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Dogmas Católicos II

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Mensagem por Yuri07 Qua Dez 02, 2009 11:00 am

Nesta segunda parte, serão expostos os dogmas referentes à pessoa de Jesus Cristo.

O primeiro dogma dessa sequência afirma que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro Filho de Deus por essência:

Declara o Símbolo "Quicumque" do Concílio de Toledo (400-447):

· "É necessário para a eterna salvação crer fielmente na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, que é Deus e homem. É Deus engendrado na substância do Pai antes dos séculos..." (Dz. 40).

O dogma diz que Jesus Cristo possui a infinita natureza divina com todas suas infinitas perfeições, por haver sido engendrado eternamente por Deus.

Provas das Sagradas Escrituras:

· Títulos que aludem à dignidade Divina do Messias:

· Emanuel, Deus conosco (Is 7,14; 8,8).

· Conselheiro admirável, Varão Forte, Pai do século futuro, Príncipe da Paz (Is 9,6).

· "Tu és Meu Filho amado, em Ti deposito minha complacência..." (Batismo no rio Jordão - Mt 23,17).

· "Este é Meu Filho muito amado, escutai-O ..." (Monte Tabor - Mt 17,5).

· "...Não sabias que Eu devo ocupar-me nas coisas que dizem respeito ao serviço de Meu Pai..." (Lc 2,49).

· "Todas as coisas foram o Pai quem as colocou em Minhas mãos e ninguém conhece ao Filho senão o Pai, e ninguém conhece ao Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo..." (Mt 11,27).

Jesus equipara seu conhecimento ao conhecimento divino do Pai, porque possui em comum com o Pai a substância Divina. Os milagres são outra prova da divindade de Cristo:

· "As obras que faço em nome de Meu Pai dão testemunho de Mim..." (Jo 10,25).
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Mensagem por Yuri07 Qui Dez 03, 2009 11:01 am

JESUS POSSUI DUAS NATUREZAS QUE NÃO SE TRANSFORMAM NEM SE CONFUNDEM

Afirma São Leão I Magno (440-461) em sua epístola dogmática de 13 de Junho de 449:

· "Ficando então a salvo a propriedade de uma e outra natureza... natureza íntegra e perfeita de verdadeiro homem, nasceu Deus Verdadeiro, inteiro no seu, inteiro no nosso" (Dz. 143 ss.)

Também diz o Concílio de Calcedônia (451, IV Ecumênico):

· "...Nosso Senhor Jesus Cristo, Ele mesmo perfeito na divindade e Ele mesmo perfeito na humanidade... que se há de reconhecer em duas naturezas: sem confusão, sem mudanças, sem divisão, sem separação e de modo algum apagada a diferença de natureza por causa da união, conservando cada natureza sua propriedade e concorrendo em uma só pessoa" (Dz. 148).

Tudo isto indica que Cristo é possuidor de uma íntegra natureza divina e de uma íntegra natureza humana: a prova está nos milagres e no padecimento.

Sagradas Escrituras:

· "E o Verbo se fez carne..." (Jo 1,14).

· "O qual, sendo de condição divina, não reteve avidamente o fato de ser igual a Deus, mas se despojou de si mesmo, tomando a condição de servo, fazendo-se semelhante aos homens e aparecendo em seu porte como homem..." (Fil 2,6-7).
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Mensagem por Ralão Sex Dez 04, 2009 6:52 am

Boas,

"Tu és Meu Filho amado, em Ti deposito minha complacência..." (Batismo no rio Jordão - Mt 23,17).

· "Este é Meu Filho muito amado, escutai-O ..." (Monte Tabor - Mt 17,5).

· "...Não sabias que Eu devo ocupar-me nas coisas que dizem respeito ao serviço de Meu Pai..." (Lc 2,49).

· "Todas as coisas foram o Pai quem as colocou em Minhas mãos e ninguém conhece ao Filho senão o Pai, e ninguém conhece ao Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo..." (Mt 11,27).

