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Sino da Igreja

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Mensagem por Victor Fontoura Qua Nov 05, 2008 11:51 am

Bom, primeiramente gostaria de parabenizar os idealizadores e criadores do fórum. Realmente está muito bom!! E também a todos q estão participando, questionando, aprendendo.. Com certeza não somente a juventude, mas todos estão crescendo + aqui.. e não somente a nossa diocese.. fico muito feliz! Laughing rs.. e se eu já fico, quanto mais deve estar Nosso Senhor e o céu em festa Exclamation Exclamation

é.. já manifestei minha alegria.. Very Happy .. então vamos a pergunta:

como sou novato aqui minha pergunta é + tranquila (acredito eu)!!

Gostaria de saber + sobre o sino da Igreja.. aquilo q puderem me falar..

exemplo: Por que ele é tocado 12h e 18h?? é só em algumas paróquias?? em algumas ocasiões especiais?

Sempre tive essa dúvida.. é por causa da liturgia das horas? ou horário da Anunciação do Anjo à Nossa Senhora?? ou nada a ver..

Aproveitando e não sendo chato demais alguem poderia aproveitar e falar do signifcado, se é algo simbólico e tudo mais..rs

Olha pra vcs verem que ainda não estou habituado com o site..
não soube nem onde colocar minha questão que fala sobre:

  • Sinos
  • Liturgia das Horas
  • Oração do Angelus


Fiquem a vontade para mover ou mesclar o tópico..

um abç, Deus abençoe.
Victor Fontoura
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Sino da Igreja Empty me respondendo.. =P

Mensagem por Victor Fontoura Ter Nov 11, 2008 7:31 pm

Galera, achei essa na net.. mas na net as vezes as coisas podem ser meio distorcidas ou inventadas.. bom, em parte me ajudou.. =DD


Os sinos de nossas igrejas sempre despertam curiosidade de muitas pessoas, mesmo aquelas que não professam a nossa fé.
Enquanto as torres das igrejas em geral se sobrelevam ao casario e às
demais construções circundantes identificam a presença de um templo por
sua mensagem visual, os sinos as complementam, com sua mensagem sonora.
Esses nossos mensageiros apareceram na mais remota
antiguidade, na China, e foram usados nos mosteiros budistas, como
também foram encontrados no antigo Egito. Suas formas e pesos variaram muito durante os séculos, mas
são considerados instrumentos musicais aptos para alertar e convidar os
fiéis para as celebrações comunitárias e mesmo para as orações diárias.
Eles são um sinal (daí a origem do nome em latim "signum") e
são feitos de bronze-uma liga de 4 partes de cobre e uma de estanho,
adicionando também uma dosagem de ouro ou de prata e outros
componentes, para otimizar sua sonoridade, segundo fórmulas secretas
guardadas sob sete chaves e passadas de geração a geração pelas
famílias construtoras, em geral italianas ,alemãs e portuguesas. Parece que os primeiros a utiliza-los foram os mosteiros
beneditinos para convocar os monges às orações das horas, na Itália,
nas Gálias e Inglaterra, ou mesmo um santo, S.Paolino de Nola que
anteriormente já os tinha usado em sua catedral, em meados do século
quinto, ou seja em 431. No século VIII, o Papa Estevão II fez construir
uma torre na antiga Basílica de S.Pedro, nela colocando três sinos. No
século IX apareceram em todas as catedrais e nas igrejas paroquiais. Os sinos como "res sacrae", instrumentos diretamente ligados
ao culto costumam ser "batizados", como se diz, ou melhor recebem uma
benção própria, reservada ao Bispo. Costumam homenagear determinados santos cujos nomes são gravados am alto relevo em sua forma cônica.
Vejamos algumas inscrições existentes em velhos e venerados sinos,
testemunhas da história, de acontecimentos felizes, de desgraças e
calamidades de suas comunidades ou aldeias. Ouçamos em latim, na língua que convém aos sinos evidentemente:


"Vox meã, vox vitae, voco vos ad sacra, venite."
"A minha é a voz da vida que vos convida ao culto divino", ou, outra mais completa:
"Laudo Deum verum" - Louvo o Deus verdadeiro
"Plebem voco " - Convido o povo
"Congrego clerum" - Reúno o clero
"Defunctos ploro" - Choro os mortos
"Nimbum fugo" - Afugento os temporais
"Festa decoro" - Solenizo as festas
Há outra inscrição muito bela:


"Funera plango" - Choro os funerais
"Fulmina franfo" - Elimino os raios
"Sabbata pango" - Alegro os feriados
"Excito lentos" - Acordo os preguiçosos
"Dissipo ventos" - Afasto os vendavais
"Paco cruentos" - Pacifico os violentos
Os sinos gozavam de grande prestígio em outras épocas, eram queridos do
povo e exerciam até mesmo funções sociais importantíssimas para as suas
comunidades. De acordo com o seu toque, conhecido de antemão pelo povo,
os sinos alertavam para os incêndios, a proximidade dos vendavais, ou
então a morte e o sepultamento de pessoa da comunidade, (comum toque
lento e espaçoso), ou mesmo, o nascimento de uma criança, diferenciando
o dobre se essa fosse do sexo masculino ou feminino. Os sinos eram portanto uma forma perfeita de comunicação em
tempos passados e o relógio comunitário. Durante o dia, às 6 hs, ao
meio dia e às 18 hs, recordavam ao povo a hora da oração do "angelus",
ou das ave-marias. Ecoando pelos vales, pelas planícies e colinas traziam
sempre mensagem de fé e de serenidade. Durante o tempo do advento e
particularmente na quaresma os sinos emudeciam, e o povo sentia a sua
falta. No Natal, à Missa da meia-noite e na solene Vigília da
Páscoa, porém, eles se libertavam do longo silêncio penitencial,
atingiam o máximo de esplendor e de brilho com o bimbalhar festivo que
inundava de alegria os corações de todos. Hoje parece que os sinos não têm mais voz e vez. Nas grandes
cidades as torres que são seu habitat natural vivem asfixiadas entre
gigantescos arranha-céus e a sua voz suplantada pela parafernalia dos
motores e buzinas. Entretanto, eles continuam vivos no imaginário coletivo. A
maioria das pessoas não consegue identificar uma igreja sem a torre e
sua presença ilustrativa é constante nos cartões de Páscoa e Natal. O s
psicólogos infantis afirmam que as crianças costumam identificar os
sinos com a própria igreja. Em países onde a religião era tolerada ou
perseguida, sempre que possível, talvez em sinal de protesto e de
auto-afirmação, os campanários se elevavam aos céus e havia até uma sã
rivalidade entre as comunidades para ver quem construísse a torre mais
alta e mais artística de toda a região. No Rio - cidade quadrisecular - os sinos belos e históricos
estão também presentes no seu cenário. Só para citar alguns exemplos:
os do Mosteiro de S.Bento (vindos da Alemanha) - Sinos da Matriz da
Glória no Largo do Machado - de N.S.da Paz em Ipanema, N.S. da
Conceição de Botafogo, do Outeiro da Glória, os de S. Sebastião de
Bento Ribeiro, os sinos da Igreja de S.José em escala musical cujo
sineiro, o Sr.José Maria Melo, é capaz de tocar com eles melodias
religiosas. Na igreja de S.Francisco de Paula no centro, em sua torre
esquerda, a torre do relógio, encontra-se um grande sino do tempo do
império - o famoso Aragão - o qual todas as noites às 22 hs baixava o
toque de recolher aos habitantes do Rio antigo. A tecnologia moderna subiu até as torres e aboliu todo
esforço humano na arte de tocar sinos. Os sinos hoje são eletrônicos e
ainda mais, programados. Mesmo com as igrejas fechadas e sem presença
humana, eles tocam como se mãos invisíveis de anjos os acionassem
docemente, enquanto os homens modernos, sempre estressados, se
agitam... Amemos os nossos sinos. Eles são os amigos que nos convidam
a caminhar em nossa fé. Mensageiros celestes que nos convocam à oração,
nos alertam para o horário, nos comovem, nos alegram e nos enternecem.
O Senhor Jesus afirmou: meus discípulos ouvem a minha voz. Não será
também a sua a voz dos sinos?

Dom Augusto Zini Filho Bispo de Limeira S/P (crônica 1995).
Descrita por Manoel do sino R/J.
ah.. desculpem se não ficou bem formatado mas estou com um pouco de pressa.. Rolling Eyes
Paz e Bem!!
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Mensagem por PJ Qua Nov 12, 2008 10:50 am

Bom irmão eu não sei nada de concreto sobre isso, mas prometo investigar e procurar coisa sobre o assunto.
Abs
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Sino da Igreja Empty Re: Sino da Igreja

Mensagem por Pe. Anderson Seg Fev 09, 2009 9:01 pm

Caros amigos,

Finalmente consegui encontrar um texto digno para explicar um pouco do porque dos sinos nas nossas igrejas. É um texto de um dos maiores teólogos do século XX, muito apreciado por J. Ratzinger e um dos iniciadores do movimento litúrgico, que culminou com a Sacrossantum Concilium, do Vaticano II. Creio que pode nos ajudar sobre esse tema.

"O espaço interno das igrejas nos fala de Deus. está repleto da presença sagrada nos menores recantos. O mistério que flutua entre as paredes, o silêncio que reina debaixo das abóbadas, esse recinto fechado onde o mundo nao entra - tudo isso é verdadeiramente a casa do Senhor. Tudo converge para o Deus tres vezes santo".
"E o espaço exterior? E as imensas extensoes da planície, que se estendem ilimitadamente para todos os lados? E as alturas distantes das montanhas, que se elevam para o infinito? Nao estao todos esses espaços ligados ao santuário?"
"Sem dúvida. O campanário lança-se para o alto a fim de tomar posse de tudo em nome de Deus. Os sinos que dormitam à sua sombra agitam-se de vez em quando como as ondas, espraiando-se em notas sobre notas até o horizonte distate: ondas argênteas, cristalinas e velozes, ondas graves e pesadas, ondas profundas e lentas. Lançam-se em perfeita harmonia, inundam os espaços vazios e cumulam-nos de mensagem do santuário".
"Mensageiros de Deus através dos ares, mensageiros sem pátria nem fronteiras, mensageiros dos grandes desejos e das alegria infinitas, os sinos chamam pelos homens de 'coraçao ansioso' que anelam pelos espaços infinitos".
"Sim, quano ouvimos os sinos, é como se tocássemos o infinito. Quando os seus sons descem dos campanários, espraiando-se pela planície até o infinito, os nossos anelos transportam-nos até a linha do horizonte... até compreendermos enfim que nao os realizaremos nas lonjuras esfumadas da planura, mas lá dentro..."
"Quando o repicar dos sinos flui da igreja situada sobre o monte para o vale, ou sobe buscando as alturas, entao o nosso peito se dilata e sente que o espaço interior é muito mais amplo do que pensava..."
"Ou quando o som dos sinos nos chega através dos bosques, através do crespúculo esverdeado da folhagem, nao se sabe do onde, de longe - que sentimentos nao despertam em nós? Velhas recordaçoes sobem à tona, e nos detemos, e ouvimos, e pensamos 'que é isso?' 'que é?' e entao apalpamos a vastidao do mundo. É como se a calma crescesse e tocasse o céu: é como se respondesse à longíqua voz da eternidade..."
"'Quao vasto é o mundo' - dizem os sinos -, 'tao cheio de anelos!'... Deus chama... Somente nele está a paz..."
"Ó Senhor, mais vasta que o mundo é a minha alma, mais profundas de todos os vales sao as suas aspiraçoes, mais veementes que o som dos sinos que se perde ao longe sao os meus anelos... Só Tu, Senhor, podes satisfazer a minha alma, só Tu".

Mais textos sobre os símbolos litúrgicos no pequeno grande livro: R. GUARDINI. Os sinais Sagrados. Quadrante

Espero ter ajudado no desenvolvimento do tema. Um grande abraço.
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Mensagem por Thales Seg Fev 09, 2009 10:51 pm

Nossa, que bonito...
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https://quemtembocavaiaroma.forumeiros.com

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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Qui Fev 18, 2010 6:26 pm

Lendo o belo texto sobre os sinos do Papa Bento XVI (quando era ainda cardeal), lembrei-me, de imediato, da minha infância na piedosa cidade de Bezerros, aqui no estado de Pernambuco, onde os belos sons (SÃO MUITO BELOS MESMO) os sinos da Matriz de São José tradicionalmente tocavam comunicando alguma coisa importante para as pessoas da comunidade. Vou tentar descrever como tudo acontecia:

Às seis e às 18 horas o sino maior batia seis vezes. Era a hora do Ângelus que era rezado em todas as casas. As famílias se reuniam para rezar. As pessoas que iam caminhando para o trabalho também rezavam enquanto caminhavam. De modo geral, onde as pessoas estivessem, paravam e rezavam as três Ave Marias.

Ao meio dia o sino grande batia doze vezes e a exemplo das seis e das dezoito horas, o povo rezava as três Ave Marias.

Uma hora antes das missas o sino médio tocava várias badaladas consecutivas e no final, com um intervalo de tempo maior após a penultima badalada, dava mais uma, avisando que era a primeira chamada para a missa. Meia hora depois, repetia mesmo processo, sendo que no final dava duas badaladas, anunciando que era a segunda chamada. Quinze minutos depois, o mesmo processo, com três badaladas anunciando a ultima chamada.

Quando falecia uma pessoa o sino dobrava convidando as pessoas a rezar pelo falecido.

Quando dois sinos repicavam significava o falecimento de uma criança.

Após a consagração e durante a bênção do Santíssimo Sacramento, repicavam os quatro sinos, bem como nas procissões.

Assim, toda a comunidade sabia o que estava acontecendo na vida da Igreja.

Outro detalhe muito interessante era que, normalmente, quando o sino tocava, os homens tiravam o chapéu e, tanto homens quanto mulheres, além das crianças, faziam o Sinal da Cruz.

Era muito lindo, mas é uma pena que esse costume esteja desaparecendo aos poucos, sendo conservado quase que somente pelas pessoas mais velhas.

Não sei se ajudei em alguma coisa, mas era muito interessante e me recordo com saudade.

FIQUEMOS NA PAZ DO SENHOR !

Flávio Roberto Brainer de
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