Sacerdotes ou presbíteros
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Re: Sacerdotes ou presbíteros
Sr Padre Anderson,
O seu penultimo parágrafo começa por:
Consultei (1ª Pedro 5) e verifiquei que Pedro não se dirige aos Sacerdotes, mas aos anciãos, (Presbíteros).
É certo que as tradições Romano-Católicas confundem as palavras e os seus significados originais.
Quem se ache incumbido desse dever que o faça voluntariamente e precisamente seguindo os conselhos de Pedro, coisa que nunca me apercebi, desde o dia em que nasci até hoje, mas até parece que tudo está cada vez pior, pelo menos revela-se assim.
Não são muitas palavras de sabedoria pastoral que fazem o efeito correcto desejado, mas as obras do dia a dia e em encararmos corajosamente as realidades do passado e do presente. Quanto ao futuro, a DEUS pertence, só a ELE.
(Ver Presbitero) (do grego antigo "πρεσβύτερος" de "πρέσβυς", "ancião")
O seu penultimo parágrafo começa por:
Queridos sacerdotes, "apascentais ao rebanho de Deus que vos é confiado, vigiando, não forçados, mas voluntariamente (...), sendo modelos do rebanho" (1 P 5,2)
Consultei (1ª Pedro 5) e verifiquei que Pedro não se dirige aos Sacerdotes, mas aos anciãos, (Presbíteros).
É certo que as tradições Romano-Católicas confundem as palavras e os seus significados originais.
Quem se ache incumbido desse dever que o faça voluntariamente e precisamente seguindo os conselhos de Pedro, coisa que nunca me apercebi, desde o dia em que nasci até hoje, mas até parece que tudo está cada vez pior, pelo menos revela-se assim.
Não são muitas palavras de sabedoria pastoral que fazem o efeito correcto desejado, mas as obras do dia a dia e em encararmos corajosamente as realidades do passado e do presente. Quanto ao futuro, a DEUS pertence, só a ELE.
(Ver Presbitero) (do grego antigo "πρεσβύτερος" de "πρέσβυς", "ancião")
Re: Sacerdotes ou presbíteros
Caríssimo Manuel,
Fiz esse novo tópico para uma melhor organizaçao do nosso forum, para nao mesclarmos assuntos.
Sobre a sua questao: eu sei bem que Sao Pedro diz na sua carta "presbíteros" em vez de sacerdotes. Graças a Deus nós estudamos um tempo suficiente no Seminário (assim como latim e hebraico) de forma a ajudar na nossa compreensao da Sagrada Escritura, que é o centro da vida e da Teologia Católica. Como voce deve ter lido no texto do Papa que eu publiquei anteriormente, está bem claro que só Cristo é o Sumo e Eterno Sacerdote, "segundo a ordem de Melquisedeque" (Heb 5). Esse Cristo constituiu a Igreja como o "novo povo de Deus", a semelhança do antigo povo de Israel e como "Corpo de Cristo" (expressao de Sao Paulo). Dessa forma, aqueles que se unem a Cristo pelo Batismo (e pela fé, esperança e caridade) formam um só corpo com Ele e participam do seu único e eterno sacerdócio.
Na verdade Cristo escolheu também 12 homens "para ficar com ele" (Mc 3,14) e lhes deu poderes para perdoar os pecados, para expulsar os demônios, para pregar em seu nome, e para continuar sua presença nesse mundo, especialmente através da Eucaristia. "Fazei isso em memória de mim" disse Jesus a seus discípulos depois da sua ultima ceia aos seus Apóstolos, e através, deles a seus sucessores através dos séculos.
Nós católicos mantemos a fé bíblica: cremos que essas palavras do Senhor, que ele promete de estar com os seus discípulos todos os dias até o fim do mundo é absolutamente verdade. Nós cremos que Deus permanece com os seus discipulos em todos os séculos, cremos que Ele jamais abandonou sua Igreja, seus discípulos. Nao por méritos dos seus discípulos, evidentemente, mas porque suas palavras sao verdadeiras, porque sua promessa é verdadeira e ele nao pode negar sua palavra.
Continuaremos mais adiante. Fique com Deus e que o Senhor sempre o abençoe.
Fiz esse novo tópico para uma melhor organizaçao do nosso forum, para nao mesclarmos assuntos.
Sobre a sua questao: eu sei bem que Sao Pedro diz na sua carta "presbíteros" em vez de sacerdotes. Graças a Deus nós estudamos um tempo suficiente no Seminário (assim como latim e hebraico) de forma a ajudar na nossa compreensao da Sagrada Escritura, que é o centro da vida e da Teologia Católica. Como voce deve ter lido no texto do Papa que eu publiquei anteriormente, está bem claro que só Cristo é o Sumo e Eterno Sacerdote, "segundo a ordem de Melquisedeque" (Heb 5). Esse Cristo constituiu a Igreja como o "novo povo de Deus", a semelhança do antigo povo de Israel e como "Corpo de Cristo" (expressao de Sao Paulo). Dessa forma, aqueles que se unem a Cristo pelo Batismo (e pela fé, esperança e caridade) formam um só corpo com Ele e participam do seu único e eterno sacerdócio.
Vós, porém, sois uma raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa, um povo adquirido para Deus, a fim de que publiqueis as virtudes daquele que das trevas vos chamou à sua luz maravilhosa. Vós que outrora não éreis seu povo, mas agora sois povo de Deus; vós que outrora não tínheis alcançado misericórdia (Os 2,25), mas agora alcançastes misericórdia. (1Pedro 2, 9-10)
Na verdade Cristo escolheu também 12 homens "para ficar com ele" (Mc 3,14) e lhes deu poderes para perdoar os pecados, para expulsar os demônios, para pregar em seu nome, e para continuar sua presença nesse mundo, especialmente através da Eucaristia. "Fazei isso em memória de mim" disse Jesus a seus discípulos depois da sua ultima ceia aos seus Apóstolos, e através, deles a seus sucessores através dos séculos.
Os onze discípulos foram para a Galiléia, para a montanha que Jesus lhes tinha designado. Quando o viram, adoraram-no; entretanto, alguns hesitavam ainda. Mas Jesus, aproximando-se, lhes disse: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo. (Mateus 28, 16-20)
Nós católicos mantemos a fé bíblica: cremos que essas palavras do Senhor, que ele promete de estar com os seus discípulos todos os dias até o fim do mundo é absolutamente verdade. Nós cremos que Deus permanece com os seus discipulos em todos os séculos, cremos que Ele jamais abandonou sua Igreja, seus discípulos. Nao por méritos dos seus discípulos, evidentemente, mas porque suas palavras sao verdadeiras, porque sua promessa é verdadeira e ele nao pode negar sua palavra.
