CURTAS PARA A FÉ

Por que dormes Senhor?

Não é muito dificil encontrar situações passadas e presentes em nossas vidas,
ou na dos que nos rodeiam, onde diante de algum sofrimento ou desespero
nos colocamos a perguntar...Senhor... por que dormes? Não vai fazer nada?
E essa tempretade?....
e ainda sim antes da calmaria nos colocamos na postura de cobradores
pois pedimos a Deus "o que julgamos ser justo", sem considerarmos que a divina sabedoria
tudo conhece, tudo pode e que os planos perfeitos de Deus não são os planos
imperfeitos dos homens. Esquecemos que Deus que criou o tempo, está fora dele e o permeia ao mesmo tempo
e por isso queremos enquadrá-Lo na nossa limitação temporal e justificarmos que a cruz está pesada demais.

Grande ironia utilizarmos a imagem popular do peso da Cruz, justo com Deus!
Sua voz suave e segura nos diz... ainda não tens fé? por que te desesperas?

Santo agostinho dizia... "não é Deus quem dorme, mas nós que o adormecemos dentro de nós".
Talvez a cruz seja pesada porque o amor é pouco, ou porque vive-se uma fé utópica
onde se espera consolações e não o sofrimento que as produz.

Não buscamos o sofrimento, ele está ai pela nossa condição de pecadores
e pela ausência do Bem supremo atuante (fruto das escolhas erradas dos homens).

Passamos por ele (os sofrimentos) de duas formas possíveis :
- reclamando e desdenhando do Amor de Deus que aparentemente deixa o homem sofrer, podendo livrá-lo deste sofrimento
ou
- amando e unindo nossa dor ao seu sofrimento de cruz, sua dor de tantos ultrajes cometidos
contra Ele e contra o próximo, e encontrando na fé a resposta que o mundo precisa
e que tenta cada dia mais negar, pois a fé compromete e exige muito.

Experimentemos o espírito de gratidão mesmo na dor,
pois se assim estivermos nos momentos mais difíceis,
certamente elevaremos demasiadamente nosso coração a Deus
nos momentos mais felizes e calmos.

" ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei. Estás comigo com bastão e com cajado" Salmo 23

É bem verdade que nosso coração, humano demais, tende a querer sempre as consolações e a glória. Abrir o coração para o sofrimento, de maneira plena, é difícil. Muitas vezes ns enganamos: ou abraçamos o sofrimento de maneira indigna( mergulhando na tristeza), ou fugimos dele.
Temos que entender a raiz de cada sofrimento. Existe um porquê, porém mais importante é o para quê... Deus tem como finalidade nos formar, a partir do mais simples, e a partir do sofrimento também.

Como é difícil sacrificar a vida, né??? Falamos de um amor tão grande por Deus... Mas na hora em devemos deeixar nossas vontades e mesquinharias é difícil...

Graças a Deus sou só eu, a filha amada e escolhida do pai Criador, do Pai misericordioso... Só a misericórdia d'Ele me faz ser melhor. Me faz acolher o sofrimento com dignidade, mesmo muitas vezes não compreendendo.

Boas,

Essa teoria de que temos que acolher o sofrimento como uma benese nunca me convenceu.

Tudo indica que Cristo era uma pessoa que além de tratar com dignidade todos os seres humanos, por exemplo o seu movimento dava uma relevancia muito maior ao papel da mulher do que as tradições judaicas da época, também era um homen que gostava de comer, beber e divertir-se.

Julgo que Jesus Cristo como Deus encarnado, ao apresentar a nova mensagem veio dizer aos homens que devem ser felizes, como?

- Devem partilhar a sua riqueza com os mais necessitados,
- Devem amar-se uns aos outros e praticar o bem.

Isto é ser feliz e distribuir felecidade pelos outros.

De igual modo acho que não devemos atribuir todos os nossos males ao maligno mas sim também às nossas propias escolhas como homens, exemplos?

- Numa ocasião Jesus retirou uma série de espiritos de uma prostituta;

- Noutra ocasião apenas disse vais e não tornes a pecar (ou seja tudo leva a crer que era somente uma escolha pessoal).

Neste sentido vamos deixar o sofrimento de lado, vamos praticar o bem, criar condições para que mais pessoas possam ser felizes, pois acho que esta seria a mensagem positiva de Jesus e deixar um pouco de lado alguma obsessão com o sofrimento.

Cumprimentos,

José Ralão