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Sacrifício de Jesus

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são vieira
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Mensagem por Diego Seg Set 01, 2008 8:31 pm

Não sei se o melhor lugar para essa pergunta seria aqui ou na parte de filosofia, mas aí vai. Se nenhuma vida vale mais que uma(s) outra(s), um sacrifíco como o de Jesus seria antiético?
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Mensagem por Thales Qua Set 03, 2008 12:16 am

Olá Diego,

É bem verdade que, objetivamente falando, uma vida não vale mais que outra, mas isso não faz do sacrifício em si algo anti-ético. Na verdade, sacrifício significa um ato para benefício de um em detrimento de outro. Mas o sacrifício só é ético quando é voluntário por parte do sacrificado ou de quem o possui.

Podemos entender o sacrifício, de acordo com a dinâmica do amor, como uma escolha entre o objeto amado e o amor próprio. Nesse sentido, o sacrifício não seria algo eticamente imposto... Ou seja, sacrificar-se não é uma obrigação ética, mas sim um ato de coerência com a escala do amor que se tem. Sacrifício é escolher amar o outro até o fim.

Há vários problemas a serem considerados na definição da "eticidade" de uma ação. Temos que considerar não só a ação em si, mas também a sua finalidade e as suas conseqüências. Analisando o caso do aborto (e colocando a questão no contexto inicial), vemos que ele é anti-ético não só porque a ação em si é contrária aos princípios morais (pois baseia-se no sacrifício involuntário de algo privado), mas também é errado porque, tendo em vista suas conseqüências, é uma escolha entre duas vidas (de igual valor) feita por um terceiro, sem nenhum critério realmente válido.

Vale lembrar também que "sacrifício", no sentido que estamos usando, não é "causar a própria morte". Não podemos dizer que Cristo "se matou". O sacrifício, no sentido teológico e mais profundo, significa "sofrer no lugar de outro". Dizemos então que Cristo amou os homens de tal forma que quis salvá-los do pecado, aceitando para isso uma conseqüência drástica: a morte.

Dando um passo a mais, o tema do sacrifício de Cristo é considerado em vários aspectos na Doutrina -- e aí o Alessandro pode completar bem mais. Dizemos que a morte de Cristo na cruz é também um sacrifício no sentido mais original da palavra: uma oferenda à Deus, onde Cristo é a Divindade, o sacerdote, e a vítima. Também nos referimos à missa como o "Sacrifício Eucarístico" e até usamos a palavra "Ofertório" quando dispomos nossos dons no altar.

É isso. Qualquer dúvida é só falar.

Abraços,
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Mensagem por Diego Seg Nov 24, 2008 3:09 pm

Minha dúvida agora é sobre o significado do sacrifício de Cristo. Como Jesus redimiu nossos pecados atraves da sua entrega? Como abriu a porta dos ceus? O que mais significou este sacrifício?
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Mensagem por são vieira Ter Jul 21, 2009 10:23 am

Um resgate em troca de muitos

como um só homem pôde dar a sua vida como resgate em troca de muitos? para entendermos a doutrina bíblica do resgate, temos de examinar este assunto de forma mais cabal.

Em primeiro lugar, temos de descobrir a origem do pecado.
O relato revela que havia um instigador por detrás disso, quando Adão cometeu o pecado. Este instigador, para satisfazer sua própria ânsia de poder, tramou dominar Adão e a descendência que este tivesse. Este instigador foi Satanás, o Diabo. Ele também é chamado de “a serpente original”, por ter usado uma serpente para induzir Adão a pecar. ([Apocalipse] 12:9) Embora o amoroso Criador da humanidade tivesse dito a Adão que respeitasse o Seu direito de decidir o que é bom e o que é mau, a serpente seduziu a esposa de Adão, Eva, a desobedecer a Deus. Esta induziu depois o marido à desobediência. Com tal ação, Adão declarou-se independente de Deus, tornou-se deliberadamente pecador e só podia transmitir esta espécie de vida aos seus descendentes.

Nós ainda sofremos as consequências disso. Em que sentido? Ora, o Criador decretara com justiça que, se Adão e Eva deliberadamente escolhessem desobedecer, o resultado seria a morte. Assim, por Adão pecar, ele vendeu toda a humanidade à escravidão ao pecado e à morte. — Gênesis 2:17; 3:1-7.

