009 8:25 pm

Olá!

Acho que o Alessandro estava se referindo aos homens casados que recebem o 1º grau do Sacramento da Ordem e tornam-se Diáconos Permanentes... Ou existem casos de homens casados receberem os dois graus?

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Mensagem por alessandro Qui Ago 27, 2009 4:26 pm

existem ritos orientais que aceitam padres casados e que estão em comunhão com a Igreja.

há também o caso de padres aglicanos que se convertem junto com muitos fiéis e que costumam receber a ordenação sob condição para continuar cuidando dos rebanho que trouxeram ao catolicismo.

o padre léo conviveu com alguns padres orientais em Roma e testemunhou que embora esse homens sejam bons sacerdotes, encontram dificuldades na conciliação do ministério com a vida familiar.

enfim, é bom saber que a Igreja sabe abrir exceções em situações nas quais são necessárias.

abraços

ps: qq coisa que não tenha ficado clara, é só perguntar.
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Mensagem por Rafaela Botelho Qui Ago 27, 2009 9:22 pm

Acho que para nós seria muito estranho conviver com um padre casado, rs...

... Ordenação sob condição?
Pode explicar?

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Mensagem por alessandro Sex Ago 28, 2009 6:46 pm

como pode haver dúvidas sobre a validade da ordenação do padre anglicano ele recebe a ordenação sob condição.
como a ordenação é uma só vez, caso não tenha sido ordenado (recebido um sacramento válido), o será nessa vez. caso já tenha sido não a cerimônia não terá nenhum efeito sacramental.

o mesmo ocorre com situações nas quais se tem dúvida sobre a validade de um batismo.

nesse caso a fórmula é:
se não é batizado, eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

abraços e espero ter ajudado
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Mensagem por Rafaela Botelho Dom Ago 30, 2009 12:06 am

Ahh tá.

É que quando vc escreveu ali em cima eu entendi como uma espécie de ordenação sob condição para continuar cuidando dos fiéis que trouxeram.
Como se tivessem sido ordenados só para continuarem com seus conhecidos recém-convertidos. rsrs
Achei meio estranho né?!

Mas eu que entendi errado.
Agora já esclareceu.

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Mensagem por Pe. Anderson Seg Set 07, 2009 2:10 pm

Caros amigos,

Esse tema está sendo em vários tópicos no fórum. Espero que no futuro eles sejam unidos. Eu gostaria de colaborar com esse tema, que eu estive estudando a sério nos últimos meses.

Para começar podemos dizer que: o celibato é uma lei de origem apostólica. Tem sua origem em Cristo que o viveu e que pediu a alguns dos seus discípulos uma entrega total a Ele. O celibato é uma lei que vêm de Cristo. Essa lei foi posta por escrito, pela primeira vez que nós conhecemos, no século IV, no Concílio de Elvira. Mas esse Concílio diz que essa lei foi dada a Igreja por Cristo, e assim foi transmitida pelos Apóstolos.

Segundo os Padres da Igreja e segundo os primeiros Concílios, a razao do celibato é para dar eficácia às oraçoes dos sacerdotes, ou seja, para dar eficácia às oraçoes daqueles que participam do mesmo sacerdócio de Cristo. Os primeiros Concílios e os Padres da Igreja chamam os sacerdotes de "Guardiães da castidade", ou seja, sao os responsáveis por fazer que esse grande dom que Cristo quis dar à sua Igreja nao se perdesse ao longo dos tempos.

A primeira lei escrita do celibato do Concílio de Elvira diz:

O Cânon 33 do Concílio contem a já conhecida primeira lei sobre o celibato. Sob a rubrica: “Sobre os bispos e ministros (do altar), que devem ser continentes com suas esposas”, se encontra o seguinte texto dispositivo: “Se está de acordo sobre a proibição total, válida para bispos, sacerdotes e diáconos, ou seja, para todos os clérigos dedicados ao serviço do altar, que devem se abster de suas esposas e não gerar filhos; quem fizer isto deve ser excluído do estado clerical”. O cânon 27 já havia insistido na proibição de que habitassem com os bispos e outros eclesiásticos outras mulheres não pertencentes à sua família. Só poderiam levar para junto de si uma irmã ou uma filha consagrada virgem, mas de nenhum modo uma estranha.