Jesus equipara seu conhecimento ao conhecimento divino do Pai, porque possui em comum com o Pai a substância Divina. Os milagres são outra prova da divindade de Cristo:

Estimados amigos:

Realmente esta questão é muito delicada e tem durante vários séculos dividido os homens da fé.

Julgo que Cristo nunca referiu que era Deus, mas sim o seu filho (espero não me estar a enganar).

Exemplos disso existem em várias passagens biblicas, desde a tentação que satanás lhe fez, assim como os espiritos impuros que lhe chamavam filho do Deus Altissimo.

Por outro lado ser da mesma substancia é irrelevante, pois sabesmos que até nós comuns mortais passamos o nosso ADN para os nossos filhos, portanto eu tenho a certeza que a minha filha é minha porque o seu codigo genetico confirma que a minha substancia esta impregnada nos seus genes mais intimos.

Contudo sabemos que Cristo veio ao mundo para ser totalmente fiel ao Pai, e satanás ao sabe-lo também sabia que o podia fazer vacilar, por isso investiu tantos recursos ao tentar dessiuádi-lo a cumprir a sua missão.

Aliás existem várias passagens em que Cristo se dirige ao Pai como na cruz etc, etc, e numa posição de subalterno "pede permissão e questiona" como no jardim das oliveiras etc.

Quanto a Cristo dizer que Ele e o Pai são 1, acho compreencivel, pois se por 1 lado tem a mesma substancia (assim como eu e a minha filha) partilham em absoluto do mesmo plano, encontrando-se em perfeito estado de harmonia (contrariamente à minha filha comigo, pois ela discorda de mim diversas vezes).

Todo isto para dizer que de facto este assunto é muito delicado, eu nas minhas reflexões já tive avanços e recuos, contudo considero este processo normal pois por isso é que é apelidado do mistério da trindade.

Cumprimentos,

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Mensagem por Yuri07 Sex Dez 04, 2009 11:38 am

Para nós católicos um dogma proclamado pela Igreja ou por um papa é uma autêntica revelação do Espírito Santo, nada que se refira aos dogmas pode ser tido como irrelevante.

Há uma diferença na filiação divina de Cristo e na nossa filiação humana. Eu sou uma pessoa e meu pai terreno é outra, meu corpo é um e o dele é outro, minha alma é uma e a dele é outra. Eu tenho parte da genética do meu pai e parte da minha mãe, mas eu e eles não somos um. Mas Cristo é da mesma substância do Pai e uno com o Pai.

Com relação à vontade de Cristo, o dogma que vou postar hoje fala exatamente sobre isso.

Cristo em sua humanidade exprime a nossa fraqueza, como na Tentação e na Agonia do Getsêmani, mas ele jamais poderia cair em tentação, pois Cristo assumiu a nossa natureza humana com exceção do pecado.

Bom aqui vai o dogma que fala da vontade física de Cristo:

CADA UMA DAS DUAS NATUREZAS EM CRISTO POSSUI UMA PRÓPRIA VONTADE FÍSICA E UMA PRÓPRIA OPERAÇÃO FÍSICA

Declara o III Concílio de Constantinopla (680-681), sob Santo Agatão (678-681):

· "Proclamamos igualmente, conforme os ensinamentos dos Santos Padres, que não existem também duas vontades físicas e duas operações físicas de modo indivisível, de modo que não seja conversível, de modo inseparável e de modo não confuso. E estas duas vontades físicas não se opõem uma à outra como afirmam os ímpios hereges..." (Dz. 291 e Dz. 263-288).

Sagradas Escrituras:

· "Não seja como Eu quero, mas sim como Tu queres..." (Mt 26,39).

· "Não seja feita Minha vontade, mas sim a Tua..." (Lc 22,42).

· "Desci do céu para fazer não a Minha vontade, mas sim a vontade de Quem Me enviou..." (Jn. 6,38).

