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A dimensão do "céu"

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A dimensão do "céu" Empty A dimensão do "céu"

Mensagem por Jullia da Paz Sáb Nov 21, 2009 11:14 am

Gostaria de entender melhor, dentro das minhas limitações humanas, o que a Santa Igreja fala sobre o que acontece após a morte e o purgatório, quando vamos para o dito "céu"... Durante a minha vidae caminhada na igreja aprendi muitas coisas, mas separadas, que criaram muitas lacunas na minha cabeça! Essas lacunas vem me formando grandes questionamentos na minha vida pessoal, vocacional e espiritual.
Vou cita um exemplo, rápido e nem um pouco aprofundado: Ao morrermos passamos pelo purgatório para nossa purificação, sendo esse purgatório um estado da alma e não um lugar... Quando santos e purificados iremos para o céu, para contemplar a face de Deus e participar da glória celeste... E na volta de Jesus, Ele nos dará o nosso corpo na melhor fase de nossa vida... E?
O que mais Deus revelou a sua igreja militante? O que é o "céu"? É como o purgatório, um estado da alma? É verdade que já não existirá pai, mãe, irmão, filhos...? O que faremos nesta volta de Jesus? Que corpo em melhor estado é este? Sei que muitos questionamento são mistérios ainda não revelados por Deus, sendo assim... Caso eu tenha me equivocado, me corrijam!
OBS.: Esses pensamentos e questionamento não são falta de fé e amor a Deus, apenas dúvida e sede do saber! Muito agradecida...
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Mensagem por são vieira Sáb Nov 21, 2009 12:38 pm

a biblia fala dos céus espirituais e quase se confunde com os físicos visto que o "trono de Deus " se estende no céu e olha para baixo como diz o salmo 33:13, 14.

é morada de anjos e dos santos escolhidos por Deus que irão governar a terra e servirão como sacerdotes, reis e juízes.

apoc. 5:9,10, 20:6...

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Mensagem por Yuri07 Seg Nov 23, 2009 9:43 am

Quando se fala de mundo espiritual, a dimensão espaço é retirada. Tanto o céu como o inferno e o purgatório são estados de espírito. Nós, para compreendermos melhor isso, ilustramos essa realidade com imagens figurativas de ambientes. Mas, na realidade, são mesmo estados de espírito e não ambientes.
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Mensagem por Ralão Sex Dez 04, 2009 7:23 am

Boas,

Peço desculpa por não concordar.

Independentemente o estado em que a nossa consciencia ficará, com certeza que haverá ambientes.

Supostamente uma outra dimensão espiritual, mas simultaneamente diferentes locais.

O próprio Cristo afirmou que existiam preparadas para nós diversas moradas.

Cumprimentos,

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Mensagem por Yuri07 Sex Dez 04, 2009 12:02 pm

Realidades espirituais são diferentes de realidades materiais. Cristo, quando nos fala dessas realidades, utiliza-se de imagens do mundo material para no-las explicá. Não existe a dimensão espacial quando se fala de realidades espirituais. Seria como você tentar explicar a um cego de nascença como é a cor azul.
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Mensagem por Ralão Dom Jan 24, 2010 2:10 pm

Boas,

Continuo a não concordar.
Independente de não se estar no mesmo mundo fisico, esta-se num lugar onde existe a percepção de tudo e esse tudo embora uma dimenção diferente vai permitir-nos gozar das recompenças eternas que Deus preparou para nós e que nenhum olho viu até lá.

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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Qui Jun 23, 2011 10:41 am

Não sei bem quem é o autor, mas gosto muito de curtir a música "LINDO CÉU". Apesar de muito simples, acho que a composição nos dá uma idéia daquilo que é o céu, mesmo sabendo que é algo indescritível como o profeta Isaias descreve (Is 64,3)e Saõ Paulo nos referenda (1Cor 2,9):

"Aquilo que olho não viu, nem ouvido ouviu, nem mente humana o concebeu, isso Deus preparou para os seus santos que O amam"

Assim, o céu é algo indescritível para nós. Entretanto, é algo que podemos imaginar de acordo com as Sagradas Escrituras, mesmo que não consigamos ter propriedade do real, uma vez que na fé, estamos aínda na sombra das coisas futuras que nos são reservadas por nosso Senhor.