Como poderia a humanidade ser remida de tal condição pecaminosa? Jesus Cristo veio à Terra para “dar a sua alma como resgate em troca de muitos”, e isto abriu o caminho para o resgate da humanidade. — Mateus 20:28.

- Adão perfeito = jesus perfeito
-humano equivalente
-alguém que não estivesse debaixo do pecado herdado
-Adão perdeu vida eterna para seus descendentes= jesus restituiu a vida eterna para os descendentes e ressurreição para os que já faleceram

Cobertura e Soltura


A Bíblia mostra que o processo de remir a humanidade envolve dois passos: (1) resgate e (2) soltura. A respeito da palavra grega (lý·tron) traduzida “resgate”, o erudito bíblico Albert Barnes escreveu: “A palavra resgate significa literalmente um preço pago pela redenção de cativos. Na guerra, quando o inimigo faz prisioneiros, o dinheiro exigido pela soltura destes é chamado de resgate; quer dizer, é o meio pelo qual eles são libertos. Portanto, tudo o que liberta alguém da condição de punição, ou sofrimento, ou pecado, é chamado de resgate.”

Um Resgate Correspondente

Adão vendeu toda a humanidade, inclusive nós, ao pecado e à morte. Ele pagou este preço, ou a penalidade, com a sua vida humana perfeita, que lhe daria o potencial de viver para sempre. Isso tinha de ser pago por outra vida humana perfeita — um resgate correspondente. No entanto, ninguém nascido de homens imperfeitos podia prover a necessária vida humana perfeita. (Jó 14:4; Salmo 51:5) Deus, porém, na sua sabedoria, abriu o caminho para se sair destes apuros. Ele transferiu a vida perfeita de seu Filho unigênito dos céus para o ventre duma virgem, a fim de que nascesse como homem perfeito. (Lucas 1:30-38; João 3:16-18)

Para realizar a redenção, Jesus tinha de continuar sem falha todo o tempo em que esteve na Terra. Isto ele fez. Daí, ele teve uma morte sacrificial. Deste modo, Jesus pagou o preço do resgate para libertar a humanidade dando a sua própria vida humana perfeita. (1 Pedro 1:19) Podemos assim dizer correctamente que “um só homem morreu por todos”. (2 Coríntios 5:14) Portanto, “assim como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos serão vivificados”. — 1 Coríntios 15:22.

Um só Homem em Troca de Muitos

Um salmista escreveu: “Aqueles . . . que se jactam da abundância das suas riquezas, nenhum deles pode de modo algum remir até mesmo um irmão, nem dar a Deus um resgate por ele, (e o preço de redenção da alma deles é tão precioso, que cessou por tempo indefinido).” (Salmo 49:6-8) Deveras, a humanidade precisava de ajuda externa. Bastava a vida de um só homem para remir toda a humanidade, desde que satisfizesse as condições exigidas para equilibrar a balança de justiça de Deus. Jesus Cristo foi o único humano perfeito com essas qualificações.

Jeová Deus providenciou a libertação da humanidade pelo pagamento do preço de resgate por Jesus Cristo. Todavia, Deus fez mais. Aplicou a sentença de morte a Satanás, o Diabo, aquele que levara a humanidade ao pecado. (Revelação 12:7-9) Dentro em breve, Deus confinará este culpado e por fim executará nele o julgamento por ‘lançá-lo no lago de fogo e enxofre’, que simboliza a destruição eterna. (apocalipse 20:1-3, 7-10, 14) Com a eliminação desta iníqua criatura espiritual e pela aplicação do resgate, a humanidade passará a usufruir a libertação não apenas das garras do pecado e da morte, mas também da influência de Satanás. Libertada assim e aplicada nela plenamente o mérito do sacrifício resgatador de Cristo, a humanidade obediente progredirá até a perfeição humana.

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Mensagem por Pe. Anderson Sex Jul 31, 2009 12:04 pm

Caros amigos,

Vamos apresentar a doutrina católica sobre a Redençao de Jesus, perfeito Deus e perfeito homem. Primeiro vamos apresentar umas perguntas do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica:

Porque é que a morte de Cristo faz parte do desígnio de Deus?
Para reconciliar consigo todos os homens votados à morte por causa do pecado, Deus tomou a iniciativa amorosa de enviar o Seu Filho para que se entregasse à morte pelos pecadores. Anunciada no Antigo Testamento, em particular como sacrifício do Servo sofredor, a morte de Jesus acontece «segundo as Escrituras».