· "Ninguém Me tira, Eu a doei voluntariamente, tenho o poder para concedê-la e o poder de recobrá-la novamente..." (Jo 10,18).

Apesar da dualidade física das duas vontades, existiu e existe a unidade moral porque a vontade humana de Cristo se conforma com a livre subordinação, de maneira perfeitíssima à vontade Divina.
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Mensagem por Yuri07 Sex Dez 04, 2009 11:42 am

A paz de Cristo,

Ralão, você me desculpe, mas eu não entendi algo que você falou:
Você disse que acredita na Santíssima Trindade, depois você disse que Jesus nunca disse que era Deus. Como se acredita na Santíssima Trindade sem acreditar na divindade de Cristo? Se Cristo é a segunda pessoa da Santíssima Trindade, a pessoa do Filho, como poderia sê-lo sem ser ele próprio Deus?
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Mensagem por Ralão Sex Dez 04, 2009 1:43 pm

Estimado Yuri07,

Quando às questões dos dogmas, é certo que nós cristãos que recebemos o batismo e comungamos o corpo de Cristo na sagrada comunhão devemos aceitá-los como infaliveis, contudo julgo que no passado alguns preceitos executados pela Igreja foram mais tarde alvo de pedidos de desculpa por parte de Papas posteriores.

Neste sentido o que eu quero dizer é que a Igreja com os teologos que a intregram, se encontra em permanente actualização perante os dias em que a mesma vive, interpretando as escrituras não conforme as circunstancias do momento mas num processo que por vezes origina esta vir a terreno defender diversas mudanças de opinião.

Agora passando à questão em concreto o que eu quis dizer é que de facto nas escrituras encontramos diversas mensagens que se forem lidas com o coração aberto e sem sofismas nos podem por um lado a acreditar em Cristo numa posição de somente filho, por exemplo ao lermos João 14 -3 a 13 é bem evidente.

Portanto estas questões por vezes levantam duvidas e quem sou eu para não ter duvidas se até S. Tomé que conviveu com o Mestre diáriamente duvidou.

Cumprimentos,

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Mensagem por alessandro Sex Dez 04, 2009 3:27 pm

Ola Ralão...

a Igreja nunca pediu desculpa por um dogma, mas por atitudes de seus filhos, o que é uma coisa muito diferente.

qto a divindade de Cristo vejo afirmada algumas vezes na Escritura, como por exemplo:

Romanos 9,5

"e os patriarcas; deles descende Cristo, segundo a carne, o qual é, sobre todas as coisas, Deus bendito para sempre. Amém. "
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Mensagem por Ralão Sex Dez 04, 2009 4:08 pm

Estimado Alexandre,

repare que a sua interpretação não coincide com o que escrevi.

Eu referi alguns preceitos, o que é muito diferente.

"Quando às questões dos dogmas, é certo que nós cristãos que recebemos o batismo e comungamos o corpo de Cristo na sagrada comunhão devemos aceitá-los como infaliveis, contudo julgo que no passado alguns preceitos executados pela Igreja foram mais tarde alvo de pedidos de desculpa por parte de Papas posteriores."

Cumprimentos,

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Mensagem por alessandro Sáb Dez 05, 2009 12:11 pm

o problema é que vc mobilizou tal argumento em um tópico sobre dogmas, tratando sobre a divindade de Cristo, logo mesmo que a indiretamente parecia que estava utilizando tal ponto para argumentar contra a veracidade dos dogmas proclamados pelos papas.

qto a questão das dúvidas concordo com vc que não são um mal, mas em vários contextos, um bem.
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Mensagem por Yuri07 Sáb Dez 26, 2009 9:11 am

JESUS CRISTO, AINDA QUE HOMEM, É FILHO NATURAL DE DEUS

Diz o Concílio de Trento (1545-1563), na sessão IV de 13 de Janeiro de 1547 (sob Paulo III; 1534-1549):

· "...O Pai celestial... quando chegou a plenitude, enviou aos homens seu Filho, Jesus Cristo..." (Dz. 794, 299, 309).

