Quem tem boca vai a Roma!
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Eucaristia, muito mais que reunião fraterna

+10
Paulo Henrique Viana
alessandro
quemtembocadizaverdade
Manuel Portugal Pires
Thales
Pe. Anderson
são vieira
Marcelo Ribeiro dos Santo
Yuri07
Flávio Roberto Brainer de
14 participantes

Página 5 de 5 Anterior  1, 2, 3, 4, 5

Ir para baixo

Eucaristia, muito mais que reunião fraterna - Página 5 Empty Re: Eucaristia, muito mais que reunião fraterna

Mensagem por Manuel Portugal Pires Seg Jul 11, 2011 12:44 pm

Então diga-me:
Porque é que junto à Igreja de Ermesinde vi lá um lugar para estacionar o carro reservado para «O CELEBRANTE»?!
Eu pensei que estaria reservado para o padre.
Afinal, enganei-me!
Manuel Portugal Pires
Manuel Portugal Pires

Mensagens : 781
Data de inscrição : 06/05/2010
Idade : 80
Localização : Europa: Portugal - Porto - Valongo - Ermesinde

http://sites.google.com/site/rrfn001/temas/sa

Ir para o topo Ir para baixo

Eucaristia, muito mais que reunião fraterna - Página 5 Empty Re: Eucaristia, muito mais que reunião fraterna

Mensagem por RenatoPaulo Seg Jul 11, 2011 6:15 pm

Vcs ai em Portugal so sabem reclamar...

Povo nescio e desgracado!
Quer seja profeta,quer seja de letras,quer seja artista,quer seja de canticos,Deus o tira de vosso seio.

Depois chorais lagrimas de pena nascida em vossos rins!
Ai meu Deus!Olha para eles Oh Deus invisivel!
Ja confundem a praia com o Paraiso...
Andam de jornal debaixo do braço,com pulseira bem polida e a cruz do ourives a criar raizes entre os cabelos do peito.
As mulheres de nariz empinado,com oculos de sol a esconder olhos de lagarto,a imitar a Eva de seios livres na praia,dizendo-se santas...

A velha com o rosario as costas,pois esta chegando seus dias e o velho sem reforma paga,sentado no banco da frente na Igreja,mas com a mão a fazer a cruz de voto para o sr.deputado.

Ai meu DEUS!Olha para eles Oh DEUS de Abraão!
De jornal debaixo do braço,para atraves dele rezarem a oração.
Oração de jornal,oração para o comilão!
Quem morreu?-perguntam ao orar o jornal
O Quim ou o Zé...-respondem as beatas de soslaio
Que deus os tenha...melhor ele do que eu...foi na sua hora...-oram aquele povo de meia tigela

Terra boa o SENHOR vos ofereceu,mas foi por vós encalcetada de pedra solarenta.
E a semente?Para onde ira cair agora?
Em cima de pedra?

Oh jovem,onde estas?
-Drogado.
E tu?
-Na bebedeira...
E tu,jovem de cabelo encaracolado?
Desempregado...

Oh meu DEUS!Oh DEUS de Moises e de David!Repara neles...
Mostra-lhes a figueira!

As portas foram pintadas com sinal de sangue,para o povo santo se encantar...
Mas a vós,nem telhado todo pintado vos ira salvar!
Na Igreja vos ides esconder,para pedir perdão,pois quereis agora vos salvar...
Mas o Sopro por debaixo da porta ira entrar,para muitos de vós levar...

Mas quando a angustia acabar...
Os sinos alegremente irão tocar.