Outro testemunho histórico sobre o celibato nos encontramos no Concílio africano do ano 390 que será posteriormente incluída no Código dos Cânones das Igrejas africanas (e nos cânones in causa Apiarii), formalizada no importante Concílio do ano 419. Sob o título: “que a castidade dos sacerdotes e levitas deve ser protegida”, o texto afirma:

“O bispo Epigônio disse: de acordo com aquilo que o anterior Concílio afirmou sobre a continência e sobre a castidade, os três graus que estão ligados pela Ordenação a uma determinada obrigação de castidade, ou seja, bispos, sacerdotes e diáconos – devem ser instruídos de uma forma mais completa sobre o seu cumprimento. O bispo Genetlio continuou: como já mencionado, convêm que os sagrados bispos, os sacerdotes de Deus e os levitas, ou seja, aqueles que servem nos divinos sacramentos sejam continentes por completo, para que possam obter sem dificuldades o que pedem ao Senhor; para que também protejamos o que os Apóstolos ensinaram e é conservado desde antigamente”.

“A isso os bispos responderam unanimemente: estamos todos de acordo que bispos, sacerdotes e diáconos, guardiães da castidade, se abstenham também de suas esposas, a fim de que em tudo e por parte de todos os que sirvam ao altar seja conservada a castidade”.

Esses textos nos falam que os primeiros sacerdotes tinham esposas. Isso porque a maioria dos cristaos eram batizados adultos e o casamento estava submetido às leis do império romano, aos costumes de família, mais do que a iniciativas pessoais. Sendo assim, a Igreja no início ordenava homens casados. Mas os que eram ordenados (desde o sub-diaconado) deveriam assumir o compromisso do celibato, isto é, da continência completa. Isso era feito de acordo com a esposa. Os ordenados deveriam manter suas responsabilidades para com suas famílias (todos os deveres de justiça), mas nao viviriam mais o matrimônio.

No início, até o século VII o celibato era exigido para todos os sacerdotes católicos, tanto no Oriente quanto no Ocidente. A Igreja Oriental (ortodoxa) foi quem mudou essa tradiçao recebida de Cristo por volta do século VII. Para fazê-lo o "Concílio Trullano", nunca reconhecido pela Igreja Católica como Ecumênico, teve que alterar o texto de um Concílio afriacano do século IV. Aqueles Concílio foi muito importante, nele participou Santo Agostinho. No século VII, no Oriente já nao se vivia a lei do celibato, porque o poder imperial que mandava mais na vida da Igreja do Oriente do que o Papa. Nessa época já havia grande dificuldade de comunicaçao com os orientais, principalmente por causa da lingua. Os orientais hoje em dia reconhecem que o "Concílio Trullano" traiu o texto do Concílio Africano, mas afirmam que tal Concílio poderia fazê-lo.

A história do celibato é riquíssima, os argumentos que o defendem desde o início sao belíssimos. Estao presentes nos Padres da Igreja, nos textos dos Papas, nas leis eclesiásticas, em toda a vida da Igreja. Nao temos tempo para por todos os testemunhos aqui. Mas quem quiser pode conhecer melhor desse tema num belíssimo artigo do Cardeal Stickler, que eu traduzi e publicamos em outra página da internet:

http://www.presbiteros.com.br/index.php/celibato-eclesiastico-historia-e-fundamentos-teologicos/

Certamente esse artigo esclarece toda a questao. Um grande abraço a todos.
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Mensagem por Pe. Anderson Seg Set 07, 2009 2:36 pm

Caros amigos,

No artigo abaixo há as respostas para todas as questos sobre esse tema. É um pouco grande o texto, mas vale a pena para se compreender bem esse tema:

http://www.presbiteros.com.br/index.php/celibato-eclesiastico-historia-e-fundamentos-teologicos/

Eu fiz um pequeno resumo do texto no fórum em outro lugar:
https://quemtembocavaiaroma.forumeiros.com/questoes-disputadas-f7/celibato-sacerdotal-t188.htm#4240

