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São Tomás de Aquino, Virtudes e Defeitos

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São Tomás de Aquino, Virtudes e Defeitos Empty São Tomás de Aquino, Virtudes e Defeitos

Mensagem por LeoLacerda Qui Abr 09, 2009 12:31 pm

Tópico dedicado ao Grande Doutor do Cristianismo, Tomás de Aquino.

Viveu na época onde grandes homens apareceram como o próprio Francisco de Assis, Alberto Magno, e um tempo depois da morte de Bernardo de Claraval.

Dentre todas as suas obras e estudos as mais conhecidas são suas definições de Defeitos (Pecados) Capitais. E para falarmos da origem de suas definições temos que nos voltar as ciências da antiguidade como a Astrologia, que não serve e nunca serviu para prever o futuro, que São Tomás, assim como todos os grandes sábios, recorreram a essa magnífica criação Divina, pois todos acreditavam que os astros não existiam só para enfeite.
Vemos em abundância da mitologia Greco-Romana deuses e com defeitos, tentações e tudo de mais que não é feito em relação a Deus em nenhuma outra religião. A mitologia foi feita para se retratar em forma simbólica histórias e características astrologicas de inúmeras interpretações. A mitologia é uma jornada simbólica pelos reinos do espírito e da alma pelos diversos planos sutis que compõe a criação. Todas as figuras são produto de um simbolismo profundo associados a acontecimentos que remontam até nas profundezas de sua alma. Compreender os mitos significa conhecer a si mesmo. E foi exatamente em cima desses pontos que São Tomás fez seus estudos.

O estudo das características humanas remontam aos primeiros filósofos gregos, na época ainda que a psicologia era uma parte da filosofia. Mas é na Idade Média que aparece Tomás de Aquino para fazer o mais importante estudo sobre a personalidade humana. Relacionou cada planeta antigo (sol e lua contam) com os 7 defeitos e as 7 virtudes, também demonstrando "filhas" para cada defeito capital. =]

Alguém se interessa pelo estudo desse sábio Santo?

Abraços e paz....
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Mensagem por Rafaela Botelho Qui Abr 09, 2009 2:30 pm

Oi Leo
Como vai?

Fiquei curiosa...
Você poderia postar o paralelo que S. Tomás faz em relação aos planetas X 7 pecados e virtudes?

Fiquem com Deus
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Very Happy
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Mensagem por LeoLacerda Ter Abr 14, 2009 3:00 pm

Bom dia!

Claro. Mas como é um assunto relativamente extenso, vou dar um exemplo geral e falar sobre o Sol, ok?

Primeiramente, não foi St Tomás que fez todas essas definições, ele só fez os estudos necessários para organiza-las do modo que quase temos hoje (como a acídia que significa preguiça de busca espiritual foi substituída somente por sua filha Preguiça). Os defeitos, tentações e virtudes da alma e do físico humano são mencionados a vários e vários séculos a.C pelos religiosos exatamente como St Tomás as expões em suas obras, sendo os defeitos Orgulho, Acídia, Íra, Inveja, Gula, Luxúria e Avareza; e as virtudes Magnanimidade, Humildade, Diligência, Paciência, Caridade, Temperança e Castidade; e os planetas (antigos) Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno relacionados a cada defeito e virtude respectivamente nessa ordem.

A Estrela Sentenária que remonta desde a época dos Caldeus:
São Tomás de Aquino, Virtudes e Defeitos Sentenaria

A principal característica desta estrela é mostrar diversos planos sutis da alma que a atual física quântica está começando a descobrir. E a cada plano está associado a um defeito, uma virtude, um binário, um dia da semana, e de acordo com o Sepher Yetzirah também a uma letra hebraica.