Com é que Cristo se ofereceu ao Pai?
Toda a vida de Cristo é oferta livre ao Pai para realizar o seu desígnio de salvação. Ele dá «a sua vida em resgate por muitos» (Mc 10,45) e deste modo reconcilia com Deus toda a humanidade. O seu sofrimento e a sua morte manifestam como a sua humanidade é o instrumento livre e perfeito do Amor divino que quer a salvação de todos os homens.

Quais os efeitos do sacrifício de Cristo na cruz?
Jesus ofereceu livremente a Sua vida em sacrifício de expiação, isto é, reparou as nossas culpas com a plena obediência do Seu amor até à morte. Este «amor até ao fim» (Jo 13,1) do Filho de Deus reconcilia com o Pai toda a humanidade. O sacrifício pascal de Cristo resgata portanto os homens num modo único, perfeito e definitivo, e abre-lhes a comunhão com Deus.

Como se manifesta na última Ceia a oferta de Jesus?
Na última Ceia com os Apóstolos, na vigília da paixão, Jesus antecipa, isto é, significa e realiza antecipadamente a oferta voluntária de Si mesmo: «este é o meu corpo entregue por vós», «este é o meu sangue, que é derramado...» (Lc 22,19-20). Ele institui assim ao mesmo tempo a Eucaristia como «memorial» (1 Cor 11,25) do seu sacrifício e os seus Apóstolos como sacerdotes da nova Aliança.

Porque é que Jesus convida os discípulos a tomar a sua cruz?
Chamando os discípulos a «tomar a sua cruz e a segui-Lo» (Mt 16,24), Jesus quer associar ao seu sacrifício redentor aqueles mesmos que dele sãos os primeiros beneficiários.

Depois para esclarecer esse tema é bom lebrarmos a DECLARAÇÃO CONJUNTA SOBRE A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO de católicos e luteranos (a qual os metodistas também aderiram posteriormente):

22. Confessamos juntos que Deus, por graça, perdoa ao ser humano o pecado, e o liberta ao mesmo tempo do poder escravizador do pecado em sua vida e lhe presenteia a nova vida em Cristo. Quando o ser humano tem parte em Cristo na fé, Deus não lhe imputa seu pecado e, pelo Espírito Santo, opera nele um amor ativo. Ambos os aspectos da ação graciosa de Deus não devem ser separados. Eles estão correlacionados de tal maneira que o ser humano, na fé, é unido com Cristo que em sua pessoa é nossa justiça (cf. 1 Cor 1, 30): tanto o perdão dos pecados quanto a presença santificadora de Deus. Porque católicos e luteranos confessam isso conjuntamente, deve-se dizer:

23. Quando luteranos enfatizam que a justiça de Cristo é nossa justiça, querem sobretudo assegurar que ao pecador, pelo anúncio do perdão, é representada a justiça perante Deus em Cristo e que sua vida é renovada somente em união com Cristo. Quando dizem que a graça de Deus é amor que perdoa ("favor de Deus") [12], não negam com isso a renovação da vida do cristão, mas querem expressar que a justificação permanece livre de cooperação humana, tampouco dependendo do efeito renovador de vida que a graça produz no ser humano.

24. Quando católicos enfatizam que ao crente é presenteada a renovação da pessoa interior pelo recebimento da graça, [13] querem assegurar que a graça perdoadora de Deus sempre está ligada ao presente de uma nova vida, que no Espírito Santo se torna efetiva em amor ativo; mas não negam com isso que o dom da graça divina na justificação permanece independente de cooperação humana.

Espero que esses textos possam ajudar a compreender o tema. Um grande abraço a todos.
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Mensagem por Pe. Anderson Sex Jul 31, 2009 12:26 pm

Caros amigos,

Creio que é importante explicar como a paixao de Cristo é causa da libertaçao dos nossos pecados.