Estou de volta ao fórum! Um grande abraço a todos.
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Mensagem por Pe. Anderson Seg Set 07, 2009 2:49 pm

Caros amigos,

No artigo abaixo há as respostas para todas as questos sobre esse tema. É um pouco grande o texto, mas vale a pena para se compreender bem esse tema:

http://www.presbiteros.com.br/index.php/celibato-eclesiastico-historia-e-fundamentos-teologicos/

Eu fiz um pequeno resumo do texto no fórum em outro lugar:
https://quemtembocavaiaroma.forumeiros.com/questoes-disputadas-f7/celibato-sacerdotal-t188.htm#4240

Estou de volta ao fórum! Um grande abraço a todos.
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Mensagem por são vieira Seg Set 07, 2009 3:06 pm

li o seu resumo...mas não foi isso que o apóstolo Paulo exortou... apenas os solteiros é que foram exortados a fazer isso.

(1 Coríntios 7:2-5) . . .contudo, por causa da prevalência da fornicação, tenha cada homem a sua própria esposa e tenha cada mulher o seu próprio marido. 3 O marido renda à esposa o que lhe é devido; mas, faça a esposa também o mesmo para com o marido. 4 A esposa não exerce autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o seu marido; do mesmo modo, também, o marido não exerce autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a sua esposa. 5 Não vos priveis um ao outro [disso], exceto por consentimento mútuo. . .

paulo escreveu á congregação dos santos... não a qualquer pessoa

(1 Timóteo 3:1-4) . . .Se algum homem procura alcançar o cargo de bispo, está desejoso duma obra excelente. 2 O bispo, portanto, deve ser irrepreensível, marido de uma só esposa, moderado nos hábitos, ajuizado, ordeiro, hospitaleiro, qualificado para ensinar, 3 não brigão bêbedo, não espancador, mas razoável, não beligerante, não amante do dinheiro, 4 homem que presida de maneira excelente à sua própria família, tendo os filhos em sujeição com toda a seriedade;. . .

parece contradição

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Mensagem por Pe. Anderson Seg Set 07, 2009 5:48 pm

Caro São Vieira,

Sao muito boas as suas questões. Se nós estudarmos a história veremos que os Padres da Igreja, os Papas e o Magistério da Igreja explicam o carisma do celibato exatamente com os textos que você nos cita aqui. Antes de darmos a explicação que os primeiros cristãos dão a esses textos (explicação que permanece inalterável na Igreja Católica), gostaria de lembrar outro personagem bíblico.

São Pedro esteve casado, e talvez houvesse outros Apóstolos que estivessem. No entanto nos diz a Bíblia que certa ocasião o próprio Pedro disse ao Mestre:

Nós deixamos tudo e te seguimos. Qual será nosso futuro?” E Jesus na sua resposta disse: “em verdade vos digo que ninguém que tenha deixado casa, pais, irmãos, esposa, filhos pelo reino de Deus deixará de receber muito mais no mundo presente e a vida eterna no mundo futuro”.

Nesse texto Jesus diz claramente que há a possibilidade de se deixar casa, pais, irmãos esposa e filhos por amor a Ele e ao reino dos Céus! Não podemos pois dizer que o celibato era algo impensável na mente de Cristo. Ele o viveu e fez grandes promessas para os que o passariam a viver.

Para responder, segundo a História, como se deve interpretar os textos que você menciona vou te dar a interpretação autêntica dada pelos papas Siríaco e Inocêncio I:

Ao predecessor do primeiro, o Papa Dâmaso, tinha sido apresentado pelo bispo Himério de Tarragona algumas questões às quais só o seu sucessor, ou seja, Sirício daria uma resposta. Quando perguntado sobre a obrigação dos clérigos maiores à continência o Papa respondeu na carta Directa em 385, dizendo que os sacerdotes e diáconos que, depois da Ordenação, geram filhos atuam contrariamente a uma lei irrenunciável, que obriga aos clérigos maiores desde o início da Igreja. A apelação ao fato de que no Antigo Testamento os sacerdotes e levitas podiam usar do matrimônio, fora do tempo do seu serviço no Templo, foi refutada pelo Novo Testamento no qual os clérigos maiores devem prestar culto sagrado todos os dias; por isso a partir do dia da sua Ordenação deve viver continuamente a continência.