Para entender o porque do Sol está relacionado ao Orgulho e a Magnanimidade passo suas definições básicas segundo St Tomás:
- Orgulho é considerado o maior dos defeitos, por muitas vezes não ser visto como um defeito e sim como um ato de justiça a si mesmo, como por exemplo a necessidade de ser reconhecido pelo seu trabalho, levando a vaidade, soberba. Suas filhas são Jactância, Pertinácia, Hipocrisia, Desobediência, Presunção, Discórdia e Contenda. Assim vemos que o Orgulho levam a diversos outros defeitos a depender da sua filha.
- Magnanimidade é o ato que a pessoa pode ter de brilhar para os outros, reto compartilhar, reto agir. E assim como o Orgulho é o pior de todos os defeitos, a magnanimidade é considerada a mais brilhante virtude.

A Estrela é dividida em dois paralelos, a que corresponde a Lei da Atração (Marte, Júpiter e Saturno na esquerda) e Lei da Repulsão (Vênus, Mercúrio e Lua na direita), permanecendo a coluna central do Sol no meio que é equilibrada pelo Plano dos Sentimentos.

Então, o Sol está relacionado ao nosso Plano dos Sentimentos, representando nosso ego, auto-expressão, auto-confiança, nosso Eu Interior, o que não acontece digamos que... fisicamente (e se ocorrendo fisicamente podemos analisar que é pelo meio da Presunção e/ou Discórdia que se relacionam a outros defeitos). São sentimentos.

E estudando mais a Mitologia vemos o exemplo do Deus Sol Apolo que tinha total vaidade sobre sua beleza, sua música, que fez de tudo para não deixar Orfeu superá-lo. Dai vemos a passagem de conhecimento pelo mito. Que tudo se baseou nos conceitos primórdios da Astrologia, que definindo rapidamente é a ciência do auto-conhecimento e considerada por alguns sábios a única verdade, pois Deus fez o Céu e nós só podemos observa-lo, mas não tocá-lo ou modifica-lo, está além do nosso alcance. Nota 0 pra horoscópios diários.

Pelo estudo da Estrela Sentenária, St Tomás de Aquino definiu que a graça Divina é tão grande e tão bondosa, que a cada Defeito nós temos duas Virtudes para combate-la se seguirmos as virtudes das pontas opostas. A exemplo: Sol, ponta inversa com Saturno e Lua, ou seja, para combater o Orgulho devemos fazer Castidade, que significa pureza dos costumes, dos sentimentos e sermos Humildes, no sentido de fazermos as coisas de boa vontade para o próximo, sem esperar reconhecimento. Outro exemplo: Mercúrio, ponta inversa com Marte e Júpiter, ou seja, para combatermos a Inveja devemos seguir a Diligência no sentido de produzir de maneira produtiva e a Caridade no sentido de não consumirmos sem necessidades, doando a quem precisa. E assim a para cada Defeito.

Qualquer informação sobre esse nosso companheiro, Tomás, vamos compartilhar, gente!

Abraços e paz!
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Mensagem por alessandro Ter Abr 14, 2009 5:24 pm

Ola Léo, poderia dar a referência de tal reflexão na obra se Santo tomás?
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Mensagem por LeoLacerda Qui Abr 16, 2009 12:31 pm

Olá alessando, como vai?


Claro. Mas antes vou falar rapidamente do mito relacionada a cada ponta e defeito, que passou dos Caldeus, aos egípcios, depois aos gregos, depois aos romanos e assim por diante, mas especificamente da mitologia greco-romana. Sei que alguns já devem conhecer, mas vou mostrar eles ligados diretamente a obra de Tomás.


