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Homossexualidade, Catolicismo e Liberdade

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Mensagem por Pe. Anderson Qui maio 26, 2011 5:31 pm

Caros amigos,

Vejam esse artigo,

Homossexualidade, Catolicismo e Liberdade
por Pe. Hélio Luciano

Nos últimos dias temos presenciado uma série de manifestações ligadas à temática homossexual, associadas: à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reconhecer a união estável de casais homossexuais; ao projeto de lei sobre a chamada “homofobia”; ou ainda relacionadas às polêmicas feitas pelo senhor deputado Bolsonaro. Em meio a toda essa confusão, tentemos aclarar um pouco as ideias.

Creio que, em primeiro lugar, devemos dar um basta às ideologias e à falta de racionalidade – da parte de todos. Do lado católico – que nem sempre tem se comportado como deveria – a Igreja deixa claríssimo que a atitude em relação a uma pessoa com tendências homossexuais é a de acolher com respeito, compaixão e delicadeza, evitando, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação (Catecismo da Igreja Católica, n.2358). Por outro lado, da parte dos que defendem a homossexualidade, não pode existir uma ditadura que condene de imediato as opiniões contrárias àquelas que eles defendem.

Deixando claro este ponto e respeitando quem defende opiniões contrárias – ainda que racionalmente acredite que aquelas opiniões estão equivocadas – racionalmente defendo que a atividade homossexual é contrária ao modo próprio de ser, ou seja, contrária à própria natureza humana. Insisto no termo “racional” porque não defendo essa posição devido à minha fé, mas porque a minha razão me permite ver que é algo contrário ao amor. Sem nenhuma intenção de ofender às pessoas que tenham essa tendência, parece-me claro que o que sentem é uma atração sexual – quase sempre reduzida apenas a essa dimensão. Acaso o amor não é mais que a mera sexualidade?

Uma prova do que disse antes, é que existem apenas 60 mil pessoas no Brasil que se “casaram” com pessoas do seu mesmo sexo. Não chega a 0,04% da população brasileira. Perdoem-me a ironia, mas existem mais pessoas com a “unha encravada” que casais homossexuais e nem por isso temos leis que defendam as pessoas com “unha encravada”. Para que legislar a um grupo de 0,04%? Não me interpretem mal – ainda acreditando que seja um erro, não pretendo de nenhum modo proibir ou tirar a liberdade dessas pessoas de viverem a sexualidade como queiram. Porém criar leis – que moldam uma sociedade – defendendo a homossexualidade e a união homossexual como família, que poderia inclusive adotar filhos, parece-me uma ofensa à democracia e à educação da nossa sociedade. Querer, através de uma lei, proibir qualquer tipo de manifestação de quem tem uma opinião contrária à “politicamente correta” é uma ofensa não ao catolicismo ou à religião, mas à liberdade de pensar, à liberdade de expressão. Trata-se, como disse Reinaldo Azevedo em seu blog, de uma ditadura do politicamente correto.

É democrático que, enquanto 62% da população brasileira seja contrária à união homossexual, essa seja imposta pelo Supremo Tribunal Federal de modo claramente contrário ao artigo 226 da Constituição Federal? Não só não é democrático, como é inconstitucional – mas a quem nos queixaremos, se é o STF quem decide a constitucionalidade?

Sem prolongar mais, concluo dizendo que como católicos não somos e jamais seremos “homofóbicos”. O que defendemos é que não mudem inconstitucionalmente o modelo de família, base de toda sociedade e que não inculquem em nossos filhos uma educação pró-homossexual. Como católicos não somos e jamais seremos contrários à liberdade de que pessoas homossexuais vivam de um modo que não estamos de acordo, mas o que queremos é também a liberdade de poder dizer claramente o que pensamos, sem medo de que isso seja crime. O único que pedimos é LIBERDADE!!!