Para curtir a música:

https://www.youtube.com/watch?v=GqmIFcFEAIE

Um grande abraço a todos !!!
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A dimensão do "céu" Empty O que são os céus?! ...

Mensagem por Manuel Portugal Pires Dom Ago 07, 2011 5:44 pm

O tema é a dimensão do céu, mas antes poderia ser: «o que são os céus?!» (no plural)
Paulo fala no 3º céu, (2ª Corintios 12,2) e estava a falar que eu suponho ser espiritual. Ele nem sequer sabia se tinha lá estado no corpo ou fora do corpo (Deus o sabe).
Na verdade há vários céus.
1) o mais próximo é onde voam os pássaros: podemos chamar a esse céu «o céu dos pardais».
2) Mais alto há o céu onde voam os aviões.
3) Ainda mais acima há céu onde chegam os foguetões.
4) Para lá da atmosfera há o espaço onde giram os planetas do sistema solar.
5) Depois temos o espaço inter estrelar, onde estão as galáxias.
6) Se generalizemos mais, temos o espaço ocupado pelo Universo.
7) Andando mais para lá, temos o infinito: consulte aqui para saberem o que eu penso de Universo e Multi verso.

Até aqui falei de céus no campo material (constituido por matéria e anti-materia)

Mas há ainda os mundos espirituais. Quanto a isto é muito difícil imaginar o que isso é pois isso nos é completamente desconhecido.
Há o mundo espiritual, o céu de YHWH (DEUS).
Há o céu dos anjos que embora seja espiritual e esteja em contacto como o de DEUS é diferente em substância.
Há os céus que controlam o nosso mundo material (que é composto de matéria e anti matéria) de maneira análoga a um processador de um computador: lê os códigos que tem nos suportes magnéticos (discos), nas memórias etc e os executa com o auxilio de ordens (compare isso com os programas). Executam Leis fixas estabelecidas pelo Criador e julgo que essas ordens fazem parte de uma outra forma celestial.
Na verdade neste mundo, material so existem códigos e combinações de códigos. Imagine o que é: um elemento como o Hidrogénio! (um electrão e um protrão). O elemento nº 2 é constituido por dois electões e dois protões que chamamos de Hélio e assim por diante.
A Água já não e um elemento simples mas uma molécula H2O, constituida por dois átomos de Hidrogénio e um de Oxigénio.
Diremos o mesmo para todas as formas de moléculas. Enfim tudo simples códigos.
Na matéria viva temos as células com os seus códigos genéticos.
Afinal este mundo é essencialmente constituído por códigos.
Os processadores que interpretam e executam estes códigos penso que fazem parte de um dos mundos espirituais, mas que desconheço como são. O mesmo posso dizer das ordens que significam esses códigos.
O que nós vemos no mundo material não são os códigos, mas as propriedades adstritas a esses códigos tal como um programa de computador põe no écran o resultado dos códigos interpretados pelo processador de um programa e respectivos dados.
Nós apenas vemos e sentimos as propriedades da matéria.
Isto é tudo muito curioso, e difícil.
Se este mundo material tende, como penso, para o infinito, a quantidade de mundos espirituais também tendem para o infinito e são realidades completamente diferentes do nosso mundo material e que desconhecemos completamente, mas temos que reconhecer que há algo para lá deste mundo material e muito importante.

Tudo o que não é material designamos por espiritual. E tudo o que não faz parte do espaço deste mundo consideramos como céu ou céus, mas ainda não podemos saber o que realmente isso é. Apenas podemos usar analogias consoante o que podemos apreender.