E o açido destruira a pedra da calçada...
Para a semente ser amanhada e amada
E nascer pelo sinal da alvorada


RenatoPaulo

Mensagens : 446
Data de inscrição : 04/05/2011
Idade : 50
Localização : germany

http://www.carvalho-de-araujo.com/

Ir para o topo Ir para baixo

Eucaristia, muito mais que reunião fraterna - Página 5 Empty Re: Eucaristia, muito mais que reunião fraterna

Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Sex Jul 15, 2011 10:18 pm

Caríssimos Irmãos,

No sentido de aprofundar ainda mais o nosso conhecimento a respeito da Eucaristia, estou sugerindo a reflexão a respeito da carta encíclica Ecclesia de Eucharistia (João Paulo II):

http://www.padrefelix.com.br/sacr_eucaristia07.htm

Um grande abraço a todos !!!
Flávio Roberto Brainer de
Flávio Roberto Brainer de
Tira-dúvidas oficial

Mensagens : 1189
Data de inscrição : 13/09/2009
Idade : 65
Localização : Gravatá - PE

Ir para o topo Ir para baixo

Eucaristia, muito mais que reunião fraterna - Página 5 Empty O amor de YHWH liberta-nos da cegueira humana.

Mensagem por Manuel Portugal Pires Dom Jul 17, 2011 1:18 pm

Jesus disse:
27*Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de Eu dizer? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente para esta hora é que Eu vim! 28Pai, manifesta a tua glória!» Veio, então, uma voz do Céu: «Já a manifestei e voltarei a manifestá-la!» (João 12,27)

Yeshua disse isto depois de ter sido proclamado REI pela multidão, na sua entrada em Jerusalém.

Sim, Yeshua veio para ser REI. Ser Messiah implica ser o REI escolhido por YHWH.

Mas Yeshua sabia que a seguir iria ser condenado, entregue e morto.

Ele veio para o que era seu, mas os seus não o RECEBERAM. (João 1,11)

A condenação e morte de Yeshua (o REI escolhido por YHWH) foi o ERRO maior que toda a humanidade cometeu. Todos estavam cegos e surdos.
Em contrapartida, o amor de YHWH em Yeshua não teve limites e em troca dessa morte concedeu o PERDÃO.

Cristo (o Messiah) não queria morrer: (Mateus 14,36; Lucas 22,42)

Mas Yeshua, previu (assim como as profecias) que a humanidade (judeus e gregos; israelitas e pagãos) cega iria repudiar o REI escolhido por YHWH, dando a morte e uma morte desonrosa, uma morte de maldição: (Gálatas 3,13)

Ora isto não poderia ser esquecido, até que se cumprissem os propósitos de YHWH, isto é a aceitação do Messiah como Rei eterno:

Foi por isso que ELE instituiu, na sua última ceia, aquilo que agora chamam de Eucaristia a fim de que o PECADO da humanidade e o AMOR de YHWH fossem lembrados até à vinda gloriosa do Messiah de YHWH:

23*Com efeito, eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus na noite em que era entregue, tomou pão 24e, tendo dado graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim». 25Do mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; fazei isto sempre que o beberdes, em memória de mim.» 26*Porque, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha.
27*Assim, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. 28Portanto, examine-se cada um a si próprio e só então coma deste pão e beba deste vinho; 29pois aquele que come e bebe, sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a própria condenação. 30Por isso, há entre vós muitos débeis e enfermos e muitos morrem. 31Se nos examinássemos a nós mesmos, não seríamos julgados; 32mas, quando somos julgados pelo Senhor, Ele corrige-nos, para não sermos condenados com o mundo.
33Por isso, meus irmãos, quando vos reunirdes para comer, esperai uns pelos outros. 34*Se algum tem fome, coma em casa, a fim de não vos reunirdes para vossa condenação. Quanto a outros assuntos, hei-de resolvê-los quando chegar.(1ª Corintios 11)

Assim, preparemos-nos para a sua chegada triunfal (Apocalipse 19) arrependendo-nos do ERRO (imperdoável para os homens, mas perdoável para DEUS) e aceitando o Seu AMOR:

porque:

«O que é impossível aos homens é possível a Deus.» (Lucas 18,27)
(Mateus 19,26; .... Marcos 10,27)
Isto é indispensável para constituirmos o SEU CORPO: a sua ekklesia (Grego: ἐκκλησία).
Manuel Portugal Pires
Manuel Portugal Pires

Mensagens : 781
Data de inscrição : 06/05/2010
Idade : 80
Localização : Europa: Portugal - Porto - Valongo - Ermesinde

http://sites.google.com/site/rrfn001/temas/sa

Ir para o topo Ir para baixo

Eucaristia, muito mais que reunião fraterna - Página 5 Empty Re: Eucaristia, muito mais que reunião fraterna