Uma segunda carta do mesmo Papa, referindo-se à mesma questão e que já mencionamos, é a enviada aos bispos africanos em 386, que relatou as deliberações de um Sínodo romano. Esta carta é especialmente ilustrativa sobre o tema do celibato. O Papa assinalou, acima de tudo, que os pontos tratados no Sínodo não se referem a novas obrigações, mas sim a pontos de fé e de disciplina, que, por causa da preguiça e da inércia de alguns, têm sido negligenciados. Devem, portanto, ser revitalizados, pois, segundo as palavras da Sagrada Escrituras “Sê forte e observa as nossas tradições que recebestes, quer oralmente, que por escrito” (2. Tes 2, 15), se trata de disposições dos Padres Apostólicos. O Sínodo romano é, portanto, consciente de que as tradições recebidas apenas oralmente são vinculativas. E aludindo ao juízo divino, observa que todos os bispos católicos devem observar nove disposições que são enumeradas.

A nona delas é exposta com detalhes: os sacerdotes e levitas não devem ter relações sexuais com suas esposas, porque devem estar ocupados diariamente com o seu ministério sacerdotal. São Paulo escreveu aos Coríntios que eles deviam se abster das relações sexuais para se dedicar à oração. Se aos leigos a continência é imposta, a fim de serem ouvidos na sua oração, com muito maior razão deve estar disposto em todo momento o sacerdote para oferecer, com castidade verdadeira o Sacrifício e para administrar Batismo.

Depois de outras considerações ascéticas, é rejeitada pelos oitenta bispos reunidos, uma objeção, ainda hoje viva, que visa provar a continuidade no uso do matrimônio em base às palavras do Apóstolo São Paulo segundo as quais, o candidato às Sagradas Ordens, só podia ter estado casado uma vez. Estas palavras, apontaram os bispos, não querem dizer que se pode continuar vivendo na concupiscência e gerando filhos, mas foram precisamente ditas em favor da futura continência. É ensinado, por conseguinte, oficialmente – e será repetido continuamente – que as segundas núpcias ou o matrimônio com uma viúva, não oferecem segurança de continência futura. A carta conclui com uma exortação a obedecer estas disposições que estão sustentadas pela tradição.

O seguinte Romano Pontífice que se ocupou amplamente da continência do clero é Inocêncio I (401 417). Provavelmente é sua uma carta sobre essa matéria, atribuída primeiro a Dâmaso e depois a Sirício. Quando foram apresentadas algumas questões pelos bispos da Gália, foram examinadas num Sínodo romano uma série de questões práticas, cujos resultados ou respostas foram comunicadas na carta Dominus inter no começo do século IV. A terceira das dezesseis perguntas se referia à “castidade e pureza dos sacerdotes”. Na introdução, o Papa constata que “muitos bispos em várias igrejas particulares têm mudado temerariamente a tradição dos Padres, e caíram na escuridão da heresia, preferindo a honra que vem dos homens, ao mérito diante de Deus”.

Diz esse Papa em outra carta:
“Em primeiro lugar, no que diz respeito aos bispos, sacerdotes e diáconos, que devem participar nos sacrifício divinos, por cujas mãos se comunica a graça do batismo e se oferece o Corpo de Cristo, decidiu-se que estão obrigados, não só por nós mas pelas divinas Escrituras à castidade: aos quais também os Padres ordenaram que observassem a continência corporal”.

Outro testemunho:

Leão Magno, em 456, escreveu ao bispo Rústico de Narbona: “A lei da continência é a mesma para os ministros do altar (diáconos) que para os sacerdotes e bispos. Quando eram ainda leigos e leitores podiam se casar e gerar filhos. Mas, ao ser elevados aos graus anteriormente citados, começou a não ser lícito para eles o que antes o era. De fato, para que o matrimônio carnal chegue a ser um matrimônio espiritual não é necessário que as esposas sejam afastadas, mas sim que se considerem como se não as tivesse, deste modo se salva o amor conjugal e ao mesmo tempo cessa o uso do matrimônio”.