Eis uma verdade absolutamente certa: Se morrermos com ele, com ele viveremos. Se soubermos perseverar, com ele reinaremos. Se, porém, o renegarmos, ele nos renegará. Se formos infiéis... ele continua fiel, e não pode desdizer-se. (2Timóteo, 2 11-13)
Continuaremos mais adiante. Fique com Deus e que o Senhor sempre o abençoe.
Pe. Anderson- Admin
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Data de inscrição : 10/09/2008
Idade : 41
Localização : Roma
Re: Sacerdotes ou presbíteros
Caros amigos,
Publico aqui a homilia do Papa de ontem (dia de Corpus Christi em Roma, do ano 2010). Nesse texto está bem claro o que é o sacerdócio e como nós participamos dele. Creio que está bem claro e ajudará na boa compreensao do nosso tema.
Queridos irmãos e irmãs,
O sacerdócio do Novo Testamento está estreitamente ligado à Eucaristia. Por isto hoje, na solenidade do Corpus Domini e quase ao término do Ano Sacerdotal, somos convidados a meditar sobre a relação entre a Eucaristia e o Sacerdócio de Cristo. Nesta direção nos orienta também a primeira leitura e o salmo responsorial, que apresentam a figura de Melquisedeque. A breve passagem do Livro dos Gênesis (cf. 14,18 -20) afirma que Melquisedeque, rei de Salém, era "sacerdote do Deus altíssimo" e, por isto, "ofereceu pão e vinho" e "abençoou Abraão", que voltava de uma vitória em batalha; o próprio Abraão deu-lhe o dízimo de tudo. O salmo, por sua vez, contém na última estrofe uma expressão solene, um juramento do próprio Deus, que declara ao Rei Messias: "Tu és sacerdote para sempre / a semelhança de Melquisedeque" (Salmo 110, 4); assim o Messias é proclamado não somente Rei, mas também sacerdote. Desta passagem parte o autor da Carta aos Hebreus para sua ampla e articulada exposição. E nós o temos apanhado no refrão: "Tu és sacerdote para sempre, Cristo Senhor": quase uma profissão de fé, que adquire um significado particular na festa de hoje. É a alegria da comunidade, a alegria da Igreja inteira, que contemplando e adorando ao Santíssimo Sacramento, reconhece nele a presença real e permanente de Jesus, supremo e eterno Sacerdote.
A segunda leitura e o Evangelho, por outro lado, chamam à atenção o mistério eucarístico. Da Primeira Carta aos Coríntios (cf. 11,23 -26) é tomada a passagem fundamental na qual São Paulo lembra àquela comunidade o significado e o valor da "Ceia do Senhor", que o Apóstolo havia transmitido e ensinado, pelo que, porém, corria o risco de se perder. O Evangelho é, por outro lado, a história do milagre dos pães e dos peixes, na redação de São Lucas: um sinal atestado por todos os evangelistas e que preanuncia o dom que Cristo fará de si mesmo, para dar à humanidade a vida eterna. Ambos os textos enfatizam a oração de Cristo, no momento de partir o pão. Naturalmente, há uma diferença clara entre os dois momentos; quando compartilha os pães e os peixes à multidão, Jesus dá graças ao Pai celestial por sua providência, confiando que Ele não fará faltar o alimento a toda aquela gente. Na Última Ceia, ao contrário, Jesus transforma o pão e o vinho no seu próprio Corpo e Sangue, de forma que os discípulos pudessem alimentar-se Dele e viver em comunhão íntima e real com Ele.
A primeira coisa que é necessário lembrar sempre é que Jesus não era um sacerdote de acordo com a tradição judia. A sua não era uma família sacerdotal. Não pertencia à descendência de Aarão, mas a de Judá e, portanto, legalmente lhe estava excluída a via do sacerdócio. A pessoa e atividade de Jesus de Nazaré não se colocam na esteia dos antigos sacerdotes, mas melhor na dos profetas. E nesta linha, Jesus tomou distância com uma concepção ritual da religião, criticando a postura que dava maior valor aos preceitos humanos relacionados à pureza ritual mais que à observância dos mandamentos de Deus, quer dizer, ao amor de Deus e ao próximo, que como disse o Evangelho, "vale mais que todos os holocaustos e sacrifícios" (Mc 12,33). Até mesmo dentro do Templo de Jerusalém, lugar sagrado por excelência, Jesus realiza um gesto perfeitamente profético, quando expulsa os cambistas e vendedores de animais, todas as coisas que serviam para o oferecimento dos sacrifícios tradicionais. Portanto, Jesus não é reconhecido como um Messias sacerdotal, mas profético e real. Também sua morte, que nós os cristãos chamamos justamente "sacrifício", não teve nada dos sacrifícios antigos, ao contrário, foi totalmente o oposto: a execução de uma sentença de morte, por crucificação, a mais infame, sucedida fora dos muros de Jerusalém.
Então, em que sentido Jesus é sacerdote? Disse-nos precisamente a Eucaristia. Podemos voltar a partir dessas simples palavras que descrevem Melquisedeque: "ofereceu pão e vinho" (Gn 14,18). E é isto que Jesus fez na Última Ceia: ofereceu pão e vinho, e neste gesto resumiu totalmente a si mesmo e a sua própria missão. Neste ato, na oração que o precede e nas palavras que o acompanham está todo o sentido do mistério de Cristo, tal e como o expressa a Carta aos Hebreus em uma passagem decisiva, que se faz necessário citar: "Tendo oferecido pelos dias de sua vida mortal - escreve o autor, referindo-se a Jesus - pedidos e súplicas com poderoso clamor e lágrimas pelos quais poderia salvá-lo da morte, foi escutado por sua atitude reverente, e ainda sendo Filho, com o que sofreu e experimentou a obediência; e alcançada a perfeição, converteu-se em causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem, proclamado por Deus Sumo Sacerdote à semelhança de Melquisedeque" (5,8 -10). Neste texto, que claramente alude à agonia espiritual de Getsêmani, a paixão de Cristo se apresenta como uma oração e como uma oferenda. Jesus confronta sua "hora", que o conduz à morte na cruz, imerso em uma profunda oração, que consiste na união da própria vontade com a do Pai. Esta dupla e única vontade é uma vontade de amor. Vivida nesta oração, a trágica prova que Jesus enfrenta é transformada em oferenda, em sacrifício vivo.