Mensagem por Petrus Romanus Dom Jul 17, 2011 9:36 pm

O senhor parece confundir o corpo místico de Cristo, a Igreja, com o corpo sacrificado do Cristo na ara da cruz, que era verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Não foi a Igreja que foi pregada na cruz e muito menos nós, foi o próprio Cristo em seu corpo e alma. E como diz a Escritura: "Dir-lhes-ás: eis o sacrifício pelo fogo que oferecereis ao Senhor: um holocausto quotidiano e perpétuo de dois cordeiros de um ano, sem defeito. Oferecerás um pela manhã e outro entre as duas tardes" (Números 28,3s). Assim também nós em memória do sacrifício único e suficiente (Hebreus 10,12), celebramos o sacrifício de Cristo, o nosso cordeiro pascal, todos os dias, em memória dele e em cumprimento da Escritura. Portanto a hóstia tem de ser verdadeiramente o cordeiro, e o sangue tem de ser verdadeiro o sangue expiatório do cordeiro, do contrário não haveria cumprimento da Escritura, do contrário teríamos nós negligenciado os estatutos perpetuos que foram reconfirmados pelo Cristo: "e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim." (1 Corintios 11,24)

Já a Igreja representa sua gloriosa ressurreição e seu corpo místico que tanto nos céus quanto na terra tem muitos filhos e um só marido, Jesus, que é a cabeça da Igreja.

Que Maria, Rainha-mãe do Universo, seja a nossa auxiliadora na caminhada por Cristo ao Pai

Petrus Romanus
Petrus Romanus

Mensagens : 123
Data de inscrição : 29/12/2010
Idade : 33
Localização : Ribeirão Preto

Ir para o topo Ir para baixo

Eucaristia, muito mais que reunião fraterna - Página 5 Empty Re: Eucaristia, muito mais que reunião fraterna

Mensagem por Manuel Portugal Pires Seg Jul 18, 2011 12:00 pm

Não, não confundo.
O que eu quero dizer é que não só o que chamamos igreja (ou corpo mistico de Cristo) mas toda a humanidade é culpada da morte do Messiah.
YHWH não obrigou ninguém a matar o Messiah. A morte foi uma consequências da imperfeição (pecados) da mesma, tanto de judeus, como de gregos (isto é de israelitas, representados pelos sacerdotes que O condenaram, como dos gentios representados pelos romanos, que O mataram).

Também posso dizer com toda a convicção que YHWH (DEUS) não morreu, nem foi morto. Deus não pode morrer nem tão pouco a Sua divindade, quer a que está inerente em si mesmo, quer a do Filho que procede do PAI.
Morreu apenas um homem, escolhido por YHWH para ser Rei e a sua realiza foi rejeitada por toda a humanidade. Isso foi um erro crasso.
Mas se a humanidade chegou a pecar até ao extremo a ponto de matar o escolhido de YHWH, o AMOR de DEUS também chegou até ao extremo concedendo aos agressores a possibilidade de perdão.

Quanto ao cumprimento profético da morte de Yeshua já previsto nas escrituras do A.T. não implica que tenha sido essa a vontade de YHWH, mas ELE que sabe tudo, o que vai acontecer no futuro, respeitando sempre a vontade (livre arbítrio) das suas criaturas humanas, já sabia que isso ia acontecer. Por isso, providenciou tudo (incluindo a morte sacrificial de Yeshua), mesmo antes de ter criado o ser humano. Yeshua não queria morrer, mas para que se cumprissem os propósitos de YHWH, no que respeita à humanidade, aceitou ser a vítima salvadora.

Deus escreve sempre direito, mesmo por linhas tortas.

Por isso permitam-me que transcreva as seguintes palavras de Paulo:
33*Oh, que profundidade de riqueza,
de sabedoria e de ciência é a de Deus!
Como são insondáveis as suas decisões
e impenetráveis os seus caminhos!
34*Quem conheceu o pensamento do Senhor?
Quem lhe serviu de conselheiro?
35*Quem antes lhe deu a Ele,
para que lhe seja retribuído?
36Porque é dele, por Ele
e para Ele que tudo existe.
Glória a Ele pelos séculos! Ámen.