Os ingleses chamam ao céu material de "sky" e aos céus espirituais de «heavens».
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Mensagem por Binhokraus Dom Ago 07, 2011 9:18 pm

Senhor Manuel, peço-te desculpas, mas o tópico é claro. Quer saber a opinião da igreja a respeito do assunto. Então para não desvirtuarmos mais esse tópico, peço que se não tem nada a dizer que seja de acordo com a opinião da igreja, que crie um novo tópico com suas opiniões particulares a respeito. Só para tentarmos resgatar a organização do fórum que está bem bagunçada, e está dando trabalho já pra colocar as coisas no lugar... obrigado.
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Mensagem por Manuel Portugal Pires Seg Ago 08, 2011 12:26 pm

Caro amigo Kraus,

Peço desculpas.
Mas já reparou que a pergunta foi feita em Sab Nov 21, 2009, e já lá vai mais de ano e meio (isto é 20 meses) e ainda ninguém tentou responder à pergunta usando a opinião da Igreja Católica Romana. Todas as opiniões que foram dadas até ao momento têm sido de carácter individual a esse respeito.
Desta forma, as pessoas responsáveis que poderiam dar essa opinião abstiveram-se até ao momento.
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Mensagem por Binhokraus Seg Ago 08, 2011 12:55 pm

A ausência de participação dos que deveriam responder, não significa que qualquer um de nós possa desvirtuar o tópico, ou passar a apresentar opiniões pessoais. Além do que, os que responderam anteriormente são todos católicos, e como bem sabemos, também são conhecedores da doutrina católica haja visto a participação destes mesmos em outros tópicos. Não quero e nem posso proibir o senhor de participar de nenhum tópico, só peço que quando for solicitada a opinião da igreja, se o senhor não souber qual é, não participe. Mas como eu disse é um pedido, não uma ordem ou restrição ou qualquer coisa do genero. Ainda é livre para participar ou não.

Minha sugestão, é que se o tópico lhe traz a mente algum outro pensamento, que o senhor crie um novo tópico e lá expresse sua opinião pessoal quando ela não couber no tópico em questão. Alias, estendo este pedido a todos que lerem este post neste tópico.

O fórum está muito, mas muito bagunçado mesmo, e isso está dificultando a participação e o crescimento do mesmo. Está sendo estudada uma forma de organizar as coisas, mas não está sendo fácil, dado que a maioria, se não todos os moderadores, tem outros afazeres e o tempo que é necessário para mexer no fórum é grande.
Por essa razão, se cada um de nós tomar certos cuidados, poderemos ajudar a arrumar as coisas.

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Mensagem por Manuel Portugal Pires Seg Ago 08, 2011 1:18 pm

Por outras palavras:
uns porque dizem ser "católicos praticantes" (ou até mesmo se for o caso "católicos não praticantes"), já podem livremente desvirtuar o tema do forum, como bem entenderem;
ao passo que alguém, que sendo «verdadeiro» como eu, diz que não se enquadra em tudo o que diz a religião católica, é tratado como os judeus fizeram à «mulher adultera». (João 8)

Eu sei muito bem o que é isso, porque já passei por várias situações idênticas, até profissionalmente.

Isto, não é o céu que YHWH quer para nós, mas um calvário para não dizer um "inferno" para pessoas ainda vivas!

Desculpe por estar a ser sincero, e comecemos por fazer, já agora, o nosso céu paradisíaco ainda aqui na terra.
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Mensagem por Binhokraus Seg Ago 08, 2011 1:52 pm

essas conclusões são suas... e lamento que tenha entendido assim. Em nenhum momento eu disse isso. Ressaltei que os que responderam ao tópico são católicos e conhecem a doutrina católica, ou seja, suas respostas se configuram com a da santa madre igreja. O que no que toca a este tópico em questão, é a resposta que se procura. NINGUEM deveria desvirtuar os tópicos. O que claro, não é fácil. Agora mesmo já estamos entrando em uma discussão que seria desnecessária se não fosse sua mania de querer achar sempre uma meio de criticar a igreja e seus membros.
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Mensagem por Manuel Portugal Pires Seg Ago 08, 2011 2:59 pm