Sagradas Escrituras:

· "Deus não perdoou Seu próprio Filho, mas sim o entregou por todos nós..." (Rm 8,32).

· "Deus tanto amou o mundo que lhe deu seu Filho unigênito..." (Jo 3,16).

· "E uma voz que saia dos céus dizia: 'este é meu Filho amado, em quem me alegro..." (Mt 3,17).

· "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e pudemos contemplar sua glória, glória que recebe do Pai como Filho único, cheio de graça e verdade..." (Jo 1,14).

Os Santos Padres sempre rechaçaram a doutrina da dupla filiação de Cristo. O sentido do dogma é: a pessoa que subsiste na natureza humana (de Cristo) é o filho natural de Deus. A filiação é propriedade da pessoa, não da natureza. Em Cristo não existe mais que uma pessoa que procede do Pai por geração eterna; pelo mesmo motivo, em Cristo não pode haver mais que uma filiação de Deus: a natural.
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Mensagem por Yuri07 Seg Dez 28, 2009 11:11 am

CRISTO IMOLOU-SE A SI MESMO NA CRUZ COMO VERDADEIRO E PRÓPRIO SACRIFÍCIO

Afirma o Concílio de Trento (1545-1563), sob Pio IV (1559-1565), a 17 de Setembro de 1562:

· "O Sacrossanto Concílio... ensina, declara, ordena, que na Missa está contido e de modo não cruel se imola aquele mesmo Cristo, que apenas uma vez se ofereceu Ele mesmo cruelmente no altar da cruz..." (Dz. 940-122-951).

Sagradas Escrituras:

· "Eis aqui o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo" (Jo 1,29).

· "Cristo nos amou e se entregou por nós todos em sacrifício e oblação a Deus..." (Ef. 5,2).

· "Porque nosso Cordeiro Pascal, Cristo já foi imolado..." (Rm 3,25).

· "Cristo se ofereceu uma vez como sacrifício para tirar os pecados do mundo..." (Hb 9,28).

O adversário deste dogma é o racionalismo (Dz. 2038). Cristo quando instituiu a Sagrada Eucaristia recordou o sacrifício de sua morte:

· "Este é meu corpo que será entregue por vós..." (Lc 22,19).

Cristo, por sua natureza humana, era ao mesmo tempo sacerdote e oferenda, mas por sua natureza Divina, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, era o que recebia o sacrifício.
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Mensagem por Yuri07 Ter Dez 29, 2009 11:25 am

CRISTO NOS RESGATOU E RECONCILIOU COM DEUS POR MEIO DO SACRIFÍCIO DE SUA MORTE NA CRUZ

Declara o Concílio de Trento (1545-1563), sob Pio IV (1559-1565):

· "O concilio... por inspiração do Espírito Santo, ensina, declara e manda... Este Deus e Senhor Nosso, Jesus Cristo quis oferecer-se a si mesmo a Deus Pai, como sacrifício apresentado sobre a ara da cruz em sua morte, para conseguir para eles o eterno perdão..." (Dz. 938). "... que nos reconciliou com Deus por meio de seu Sangue fazendo-se por nós a Justiça, a Santidade e a Redenção..." (Dz 790).

Sagradas Escrituras:

· "Preço do resgate por muitos..." (Mt 20,28).

· "O qual se deu a si mesmo em preço do resgate..." (1Tm 2,6).

· "São justificados por sua graça..." (Rm 3,24).

· "...Ele se deu a si mesmo por nós para redimir-nos de toda iniquidade..." (1Tm 2,14).

· "...este é meu Sangue da Aliança que se derrama sobre muitos para a remissão dos pecados..." (Mt 26,28).

São Paulo atribui à morte de Cristo a reconciliação dos pecados com Deus, ou seja, a restauração da antiga relação de filhos e amigos com Deus (cf. Rm 5,10).
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Mensagem por são vieira Ter Dez 29, 2009 12:45 pm

não me levem a mal mas é uma coisa que não entendo...
vocês acreditam que qualquer revelação dos Papas é do Espirito mas então tirem-me uma dúvida...