(Romanos 11)
Manuel Portugal Pires
Manuel Portugal Pires

Mensagens : 781
Data de inscrição : 06/05/2010
Idade : 80
Localização : Europa: Portugal - Porto - Valongo - Ermesinde

http://sites.google.com/site/rrfn001/temas/sa

Ir para o topo Ir para baixo

Eucaristia, muito mais que reunião fraterna - Página 5 Empty A Igreja vive da Eucaristia

Mensagem por Pe. Anderson Qua Jul 27, 2011 3:14 pm

Caros amigos,

Aproveitando a sugestao do Flávio, vejamos o que disse o grande Papa Joao Paulo II sobre a relaçao da Eucaristia com a Igreja.

1. A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja. É com alegria que ela experimenta, de diversas maneiras, a realização incessante desta promessa: « Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo » (Mt. 28, 20); mas, na sagrada Eucaristia, pela conversão do pão e do vinho no corpo e no sangue do Senhor, goza desta presença com uma intensidade sem par. Desde o Pentecostes, quando a Igreja, povo da nova aliança, iniciou a sua peregrinação para a pátria celeste, este sacramento divino foi ritmando os seus dias, enchendo-os de consoladora esperança.

O Concílio Vaticano II justamente afirmou que o sacrifício eucarístico é « fonte e centro de toda a vida cristã ».(1) Com efeito, « na santíssima Eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo ».(2) Por isso, o olhar da Igreja volta-se continuamente para o seu Senhor, presente no sacramento do Altar, onde descobre a plena manifestação do seu imenso amor.

3. Do mistério pascal nasce a Igreja. Por isso mesmo a Eucaristia, que é o sacramento por excelência do mistério pascal, está colocada no centro da vida eclesial. Isto é visível desde as primeiras imagens da Igreja que nos dão os Actos do Apóstolos: « Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fração do pão, e às orações » (2, 42). Na « fração do pão », é evocada a Eucaristia. Dois mil anos depois, continuamos a realizar aquela imagem primordial da Igreja. E, ao fazê-lo na celebração eucarística, os olhos da alma voltam-se para o Tríduo Pascal: para o que se realizou na noite de Quinta-feira Santa, durante a Última Ceia, e nas horas sucessivas. De fato, a instituição da Eucaristia antecipava, sacramentalmente, os acontecimentos que teriam lugar pouco depois, a começar da agonia no Getsémani. Revemos Jesus que sai do Cenáculo, desce com os discípulos, atravessa a torrente do Cedron e chega ao Horto das Oliveiras. Existem ainda hoje naquele lugar algumas oliveiras muito antigas; talvez tenham sido testemunhas do que aconteceu junto delas naquela noite, quando Cristo, em oração, sentiu uma angústia mortal « e o seu suor tornou-se-Lhe como grossas gotas de sangue, que caíam na terra » (Lc. 22, 44). O sangue que, pouco antes, tinha entregue à Igreja como vinho de salvação no sacramento eucarístico, começava a ser derramado; a sua efusão completar-se-ia depois no Gólgota, tornando-se o instrumento da nossa redenção: « Cristo, vindo como Sumo Sacerdote dos bens futuros [...] entrou uma só vez no Santo dos Santos, não com o sangue dos carneiros ou dos bezerros, mas com o seu próprio sangue, tendo obtido uma redenção eterna » (Heb. 9, 11-12).