Senhor Kraus,
Já há muito tempo que tenho andado a meditar acerca da atitude de certas pessoas.
Não sei se o Sr. é o dono do Forum. mas penso que nem é o dono nem tem a incumbência de qualquer actividade respeitante ao «site».
Mas no caso de ter, vou dar um conselho de amigo e cristão.
Parece-me que o desejo de muitos não é ter um «forum», mas sim ter acesso apenas a um site de «Perguntas e Respostas».
Se é esse o caso, embora continuem com o «forum» como até aqui, o que é bom, pois eu até discordo completamente que seja uma «bagunça».,
abram juntamente com o forum uma opção só para «perguntas e respostas.»
Nesse sítio toda a gente poderia fazer perguntas como é óbvio, mas as respostas só poderiam ser dadas por pessoas credenciadas para o efeito.
No caso de as pessoas credenciadas não terem possibilidade de dar resposta a todas as perguntas formuladas, as perguntas desse espaço, só estariam visíveis para quem as fez e para os credenciados e só depois de respondidas é que passariam a fazer parte do domínio público. Esse espaço não teria a liberdade que é própria para um fórum e assim talvez conseguissem satisfazer os seus objectivos.

Penso que este meu conselho é de amigo e espero que seja recebido como tal.
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Mensagem por Binhokraus Seg Ago 08, 2011 3:13 pm

Já estamos pensando nisso também. Embora a idéia seja manter o fórum, abriremos sim um espaço mais reservado para isso, não exatamente como o senhor sugeriu, mas algo do tipo. Agradeço desde já o conselho.
Mas como eu disse, o tempo dos responsáveis para isso é curto, além de outras questões limitantes também. Por isso a insistencia em manter certa ordem, até que tudo se ordene para um formato mais elaborado e organizado.
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Mensagem por Manuel Portugal Pires Seg Ago 08, 2011 3:30 pm

Ora isto é mais uma prova que eu acertei em cheio, embora ninguém me revelasse NADA, que eu desse conta.
Muito obrigado pela informação oportuna.
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Mensagem por Geovanni146 Sáb Jan 14, 2012 9:23 pm

 
Olá Júlia... A paz de Cristo.

Querida Júlia deixo aqui um pequeno artigo que pode nos ajudar na nossa busca de uma melhor compreensão do que ou quantas podem ser as dimensões do Céu.

Os povos antigos, dividiam o céu em diversos níveis ou graus, que variavam, normalmente de 3 a 10. Inclusive, Santo Ireneu nos dá conta que determinada escola gnóstica chegava ao cúmulo de proclamar a existência de 365 céus!!! (cf. Contra as Heresias 1,24,3). Mas sabe-se que outros homens, ainda mais audazes, ultrapassaram a marca dos 900!!!
 
São Paulo - que realmente escrevia inspirado pelo Espírito Santo - afirmou ter sido arrebatado ao 3º céu em 2Coríntios 12,2, restando assim biblicamente comprovado que existe mais do que 1 (um) ou 2 (dois) céus. São Tomás de Aquino, por sua vez, abordando a questão, tentou também demonstrar a existência de mais do que 1 céu em sua Suma Teológica Ia,q.68,a.4 e II-IIae,q.175,aa.1-6, baseando-se para isto nas Escrituras, em São João Damasceno, Rábano e Santo Agostinho. Em especial, o escritor Dante Aligheri parece crer na existência de diversos céus, propondo um esquema celeste composto por 10 céus na sua obra "A Divina Comédia"...

Não obstante o silêncio do Antigo Testamento (que só pode ser empregado implícita e precariamente), a tradição judaica especulava a existência de 3, 5, 7 ou 10 céus. É interessante notar, aliás, que em hebraico o termo "céu" é sempre empregado no plural (=céus, shamayim) no AT, enquanto que a Septuaginta (tradução grega do AT hebraico) e o Novo Testamento usam o termo às vezes no singular (=céu, oupxos) e outras vezes no plural (=céus, oupavoi)...
 