Pequena e rápida cronologia: Os Caldeus eram um povo da Suméria e é la que encontramos a mais antiga amostra da Estrela Sentenária. E a suméria surgiu como da noite para o dia arqueologicamente falando, apareceram, construíram casos, templos de adoração etc. Uma explicação que alguns autores encontram pra isso é que só é conhecido a sua história após o grande dilúvio e eles terem feito tudo já conhecendo as técnicas de construção, etc. Dai o porque deles terem aparecido do dia pra noite. Enquanto isso os egípcios também já existiam, mas sua cultura foi misturada com a da Suméria e logo trouxe suas técnicas e mitos de deuses que foram misturados. Então com o tempo veio Pitágoras e levou a sabedoria desses povos e do oriente para o ocidente (se vocês foram procurar até na wikipedia demonstra que o Teorema de Pitágoras já era conhecido na antiga Babilônia), e voltando pra grécia também teve grande influência nos mitos gregos. E então finalmente quando Roma toma a grécia e também tem seus mitos influenciados pelos gregos, fazendo o que conhecemos hoje como mitologia greco-romana. Essas é apenas uma de talvez centenas de ramificações de culturas e tradições sendo misturadas, o que incluiria também a tradição hebraica no egito e mais tarde no cativeiro da Babilônia após a destruição do Primeiro Templo (que é por exemplo, uma construção igual a um dos templos de adoração da suméria) por Nabodundusor (acho que escreve assim).


Essa cronologia só queria mostrar uma coisa, os fatos passados de geração em geração, que influencia nossa vida e nossa cultura diretamente hoje. E talvez eu não tenha deixado muito claro isso no meu post sobre a cidade de Abraão e esse anterior, mas esses fatos aumentam mais ainda a religião, nos ajuda a dar mais valor às pessoas sabendo que temos origens semelhantes. Na minha interpretação, claro. Tem gente que interpreta isso como "ta vendo é tudo imitação" ou que tudo na sua religião é original e não teve nenhuma influência anterior.


Voltando ao mito greco-romano. Vou dar um super resumo nessa parte porque se não nem eu teria paciência pra escrever e acho que ninguém pra ler também. Mas antes só reforcem a parte que falei de mito nos posts anteriores de que a mitologia foi feita para se conservas aspectos de estudos feitos pelos mais antigos sábios.

Apolo, a ponta superior da estrela: era dotado de grande beleza e era também deus de música, era extremamente vaidoso e não gostava que ninguém o superásse. Porém condizia todos os dias levando a luz aos homens, compartilhando seu brilho sem egoísmo.
- Defeito: Orgulho
- Virtude: Magnanimidade
Não precisa nem comer o porque.

Ártemis/Diana, ponta inferior da direita: desde pequena pediu a seu pai, Júpiter, que lhe concedesse ninfas para fazer suas tarefas e que brilhasse como seu irmão, Apolo, porém a ela foi dada somente a refletir a luz do seu irmão durante a noite, aceitando o trabalho secundário para iluminar a escuridão.
- Defeito: Acídia, tinha ninfas para fazerem suas tarefas
- Virtude: Humildade, não pode ser brilhante como seu irmão e aceitou ter um trabalho secundário para ajduar os homens

Cronos/Saturno, ponta inferior da esquerda: Saturno é um deus do Tempo, digamos, se reconhecendo assim implacável e reconhecendo sua imortalidade decretando o inicio e o fim de tudo que existe. Saturno engolia seus filhos a medida que nasciam mostrando assim que tudo acaba enquanto enquanto ele, o tempo, permaneceria. Mas na sua "velhice", Saturno muda totalmente sua tirania e passa compartilhar sua experiência com o próximo, com os homens que agora estavam na terra, vira o mestre daqueles que buscam igualdade e daqueles que querem evoluir. Pode se chamar sua mudança de purificação.
- Defeito: Avareza
- Virtude: Castidade

Zeuz/Júpiter, ponta do centro na esquerda: Júpiter é a representação daquele que quer sempre mais, tinha várias mulheres, por exemplo, não conseguia se satisfazer com uma. Mas apesar disso não queria manter todo o poder do mundo, dividindo assim com os seus irmãos.
- Defeito: Gula
- Virtude: Caridade