Disse a Carta que Jesus "foi escutado". Em que sentido? No sentido de que Deus Pai o libertou da morte e o ressuscitou. Foi escutado exatamente por seu pleno abandono à vontade do Pai: o desígnio de amor de Deus pôde perfeitamente ser realizado em Jesus que, tendo obedecido até o extremo da morte na cruz, transformou-se em "causa de salvação" para todos aqueles que Lhe obedecem. Transformou-se em Sumo Sacerdote ter tomado Ele mesmo sobre si todo o pecado do mundo, como "Cordeiro de Deus". É o Pai que Lhe confere este sacerdócio no próprio momento em que Jesus atravessa o passo de sua morte e ressurreição. Não é um sacerdócio segundo o ordenamento da lei mosaica (cf. Lv 8 -9), mas "de acordo com a ordem de Melquisedeque", de acordo com uma ordem profética, dependente apenas de sua relação única com Deus.
Voltemos à expressão da Carta aos Hebreus que diz: "mesmo sendo Filho, com o que sofreu e experimentou a obediência". O sacerdócio de Cristo comporta o sofrimento. Jesus sofreu verdadeiramente e o fez por nós. Ele era o Filho, não tinha necessidade de aprender a obediência, mas nós sim, teríamos e temos sempre esta necessidade. Consequentemente, o Filho assumiu nossa humanidade e se deixou "educar" por nós no crisol do sofrimento, deixou-se transformar por ele, como o grão de trigo que, para dar fruto, deve morrer na terra. Através deste processo, Jesus foi aperfeiçoado, em grego teleiotheis. Devemos nos deter neste termo, porque é muito significativo. Indica o cumprimento de uma jornada, quer dizer, precisamente o caminho da educação e transformação do Filho de Deus mediante o sofrimento, mediante a paixão dolorosa. É graças a esta transformação que Jesus Cristo se converteu em "sumo sacerdote" e pode salvar a todos aqueles que se confiam a Ele. O termo teleiotheis, traduzido exatamente como "fato perfeito", pertence a uma raiz verbal que, na versão grega do Pentateuco, quer dizer, os primeiros cinco livros da Bíblia, sempre usado para indicar a consagração dos antigos sacerdotes. Esta descoberta é muito preciosa, porque nos diz que a paixão foi para Jesus como uma consagração sacerdotal. Ele não era sacerdote de acordo com a Lei, mas chegou a ser de forma existencial em sua Páscoa de paixão, morte e ressurreição: ofereceu-se a si mesmo em compensação e o Pai, exaltando-o acima de toda criatura, o constituiu Mediador universal de salvação.
Voltemos, em nossa meditação, para a Eucaristia, que daqui a pouco estará no centro de nossa assembleia litúrgica. Nela Jesus antecipou seu Sacrifício, um Sacrifício não ritual, mas pessoal. Na Última Ceia Ele atua movido por esse "espírito eterno" com o qual se oferecerá depois sob a Cruz (cf. Hb 9,14). Agradecendo e abençoando, Jesus transforma o pão e o vinho. É o amor divino que transforma: o amor com o qual Jesus aceita antecipadamente ser dado por completo a si mesmo por nós. Este amor não é outro que o Espírito Santo, o Espírito do Pai e do Filho, que consagra o pão e o vinho e muda sua substância no Corpo e no Sangue do Senhor, fazendo presente no Sacramento o mesmo Sacrifício que se realiza depois, de forma cruel, na Cruz. Podemos, portanto, concluir que Cristo foi sacerdote verdadeiro e eficaz, porque estava repleto da força do Espírito Santo, estava repleto de toda a plenitude do amor de Deus, e isto precisamente "na noite em que foi traído", precisamente na "hora das trevas" (cf. Lc 22,53). É esta força divina, a mesma que realizou a Encarnação do Verbo, a que transforma a violência extrema e a injustiça extrema em um ato supremo de amor e de justiça. Esta é a obra do sacerdócio de Cristo que a Igreja herdou e prolonga na história, na dupla forma do sacerdócio comum dos batizados e da ordenação dos ministros, para transformar o mundo com o amor de Deus. Todos, sacerdotes e fiéis, nos alimentamos da mesma Eucaristia, todos nos prostramos a adorá-La, porque nela está presente nosso Mestre e Senhor, está presente o verdadeiro Corpo de Jesus, Vítima e Sacerdote, salvação do mundo. Vinde, exultemos com cânticos de alegria! Vinde, adoremos! Amém.
Fonte: http://www.zenit.org/article-25098?l=portuguese
Grande abraço a todos e fiquem com Deus.
Publico aqui a homilia do Papa de ontem (dia de Corpus Christi em Roma, do ano 2010). Nesse texto está bem claro o que é o sacerdócio e como nós participamos dele. Creio que está bem claro e ajudará na boa compreensao do nosso tema.
Queridos irmãos e irmãs,
O sacerdócio do Novo Testamento está estreitamente ligado à Eucaristia. Por isto hoje, na solenidade do Corpus Domini e quase ao término do Ano Sacerdotal, somos convidados a meditar sobre a relação entre a Eucaristia e o Sacerdócio de Cristo. Nesta direção nos orienta também a primeira leitura e o salmo responsorial, que apresentam a figura de Melquisedeque. A breve passagem do Livro dos Gênesis (cf. 14,18 -20) afirma que Melquisedeque, rei de Salém, era "sacerdote do Deus altíssimo" e, por isto, "ofereceu pão e vinho" e "abençoou Abraão", que voltava de uma vitória em batalha; o próprio Abraão deu-lhe o dízimo de tudo. O salmo, por sua vez, contém na última estrofe uma expressão solene, um juramento do próprio Deus, que declara ao Rei Messias: "Tu és sacerdote para sempre / a semelhança de Melquisedeque" (Salmo 110, 4); assim o Messias é proclamado não somente Rei, mas também sacerdote. Desta passagem parte o autor da Carta aos Hebreus para sua ampla e articulada exposição. E nós o temos apanhado no refrão: "Tu és sacerdote para sempre, Cristo Senhor": quase uma profissão de fé, que adquire um significado particular na festa de hoje. É a alegria da comunidade, a alegria da Igreja inteira, que contemplando e adorando ao Santíssimo Sacramento, reconhece nele a presença real e permanente de Jesus, supremo e eterno Sacerdote.