Pois bem. Um dos principais esquemas hebraicos (e, por sinal, bem desligado da influência pagã dos povos vizinhos) propunha a divisão do céu em 3, a saber:

1: o céu "auronos", "atmosférico" ou "aéreo" (o céu das aves, dos ventos e das nuvens) - cf. Salmo 8,9;
2: o céu "mesoranios", dito "o firmamento" (o céu das estrelas e dos astros) - cf. Salmo 8,4; Deuteronômio 4,19; e
3: o céu "eporanios", "superior" ou "Céu dos céus" (a morada de Deus, e muito possivelmente o Paraíso) - cf. Salmo 115.

Muito embora alguns Padres gregos e latinos distingüissem, como alguns judeus, o "3º Céu" (lugar onde os justos ressuscitados gozarão da glória) e o Paraíso (lugar onde os justos descansam, aguardando a ressurreição), boa parte dos Santos Padres (inclusive Santo Agostinho e São Tomás de Aquino) concordam que o 3º céu apontado por São Paulo deve ser identificado com o próprio Paraíso - em atenção ao que parece declarar o próprio Apóstolo dois versículos depois, em 2Coríntios 12,4 - tendo em vista que este seria o lugar onde os justos gozariam da felicidade e da companhia de Deus (Gênesis 2-3; Ezequiel 28,13-15; Mateus 25,46; Lucas 23,43), ou seja, onde se constituía, por excelência, a "morada dos bem-aventurados junto a Deus".

Mesmo assim, não é possível determinar com certeza absoluta se o cristão São Paulo, nesta passagem, estava fazendo uso do esquema judaico de 3 ou de 7 céus, já que este último esquema tradicionalmente situava o Paraíso no 3º céu, tornando-se compatível com o versículo 4. A propósito, sendo São Paulo um ex-fariseu (cf. Atos 23,6), não seria de se estranhar que estivesse empregando o esquema de 7 céus, pois era de fato o mais difundido entre os judeus daquele tempo, compreendendo cada céu como um diferente grau de glória experimentado pelos bem-aventurados. Por outro lado, se Paulo estiver aqui se referindo ao esquema de 3 céus, estará afirmando claramente ter sido arrebatado ao "mais alto dos céus", isto é, à própria morada de Deus e dos anjos e justos bem-aventurados (o que, salvo melhor interpretação, parece corresponder melhor ao teor de 2Coríntios 12,4, que fala de "Paraíso" e, ao mesmo tempo, de "palavras inefáveis, que não é permitido a um homem repetir", possivelmente proferidas pelo próprio Deus; de outra forma, o arrebatamento de São Paulo ainda o situaria muito distante de Deus...)!

Convém recordar, aliás, que os esquemas que adotavam/adotam mais que 3 céus geralmente estavam/estão impregnados de cultura pagã, gnóstica e/ou esotérica. O próprio Santo Ireneu acima citado registra, por exemplo, uma outra doutrina gnóstica, que dividia o céu em 7 e possuía uma estranhíssima "explicação" (situando, contudo, o Paraíso no 4º céu):

"Dizem que o Demiurgo se tornou Pai e Deus dos seres exteriores ao Pleroma, visto que era o Autor de todos os seres psíquicos e hílicos. Com efeito, ele separou uma da outra estas duas substâncias confusas e de incorporais fê-las corporais; fez os seres celestes e terrestres e tornou-se Demiurgo dos psíquicos e dos hílicos, dos da direita e dos da esquerda, dos leves e dos pesados, dos que vão para o alto e dos que vão para baixo. Fez sete céus sobre os quais -dizem - está o Demiurgo. É por isso que o chamam Hebdômada e a Mãe Acamot denominam Ogdôada, porque conserva o número da primitiva e primária Ogdôada do Pleroma. Segundo eles os sete céus são de natureza inteligente: supõem que sejam Anjos e o próprio Demiurgo um Anjo semelhante a um Deus, assim como o paraíso situado sobre o terceiro céu é, pela sua virtude, o quarto Arcanjo e que Adão recebeu dele alguma coisa quando esteve ali" (Contra as Heresias 1,5,2).