O Papa João Paulo II disse em 1999: “Em vez de o inferno ser um lugar, ele indica a condição dos que deliberada e definitivamente se separam de Deus, a fonte de toda a vida e alegria.” Sobre as imagens do inferno como lugar de fogo, ele disse: “Elas mostram a completa frustração e o vazio da vida sem Deus.”

já faz algum tempo que foi dado o discurso do Papa Bento, não sei precisar, mas um pormenor é que o limbo foi uma das coisas que o Papa disse o limbo já não era um dogma...
aliás, nos catecismos mais recentes, incluindo o catecismo universal promulgado em 1992, já não há menção do limbo.

... se é revelação de Deus...ele muda?

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Mensagem por Pe. Anderson Ter Dez 29, 2009 6:07 pm

[size=12]Caríssima Vieira,
Muito interessante suas questoes. Gostaria de te dar uma rápida resposta:

1) Para nós católicos, a Revelaçao de Deus se concluiu com a morte do último dos Apóstolos (Sao Joao). Os Sucessores dos Apóstolos (Episcopos = Bispos) tem a missao de guardar o depósito da fé que Cristo comunicou aos Apóstolos, e através deles, aos cristaos de todos os tempos (mediante seus sucessores diretos). Dentre os Apóstolos, Pedro tem sempre a liderança (é explicito nos Evangelhos e no Novo Testamento). Pedro é o Principal dos Apóstolos e morreu mártir em Roma (assim como Sao Paulo). O Sucessor de Pedro, é o Bispo de Roma, que nós chamamos de "Papa", que tem a missao de guardar o "depósito da fé" (essa expressao é de Sao Paulo) e nao tem nenhuma Revelaçao particular; nós acreditamos que o Papa tem um carisma especial do Espírito Santo, já que Jesus prometeu a seus discípulos que estaria sempre com eles até o final dos tempos. Esse carisma o faz infalível enquanto intérprete desse depósito, ou seja, em questoes de fé e de moral quando ensina "ex catedra"; isso já foi bem explicado no nosso forum no tópico correspondente;

2) Sobre a afirmaçao do Papa Joao Paulo II, é substancialmente a que nós já tinhamos feito em diversos tópicos do nosso fórum, e nao vemos nenhum problema com ela. Já a descutimos bastante até agora;

3) Quanto ao limbo, isso nunca foi um dogma de fé, mas uma opiniao teológica, nunca assumida pelo Magistério da Igreja (nunca foi ensinada pelo conjunto dos Bispos da Igreja Universal, sucessores dos Apóstolos). Há um recente documento do Vaticano que explica bem essa questao. A única dificuldade é que esse texto só está disponível em ingles e em italiano na intenet.

No Catecismo da Igreja Católica de 1992, há certa mençao ao problema teológico do Limbo sim, quando se trata do batismo e das crianças mortas sem serem batizadas. Cito para voce alguns textos importantes:

1250. Nascidas com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, as crianças também têm necessidade do novo nascimento no Baptismo para serem
libertas do poder das trevas e transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de Deus, a que todos os homens são chamados. A pura gratuidade da graça da salvação é particularmente manifesta no Baptismo das crianças. Por isso, a Igreja e os pais privariam, a criança da graça inestimável de se tornar filho de Deus, se não lhe conferissem o
Baptismo pouco depois do seu nascimento.
1251. Os pais cristãos reconhecerão que esta prática corresponde, também, ao seu papel de sustentar a vida que Deus lhes confiou.

1252. A prática de baptizar as crianças é tradição imemorial da Igreja. Explicitamente atestada desde o século II, é no entanto bem possível que, desde o princípio da
pregação apostólica, quando «casas» inteiras receberam o Baptismo se tenham baptizado também as crianças.