A segunda leitura e o Evangelho, por outro lado, chamam à atenção o mistério eucarístico. Da Primeira Carta aos Coríntios (cf. 11,23 -26) é tomada a passagem fundamental na qual São Paulo lembra àquela comunidade o significado e o valor da "Ceia do Senhor", que o Apóstolo havia transmitido e ensinado, pelo que, porém, corria o risco de se perder. O Evangelho é, por outro lado, a história do milagre dos pães e dos peixes, na redação de São Lucas: um sinal atestado por todos os evangelistas e que preanuncia o dom que Cristo fará de si mesmo, para dar à humanidade a vida eterna. Ambos os textos enfatizam a oração de Cristo, no momento de partir o pão. Naturalmente, há uma diferença clara entre os dois momentos; quando compartilha os pães e os peixes à multidão, Jesus dá graças ao Pai celestial por sua providência, confiando que Ele não fará faltar o alimento a toda aquela gente. Na Última Ceia, ao contrário, Jesus transforma o pão e o vinho no seu próprio Corpo e Sangue, de forma que os discípulos pudessem alimentar-se Dele e viver em comunhão íntima e real com Ele.
A primeira coisa que é necessário lembrar sempre é que Jesus não era um sacerdote de acordo com a tradição judia. A sua não era uma família sacerdotal. Não pertencia à descendência de Aarão, mas a de Judá e, portanto, legalmente lhe estava excluída a via do sacerdócio. A pessoa e atividade de Jesus de Nazaré não se colocam na esteia dos antigos sacerdotes, mas melhor na dos profetas. E nesta linha, Jesus tomou distância com uma concepção ritual da religião, criticando a postura que dava maior valor aos preceitos humanos relacionados à pureza ritual mais que à observância dos mandamentos de Deus, quer dizer, ao amor de Deus e ao próximo, que como disse o Evangelho, "vale mais que todos os holocaustos e sacrifícios" (Mc 12,33). Até mesmo dentro do Templo de Jerusalém, lugar sagrado por excelência, Jesus realiza um gesto perfeitamente profético, quando expulsa os cambistas e vendedores de animais, todas as coisas que serviam para o oferecimento dos sacrifícios tradicionais. Portanto, Jesus não é reconhecido como um Messias sacerdotal, mas profético e real. Também sua morte, que nós os cristãos chamamos justamente "sacrifício", não teve nada dos sacrifícios antigos, ao contrário, foi totalmente o oposto: a execução de uma sentença de morte, por crucificação, a mais infame, sucedida fora dos muros de Jerusalém.
Então, em que sentido Jesus é sacerdote? Disse-nos precisamente a Eucaristia. Podemos voltar a partir dessas simples palavras que descrevem Melquisedeque: "ofereceu pão e vinho" (Gn 14,18). E é isto que Jesus fez na Última Ceia: ofereceu pão e vinho, e neste gesto resumiu totalmente a si mesmo e a sua própria missão. Neste ato, na oração que o precede e nas palavras que o acompanham está todo o sentido do mistério de Cristo, tal e como o expressa a Carta aos Hebreus em uma passagem decisiva, que se faz necessário citar: "Tendo oferecido pelos dias de sua vida mortal - escreve o autor, referindo-se a Jesus - pedidos e súplicas com poderoso clamor e lágrimas pelos quais poderia salvá-lo da morte, foi escutado por sua atitude reverente, e ainda sendo Filho, com o que sofreu e experimentou a obediência; e alcançada a perfeição, converteu-se em causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem, proclamado por Deus Sumo Sacerdote à semelhança de Melquisedeque" (5,8 -10). Neste texto, que claramente alude à agonia espiritual de Getsêmani, a paixão de Cristo se apresenta como uma oração e como uma oferenda. Jesus confronta sua "hora", que o conduz à morte na cruz, imerso em uma profunda oração, que consiste na união da própria vontade com a do Pai. Esta dupla e única vontade é uma vontade de amor. Vivida nesta oração, a trágica prova que Jesus enfrenta é transformada em oferenda, em sacrifício vivo.
Disse a Carta que Jesus "foi escutado". Em que sentido? No sentido de que Deus Pai o libertou da morte e o ressuscitou. Foi escutado exatamente por seu pleno abandono à vontade do Pai: o desígnio de amor de Deus pôde perfeitamente ser realizado em Jesus que, tendo obedecido até o extremo da morte na cruz, transformou-se em "causa de salvação" para todos aqueles que Lhe obedecem. Transformou-se em Sumo Sacerdote ter tomado Ele mesmo sobre si todo o pecado do mundo, como "Cordeiro de Deus". É o Pai que Lhe confere este sacerdócio no próprio momento em que Jesus atravessa o passo de sua morte e ressurreição. Não é um sacerdócio segundo o ordenamento da lei mosaica (cf. Lv 8 -9), mas "de acordo com a ordem de Melquisedeque", de acordo com uma ordem profética, dependente apenas de sua relação única com Deus.
Voltemos à expressão da Carta aos Hebreus que diz: "mesmo sendo Filho, com o que sofreu e experimentou a obediência". O sacerdócio de Cristo comporta o sofrimento. Jesus sofreu verdadeiramente e o fez por nós. Ele era o Filho, não tinha necessidade de aprender a obediência, mas nós sim, teríamos e temos sempre esta necessidade. Consequentemente, o Filho assumiu nossa humanidade e se deixou "educar" por nós no crisol do sofrimento, deixou-se transformar por ele, como o grão de trigo que, para dar fruto, deve morrer na terra. Através deste processo, Jesus foi aperfeiçoado, em grego teleiotheis. Devemos nos deter neste termo, porque é muito significativo. Indica o cumprimento de uma jornada, quer dizer, precisamente o caminho da educação e transformação do Filho de Deus mediante o sofrimento, mediante a paixão dolorosa. É graças a esta transformação que Jesus Cristo se converteu em "sumo sacerdote" e pode salvar a todos aqueles que se confiam a Ele. O termo teleiotheis, traduzido exatamente como "fato perfeito", pertence a uma raiz verbal que, na versão grega do Pentateuco, quer dizer, os primeiros cinco livros da Bíblia, sempre usado para indicar a consagração dos antigos sacerdotes. Esta descoberta é muito preciosa, porque nos diz que a paixão foi para Jesus como uma consagração sacerdotal. Ele não era sacerdote de acordo com a Lei, mas chegou a ser de forma existencial em sua Páscoa de paixão, morte e ressurreição: ofereceu-se a si mesmo em compensação e o Pai, exaltando-o acima de toda criatura, o constituiu Mediador universal de salvação.