No caso dos judeus em específico, verifica-se que a sua tradição de "7 céus" encontra-se apoiada por escritos apócrifos, como o Livro de Henoc Eslavo, o Apocalipse de Baruc e o Testamento dos Doze Patriarcas (que foram, entretanto, rejeitados pelo Sínodo de Jâmnia, o qual definiu o cânon bíblico dos fariseus no século I d.C.), além de outras fontes que podem muito provavelmente terem sido influenciadas pela cultura [pagã] persa e babilônica - que professavam [originalmente] a crença nos 7 céus - durante o período de Cativeiro.
 
Talvez em razão da "antiguidade" dessa tradição judaica, acabou sendo "importada" para o islamismo (v. Alcorão, Sura 41,12) e para alguns círculos cristãos, entre eles o de nosso já conhecido Santo Ireneu de Lião, que em sua obra "Demonstração da Pregação Apostólica" escreveu, no capítulo 9:
 
"Este mundo é rodeado por sete céus, nos quais habitam inúmeras potências, anjos e arcanjos, que asseguram um culto a Deus todo-poderoso e criador do universo. Não porque tenha necessidade deles, mas para que não estejam, ao menos, sem fazer nada, como inúteis e malditos. Por isso, é múltipla a presença interior do Espírito de Deus e o profeta Isaías a enumera em sete formas de ministério, que descansaram no Filho de Deus, a saber, o Verbo, em sua vinda humana. De fato, disse: 'Sobre Ele pousará o Espírito de Deus, Espírito de sabedoria e inteligência, Espírito de conselho e fortaleza, [Espírito de ciência] e piedade; lhe conquistará o Espírito do temor de Deus' (Is. 11,2-3). O primeiro céu, pois, a partir do alto, que contém os restantes, é a sabedoria; o segundo é a inteligência; o terceiro é o conselho; o quarto, em linha descendente, é a fortaleza; o quinto é a ciência; o sexto é a piedade; o sétimo, que corresponde ao nosso firmamento, está repleto de temor deste Espírito que ilumina os céus. Daí Moisés adotar o modelo do candelabro de sete braços, que arde ininterruptamente no Santuário. De fato, organizou o culto segundo este esquema celeste, com o que lhe havia apontado o Verbo: 'Te ajustarás ao modelo que te foi mostrado na montanha' (Ex. 25,40)."
 
Porém, o que faz aqui Santo Ireneu é simplesmente interpretar alegoricamente o conceito de "7 céus" da tradição farisaica, moldando-o ao conceito judaico-cristão dos "7 dons do Espírito Santo", atribuindo para cada céu um dom. Portanto, mais que afirmar a existência real de 7 céus, quer Ireneu inculcar os dons do Espírito Divino. Isto fica ainda mais patente quando descobrimos como a "doutrina dos 7 céus" do judaísmo veio a se desenvolver posteriormente... Eis um pequeno reflexo extraído do "Livro do Esplendor", o qual é uma espécie de resumo da Cabala judaica:
 
