Sexualidade no Matrimônio: duvidas

Boa noite caros amigos,

É bom estar de volta ao fórum, que para mim sempre foi e é uma fonte de informação e formação.
Em conversa com amigos, diversas questões vieram à tona, a respeito da vivência sexual no matrimônio cristão.E algumas sinceramente não respondi, pois afirmei que não tinha emitido um juízo de valor a respeito e ia pesquisar, pois muitas informações foram novas para mim.
As questões que me trouxeram foram as seguintes,
1-O que diz a Igreja a respeito das carícias pré-relação sexual entre os conjuges?
2- O que os nossos irmãos protestantes dizem em relação a isso?, pois não há um consenso entre uma resposta a vida conjugal dos mesmos?
fico no aguardo

abraços.

Fala Ricardo,
Tudo bem?
Qual é o processo de reclassificação? obrigado pela resposta, todavia, as caricias que falo, são entre aqueles que já são casados, e as utilizam como uma preparação para as relações sexuais, é em relação a elas uma das minhas dúvidas.

abraços

Olá, Raoni,

Que a paz de Jesus esteja no seu coração !

Não vou responder em nome da Igreja, mas estou dando um parecer pessoal que se fundamenta na minha vivência do sacramento do matrimônio com minha esposa.

Antes, porém,, quero me referir à postagem do Ricardo que me parece um tanto quanto equivocada, considerando-se que a relação sexual entre os cônjuges acontece entre pessoas casadas. Assim, a possibilidade de fornicação, prostituição e adultério não existe, uma vez que estas práticas acontecem fora do sacramento do matrimônio.

Por outro lado, há algumas práticas ilícitas que conduzem a relações que são contrárias à natureza humana e que desonram tanto o homem quanto a mulher.

Nada impede as carícias íntimas antes da relação sexual propriamente dita. Elas fazem parte de um ato que envolve o antes, o durante e o depois. O ato sexual necessita, do ponto de vista biológico, daquilo que chamamos "preliminares", pois se constitui em uma preparação natural do organismo tanto masculino quanto feminino, cujos corpos se lubrificam naturalmente e se preparam de forma adequada para que haja uma penetração e um coito confortáveis, como necessita também dos momentos posteriores que expressam o gesto do amor profundo entre marido e mulher. Aqui referendo mais uma vez que o ato sexual deve ser vivido nos seus três momentos específicos: O ANTES, O DURANTE E O DEPOIS. Sem estes três momentos, o ato sexual se torna algo mecânico, maquinizado e sem o seu verdadeiro sentido tanto do ponto de vista biológico quanto do ponto de vista cristão.

Um grande abraço !!!

Para entender bem a sua questão vamos delimitar alguns pontos:
Conjuge = cada um dos esposos em relação ao outro = pressupõe-se casados certo?

1 - A Igreja não se perde nessas minuncias, pois não é esse seu objetivo. O que existe é uma orientação geral para o relacionamento conjugal, a saber, de respeito mútuo. Isto é, não existe um "lista pode/não-pode de práticas sexuais" para casais, prevalecendo o respeito praticamente "pode quase tudo", mas para demonstrar o que poderia ser a violação dessa regra geral, teríamos por exemplo:
O concurso de uma terceira pessoa. Por mais que consentido, isto configura um adultério a ambos.
Forçar o companheiro(a) a certas obsessões pessoais, relações constrangedoras ou contra sua vontade, isto não configura respeito, muito menos "amor à própria carne" e sim um estado de opressão, logo: pecado.
Luxuria, isto é: os excessos, embora de forma consentida, no entanto negligenciando por isso, às responsabilidades como cristão e como cidadão, leva também a outros pecados: omissão, faltar com a caridade, idolatria do corpo e do prazer acima de tudo, etc.

Rasgando então o palavreado, por exemplo o Kama Sutra (excetuando-se aqui, originalmente ser um "manual" voltado à relação sexual como ritual pagão), "tecnicamente" falando, não será proibido aos conjuges, se atentos à essa regra geral do respeito mútuo. A "forma" da relação sexual, não vai fazer alguém ser um cristão "melhor ou pior".

Se porém coloca de forma errada Conjuges = para não casados (namorados, "ficantes", ou sabe-se lá mais o que):

Ninguém dá um "trago" num cigarro, se não espera na verdade poder fumá-lo todo.
Se você assalta um cofre, e em vez de pegar todo o dinheiro leva apenas um punhado de notas, você roubou da mesma forma.
Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração. (Mt 5,28)

Entendam que não estou "pintando o quadro com cores fortes" (na verdade penso que estou é a abrandá-lo), existem "carícias e carícias", e esta carícia que foi suficiente para gerar certa "preocupação", já é a consciência atentando para a verdade.

Pela colocação da pergunta acredito que estejamos tratando da primeira opção, de qualquer forma aproveito o ensejo para alertar sobre a segunda.
Fiquem em paz.

Vinde Senhor Jesus!

Caro Raoni,

Seja bem vindo de volta. Os atos que preparam e antecedem o ato matrimonial são em geral retos e santos, pois servem para aumentar o afeto entre os cônjuges e para preparar um ato que Deus escolheu para os homens.

Pecaminoso, porém, são os atos sexuais incompletos (mesmo entre pessoas casadas) ou os que não obedecem a ordem natural (inclusive fisiológica), ou seja, os que são intrinsecamente fechados à transmissão da vida.

Vale também o que Santo Tomás falava sobre o prazer: em si mesmo não é nem bom, nem mal. É bom quando acompanha um ato bom e mal quando acompanha um ato mau. Ao mesmo tempo, é sempre mal quando é buscado por si mesmo, ou seja, quando as relações são fechadas à possibilidade de transmitir a vida e se busca o prazer pelo mero prazer.

Sobre os protestantes, é impossível saber o que eles dizem. Só no Brasil existem mais de 30.000 comunidades protestantes de origem cristã. É difícil saber se há acordo entre eles.

Espero ter esclarecido. Se você precisar de indicações do Magistério, posso lhe enviar depois. Grande abraço.

Pe. Anderson escreveu:Caro Raoni,

Ao mesmo tempo, é sempre mal quando é buscado por si mesmo, ou seja, quando as relações são fechadas à possibilidade de transmitir a vida e se busca o prazer pelo mero prazer.

Custa-me entender esta teoria, de onde nasceu esta teoria? Mas o bem e o mal está relacionado com o aumento ou a diminuição taxa de natalidade? Há algum contrato com as estatisticas? Por que motivo o amor entre dois seres humanos não se pode basear na expressão sexual simplesmente sem a finalidade da vida como diz?