Voltemos, em nossa meditação, para a Eucaristia, que daqui a pouco estará no centro de nossa assembleia litúrgica. Nela Jesus antecipou seu Sacrifício, um Sacrifício não ritual, mas pessoal. Na Última Ceia Ele atua movido por esse "espírito eterno" com o qual se oferecerá depois sob a Cruz (cf. Hb 9,14). Agradecendo e abençoando, Jesus transforma o pão e o vinho. É o amor divino que transforma: o amor com o qual Jesus aceita antecipadamente ser dado por completo a si mesmo por nós. Este amor não é outro que o Espírito Santo, o Espírito do Pai e do Filho, que consagra o pão e o vinho e muda sua substância no Corpo e no Sangue do Senhor, fazendo presente no Sacramento o mesmo Sacrifício que se realiza depois, de forma cruel, na Cruz. Podemos, portanto, concluir que Cristo foi sacerdote verdadeiro e eficaz, porque estava repleto da força do Espírito Santo, estava repleto de toda a plenitude do amor de Deus, e isto precisamente "na noite em que foi traído", precisamente na "hora das trevas" (cf. Lc 22,53). É esta força divina, a mesma que realizou a Encarnação do Verbo, a que transforma a violência extrema e a injustiça extrema em um ato supremo de amor e de justiça. Esta é a obra do sacerdócio de Cristo que a Igreja herdou e prolonga na história, na dupla forma do sacerdócio comum dos batizados e da ordenação dos ministros, para transformar o mundo com o amor de Deus. Todos, sacerdotes e fiéis, nos alimentamos da mesma Eucaristia, todos nos prostramos a adorá-La, porque nela está presente nosso Mestre e Senhor, está presente o verdadeiro Corpo de Jesus, Vítima e Sacerdote, salvação do mundo. Vinde, exultemos com cânticos de alegria! Vinde, adoremos! Amém.
Fonte: http://www.zenit.org/article-25098?l=portuguese
Grande abraço a todos e fiquem com Deus.
Pe. Anderson- Admin
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Localização : Roma
Re: Sacerdotes ou presbíteros
O que eu queria realçar é que Pedro (que era um dos 11 Apóstolos que Cristo escolheu) considerava-se um simples ancião (presbítero).
Quanto ao sacerdócio mencionado em 1Pedro 2, 9-10, não se refere ao sacerdócio ministerial dos descendentes de Aarão, nem ao sacerdócio «sacramental» dos padres (Mateus 23), mas ao sacerdócio do próprio Cristo com os seus escolhidos (os eleitos).
Há que fazer estas distinções. Os escolhidos são os que fazem parte da esposa do Cristo e são muito poucos (Mateus 20,16). Pode até não haver lá nenhum membro do clero. Isto é uma flagrante realidade que a classe clerical parece querer esquecer.
Será que ainda não se apercebeu desta realidade?! Eu já!
Quanto ao sacerdócio mencionado em 1Pedro 2, 9-10, não se refere ao sacerdócio ministerial dos descendentes de Aarão, nem ao sacerdócio «sacramental» dos padres (Mateus 23), mas ao sacerdócio do próprio Cristo com os seus escolhidos (os eleitos).
Há que fazer estas distinções. Os escolhidos são os que fazem parte da esposa do Cristo e são muito poucos (Mateus 20,16). Pode até não haver lá nenhum membro do clero. Isto é uma flagrante realidade que a classe clerical parece querer esquecer.
Será que ainda não se apercebeu desta realidade?! Eu já!
Re: Sacerdotes ou presbíteros
Senhor Manuel,
Não julgueis, e não sereis julgados. Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos. (Mateus 7, 1-2)
Fica difícil crer que o senhor tem o dom da oniciência, para poder julgar que está no reino do Céu ou nao, que faz parte da esposa de Cristo ou nao. Deixemos a Deus julgar os coraçoes das pessoas.
Um grande abraço.
Com todo o respeito:Os escolhidos são os que fazem parte da esposa do Cristo e são muito poucos (Mateus 20,16). Pode até não haver lá nenhum membro do clero. Isto é uma flagrante realidade que a classe clerical parece querer esquecer.
Não julgueis, e não sereis julgados. Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos. (Mateus 7, 1-2)
Fica difícil crer que o senhor tem o dom da oniciência, para poder julgar que está no reino do Céu ou nao, que faz parte da esposa de Cristo ou nao. Deixemos a Deus julgar os coraçoes das pessoas.
Um grande abraço.
Pe. Anderson- Admin
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Localização : Roma
Re: Sacerdotes ou presbíteros
Meu caro Senhor e jovem Anderson,
Mais uma vez afirmo que gosto imenso da passagem bíblica escrita em Mateus 7,1-2 .
Quanto a julgar devo informar que eu não me atrevo a julgar ninguém.
Nem o próprio Cristo julgava ninguém. (João 8,15)
Agora gostava de saber a sua opinião. Será que as palavras muitos duras do Cristo mencionadas em (Mateus 23) eram de julgamento ou de aviso?!
Diz o ditado que quem nos avisa bem nos quer.
Para mim, Cristo quando esteve aqui na terra usava muitas palavras de aviso. Já pensou nisto?!
Portanto não estava a mandar ninguém para o castigo eterno (Mateus 12,31), mas em avisar para evitarem essa possibilidade.
E diga-me lá se todo o clero for salvo, mas sem direito a eleição, não será já muito bom?!
Isto quer dizer que não vai ter privilégios régios nem sacerdotais, apenas irá ser um súbdito do Reino de YHWH.
Estou a supor, claro.
O que eu faço é constatar o que vejo, ouço e observo fazendo suposições fundamentadas.
Pense bem! aquilo que eu afirmei não é uma impossibilidade, antes pelo contrário.
Todos nós, incluindo eu, vamos ficar muito surpreendidos no dia do juízo universal.
Mais uma vez afirmo que gosto imenso da passagem bíblica escrita em Mateus 7,1-2 .
Quanto a julgar devo informar que eu não me atrevo a julgar ninguém.
Nem o próprio Cristo julgava ninguém. (João 8,15)
Agora gostava de saber a sua opinião. Será que as palavras muitos duras do Cristo mencionadas em (Mateus 23) eram de julgamento ou de aviso?!
Diz o ditado que quem nos avisa bem nos quer.
Para mim, Cristo quando esteve aqui na terra usava muitas palavras de aviso. Já pensou nisto?!