*Pe. Hélio Luciano é graduado em Odontologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Filosofia Eclesiástica e Teologia pela Universidade de Navarra (UN); Mestre em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade de Navarra (UN); Mestrando em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz (PUSC); Doutorando em Bioética pela Faculdade de Medicina do Campus Biomedico di Roma (UNICAMPUS); Membro da Comissão de Bioética da CNBB.

Fonte: http://www.catedralflorianopolis.com/site/noticia.php?cod=186
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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Qui maio 26, 2011 7:09 pm

Para onde caminha a nossa sociedade ???

Quero agradecer ao Pe. Anderson por disponibilizar no nosso fórum o texto do Pe. Hélio Luciano, a quem parabenizo pela fidelidade ao Evangelho e pela firmeza religiosa, moral e social com que aborda a questão.

No cotidiano pós-moderno no qual estamos inseridos, se de um lado estamos diante de um exacerbado desenvolvimento científico e tecnológico, de outro lado deparamonos com o processo ainda mais acelerado de desumanização do humano.

Neste cenário, percebemos que os valores sociais estão em fase de extinção, uma vez que os valores da família enquanto instituição que fundamenta a sociedade também estão se extinguindo gradativamente e em velocidade récorde e progressiva.

Nos ultimos dias, além da questão abordada pelo Pe. Hélio Luciano, deparamo-nos com a probabilidade da distribuição de um kit anti-homofobia nas escolas, cujo conteúdo deveria ser tratado como tema transversal de ensino em todo o país.

O kit elaborado por ONGs contratadas pelo Ministério da Educação, segundo o que foi amplamente divulgado pelos veículos de comunicação social, está eivado de cenas eróticas de caráter agressivo aos valores e à natureza humana.

Para os católicos, diante do que nos ensina o catecismo de nossa Igreja, é um momento de muita reflexão, oração e mobilização pela preservação dos valores cristãos.

Independentemente do caráter cristão da maioria da população brasileira, tais questões não podem ser tratadas dessa maneira. É preciso haver equilíbrio na tomada de decisões a serem aplicadas a todo o nosso povo, quando o seu alvo é um grupo de pessoas que, embora numeroso em si mesmo, representa insignificante parte de nossa população.

Em ultima análise, me parece que é muito maior a possibilidade de um efeito contrário ao que os seus organizadores tanto defendem quanto esperam.

Um grande abraço a todos !!!
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Mensagem por Pe. Anderson Seg maio 30, 2011 12:41 pm

Caro Flávio e demais amigos,

Vejam esse texto ótimo, que tem a ver com o apresentado aqui e que nos enche de esperanças:

A REMODELAÇÃO DA EUROPA COMEÇA PELA HUNGRIA?