É necessário dizer que a paixao de Cristo é causa da remissao de nossos pecados de tres modos:

Primero, a maneira de estimular à caridade, porque, como diz o Apóstolo en Rom 5,8-9: "Deus provou seu amor para conosco porque, sendo inimigos, Cristo morreu por nós." E pela caridade conseguimos o perdao dos pecados, segundo o texto de Lc 7,47: "Foram perdoados os seus muitos pecadsos, porque amou muito";

Segundo, a paixao de Cristo é causa da remissao dos pecados por via de redençao. Por ser Ele nossa cabeça, mediante sua paixao, sofrida por caridade e obediência, nos livrou, como a membros seus, dos pecados, como pelo preço de sua paixao, como se um homem, mediante uma obra meritória realizada con as maos, se redimisse a si mesmo de um pecado que tivesse cometido com os pés. Pois como o cuerpo natural é um, integrado pela diversidade de membros, assim toda a Igreja, que é o corpo místico de Cristo, se considera como uma só pessoa com sua cabeça, que é Cristo;

Tercero, a modo de eficiência, enquanto que a carne, na que Cristo sofreu a paixao, é instrumento da divinidade, e por isso os sofrimentos e as açoes de Cristo obram com o poder divino para expulsar o pecado.
Suma Teológica, III parte, questao 49, art. 1

Portanto, a redençao de Cristo nao é uma mera substituiçao do castigo que os pecadores mereciam, mas Cristo veio à Terra para se tornar Cabeça da Igreja, isto é, Cabeça da Nova Humanidade. Ele como nossa cabeça sofreu a morte, dando o culto de amor e obediência ao Pai, e nos concedendo todas as graças de Deus. Nao é pois o sofrimemto (alguma espécie de castigo divino) o que nos salvou, mas sim o amor redentor de Cristo que é a causa da nossa salvaçao. Temos que lembrar que Deus nao pode querer nem direta, nem inidiretamente o mal.

Um grande abraço.
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Sacrifício de Jesus Empty Sacrifício e Morte de Cristo

Mensagem por Bernardo Sáb Out 17, 2009 11:17 pm

Ouvi hoje uma pregação de um padre que dizia que a ideía de que a morte de Cristo serviu como libertação à humanidade, de que o sangue de Cristo lavou nossos pecados, de que seu sacrifício serviu como pagamento de nossa carta de alforria
é apenas uma metáfora, não é a realidade. O argumento dado por ele (e por um santo da Igreja parece) é: se o sacrifício de Cristo foi um pagamento de uma dívida, a quem foi pago? Ao demônio, que foi quem nos tentou e conduziu para essa situação de escrevidão? Não. Pois não faz sentido o diabo sair ganhando pela situação que ele próprio criou e ele ganhar um pagamento de Deus, que é o próprio Deus, por isso.
Deus? No caso de Issac Deus não permitiu que fosse sacrificado, e providenciou um carneiro, imagina se permitiria que seu próprio filho fosse sacrificado.

Pensei que isso fosse verdade.
Bem, então qual é a idéia do sacrifício de Cristo exatamente?
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Mensagem por Binhokraus Dom Out 18, 2009 12:22 am

Bernarndo, com toda a certeza virá uma explicação melhor e mais pormenorizada, mas a idéia não é a de pagamento de uma dívida, Cristo não se sacrificou para pagar uma dívida, se sacrificou pelos nossos pecados. São Paulo nos ensina que o salário do pecado é a morte, então o sacrifício de Cristo, Filho Único de Deus, serve para nos dar a libertação sim, mas da morte, a morte já não existe, pois através da morte de Cristo nós ganhamos a vida.

Como eu disse uma resposta melhor virá... mas acredito que isso já dá uma luz a questão.
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Mensagem por Pe. Anderson Qui Out 22, 2009 1:37 pm

Caro amigo,

Vamos esclarecer um pouco a questao:

1) A morte do Senhor na Cruz foi um verdadeiro Sacrifício: essa sempre foi a doutrina da Igreja. Toda Missa é uma renovaçao desse único Sacrifício de Cristo. Isto quer dizer, que os frutos do sacrifício do Senhor na Cruz sao atualizados, sao distribuidos para o homem no presente.