Portanto não estava a mandar ninguém para o castigo eterno (Mateus 12,31), mas em avisar para evitarem essa possibilidade.
E diga-me lá se todo o clero for salvo, mas sem direito a eleição, não será já muito bom?!
Isto quer dizer que não vai ter privilégios régios nem sacerdotais, apenas irá ser um súbdito do Reino de YHWH.
Estou a supor, claro.
O que eu faço é constatar o que vejo, ouço e observo fazendo suposições fundamentadas.
Pense bem! aquilo que eu afirmei não é uma impossibilidade, antes pelo contrário.
Todos nós, incluindo eu, vamos ficar muito surpreendidos no dia do juízo universal.
Re: Sacerdotes ou presbíteros
Senhor Manuel
“Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. (Mt 18, 21-22)
Sobre as perguntas que o senhor me faz aqui, confesso que tenho uma dificuldade para responder. Por que, com toda a sinceridade, nao entendo o que o senhor quer me perguntar. Mais uma vez, peço desculpas por minha sinceridade, mas tenho que reconhecer ao senhor que as únicas palavras claras que o senhor pôs no nosso fórum sao aquelas com as quais o senhor nos ofendeu e à nossa fé. As outras, encontro bem difíceis de entender, nao por falta de esforço meu, creio, mas por falta de coerência nas suas palavras e de lógica nos seus discursos.
Se o senhor me permitir, gostaria de aconselhar ao senhor uma coisa: quando nós escrevemos algo é para que outros entendam aquilo o que nós queremos que eles entendam. Portanto, quando escrevemos, devemos pensar nos nossos leitores, nao somente nas nossas idéias. Aquilo que pode estar muito claro na nossa mente, pode nao ser nada claro para o outro. Por isso, vale a pena esforçar-se um pouco, pensando naquele que terá que "traduzir" os nossos pensamentos.
Um grande abraço.
Desculpe, mas quando o senhor faz afirmaçoes desse tipo, parece-me que sao uma forma de juízo. Parece-me que o senhor julga que os que se salvam sao poucos, que os membros do clero nao estarao no Paraíso. Eu só gostaria de lembrar que só cabe a Deus julgar o íntimo das pessoas. Se vemos alguma coisa errada em alguém, creio que a melhor coisa que podemos fazer é rezar por aquela pessoa, oferecer sacrifícios a Deus por sua conversao, implorar a Deus a graça pela vida dela. E se alguém nos ofende, temos um ensinamento claro do Senhor:Os escolhidos são os que fazem parte da esposa do Cristo e são muito poucos (Mateus 20,16). Pode até não haver lá nenhum membro do clero. Isto é uma flagrante realidade que a classe clerical parece querer esquecer.
“Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. (Mt 18, 21-22)
Para mim, Cristo quando esteve aqui na terra usava muitas palavras de aviso. Já pensou nisto?!
Portanto não estava a mandar ninguém para o castigo eterno (Mateus 12,31), mas em avisar para evitarem essa possibilidade.
E diga-me lá se todo o clero for salvo, mas sem direito a eleição, não será já muito bom?!
Isto quer dizer que não vai ter privilégios régios nem sacerdotais, apenas irá ser um súbdito do Reino de YHWH.
Estou a supor, claro.
Sobre as perguntas que o senhor me faz aqui, confesso que tenho uma dificuldade para responder. Por que, com toda a sinceridade, nao entendo o que o senhor quer me perguntar. Mais uma vez, peço desculpas por minha sinceridade, mas tenho que reconhecer ao senhor que as únicas palavras claras que o senhor pôs no nosso fórum sao aquelas com as quais o senhor nos ofendeu e à nossa fé. As outras, encontro bem difíceis de entender, nao por falta de esforço meu, creio, mas por falta de coerência nas suas palavras e de lógica nos seus discursos.
Se o senhor me permitir, gostaria de aconselhar ao senhor uma coisa: quando nós escrevemos algo é para que outros entendam aquilo o que nós queremos que eles entendam. Portanto, quando escrevemos, devemos pensar nos nossos leitores, nao somente nas nossas idéias. Aquilo que pode estar muito claro na nossa mente, pode nao ser nada claro para o outro. Por isso, vale a pena esforçar-se um pouco, pensando naquele que terá que "traduzir" os nossos pensamentos.
Um grande abraço.
Pe. Anderson- Admin
- Mensagens : 952
Data de inscrição : 10/09/2008
Idade : 41
Localização : Roma
Re: Sacerdotes ou presbíteros
Exmo.
Se vos ofendi, não foi essa a minha intenção.
Tem razão em dizer que só Deus é que conhece as pessoas, e só ele tem o poder de julgar.
Quanto a perdoar, eu sou um grande apoiante do perdão, até relativamente aos nossos maiores inimigos.
Quanto às palavras de aviso do Cristo, que com certeza conhece muito bem, o próprio Cristo não julgava como ele afirmou.
Eu constato a Igreja Católica no seu clero, e vejo, não apenas hoje, mas ao longo de toda a minha vida que contrasta claramente com o evangelho do Cristo e acho que deveria ser igual ao Cristo e não como é.
Eu não vou dar exemplos concretos porque sei que o Senhor conhece muito mais a fundo as coisas que eu, mas talvez se não aperceba do mal.
Ora se a Igreja Católica se quer apresentar como a Igreja do Cristo deveria ser como Ele (o Cristo) quer e não é ou será que para si é?!
Uma sucessão dinástica não identifica a igreja do Cristo nem o cumprimento de uma missão.
Para não estar a apontar pecadilhos, convido-o a comparar o Vaticano que conhece muito bem e sua grandeza terrena, com as condições dos Apóstolos e melhor ainda do Cristo. Ora se Cristo aprovasse ter uma vida de grandezas ele tinha poder para isso e para muito mais, mas não foi isso que escolheu.
É certo que as aparências iludem, mas também são as consequências do passado.
Já agora devo lembrar uma coisa que se chama de cumplicidade.
O «papa» anterior, como individuo não tinha que pedir perdão aos judeus, pois ele nunca lhes fez mal (talvez até pelo contrário).
Mas como sucessor dos outros «papas» que governaram a igreja Católica seria cúmplice de todos os crimes do passado contra os judeus (e não só).
Acha bem obrigar um judeu a converter-se para cristão novo?!
Apoia a cumplicidade da igreja nas cruzadas e na «santa» Inquisição?!
Eu sou frontalmente contra.