4. A hora da nossa redenção. Embora profundamente turvado, Jesus não foge ao ver chegar a sua « hora »: « E que direi Eu? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que cheguei a esta hora! » (Jo 12, 27). Quer que os discípulos Lhe façam companhia, mas deve experimentar a solidão e o abandono: « Nem sequer pudestes vigiar uma hora Comigo. Vigiai e orai para não cairdes em tentação » (Mt. 26, 40-41). Aos pés da cruz, estará apenas João ao lado de Maria e das piedosas mulheres. A agonia no Getsémani foi o prelúdio da agonia na cruz de Sexta-feira Santa. A hora santa, a hora da redenção do mundo. Quando se celebra a Eucaristia na basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, volta-se de modo quase palpável à « hora » de Jesus, a hora da cruz e da glorificação. Até àquele lugar e àquela hora se deixa transportar em espírito cada presbítero ao celebrar a Santa Missa, juntamente com a comunidade cristã que nela participa.
« Foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia ». Estes artigos da profissão de fé ecoam nas seguintes palavras de contemplação e proclamação: Ecce lignum crucis in quo salus mundi pependit. Venite adoremus - « Eis o madeiro da Cruz, no qual esteve suspenso o Salvador do mundo. Vinde adoremos! » É o convite que a Igreja faz a todos na tarde de Sexta-feira Santa. E, quando voltar novamente a cantar já no tempo pascal, será para proclamar: Surrexit Dominus de sepulcro qui pro nobis pependit in ligno. Alleluia - « Ressuscitou do sepulcro o Senhor que por nós esteve suspenso no madeiro. Aleluia ».

5. Mysterium fidei! - « Mistério da fé ». Quando o sacerdote pronuncia ou canta estas palavras, os presentes aclamam: « Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus! ».
Com estas palavras ou outras semelhantes, a Igreja, ao mesmo tempo que apresenta Cristo no mistério da sua Paixão, revela também o seu próprio mistério: Ecclesia de Eucharistia. Se é com o dom do Espírito Santo, no Pentecostes, que a Igreja nasce e se encaminha pelas estradas do mundo, um momento decisivo da sua formação foi certamente a instituição da Eucaristia no Cenáculo. O seu fundamento e a sua fonte é todo o Triduum Paschale, mas este está de certo modo guardado, antecipado e « concentrado » para sempre no dom eucarístico. Neste, Jesus Cristo entregava à Igreja a atualizarão perene do mistério pascal. Com ele, instituía uma misteriosa « contemporaneidade » entre aquele Triduum e o arco inteiro dos séculos.
Este pensamento suscita em nós sentimentos de grande e reconhecido enlevo. Há, no evento pascal e na Eucaristia que o atualiza ao longo dos séculos, uma « capacidade » realmente imensa, na qual está contida a história inteira, enquanto destinatária da graça da redenção. Este enlevo deve invadir sempre a assembleia eclesial reunida para a celebração eucarística; mas, de maneira especial, deve inundar o ministro da Eucaristia, o qual, pela faculdade recebida na Ordenação sacerdotal, realiza a consagração; é ele, com o poder que lhe vem de Cristo, do Cenáculo, que pronuncia: « Isto é o meu Corpo que será entregue por vós »; « este é o cálice do meu Sangue, [...] que será derramado por vós ». O sacerdote pronuncia estas palavras ou, antes, coloca a sua boca e a sua voz à disposição d'Aquele que as pronunciou no Cenáculo e quis que fossem repetidas de geração em geração por todos aqueles que, na Igreja, participam ministerialmente do seu sacerdócio.