"E Deus criou sete céus acima e sete terras abaixo, sete oceanos e sete rios, sete dias e sete semanas, sete anos e sete vezes sete anos, e os sete mil anos de duração do mundo. E cada um dos sete céus acima tem suas estrelas, seus corpos astrais e seus sóis. Cada um tem sua hierarquia, com poder de executar a vontade soberana. E os que servem são diferentes em cada céu: em alguns, os servos têm seis asas; em outros, quatro asas. Em alguns, têm seis faces; em outros, duas faces. Alguns são feitos de fogos; alguns de água; e alguns de ar. E todos os céus estão colocados uns dentro de outros, como as folhas da cebola. Todos obedecem a palavra do Criador, pois acima de todos está Deus - bendito seja Ele!
E cada um dos sete céus tem suas estrelas fixas e suas estrelas móveis. Levaria cem anos para percorrer andando cada céu. E a altura de cada um é cinco vezes maior que sua superfície; e a distância que separa um céu de outro levaria quinhentos anos para percorrê-la. E por cima de todos eles encontra-se o céu Araboth, o mais alto, cuja superfície levaria mil e quinhentos anos para percorrê-la e sua altura exatamente outro tanto. A luz do Araboth é tão forte que ilumina todos os céus. Acima do Araboth encontra-se o céu da Fera Sagrada. Uma garra da pata da Fera Sagrada é tão grande quanto sete vezes a distância que existe entre a terra e o céu. É como um cristal ígneo. Aqui se encontram as legiões da direita e da esquerda.
Em cada céu existe um governante, que governa a terra e o mundo. Apenas a Terra Santa não é governada por qualquer destes governantes, mas apenas pelo próprio Deus. E o poder que emana de cada um deles é atraído do céu para a terra, pois cada governante está investido a partir do alto com o poder que é dado ao mundo de baixo. No meio de todos os céus existe uma porta chamada Gabillon, sob a qual se encontram setenta outras portas, protegidas por setenta chefes, de onde sai um raio de luz equivalente a duas mil lâmpadas.
Nosso mundo forma o centro do mundo celeste. É cercado por portas que conduzem aos reinos superiores. Em cada porta se encontram legiões de anjos. Estes anjos são alimentados por uma imensa árvore invisível, já que sua luz é oculta pelos ramos. Este mundo pode exercer seu poder apenas quando as sombras da árvore o cobrem e quando todas as portas que se comunicam com o mundo superior estão fechadas. Quando os sinais de louvor se elevam a partir da garganta do homem, duas portas se abrem, uma ao norte e outra ao sul, e a chama celestial desce até a terra e envia sua luz em seis direções. Se todas as portas do mundo não estivessem protegidas pelos anjos, os demônios teriam entrado e o teriam destruído há muito tempo. Porém, quando se elevam ao céu os hinos de louvor, o próprio Deus desce até a terra e fortalece o mundo com sua divina presença.
Quando Deus quis criar todas as coisas, Ele começou criando algo que era por sua vez macho e fêmea; e a estes, por sua vez, Ele os fez dependentes de alguma outra forma que, por sua vez, é macho e fêmea. E a sabedoria (chochma), que é a primeira sephira depois da coroa (keter), foi manifestada pelo Criador e brilha a forma de ambos, macho e fêmea. E quando a sabedoria se tornou manifesta, produziu a inteligência (binah). E novamente temos macho e fêmea: a sabedoria é o pai; a inteligência, a mãe; e estes são os dois pratos da balança. Por causa deles, tudo se manifesta na forma de macho e fêmea. Sem a sabedoria não haveria princípio algum, já que a sabedoria é o pai dos pais, a origem de todas as coisas. Desta união nasce a fé e se estende ao mundo. A binah se produz pelas duas letras do nome de Deus: Yod, Heh. Assim, a binah é realmente Ben-Yah, Filho de Deus, o qual é a perfeição de tudo o que existe. Quando o Pai, a Mãe e o Filho (que é a misericórdia, chesed) estão juntos, ocorre a síntese perfeita. E quando eles estão juntos, a filha (que é o rigor, gebourah) está também com eles.
Porém, sabeis que isto é o resumo de tudo o que ouvistes: que tudo no mundo inferior foi feito à imagem do mundo superior. Tudo o que existe no mundo superior nos parece aqui como que uma pintura. Tudo é uno e a mesma coisa" (Sepher-ho Zohar).

Como se vê, há aqui uma forte tendência para a gnose e o esoterismo, afastando-se radicalmente das Sagradas Escrituras e denunciando, em especial, sua total incompatibilidade com a fé cristã.
 
Considerando tudo isto, concluímos que embora possamos falar de "céu" no plural (indicando a existência de vários céus) ou no singular (para apontar o céu inteiro, incluindo suas prováveis divisões), INEXISTEM fontes seguras ou de reconhecida autoridade - apostólica ou eclesiástica - que nos obriguem ou, ao menos, nos autorizem a crer ou defender a existência dos "7 céus" ou qualquer outro número que ultrapasse a 3.

Fonte: Apostolado Veritatis Splendor, Por Carlos Martins Nabeto.
 

Geovanni146
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