Mas o PAPA João Paulo II teve o bom senso de como PAPA pedir perdão aos judeus pelos crimes da Igreja Católica. Ora essa posição, que é muito mais que simbólica, desmarca-o da cumplicidade dos seus antecessores.
Ora, no que respeita a cumplicidade observe bem as palavras do Cristo no cap 23 de Mateus que talvez não sejam do seu agrado:
Quando os «notáveis» mencionados neste cap. diziam que eram filhos dos que assassinaram os profetas, embora eles dissessem que eram incapazes de fazer o mesmo, segundo o Cristo ainda estavam sujeitos à cumplicidade, pois segundo se depreende não deveriam considerar «pais» os seus antepassados que faziam isso. Isso já era cumplicidade para o Cristo.
Ora todo o cap. 23 não é um aviso para esses "notáveis famosos" acerca da sua cumplicidade e ao mesmo tempo um conselho para que os seus discípulos fossem totalmente diferentes?!
Ora eu não vejo grandes diferenças no clero católico (de que o senhor, por acaso faz parte). Deve ser isso que o ofende, pois pode ser atingido, mas como homem, até pode ser a pessoa mais santa do mundo.
Quanto à vossa fé, não vejo causa para ofensa.
Em quem é que têm fé, nos HOMENS (sejam eles quais forem) ou nas promessas de YHWH e do seu Cristo?!...
Se é nos homens, sejam eles quais forem, não vos posso apoiar.
Mas se é em YHWH, tenho que vos dar os parabéns.
Mas a fé é algo particular. Cada um tem a fé que YHWH lhe concedeu; É um dom que nem toda a gente tem.
Quanto à forma de me expressar, peço desculpa, devido à minha incapacidade, mas confesso que eu também tenho dificuldade de compreender os vossos raciocínios teológicos.
O «povo» penso, que faz como eu fazia quando era pequeno, engole as vossas conclusões sem compreender nada, pois para ele é tudo um mistério.
Ora, uma pessoa não pode acreditar em mistérios que não compreende, porque nem sequer sabe no que está a acreditar.
Podemos acreditar em algo que não vemos, e até em coisas que não podemos provar, porque a fonte de informação nos merece confiança.
Mas acreditar em mistérios incompreensíveis?! ...
Será que agora, me tornei mais claro?
Se não peço desculpa pela minha incapacidade.
-----
Obs. não posso deixar de louvar a sua atitude de tentar dialogar no forum, pois isso tem sido pouco vulgar na classe dos «padres» que geralmente fogem ao diálogo e, quando o fazem, fazem-no anonimamente sob a protecção de um «avatar». Por isso os meus parabéns para si.
Se vos ofendi, não foi essa a minha intenção.
Tem razão em dizer que só Deus é que conhece as pessoas, e só ele tem o poder de julgar.
Quanto a perdoar, eu sou um grande apoiante do perdão, até relativamente aos nossos maiores inimigos.
Quanto às palavras de aviso do Cristo, que com certeza conhece muito bem, o próprio Cristo não julgava como ele afirmou.
Eu constato a Igreja Católica no seu clero, e vejo, não apenas hoje, mas ao longo de toda a minha vida que contrasta claramente com o evangelho do Cristo e acho que deveria ser igual ao Cristo e não como é.
Eu não vou dar exemplos concretos porque sei que o Senhor conhece muito mais a fundo as coisas que eu, mas talvez se não aperceba do mal.
Ora se a Igreja Católica se quer apresentar como a Igreja do Cristo deveria ser como Ele (o Cristo) quer e não é ou será que para si é?!
Uma sucessão dinástica não identifica a igreja do Cristo nem o cumprimento de uma missão.
Para não estar a apontar pecadilhos, convido-o a comparar o Vaticano que conhece muito bem e sua grandeza terrena, com as condições dos Apóstolos e melhor ainda do Cristo. Ora se Cristo aprovasse ter uma vida de grandezas ele tinha poder para isso e para muito mais, mas não foi isso que escolheu.
É certo que as aparências iludem, mas também são as consequências do passado.
Já agora devo lembrar uma coisa que se chama de cumplicidade.
O «papa» anterior, como individuo não tinha que pedir perdão aos judeus, pois ele nunca lhes fez mal (talvez até pelo contrário).
Mas como sucessor dos outros «papas» que governaram a igreja Católica seria cúmplice de todos os crimes do passado contra os judeus (e não só).
Acha bem obrigar um judeu a converter-se para cristão novo?!
Apoia a cumplicidade da igreja nas cruzadas e na «santa» Inquisição?!
Eu sou frontalmente contra.
Mas o PAPA João Paulo II teve o bom senso de como PAPA pedir perdão aos judeus pelos crimes da Igreja Católica. Ora essa posição, que é muito mais que simbólica, desmarca-o da cumplicidade dos seus antecessores.
Ora, no que respeita a cumplicidade observe bem as palavras do Cristo no cap 23 de Mateus que talvez não sejam do seu agrado:
29Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, que edificais sepulcros aos profetas e adornais os túmulos dos justos, 30dizendo: 'Se tivéssemos vivido no tempo dos nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no sangue dos profetas!' 31Deste modo, confessais que sois filhos dos que assassinaram os profetas. 32*Acabai, então, de encher a medida dos vossos pais! 33*Serpentes! Raça de víboras! Como podereis fugir à condenação da Geena?
Quando os «notáveis» mencionados neste cap. diziam que eram filhos dos que assassinaram os profetas, embora eles dissessem que eram incapazes de fazer o mesmo, segundo o Cristo ainda estavam sujeitos à cumplicidade, pois segundo se depreende não deveriam considerar «pais» os seus antepassados que faziam isso. Isso já era cumplicidade para o Cristo.
Ora todo o cap. 23 não é um aviso para esses "notáveis famosos" acerca da sua cumplicidade e ao mesmo tempo um conselho para que os seus discípulos fossem totalmente diferentes?!
Ora eu não vejo grandes diferenças no clero católico (de que o senhor, por acaso faz parte). Deve ser isso que o ofende, pois pode ser atingido, mas como homem, até pode ser a pessoa mais santa do mundo.
Quanto à vossa fé, não vejo causa para ofensa.
Em quem é que têm fé, nos HOMENS (sejam eles quais forem) ou nas promessas de YHWH e do seu Cristo?!...
Se é nos homens, sejam eles quais forem, não vos posso apoiar.
Mas se é em YHWH, tenho que vos dar os parabéns.
Mas a fé é algo particular. Cada um tem a fé que YHWH lhe concedeu; É um dom que nem toda a gente tem.
