Uniões irregulares e Eucaristia
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Uniões irregulares e Eucaristia
Estive conversando com uns amigos e uma pergunta surgiu... Se um casal está numa união irregular perante a Igreja (não contrairam o casamento ou um/ambos é/são divorciado(s) no civil e etc ) eles poderiam participar da Eucaristia?
Eu fiz uma pequena pesquisa no Catecismo e la diz :“A união carnal não é moralmente legítima, a não ser quando se instaura
uma comunidade de vida definitiva entre o homem e a mulher” (Catecismo
da Igreja Católica, nº 2391)
Lendo isso para mim a principio parece que não mas haveria alguma possiblidade para um casal nessas condições irregulares participar da Eucaristia? Há concessões especiais para esses casos?
Um grande abraço e fiquem com Deus
Eu fiz uma pequena pesquisa no Catecismo e la diz :“A união carnal não é moralmente legítima, a não ser quando se instaura
uma comunidade de vida definitiva entre o homem e a mulher” (Catecismo
da Igreja Católica, nº 2391)
Lendo isso para mim a principio parece que não mas haveria alguma possiblidade para um casal nessas condições irregulares participar da Eucaristia? Há concessões especiais para esses casos?
Um grande abraço e fiquem com Deus
Alan- Mensagens : 230
Data de inscrição : 05/06/2009
Idade : 37
Localização : Curitiba
Re: Uniões irregulares e Eucaristia
Oi Alan, permita-me tentar ajudá-lo.
Vc mencionou as seguintes irregularidades:
1º- "não contrairam o casamento": Se nenhuma das partes contraiu matrimônio válido, ou seja, se nunca casaram na igreja, a situação é mais simples, pois não há impedimento. Dessa forma, se estiverem verdadeiramente arrependidos de estarem unidos sem a bênção de Deus, devem primeiramente procurar um sacerdote para confessar seus pecados e, assim, serem novamente admitidos ao Sacramento da Eucaristia.
2º- "um/ambos é/são divorciado(s) no civil": Se ao menos uma das partes já tiver contraído matrimônio válido e tiver se unido a uma outra pessoa, estão realmente em pecado. Assim, não podem recorrer ao Sacramento da Reconciliação e nem ao da Eucaristia, a não ser que estejam arrependidos de ter violado o sinal da aliança e da fidelidade com Cristo e que estejam dispostos a uma nova forma de vida, não mais em contradição com a indissolubilidade do matrimônio, passando assim a viver como irmãos. Ou viver em plena continência ou se abster dos atos próprios dos cônjuges, que é o relacionamento sexual. Se não houver esta disposição e firme decisão, realmente não podem comungar do Corpo e Sangue do Senhor.
Nesse caso, alguns irmãos aproveitam para dizer que a Igreja Católica não leva em consideração a "Misericórdia do Senhor" (que tudo perdoa). É verdade que o amor de Cristo por nós é infinito e incondicional, da mesma forma que é verdade que Ele respeita totalmente nossas próprias decisões e suas consequências.
Todavia, a Igreja recomenda vivamente que sejam muito bem acolhidos os casais que, por um motivo ou por outro, não possam participar do Banquete do Senhor. Que de forma alguma eles se sintam excluídos ou separados, mas ao contrário, que se sintam amados. Seguindo as instruções de João Paulo II, que eles "sejam exortados a ouvir a Palavra de Deus, a frequentar o Sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a incrementar as obras de caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitência para assim implorarem, dia a dia, a graça de Deus".
Recomendo, Alan, a leitura da exortação apostólica "Familiaris Consortio", que irá retirar qualquer dúvida quanto ao assunto. Pode encontrá-la em http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_exhortations/documents/hf_jp-ii_exh_19811122_familiaris-consortio_po.html.
Nessa exortação, em relação à Eucaristia, diz o Papa aos divorciados que contrairam nova união: "Não podem ser admitidos, do momento em que o seu estado e condições de vida contradizem objectivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja, significada e atuada na Eucaristia. Há, além disso, um outro peculiar motivo pastoral: se se admitissem estas pessoas à Eucaristia, os fiéis seriam induzidos em erro e confusão acerca da doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimónio."
Espero ter ajudado.
Vc mencionou as seguintes irregularidades:
1º- "não contrairam o casamento": Se nenhuma das partes contraiu matrimônio válido, ou seja, se nunca casaram na igreja, a situação é mais simples, pois não há impedimento. Dessa forma, se estiverem verdadeiramente arrependidos de estarem unidos sem a bênção de Deus, devem primeiramente procurar um sacerdote para confessar seus pecados e, assim, serem novamente admitidos ao Sacramento da Eucaristia.
2º- "um/ambos é/são divorciado(s) no civil": Se ao menos uma das partes já tiver contraído matrimônio válido e tiver se unido a uma outra pessoa, estão realmente em pecado. Assim, não podem recorrer ao Sacramento da Reconciliação e nem ao da Eucaristia, a não ser que estejam arrependidos de ter violado o sinal da aliança e da fidelidade com Cristo e que estejam dispostos a uma nova forma de vida, não mais em contradição com a indissolubilidade do matrimônio, passando assim a viver como irmãos. Ou viver em plena continência ou se abster dos atos próprios dos cônjuges, que é o relacionamento sexual. Se não houver esta disposição e firme decisão, realmente não podem comungar do Corpo e Sangue do Senhor.
Nesse caso, alguns irmãos aproveitam para dizer que a Igreja Católica não leva em consideração a "Misericórdia do Senhor" (que tudo perdoa). É verdade que o amor de Cristo por nós é infinito e incondicional, da mesma forma que é verdade que Ele respeita totalmente nossas próprias decisões e suas consequências.
Todavia, a Igreja recomenda vivamente que sejam muito bem acolhidos os casais que, por um motivo ou por outro, não possam participar do Banquete do Senhor. Que de forma alguma eles se sintam excluídos ou separados, mas ao contrário, que se sintam amados. Seguindo as instruções de João Paulo II, que eles "sejam exortados a ouvir a Palavra de Deus, a frequentar o Sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a incrementar as obras de caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitência para assim implorarem, dia a dia, a graça de Deus".
Recomendo, Alan, a leitura da exortação apostólica "Familiaris Consortio", que irá retirar qualquer dúvida quanto ao assunto. Pode encontrá-la em http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_exhortations/documents/hf_jp-ii_exh_19811122_familiaris-consortio_po.html.
Nessa exortação, em relação à Eucaristia, diz o Papa aos divorciados que contrairam nova união: "Não podem ser admitidos, do momento em que o seu estado e condições de vida contradizem objectivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja, significada e atuada na Eucaristia. Há, além disso, um outro peculiar motivo pastoral: se se admitissem estas pessoas à Eucaristia, os fiéis seriam induzidos em erro e confusão acerca da doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimónio."
Espero ter ajudado.
Re: Uniões irregulares e Eucaristia
Muito obrigado Roberson , as explicações e o texto citados foram de grande ajuda
Um abraço e fique com Deus
Um abraço e fique com Deus
Alan- Mensagens : 230
Data de inscrição : 05/06/2009
Idade : 37
Localização : Curitiba
Re: Uniões irregulares e Eucaristia
passando só para confirmar a reposta do roberson.
alessandro- Tira-dúvidas oficial
- Mensagens : 750
Data de inscrição : 16/08/2008
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