O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica diz:


122. Quais os efeitos do sacrifício de Cristo na cruz?
Jesus ofereceu livremente a Sua vida em sacrifício de expiação, isto é, reparou as nossas culpas com a plena obediência do Seu amor até à morte. Este «amor até ao fim» (Jo 13,1) do Filho de Deus reconcilia com o Pai toda a humanidade. O sacrifício pascal de Cristo resgata portanto os homens num modo único, perfeito e definitivo, e abre-lhes a comunhão com Deus.

2) Esse Sacrifício nao foi um resgate pago ao Demônio: foi um ato de amor até o extremo de Jesus Cristo à vontade do Pai. Esse ato de obediência repara a desobediência de Adao (e com ele a de todos os homens). Pelo sacrifício de Jesus Cristo ao Pai acontece duas coisas: é dado um culto supremo de amor ao Pai; e o homem é santificado. O Sacrifício de Cristo é para a glorificaçao do Pai e para a santificaçao do homem.

3) Talvez o que o padre quis se referir foi um argumento dado contra a idéia de que a morte de Cristo causou nossa salvaçao a modo de satisfaçao. Santo Tomas dá esse argumento (objeçoes) com objetivo didático para depois responder à questao de forma mais complete. O que ele disse é bem genial:

A ninguem se satisfaz com uma ofensa maior. Pois bem, a ofensa suprema foi a perpetrada na paixao de Cristo (ofensa maior que o pecado de Adao), porque os que o matarao pecaram gravísimamente. Logo da a impressao de que a Deus nao se pôde satisfazer mediante a paixao de Cristo.
A resposta dele é a seguinte:

Propriamente satisfaz aquele que muestra ao ofendido algo que ama igual ou mais que aborrece o outro a ofensa. Pois bem, Cristo, ao padecer por caridade e por obediencia, presentou a Deus uma oferenda maior que a exigida como recompensa por todas as ofensas do gênero humano.

Primeiro, pela grandeza da caridade com que padecía;
Segundo, pela dignidade de sua propria vida, oferecida como satisfaçao, posto que era a vida de Deus e do homem.
Terceiro, pela universalidade de sua paixao e pela grandeza da dor assumida e, por tal motivo, a paixao de Cristo nao foi só uma satisfaçao suficiente, mas também superabundante pelos pecados do gênero humano.

Depois ele acrescenta (na resposta às objeçoes) dados importantíssimos e muito esclarecedores:

A primeira objeçao: A cabeça e os membros sao como uma só pessoa mística. E, por tal motivo, a satisfaçao de Cristo pertençe a todos os fieles como membros seus. Inclusive dois homens, enquanto formam uma só coisa por meio da caridade, sao capazes de satisfazer um pelo outro. Mas nao existe uma razao semelhante no que se refere à confisao e à contriçao, porque a satisfaçao se concreta num ato exterior, ao que podem associar-se instrumentos, entre os quais se contam os amigos.
À segunda objeçao (a que nós apresentamos anteriormente)se deve dizer: a caridade de Cristo, ao padecer, foi maior que a malicia dos que lhe crucificaram. E, por isso, Cristo pôde satisfazer más com sua paixao que o puderam ofender, ao matarle, os que lhe crucificaram, enquanto que a paixao de Cristo foi suficiente e superabundante para satisfazer pelos pecados dos que lhe crucificaram.

Com isso podemos concluir que: a paixao de Cristo nao foi uma dívida paga ao Demônio e nem foi o pecado dos homens que o crucificaram que nos redimiram. Nao foi o mal (o pecado) a causa de um bem (a nossa Redençao); mas foi um bem maior que nos deu à salvaçao. Esse bem maior foi o imenso amor que Cristo nos teve. Pois Ele, veio ao mundo para se tornar nossa Cabeça, unindo-nos a Ele e por medio dele, nos unimos ao Pai. Pela Cruz, Deus é glorificado e os homens sao santificados. A Cruz de Cristo nos une a Deus e nos une entre nós, de maneira que todos nós cristaos formamos o "Corpo Místico de Cristo".

Para resumir tudo, podemos lembrar aqui umas palavras de Santo Tomás de Aquino: "o bem é mais poderoso na sua bondade do que o mal na sua maldade".