1. « O Senhor Jesus, na noite em que foi entregue » (1Cor. 11, 23), instituiu o sacrifício eucarístico do seu corpo e sangue. As palavras do apóstolo Paulo recordam-nos as circunstâncias dramáticas em que nasceu a Eucaristia.Esta tem indelevelmente inscrito nela o evento da paixão e morte do Senhor. Não é só a sua evocação, mas presença sacramental. É o sacrifício da cruz que se perpetua através dos séculos.(9) Esta verdade está claramente expressa nas palavras com que o povo, no rito latino, responde à proclamação « mistério da fé » feita pelo sacerdote: « Anunciamos, Senhor, a vossa morte ».
A Igreja recebeu a Eucaristia de Cristo seu Senhor, não como um dom, embora precioso, entre muitos outros, mas como o dom por excelência, porque dom d'Ele mesmo, da sua Pessoa na humanidade sagrada, e também da sua obra de salvação. Esta não fica circunscrita no passado, pois « tudo o que Cristo é, tudo o que fez e sofreu por todos os homens, participa da eternidade divina, e assim transcende todos os tempos e em todos se torna presente ».(10)
Quando a Igreja celebra a Eucaristia, memorial da morte e ressurreição do seu Senhor, este acontecimento central de salvação torna-se realmente presente e « realiza-se também a obra da nossa redenção ».(11) Este sacrifício é tão decisivo para a salvação do gênero humano que Jesus Cristo realizou-o e só voltou ao Pai depois de nos ter deixado o meio para dele participarmos como se tivéssemos estado presentes. Assim cada fiel pode tomar parte nele, alimentando-se dos seus frutos inexauríveis. Esta é a fé que as gerações cristãs viveram ao longo dos séculos, e que o magistério da Igreja tem continuamente reafirmado com jubilosa gratidão por dom tão inestimável.(12) É esta verdade que desejo recordar mais uma vez, colocando-me convosco, meus queridos irmãos e irmãs, em adoração diante deste Mistério: mistério grande, mistério de misericórdia. Que mais poderia Jesus ter feito por nós?Verdadeiramente, na Eucaristia demonstra-nos um amor levado até ao « extremo » (cf. Jo 13, 1), um amor sem medida.
12. Este aspecto de caridade universal do sacramento eucarístico está fundado nas próprias palavras do Salvador. Ao instituí-lo, não Se limitou a dizer « isto é o meu corpo », « isto é o meu sangue », mas acrescenta: « entregue por vós (...) derramado por vós » (Lc. 22, 19-20). Não se limitou a afirmar que o que lhes dava a comer e a beber era o seu corpo e o seu sangue, mas exprimiu também o seu valor sacrificial, tornando sacramentalmente presente o seu sacrifício, que algumas horas depois realizaria na cruz pela salvação de todos. « A Missa é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, o memorial sacrificial em que se perpetua o sacrifício da cruz e o banquete sagrado da comunhão do corpo e sangue do Senhor ».(13)
A Igreja vive continuamente do sacrifício redentor, e tem acesso a ele não só através duma lembrança cheia de fé, mas também com um contacto atual, porque este sacrifício volta a estar presente, perpetuando-se, sacramentalmente, em cada comunidade que o oferece pela mão do ministro consagrado. Deste modo, a Eucaristia aplica aos homens de hoje a reconciliação obtida de uma vez para sempre por Cristo para humanidade de todos os tempos. Com efeito, « o sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício ».(14) Já o afirmava em palavras expressivas S. João Crisóstomo: « Nós oferecemos sempre o mesmo Cordeiro, e não um hoje e amanhã outro, mas sempre o mesmo. Por este motivo, o sacrifício é sempre um só. [...] Também agora estamos a oferecer a mesma vítima que então foi oferecida e que jamais se exaurirá ».(15)
A Missa torna presente o sacrifício da cruz; não é mais um, nem o multiplica.(16) O que se repete é a celebração memorial, a « exposição memorial » (memorialis demonstratio),(17) de modo que o único e definitivo sacrifício redentor de Cristo se atualiza incessantemente no tempo. Portanto, a natureza sacrificial do mistério eucarístico não pode ser entendida como algo isolado, independente da cruz ou com uma referência apenas indireta ao sacrifício do Calvário.
13. Em virtude da sua íntima relação com o sacrifício do Gólgota, a Eucaristia é sacrifício em sentido próprio, e não apenas em sentido genérico como se se tratasse simplesmente da oferta de Cristo aos fiéis para seu alimento espiritual. Com efeito, o dom do seu amor e da sua obediência até ao extremo de dar a vida (cf. Jo 10,17-18) é em primeiro lugar um dom a seu Pai. Certamente, é um dom em nosso favor, antes em favor de toda a humanidade (cf. Mt. 26, 28; Mc. 14, 24; Lc. 22, 20; Jo 10, 15), mas primariamente um dom ao Pai: « Sacrifício que o Pai aceitou, retribuindo esta doação total de seu Filho, que Se fez “obediente até à morte” (Flp. 2, 8), com a sua doação paterna, ou seja, com o dom da nova vida imortal na ressurreição ».(18)