Em resumo:

Podemos ver que no Novo Testamento há a vontade explícita do Senhor de que lhe sigam com todo o seu coração, com toda sua alma. Há quem deixa tudo pelo Senhor, inclusive pais, esposas e filhos. Esses recebem de Deus o cêntuplo de felicidade nessa vida e depois na vida eterna.

São Paulo diz que o bispo devia ter se casado uma só vez. Isso para que lhe seja mais fácil guardar a castidade que a partir de então ele deveria viver, assim com Pedro e os Apóstolos, que deixaram tudo para seguir o Senhor, o fizeram. A Igreja entendeu assim esses textos bíblicos desde o início e assim sempre os ensinou para os fiéis. Por outro lado, todos os grupos que se separaram da Igreja Católica, imediatamente aboliram o celibato, isso é, começaram a afirmar que não é da vontade do Senhor algo que ele mesmo elogiou na vida dos seus Apóstolos e que ele mesmo prometeu recompensar abundantemente. Por isso, faz muito sentido o que os Padres da Igreja diziam no século IV: os sacerdotes são os verdadeiros “guardiães da castidade”.

Só assim se pode explicar textos bíblicos que aparentemente são contraditórios.

Em caso de qualquer dúvida, por favor leia o artigo completo que está na internet. Um grande abraço a todos.[b]


Última edição por Pe. Anderson em Ter Set 08, 2009 2:00 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por são vieira Ter Set 08, 2009 3:01 am

no texto que referi de timóteo mostra que o bispo tem de presidir de modo excelente a sua famila, incluido filhos. mas entrando no contexto da igreja... se o bispo deixa de ter relações sexuais... como fica a esposa?

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Mensagem por Vinicius Ter Set 08, 2009 8:53 am

Olá,
Resumindo tudo e desculpa pela minha santa ignorância, mas a beleza do celibato é a escolha, você renuncia uma família para se doar a Igreja, ele é uma condição criada pelos homens para exercer de maniera livre o sacerdócio minesterial na atualidade, no momento que os homens perceberem que essa condição pode ser retirada, quem sabe por uma inspiração divina.
Mas pensemos é uma escolha, e toda escolha é bela, por ser livre e consciente.

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Mensagem por alessandro Ter Set 08, 2009 11:15 am

Paulo, falava a um contexto específico com vc mesmo gosta de lembrar.
vale lembrar que este mesmo apóstolo era celibatário.

se o bispo deixa de ter relações sexuais... como fica a esposa?

um bispo celibatário não deixará de ter relações sexuais apenas, ela não se casará.
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Mensagem por são vieira Ter Set 08, 2009 1:18 pm

não me esclareceu... poderá explicar a situação da esposa?

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Mensagem por Pe. Anderson Ter Set 08, 2009 2:40 pm

Caros amigos,

Vamos citar novamente a afirmação de São Paulo sobre os bispos:

Eis uma coisa certa: quem aspira ao episcopado, saiba que está desejando uma função sublime. Porque o bispo tem o dever de ser irrepreensível, casado uma só vez, sóbrio, prudente, regrado no seu proceder, hospitaleiro, capaz de ensinar. Não deve ser dado a bebidas, nem violento, mas condescendente, pacífico, desinteressado; deve saber governar bem a sua casa, educar os seus filhos na obediência e na castidade. Pois quem não sabe governar a sua própria casa, como terá cuidado da Igreja de Deus? (1 Tim 3, 1-5).

Como parece evidente no texto, São Paulo diz que o bispo deve saber governar bem a sua casa, deve educar os seus filhos na obediência e na castidade. Em nenhum lugar se diz que o bispo tem a obrigação de ter relações com suas mulheres. A Igreja sempre entendeu esse texto dizendo que as obrigações de justiça dos ordenados e casados devem ser mantidas, quer dizer, esses sempre tiveram a obrigação de sustentar suas famílias.

Por outro lado, os ordenados devem seguir o exemplo de Jesus, de Paulo, de João Batista, de Maria, dos Apóstolos, que deixaram tudo para seguir o Senhor. Por isso, a partir do momento em que um homem era ordenado, assumia a obrigação do celibato, por amor ao Reino dos Céus. Dessa forma, esses homens assumem um amor esponsal verdadeiro pela Igreja, que é a Esposa imaculada de Cristo.

Devemos lembrar que no início do Cristianismo o casamento era imposto pelas famílias, não era algo livremente assumido. Isso só foi mudando com a transformação da sociedade, à medida em que ela se tornava mais cristã. Por isso, muitos eram casados sem querer sê-lo. Desde o início a Igreja ordenou homens casados, desde que esses assumissem a obrigação da continência perfeita, com o consentimento das suas esposas. Essa situação nos parece estranha hoje em dia, mas de fato, a Igreja viveu assim até o século XVI. Os homens ordenados procediam, dentro de toda a história da Igreja de três categorias: dos monges, dos celibatários e dos casados (que passavam a viver o celibato desde o momento de sua Ordenação). Essa situação mudou por ocasião da Reforma Protestante.

Com a Reforma, imediatamente os protestantes aboliram o celibato, devido à uma leitura superficial da Bíblia. Eles se esqueceram de todos os textos claros sobre o celibato, ditos por Cristo, por Paulo e se esqueceram de milhões de homens que viveram esse carisma que o próprio Cristo quis dar à sua Igreja. Como exemplos podemos ainda citar:

Seus discípulos disseram-lhe: Se tal é a condição do homem a respeito da mulher, é melhor não se casar! Respondeu ele: Nem todos são capazes de compreender o sentido desta palavra, mas somente aqueles a quem foi dado. Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda. (Mt 19, 10-12)

Não vos recuseis um ao outro, a não ser de comum acordo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e depois retornai novamente um para o outro, para que não vos tente Satanás por vossa incontinência. Isto digo como concessão, não como ordem. Pois quereria que todos fossem como eu; mas cada um tem de Deus um dom particular: uns este, outros aquele. Aos solteiros e às viúvas, digo que lhes é bom se permanecerem assim, como eu. Mas, se não podem guardar a continência, casem-se. É melhor casar do que abrasar-se. 1 Cor 7, 5-9
Nessa época pois havia os protestantes que negavam o valor do celibato e os ortodoxos que afirmavam parcialmente o valor do celibato (para eles só os bispos não podem se casar). Nesse clima desfavorável à prática do celibato o Concílio de Trento decidiu afrontar o problema de frente, com muita valentia.

Decidiu pois que todos os sacerdotes católicos deveriam ser formados em centros específicos, em que o clero se formasse desde a idade mais jovem. Surgiram assim os Seminários, que fizeram desaparecer a necessidade de se ordenar homens casados. Esses centros visavam proteger a castidade dos futuros sacerdotes desde a primeira infância. É claro que só pode ser ordenado sacerdote quem o faz consciente e livremente. Vale a pena lembrar que em quase todo o mundo, o homem precisa ter 18 anos para se casar, e com essa idade ele pode até mesmo ser enviado a guerra! Na Igreja Católica não é assim: para um homem ser ordenado sacerdote é preciso ter no mínimo 25 anos e ter passado pelo menos 8 anos de formação num Seminário, para que possa escolher conscientemente seu estado de vida! De fato nao há maior respeito pela liberdade humana do que na Igreja Católica.

Essa medida da Igreja Católica permitiu a sua revitalização em época de profundas feriadas na unidade do Cristianismo e possibilitou a sua expansão missionária a todo o mundo, coisa que não foi possível nem mesmo na época do Império Romano.

Espero ter ajudada a esclarecer um pouco mais dessa interessantíssima questao. Um grande abraço a todos.
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Mensagem por são vieira Ter Set 08, 2009 2:55 pm

mas continuo a ter dúvida..uma coisa é ser celibatário por voluntariedade outra coisa é ser imposta e como já me afirmaram isso nunca foi imposto... mas é imposto á esposa do bispo? pois só se liberta do casamento com a sua morte? e se ela sentir desejo sexual não terá isso de direito? sinceramente não entendo..

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