Materialismo x espiritualidade

Cheguei antes do horário na missa de Natal para rezar um rosário por intenções pessoais, entre elas pelo Papa (que tem realmente me assustado) e pelo meu pároco, O fato é que o padre passava antes da missa falando com os presentes e me viu rezando, quando terminei ele dirigiu-se pra mim e em tom de censura disse-me que pouco valia meu rosário rezado, que importante mesmo é fazer algo pelos pobres, e etc. senti-me muito mal, nunca antes pensei ser criticado por rezar o rosário Durante a homilia o padre (adepto abertamente da teologia da libertação), que conhece muito bem minha posição política pois nunca neguei nem a meus amigos, nem nas redes sociais, nem pra ninguém (eu sou de direita, conservador e muito zeloso pelas coisas sagradas), fazia comentários do tipo: "Qual o nome da primeira encíclica do Papa Francisco?" a assembleia titubiava e ele mesmo respondia "lumen fidei" e apontando pra mim, dirigindo-se para mim, que estava na primeira fila, dizia: "é isso mesmo sabichão/entendido/sabe tudo". Eu nunca tive nenhuma discussão com o padre, nunca o provoquei direta ou indiretamente, pessoalmente ou pela internet, uma única vez que, conversando com ele, antes de conhece-lo bem pois era novo na paroquia, fiz duras criticas a Leonardo Boff, que depois soube que o padre era grande fã de tal "teólogo". e na página da paróquia sempre faço postagens citando fontes conservadoras, mas claro, católicas! Pois bem, em sua homilia o padre leu um trecho da exortação apostólica do Papa Francisco: "A alegria do Evangelho" e deu uma interpretação extremamente materialista, comunista, e me olhava como se tivesse me esfregando na cara aquelas palavras, Estou muito constrangido de assistir missa ali denovo, tenho frequentado outra paroquia, mas queria uma ajuda, uma luz, o que fazer????????

Caro Visitante,

Seja bem vindo ao nosso fórum, e que a paz de Nosso Senhor esteja sempre no seu coração!

É muito triste a gente se deparar com situações como esta dentro da nossa Igreja, na nossa própria paróquia, na comunidade onde estamos inseridos. Posso afirmar com toda a segurança que um sacerdote não pode proceder dessa maneira, uma vez que o maior desejo de Jesus em relação a sua Igreja é a unidade: "QUE TODOS SEJAM UM" (Jo 17). Um proceder dessa natureza, com certeza, pode provocar um efeito contrário, gerando divisões entre os fiéis.

Certamente na sua paróquia deve haver muitas pessoas que são apegadas as tradições da Igreja, as devoções aos santos, a oração do Santo Rosário e do Ofício de Nossa Senhora, dentre outras, inclusive a adoração ao Santíssimo Sacramento.

Acredito que tal acontecimento deve formar no cristão uma consciência maior para a oração pela conversão do sacerdote. Na verdade, uma atitude dessa natureza é uma demonstração de falta de conversão, e essa falta de conversão somente pode ser combatida com muita oração.

Seria bom que você permanecesse na sua paróquia e não levasse em consideração tal fato. Se a linha de pensamento do pároco se mostra equivocada a tal ponto, há necessidade de que pessoas de oração deem testemunho na própria comunidade, rezando o rosário, participando das mais diversas modalidades de oração e, se possível, se engajando em alguma pastoral, em algum movimento e de forma ativa. É importante saber disponibilizar-se, saber colocar-se a serviço da Igreja, de maneira que este proceder venha a ser um testemunho.

Santo Agostinho fez uma afirmação muito feliz que gosto muito de citar: "A PALAVRA CONVENCE O HOMEM... O EXEMPLO ARRASTA". Muitas vezes nos convencemos da Palavra mas não conseguimos observá-la por falta de estímulo, de exemplos concretos. Assim, deixa que as palavras do seu pároco soem como penas ao vento, pois o próprio vento cuidará de dissipá-las. Entretanto, permanece firme na oração sabendo que ela é a força do homem diante da fraqueza de Deus. Continua rezando o Santo Rosário... Insiste... Persiste... E O RESULTADO VIRÁ NO TEMPO CERTO. Tudo pode ser mudado pela oração. Moisés orou a Deus quando Ele tinha se arrependido de ter criado o homem e pensava em destruí-lo, e a oração de Moisés fez com que Deus se arrependesse de ter se arrependido. Acho que este é o caminho. É o caminho estreito, íngreme, eivado de pedras e de espinhos cujo caminhar é próprio dos santos. Assim, seja forte e seja humilde. Seja corajoso, e o mais Deus o fará pela intercessão de Nossa Senhora.

Aproveito a oportunidade para desejar-lhe um ano novo repleto das bênçãos de Deus e da companhia de Maria Santíssima como mãe e mestra da sabedoria e da humildade.

Um grande abraço !!!

Caro visitante

Não vejo motivos para você ficar incerto, a menos que houvesse uma dúvida se seria ele a estar certo e você errado, e não me parece ser o seu caso.
Como disse o Flávio, é preciso insistir no que considera o certo, o que é mais importante ser socialmente aceito num meio "viciado" como o que criam tais erros em diversas paróquias ou fazer o que Deus espera de você? Tenha em mente que isso vai sim torná-lo "impopular" enquanto houver resistência, mas tenha sempre em mente Aquele por quem você persiste.
Eu mesmo já deixei de participar da missa em lugar (ou com pessoa específica), por motivos semelhantes, mas só indico se a situação estiver insustentável para seu espírito, se for incapaz de se concentrar na celebração devido ao fato, já que a simples presença como forma de "enfrentamento" não é de forma alguma o objetivo da Sagrada Celebração. Mas mesmo esse sendo o caso não abandone a vida da sua paróquia, isso seria abandonar uma "luta" que é sua, o preço de conhecer a Verdade é a obrigação de praticá-la e defendê-la diante do erro, na medida de suas possibilidades. Coragem, você nunca estará só...

Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo.

Se isto puder ajudar de alguma forma:
http://blog.comshalom.org/carmadelio/?s=teologia+da+liberta%C3%A7%C3%A3o

Vinde Senhor Jesus!