Ao entregar à Igreja o seu sacrifício, Cristo quis também assumir o sacrifício espiritual da Igreja, chamada por sua vez a oferecer-se a si própria juntamente com o sacrifício de Cristo. Assim no-lo ensina o Concílio Vaticano II:
« Pela participação no sacrifício eucarístico de Cristo, fonte e centro de toda a vida cristã, [os fiéis] oferecem a Deus a vítima divina e a si mesmos juntamente com ela ».(19)
14. A Páscoa de Cristo inclui, juntamente com a paixão e morte, a sua ressurreição. Assim o lembra a aclamação da assembléia depois da consagração: « Proclamamos a vossa ressurreição ». Com efeito, o sacrifício eucarístico torna presente não só o mistério da paixão e morte do Salvador, mas também o mistério da ressurreição, que dá ao sacrifício a sua coroação. Por estar vivo e ressuscitado é que Cristo pode tornar-Se « pão da vida » (Jo 6, 35.48), « pão vivo » (Jo 6, 51), na Eucaristia. S. Ambrósio lembrava aos neófitos esta verdade, aplicando às suas vidas o acontecimento da ressurreição: « Se hoje Cristo é teu, Ele ressuscita para ti cada dia ».(20) Por sua vez, S. Cirilo de Alexandria sublinhava que a participação nos santos mistérios « é uma verdadeira confissão e recordação de que o Senhor morreu e voltou à vida por nós e em nosso favor ».(21)
15. A reprodução sacramental na Santa Missa do sacrifício de Cristo coroado pela sua ressurreição implica uma presença muito especial, que – para usar palavras de Paulo VI – « chama-se “real”, não a título exclusivo como se as outras presenças não fossem “reais”, mas por excelência, porque é substancial, e porque por ela se torna presente Cristo completo, Deus e homem ».(22) Reafirma-se assim a doutrina sempre válida do Concílio de Trento: « Pela consagração do pão e do vinho opera-se a conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue; a esta mudança, a Igreja católica chama, de modo conveniente e apropriado, transubstanciação ».(23) Verdadeiramente a Eucaristia é mysterium fidei, mistério que supera os nossos pensamentos e só pode ser aceite pela fé, como lembram freqüentemente as catequeses patrísticas sobre este sacramento divino. « Não hás-de ver – exorta S. Cirilo de Jerusalém – o pão e o vinho [consagrados] simplesmente como elementos naturais, porque o Senhor disse expressamente que são o seu corpo e o seu sangue: a fé t'o assegura, ainda que os sentidos possam sugerir-te outra coisa ».(24)
« Adoro te devote, latens Deitas »: continuaremos a cantar com S. Tomás, o Doutor Angélico. Diante deste mistério de amor, a razão humana experimenta toda a sua limitação. Compreende-se como, ao longo dos séculos, esta verdade tenha estimulado a teologia a árduos esforços de compreensão.
São esforços louváveis, tanto mais úteis e incisivos se capazes de conjugarem o exercício crítico do pensamento com a « vida de fé » da Igreja, individuada especialmente « no carisma da verdade » do Magistério e na « íntima inteligência que experimentam das coisas espirituais » (25) sobretudo os Santos. Permanece o limite apontado por Paulo VI: « Toda a explicação teológica que queira penetrar de algum modo neste mistério, para estar de acordo com a fé católica deve assegurar que na sua realidade objetiva, independentemente do nosso entendimento, o pão e o vinho deixaram de existir depois da consagração, de modo que a partir desse momento são o corpo e o sangue adoráveis do Senhor Jesus que estão realmente presentes diante de nós sob as espécies sacramentais do pão e do vinho ».(26)

Com isso respondemos tudo desse tópico. Expomos de modo sintético nossa fé que é, certamente, a mesma fé bíblica. Se alguem quiser acrescentar algo de relevante, envie-nos uma mensagem pessoal ou que abra um novo tópico. Grande abraço a todos.
Pe. Anderson
Pe. Anderson
Admin

Mensagens : 952
Data de inscrição : 10/09/2008
Idade : 42
Localização : Roma

Ir para o topo Ir para baixo

Eucaristia, muito mais que reunião fraterna - Página 5 Empty Re: Eucaristia, muito mais que reunião fraterna

Mensagem por Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Página 5 de 5 Anterior  1, 2, 3, 4, 5

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos