O Inferno

Conceição escreveu:

"Deixar de existir simplesmente e não viver nunca mais é o maior tormento que se pode ter e simbolicamente as escrituras simbolizam isso"

Deixando fora o término desta frase de Conceição (e simbolicamente as escrituras simbolizam isso), frase sem nexo lógico, deparamo-nos no seu início com uma enorme contradição, quando afirma que deixar de existir é um tormento. Em primeiro lugar, as Sagradas Escrituras nos garantem que há uma morte física, mas que a vida espiritual continuará no céu ou no inferno. Em segundo lugar, se essa afirmação é própria da seita das testemunhas de Jeová, o que fazem elas nos seus encontros e no trabalho porta-a-porta, se simplesmente deixam de viver e não têm para onde ir?

Ainda no término do seu colóquio, Conceição se serviu da seguinte citação: "E a fumaça do tormento deles ascende para todo o sempre, e não têm descanso, dia e noite" (Ap 14,11)

Se considerarmos que para as testemunhas de Jeová se deixa de existir para nunca mais viver, como afirma Conceição, é uma tremenda contradição se servir da citação supra citada para justificar esse deixar de existir, quando a mesma citação se refere a um sofrimento que dura para todo o sempre, dia e noite sem descanso.

O que Conceição escreveu é uma verdadeira coletânea de contradições que necessita urgentemente de muitos e consistentes esclarecimentos.

Afinal, as testemunhas de Jeová acreditam em que ?


FIQUEMOS COM DEUS !

Só para complementar, o argumento de Conceição (que não sei, a esta altura do campeonato, se é o mesmo argumento das testemunhas de Jeová, embora acredite que sim) seria uma forma de negar a existência do inferno ?

Se se nega a existência do inferno, como pode se afirmar que Satanás existe ?

FIQUEMOS COM DEUS !

Agradeço a Yuri pela resposta ao questionamento de Conceição. Somente para complementar, a citação a que Yuri se refere é inerente ao juizo final (Mt 25,41).

Considerando o questionamento dirigido por Conceição, deparamo-nos com uma pergunta: Qual é o lugar do Diabo? Responder a esta questão nos leva a perquirir no sentido pleno das Sagradas Escrituras aquilo que nos ensina a Palavra de Deus. Historicamente, a concepção a respeito do inferno está ligada ao destino que se atribui às pessoas depois da morte. Neste sentido, para a maioria das religiões antigas anteriores ao cristianismo, a concepção de inferno não comportava a idéia de castigo.

Para os israelitas, somente depois da evolução do conceito de consciência moral foi que surgiu a idéia de punição depois da morte, paralelamente à noção dos escolhidos por Deus para a partilha de sua vida e de sua felicidade. Assim, os excluidos seriam condenados a sofrer num lugar de horrores que se chamava "Geena", numa alusão ao vale de Ge Ben-Hinnom, lugar onde habitualmente se queimava o lixo de Jerusalém, no qual tinham sido cremadas muitas crianças sacrificadas a Moloch.

As Sagradas Escrituras, de modo muito particular o Novo Testamento, faz várias referências a um lugar em que serão punidos os condenados. Trata-se de um lugar no qual se permanece privado da visão de Deus para todo o sempre. Este lugar, dentre outras formas, é assim descrito pelas Sagradas Escrituras: Inferno (Mt 9,47; 10,28; Lc 16,23); Inferno de fogo (Mt 5,22); Fornalha acesa (Mt 13,42); Chama de tormentos (Lc 16,24); Abismo (Lc 8,31); Tártaro (2Pd 2,4); Lago de fogo (Ap 19,20; 20,19); Trevas (Mt 8,12; 22,13; 25,30) e Fogo inextinguível (Lc 3,17). Estes termos extraídos das Sagradas Escrituras, provam, portanto, por A + B, que o inferno existe e que é um lugar.

Conforme afirmamos anteriormente, os que forem para o inferno estarão privados para sempre da visão de Deus, de acordo com as mesmas Escrituras nas quais o Senhor dirá aos condenados: "Apartai-vos de mim" (Mt 7,23; Lc 13,27); "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos" (Mt 25,41). Nestas passagens, mais uma vez, narram as Sagradas Escrituras que o inferno existe, que é um lugar e ainda mais que nele há total privação da visão de Deus, da presença de Deus.

Por fim, referindo-me ao questionamento de Conceição, as Sagradas Escrituras definem o inferno como "Castigo ETERNO" (Mt 25,46) e "Fogo inextinguível (que jamais se apagará)" (Lc 3,17), dentre outros termos. Se referindo aos condenados, as mesmas Sagradas Escrituras afirmam que os condenados "sofrerão penalidade ETERNA em chamas de fogo" (2Tes 1,7-9), "serão atormentados pelo fogo e pelo enxofre PELOS SÉCULOS DOS SÉCULOS, sem descanso de dia nem de noite" (Ap 14,9-11; 20,10). Aqui se percebe meis uma vez que o inferno existe, que é um lugar de sofrimento que não terá fim.

Observe, Conceição, que coloquei as palavras "ETERNO", "ETERNA" e "PELOS SÉCULOS DOS SÉCULOS" com letras maiúsculas, para que você perceba que estas palavras dão a clara convicção de que o inferno nunca será destruído como você afirmou de maneira extremamente equivocada.

Grande Abraço !