Por Élizabeth Montfort
ROMA, domingo, 29 de maio de 2011 (ZENIT.org) - Uma andorinha só não faz verão, mas um Estado Europeu, e não dos menores, cuja constituição é “eurocompatível” e respeita a Carta Europeia dos Direitos Fundamentais e a Declaração Universal dos Direitos do Homem, é um exemplo a ser seguido.
No último 18 de abril, cumprindo-se um compromisso assumido pelo primeiro ministro Viktor Orban, que em abril de 2010 venceu esmagadoramente as eleições com 2/3 da câmara dos deputados, foi modificada a constituição húngara no espírito e na letra. O texto de 1990, adotado logo depois da queda do Muro de Berlim, era considerado liberal demais e ainda influenciado por resquícios comunistas.
O poder foi repartido entre os três partidos principais: O Fidesz, partido de centro-direita, cujos representantes no Parlamento Europeu fazem parte do Partido Popular Europeu; os Socialistas, completamente desacreditados depois da desastrosa gestão do primeiro-ministro Ferenc Gyurcsany, que mentiu sobre as proporções do déficit das contas do Estado, o que o obrigou a pedir ao Fundo Monetário Internacional uma ajuda de 20 bilhões de euros para salvar o país da falência; e o partido Jobbik, de extrema-direita, que tem como objetivo a defesa dos valores e a identidade da Hungria.
A nova constituição proposta pelo primeiro-ministro e pelo Fidesz foi aprovada com 262 votos contra 44 e uma abstenção. O texto foi ratificado pelo Presidente da República Húngara, Pal Schmitt, no último 25 de abril, e entrará em vigor em 1º de janeiro de 2012. Durante o debate, a oposição não fez nenhuma intervenção, o que não a impediu, até agora, de apoiar os opositores desta nova lei fundamental.
As mudanças da constituição:
1- A primeira tem a ver com a referência às raízes cristãs da Hungria. O preâmbulo diz que “a constituição é inscrita na continuidade da Santa Coroa” e recorda “o papel do cristianismo” na “sua história milenar”.
Surpreendem as reações negativas a esse texto, já que, na redação do Tratado Constitucional da União Europeia, todos os países membros aprovaram a referência “à nossa herança cristã”, exceto a França. O pedido europeu, promovido pela Fondation de Service Politique com algum deputado europeu, tinha obtido 1,4 milhão de assinaturas em 2004, sendo apoiado por cerca de 60 associações que representavam 50 milhões de associados. Um recorde na história europeia. Este pedido foi recebido na Comissão sobre Pedidos, mas a Comissão Europeia não lhe deu continuidade, como ocorre quando os pedidos são acolhidos.
A referência às raízes cristãs não é uma questão de opinião, mas uma verdade histórica. É necessário recordar que a nação húngara se organizou a partir do batismo de Santo Estêvão, coroado rei da Hungria. Este é o motivo de a Coroa de Santo Estêvão estar hoje no Parlamento húngaro, porque lhe dá legitimidade para fazer as leis.
2- A segunda modificação tem a ver com a união entre duas pessoas: “A Coroa protege o matrimônio, considerado como a união natural entre um homem e uma mulher e como fundamento da família”.
Esta referência retoma, em seu espírito, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, que, apesar das pressões para introduzir a união entre duas pessoas do mesmo sexo, é um texto de referência para todos os Estados. A nova constituição húngara não questiona a união entre duas pessoas do mesmo sexo, mas não a considera equivalente ao matrimônio.
3- A terceira modificação tem a ver com a vida de todos os seres humanos antes do nascimento: “Desde o momento da concepção, a vida merece proteção como um direito humano fundamental” e “a vida e a dignidade são invioláveis”, retomando em certo modo o primeiro artigo da Carta Europeia de Direitos Fundamentais: “A dignidade humana é inviolável. Deve ser respeitada e protegida”.
Houve pessoas indignadas com esta volta à ordem moral. Devemos deduzir que a ordem humana é uma ordem amoral? A nova constituição húngara é “euroincompatível”? Os opositores se questionam. Se não fosse, então quer dizer que todos os textos de referência são letra morta, considerando que a União Europeia se ergueu a partir do respeito aos direitos do homem, cuja universalidade é expressa na Declaração dos Direitos do Homem de 1948, reconhecida como patrimônio comum da humanidade, e não sobre direitos abstratos e subjetivos reivindicados sem referência a um patrimônio comum.
É verdade que a decisão pertence aos legisladores. Mas eles votam em nosso nome. Calar seria uma irresponsabilidade da nossa parte. As leis afetam a todos. É nosso dever reunir os nossos deputados e senadores para lhes dizer que respeitamos os nossos princípios fundamentais.
--- --- ---
Élizabeth Montfort é deputada do Parlamento Europeu e porta-voz daFondation de Service Politique(Paris), em www.libertepolitique.com

Grande abraço a todos.
Pe. Anderson
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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Seg maio 30, 2011 6:15 pm

Que beleza, Pe. Anderson,

Esta posição da Hungria pode se constituir em um exemplo para o mundo. O fato é que as coisas como estão não podem ficar. A humanidade não pode continuar protagonizando e agonizando um interminável processo de desumanização. É preciso "VOLTAR AO PRIMEIRO AMOR".

Um grande abraço a todos !!!
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