1261. Quanto às crianças que morrem sem Baptismo, a Igreja não pode senão confiá-las à misericórdia de Deus, como o faz no rito do respectivo funeral. De facto, a grande misericórdia de Deus, «que quer que todos os homens se salvem» (1 Tm 2, 4), e a ternura de Jesus para com as crianças, que O levou a dizer: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis» (Mc 10, 14), permitem-nos esperar que haja um caminho de salvação para as crianças que morrem sem Baptismo. Por isso, é mais premente ainda o apelo da Igreja a que não se impeçam as criancinhas de virem a Cristo, pelo dom do santo Baptismo.

Esse último ponto fala do Limbo. Segundo uma teoria teológica, o Limbo seria o estado de felicidade natural das crianças mortas sem o Batismo. Essas nao poderiam entrar no Céu, porque nao haviam sido batizadas, e nem mesmo poderiam ir para o Inferno, porque nao teriam cometido nenhum pecado pessoal. Como o Purgatório é um estado provisório, esses teólogos tiveram que supor um estado intermediário para essas crianças (entre vida, Céu e Inferno). O problema disso é que pareçe que nao é possível uma "felicidade natural" sem Deus, visto que todo homem foi criado por Deus e está inquieto enquanto nao repousar Nele, segunda uma belíssima expressao de Santo Agostinho. Esse ponto do Catecismo é desenvolvido a fundo no recente documento da Comissao Teológica Internacional, aprovado pelo Papa Bento XVI. Em síntese, tal documento nao traz novidade alguma, só aprofunda no que foi dito no Catecismo.

Portanto, nao há nenhuma nova Revelaçao de Deus fata aos Papas, já que a Revelaçao definitiva foi feita em Cristo, Palavra Total do Pai, e nao há nenhuma verdade de fé católica, solenemente proclamada, que foi mudada nos 2000 anos de Igreja Católica. Se voce conhecer alguma, por favor informe a nós católicos.

Um grande abraço e que Deus a abençoe.
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Última edição por Pe. Anderson em Qui Dez 31, 2009 4:27 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por são vieira Qua Dez 30, 2009 4:55 am

agradeço a sua explanação, mesmo! o texto que diz que Jesus disse para virem as crianças não está diretamente relacionado com o baptismo.
aliás, até mesmo Cristo só se baptizou aos 30 anos e após ele todos os outros que já tinham idade para discernir...
as crianças nunca foram colocadas á parte quanto ás boas novas e as bençãos que cristo trouxe, incluindo a ressurreição.

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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Qua Dez 30, 2009 5:08 am