Esse é o ensinamento de sempre da Igreja. Peço por favor que nao julguemos ao sacerdote que creio que foi infeliz na sua pregaçao. Ao contrário, rezemos sempre por todos os sacerdotes (que as vezes, infelizmente, sao mal formados e transmitem idéias imprecisas aos fiéis). Aproveitemos especialmente nesse ano Sacerdotal.

Um grande abraço a todos.

Espero ter ajudado. Um grande abraço e


Última edição por Pe. Anderson em Qui Out 22, 2009 4:26 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Pe. Anderson Sáb Jan 28, 2012 9:28 am

Caros amigos,

Hoje, dia 28 de janeiro de 2012, dia de Santo Tomas de Aquino, gostaria de deixar aqui um belissimo texto dele sobre o sacrificio e a paixao de Cristo.

Que necessidade havia para que o Filho de Deus sofresse por nós? Uma necessidade grande e, por assim dizer, dupla: para ser remédio contra o pecado e para exemplo do que devemos praticar.

Foi em primeiro lugar um remédio, porque na paixão de Cristo encontramos remédio contra todos os males que nos sobrevêm por causa dos nossos pecados.

Mas não é menor a utilidade em relação ao exemplo. Na verdade, a paixão de Cristo é suficiente para orientar nossa vida inteira. Quem quiser viver na perfeição, nada mais tema fazer do que desprezar aquilo que Cristo desprezou na cruz e desejar o que ele desejou. Na cruz, pois, não falta nenhum exemplo de virtude.

Se procuras um exemplo de caridade: Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos (Jo 15,13). Assim fez Cristo na cruz. E se ele deu sua vida por nós, não devemos considerar penoso qualquer mal que tenhamos de sofrer por causa dele.

Se procuras um exemplo de paciência, encontras na cruz o mais excelente! Podemos reconhecer uma grande paciência em duas circunstâncias: quando alguém suporta com serenidade grandes sofrimentos, ou quando pode evitar os sofrimentos e não os evita.

Ora, Cristo suportou na cruz grandes sofrimentos, e com grande serenidade, porque atormentado, não ameaçava (1Pd 2,23); foi levado como ovelha ao matadouro e não abriu a boca (cf. Is 53,7; At 8,32).

É grande, portanto, a paciência de Cristo na cruz. Corramos com paciência ao combate que nos é proposto, com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra da fé. Em vista da alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz, não se importando com a infâmia (cf. Hb 12,1-2).

Se procuras um exemplo de humildade, contempla o crucificado: Deus quis ser julgado sob Pôncio Pilatos e morrer.
Se procuras um exemplo de obediência, segue aquele que se fez obediente ao Pai até à morte: Como pela desobediência de um só homem, isto é, de Adão, a humanidade toda foi estabelecida numa condição de pecado, assim também pela obediência de um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça (Rm 5,19).

Se procuras um exemplo de desprezo pelas coisas da terra, segue aquele que é Rei dos reis e Senhor dos senhores, no qual estão encerrados todos os tesouros da sabedoria e da ciência (Cl 2,3), e que na cruz está despojado de suas vestes, escarnecido, cuspido, espancado, coroado de espinhos e, por fim, tendo vinagre e fel como bebida para matar a sede.

Não te preocupes com as vestes e riquezas, porque repartiram entre si as minhas vestes (Jo 19,24); nem com honras, porque fui ultrajado e flagelado; nem com a dignidade, porque tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na em minha cabeça (cf. Mc 15,17); nem com os prazeres, porque em minha sede ofereceram-me vinagre (Sl 68,22).

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Mensagem por MSPP Qua Out 10, 2012 12:32 pm

Eu vou usar uma analogia:

Imagina um poço fundo sem água e onde há várias cobras venenosas.
O «teu» filho caiu nesse poço.
Se fosse mordido pelas cobras morreria.
Então tu, desceste ao poço e salvaste o teu filho, mas foste mordido pelas cobras venenosas.


Tu que foste salvar o teu filho representas o Mesiah SALVADOR.
O teu filho que salvaste da morte representa a HUMANIDADE (sem pecado), segundo os propósitos de YHWH, na sua vida eterna.
As cobras venenosas que estão no fundo do poço representam os «homens» corrompidos por Satã, juntamente com ele.
O poço é este mundo cheio de pecado dominado por Satã.
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