Quanto à forma de me expressar, peço desculpa, devido à minha incapacidade, mas confesso que eu também tenho dificuldade de compreender os vossos raciocínios teológicos.
O «povo» penso, que faz como eu fazia quando era pequeno, engole as vossas conclusões sem compreender nada, pois para ele é tudo um mistério.
Ora, uma pessoa não pode acreditar em mistérios que não compreende, porque nem sequer sabe no que está a acreditar.
Podemos acreditar em algo que não vemos, e até em coisas que não podemos provar, porque a fonte de informação nos merece confiança.
Mas acreditar em mistérios incompreensíveis?! ...
Será que agora, me tornei mais claro?
Se não peço desculpa pela minha incapacidade.
-----
Obs. não posso deixar de louvar a sua atitude de tentar dialogar no forum, pois isso tem sido pouco vulgar na classe dos «padres» que geralmente fogem ao diálogo e, quando o fazem, fazem-no anonimamente sob a protecção de um «avatar». Por isso os meus parabéns para si.
Re: Sacerdotes ou presbíteros
Senhor Manuel,
Muito obrigado por sua sinceridade e por suas palavras. Depois tentarei te responder com mais calma. Só gostaria de acentuar aqui uma coisa:
Entre os 12 Apóstolos, entre os 12 escolhidos para viver com o Senhor, e que conviveram com ele por volta de 3 anos, um deles o traiu: Judas Iscariotes. Cristo o escolheu, o chamou para seguí-lo, o formou, lhe deu todos os dons (até mesmo lhe deu o dom da Eucaristia na última Ceia) e mesmo assim o traiu. Que significa isso? Que todo homem é sempre livre, sempre pode responder positiva ou negativamente a Deus. Da mesma forma com Judas, aconteceram com muitos cristaos ao longo dos tempos.
O que me parece incoerente é olharmos para Judas e pensar que todos os Apóstolos foram como ele (olhar para todos os membros da Igreja Católica, para todos os membros do clero - mais de 400.000 homens atualmente!) e pensar que todos sao traidores. Isso me parece uma falta de realismo, uma falta de justiça e de caridade.
Como diz um padre amigo meu: "para cada 12, há um" [como Judas]. E isso infelizmente passa toda a história da humanidade. Daí nossa obrigaçao de rezarmos por todos, de nos esforçarmos por sermos melhores, sempre contando com a graça de Deus. E deixando a Deus o juízo sobre as intençoes do outros. Ele só é juiz e ele nos julgará a todos.
Os santos nos ensinaram a sermos muito exigente conosco mesmos e muito misericordiosos com os outros.
Um grande abraço e prometo responder ao senhor com mais tempo depois.
Muito obrigado por sua sinceridade e por suas palavras. Depois tentarei te responder com mais calma. Só gostaria de acentuar aqui uma coisa:
Entre os 12 Apóstolos, entre os 12 escolhidos para viver com o Senhor, e que conviveram com ele por volta de 3 anos, um deles o traiu: Judas Iscariotes. Cristo o escolheu, o chamou para seguí-lo, o formou, lhe deu todos os dons (até mesmo lhe deu o dom da Eucaristia na última Ceia) e mesmo assim o traiu. Que significa isso? Que todo homem é sempre livre, sempre pode responder positiva ou negativamente a Deus. Da mesma forma com Judas, aconteceram com muitos cristaos ao longo dos tempos.
O que me parece incoerente é olharmos para Judas e pensar que todos os Apóstolos foram como ele (olhar para todos os membros da Igreja Católica, para todos os membros do clero - mais de 400.000 homens atualmente!) e pensar que todos sao traidores. Isso me parece uma falta de realismo, uma falta de justiça e de caridade.
Como diz um padre amigo meu: "para cada 12, há um" [como Judas]. E isso infelizmente passa toda a história da humanidade. Daí nossa obrigaçao de rezarmos por todos, de nos esforçarmos por sermos melhores, sempre contando com a graça de Deus. E deixando a Deus o juízo sobre as intençoes do outros. Ele só é juiz e ele nos julgará a todos.
Os santos nos ensinaram a sermos muito exigente conosco mesmos e muito misericordiosos com os outros.
Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem. (Mateus 5, 44)
Um grande abraço e prometo responder ao senhor com mais tempo depois.
Pe. Anderson- Admin
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Data de inscrição : 10/09/2008
Idade : 41
Localização : Roma
Re: Sacerdotes ou presbíteros
Na verdade Cristo escolheu 12, mas nem todos se iriam sentar nos doze tronos para julgar. Um deles não irá: Judas.
Eu não vejo a Igreja Católica como que um Judas, mas produto natural de uma evolução social, cujo marco histórico, mais indelével foi o Imperador Constantino.
Quanto à frase bíblica apresentada "o amor pelos inimigos", posso confessar que tenho sempre posto em prática. Por isso, felizmente ainda não contendi com ninguém em tribunal, nem espero contender, prefiro ficar com o prejuízo.
Quanto aos Católicos, não os considero inimigos, antes pelo contrário.
Está a empolar as minhas ideias. Nunca afirmei que os Católicos são Judas nem que são meus inimigos. Minha mãe era profundamente católica e foi a minha maior e a única sincera amiga. Ideias são uma coisa, pessoas são outra, classes outra. Eu não misturo as coisas.
Eu não vejo a Igreja Católica como que um Judas, mas produto natural de uma evolução social, cujo marco histórico, mais indelével foi o Imperador Constantino.
Quanto à frase bíblica apresentada "o amor pelos inimigos", posso confessar que tenho sempre posto em prática. Por isso, felizmente ainda não contendi com ninguém em tribunal, nem espero contender, prefiro ficar com o prejuízo.
Quanto aos Católicos, não os considero inimigos, antes pelo contrário.
Está a empolar as minhas ideias. Nunca afirmei que os Católicos são Judas nem que são meus inimigos. Minha mãe era profundamente católica e foi a minha maior e a única sincera amiga. Ideias são uma coisa, pessoas são outra, classes outra. Eu não misturo as coisas.
Os escolhidos de YHWH:
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30pois as pessoas do mundo é que andam à procura de todas estas coisas; mas o vosso Pai sabe que tendes necessidade delas. 31Procurai, antes, o seu Reino, e o resto vos será dado por acréscimo. 32*Não temais, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o Reino.» (Lucas 12,32)18*Os santos do Altíssimo são os que hão-de receber a realeza e guardá-la por toda a eternidade.»
(Daniel 7,18)
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