Caríssimos,
Ralão levantou a questão do ADN associando-o à questão da substância nos seguintes termos:
"Ser da mesma substância é irrelevante, pois sabemos que até nós comuns mortais passamos o nosso ADN para os nossos filhos, portanto eu tenho a certeza que a minha filha é minha porque o seu código genético confirma que a minha substância está impregnada nos seus genes mais íntimos"
Refletindo sobre esta afirmação, sabemos que os exames de DNA apontam para resultados numericamente aproximados, mas não exatos. Afirmar que parte da substância do pai está impregnada na substância do filho está correto, mas não podemos dizer a mesma coisa quando nos referimos à totalidade da substância do primeiro ser a mesma do segundo, até mesmo porque as pessoas são indivíduos, o que significa serem seres individuais, distintos e diferentes, considerando-se os pontos de vista biológico, anátomo-fisiológico, psicológico e espiritual, dentre outros aspectos.
Observe-se que essa individualidade e a sua consequente divergência de substância se configura no momento em que há necessidade de doação ou transfusão de sangue que, via de regra, se a substância do pai fosse a mesma do filho, o sangue de ambos seria compatível, o que é raríssimo.
Da mesma forma, se fossem pai e filho a mesma substância, o transplante de orgãos seria sempre possível de um para outro, o que também é raríssimo.
O que dizer então?
Os exames de DNA podem confirmar, do ponto de vista biológico, a paternidade do filho, mas não pode afirmar que a substância do primeiro é a mesma do segundo.
Quero aqui referendar a citação postada por Alessandro: "CRISTO É DEUS" (Rm 9,5), e ainda, para corroborar com a discussão, questionar alguns aspectos à luz das Sagradas Escrituras:
1. Com quem estava Deus no momento em que criou o homem ao afirmar: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança" (Gn 1,26) ?
2. Por que Jesus disse a Filipe: "Quem vê a mim vê o Pai" (Jo 14,9) ?
3. Por que Jesus repetiu tantas vezez a expressão: "Eu e o Pai somos um" (Jo 10,30) ?
Como reflexão, sugiro a leitura do prólogo do Evangelho segundo São João (Jo 1,1-18).
Certa vez, conversando com o meu pai, o questionei a respeito do mistério da Santíssima Trindade. De início ele silenciou, não sei se perplexo, não sei se pensando qual resposta me daria. Depois ele, sendo um homem simples que nos seus estudos não passou da terceira série do curso primário, abriu a Bíblia e me mostrou que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só Deus e me deisse o seguinte: você quer entender como três pessoas podem ser uma só, mas não pode, porque isso não é para entender, mas é para crer. Em seguinda ele me contou aquela história de Santo Agostinho, cujo epílogo diz que é mais fácil colocar toda a água do oceano em pequeno buraquinho na areia do que entender o mistério da Santíssima Trindade.
Concluindo, não podemos compreender este mistério do ponto de vista biológico, fisiológico e nem do ponto de vista de qualquer uma das "logias", nem podemos compreender à luz da razão, mas se cremos na Palavra de Deus e ela assim o determina, podemos aceitar esta verdade e compreendê-la à luz da fé.
Grande Abraço !
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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Qua Dez 30, 2009 5:27 am

Ainda complementando o meu colóquio anterior, quando afirmei que podemos aceitar esta verdade (Mistério da Santíssima Trindade) e compreendê-la à luz da fé, afirmo aínda que, de acordo com as Sagrada Escrituras, a Deus "TUDO É POSSÍVEL" (Mt 19,26; Mc 10,27; Lc 18,27).
Fiquemos com Deus !
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Mensagem por Yuri07 Qua Dez 30, 2009 11:46 am

AO TERCEIRO DIA DEPOIS DE SUA MORTE, CRISTO RESSUSCITOU GLORIOSO DENTRE OS MORTOS

Expõe o XI Concílio de Toledo (675), sob Adeodato (672-676):

· "...ao terceiro dia, ressuscitado por sua própria virtude, se levantou do sepulcro." (Dz. 286)

Sua razão foi a união hipostática. A causa principal da ressurreição foi o lugar comum com o Pai e o Espírito Santo. Foi causa instrumental a parte humana de Cristo, unida hipostaticamente com a divindade, ou seja, o corpo e a Alma. É negada a ressurreição de Cristo em todas as formas de racionalismo antigo e moderno. Tal negação foi condenada por Pio X (Dz. 2036).

Sagradas Escrituras:

· Não deixarás tu minha alma no inferno, não deixarás que teu justo experimente a corrupção..." (Sl 15,10).

· "[Cristo predisse:] pois da mesma forma que Jonas esteve no ventre da baleia três dias e três noites, assim também o Filho do homem estará no seio da terra três dias e três noites..." (Mt. 12,40).

· "Os Apóstolos davam testemunho, com grande poder, da ressurreição do Senhor Jesus..." (At 4,33).

Do ponto de vista apologético: a ressurreição é o argumento mais decisivo sobre a verdade dos ensinamentos de nosso Senhor:

· "... e se Cristo não ressuscitou, nossa pregação é vazia e também a vossa fé..." (1Cor 15,14).

Agradeço ao padre Anderson por ter esclarecido esse ponto da Revelação divina e do depósito da fé. Disse uma vez erroneamente neste fórum que Deus continua revelando suas maravilhas. Na verdade ele já as revelou, o que o magistério guarda é o depósito da fé, ou seja, a fé que nos foi transmitida pelos apóstolos e está contida nas Escrituras e na Tradição, como dizemos na I Oração eucarística:
Nós as oferecemos (as oferendas) pela vossa Igreja santa e católica: concedei-lhe paz e proteção, unindo-a num só corpo e governando-a por toda a terra. Nós as oferecemos também pelo vosso servo o papa ..., por nosso bispo ..., e por todos os que guardam a fé que receberam dos apóstolos.
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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Qua Dez 30, 2009 6:37 pm

Caro Yuri,
Que bom é ver um jovem aplicado na Palavra de Deus e conhecedor do Magistério da Igreja!
Louvo a Deus por isso e por você existir e ser um instrumento nas mãos do Senhor!
Agradeço de coração pelo muito que tenho aprendido a cada vez que examino aquilo que você escreve!
Grande abraço!
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Mensagem por Pe. Anderson Qui Dez 31, 2009 4:39 pm

Caros amigos,

Sobre a questao levantada acima do DNA e da substancia, gostaria de dizer que devemos estar atentos para nao entender "substancia" como algo meramente material. Filosofica e teologicamente substancia nao é o mesmo que a causa material.

Dessa forma, quando dizemos que o Pai e o Filho possuem a mesma substancia assim como um homem e seu pai possuem a mesma substancia (o mesmo DNA) é algo que pode ser dito como analogia, como uma comparaçao bem imprecisa do mistério da nossa fé.

Substancia é o que da sustento ao ser, é o mesmo que natureza. O Pai e o Filho (e o Espirito Santo) tem a mesma substancia porque possuem a mesma natureza divina, o mesmo Ser Divino. Isso nao acontece com a generaçao humana. Pai e filho tem a mesma natureza no sentido em que possuem em comum uma certa matéria, o pai é principio material do filho. Mas ambos nao possuem o mesmo ato de ser, a mesma natureza individuada.

Esse tema é dificil e nao sei se estou conseguindo explicar algo. So gostaria de apontar que "substancia" utilizado na Teologia e Filosofia nao é o mesmo que "substancia" utilizado em Quimica e nas ciencias naturais. Nas ciencias naturais esse termo significa somente o principio material do individuo, que nao é o mesmo que aquilo que lhe da o ser.

Grande abraço a todos.
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Mensagem por Yuri07 Sex Jan 01, 2010 10:19 am

CRISTO SUBIU EM CORPO E ALMA AOS CÉUS E ESTÁ SENTADO À DIREITA DE DEUS PAI

Sob Inocêncio III (1198-1216), declarou o IV Concílio de Latrão (1215):

· "...fielmente cremos e simplesmente confessamos: ressuscitou dentre os mortos e subiu ao céu em Corpo e Alma..." (Dz. 429).

Todos os símbolos da fé confessam, de acordo com o símbolo apostólico:

· "...subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai...".

Cristo subiu aos céus por sua própria virtude. O racionalismo é contrário a este dogma. O testemunho claro desta verdade da época apostólica, não deixa tempo suficiente para formação de lendas.

Sagradas Escrituras:

· Cristo havia predito: "O espírito é aquele que dá a vida; a carne de nada serve. As palavras que lhes disse são espirito e são vida..." (Jo 6,63; 14,2; 16,28).

· Realizou-a diante de testemunhas: "...com isto, o Senhor Jesus, depois de falar-lhes, foi elevado ao céu e se sentou à direita de Deus..." (Mc 16,19; Lc 24,51).

Importância: No aspecto cristológico é a elevação definitiva da natureza de Cristo. No aspecto sotereológico, é a coroação final de toda a obra redentora.

Com este último dogma, encerram os dogmas referentes à pessoa de Jesus Cristo. Na próxima parte, serão expostos os dogmas referentes à criação do mundo.
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