Ares/Marte, ponta superior da esquerda: era desprovido de cultura, destruira todos aqueles que estavam no seu caminho, não poupava ninguém da sua sede de sangue. Quase chegava a perder as batalhas, porém nunca desistia, acreditava na vitória firmemente.ç
- Defeito: Íra
- Virtude: Diligência, personifica a determinação, sem que nada deixe o apavorar

Afrodite/Vênus, ponta superior da direita: personificava as paixões, era a deusa do amor. Não tinha limite para seus desejos, vivia uma vida de desejos, era apegada as satisfações corpóreas. Porém tinha o dom de demonstrar em suas conquistas o prazer do verdadeiro amor, enquanto era obsessiva pelo excesso, fazia isso com um verdadeiro sentimento.
- Defeito: Luxúria
- Virtude: Temperança, caracterizando a chave de domar os sentimentos, Vênus tem em si a extremos que podem ser equilibrados

Hermes/Mercúrio, ponta central da direita: queria desde pequeno o saber dos deuses, tinha o desejo de possuir o que eram deles, como uma vez roubou bois de Apolo, além de demonstrar também que ele desejava ter para si o poder da adivinhação que era detido por Apolo. Apesar de ser invejoso, Mercúrio não era a ponto nenhum impulsivo, fez planos e mais planos para ter o que queria e com muita paciência.
- Defeito: Inveja
- Virtude: Paciência


Segundo Tomás de Aquino em suas obras Sobre o Mal e Suma Teológica, ele defini esses exatos defeitos e virtudes, mostrando como combate-los e acrescentando as "filhas" para cada Defeito. Reparem quanto tempo antes deste Doutor Cristão existiam as definições. E também em sua obra ele defini como devemos combater cada Defeito que é se apegando a duas Virtudes opostas (igual falei no post anterior), que concidentemente estão representados na Estrela Sentenária e explicados na Mitologia.


Reforçando novamente: isso não serve para diminuir nem desmentir nada.
Estou totalmente aberto a opiniões e erros. Criei o tópico mesmo para saber mais quem se interessava pelo Doutor, já que essa é a parte que eu mias conheço dele.


Abraços, e fiquem com Deus.
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Mensagem por LeoLacerda Sex Abr 17, 2009 10:27 pm

Só pra completar: a Psicologia, Astronomia e Astrologia naquela época era uma só ciência.
Astrologia veio a ser abominada quando apareceram os charlatões de jornal e TV querendo prever o futuro "astrologicamente" e cobrando pra isso. Tem gente que lê horoscopios todos os dias mas nunca leu uma palavra da Bíblia...

Mas voltando, afinal o tópico é sobre São Tomás! hehehe
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Mensagem por Mauro Tavares Dom Abr 26, 2009 7:13 pm

Oi pessoal, oi Leo,

Este tópico me interessou bastante, até porque meu conhecimento sobre São Tomás é próximo do zero. Então vou encará-lo como um convite ou introdução ao pensamento do santo. Mas a partir das informações já levantadas, surgiram algumas dúvidas e lembranças que eu gostaria de compartilhar com vocês.

A primeira lembrança foi de uma colega que é astróloga. Nós conversávamos bastante, mas por não conhecer astrologia, muitas vezes eu me saía com “polidas” escapatórias tais como “não sei se a astrologia é verdadeira, mas tem uma simbologia muito profunda... fico curioso porque ela está arraigada ao nosso imaginário e é essencial para a compreensão do pensamento antigo...”, ou qualquer outra resposta parecida. E as conversas podiam então prosseguir, mas com essa “licença” baseada na ambigüidade da simbologia. E isso me leva a algumas considerações:

1-Penso que mitos e símbolos não são verdadeiros nem falsos,
não se obtêm muito deles perguntando sobre sua veracidade. São sintéticos, fortes,
condensam conhecimento em imagens ou narrativas rapidamente apreendidas, e tem
uma fluidez e vivacidade que a filosofia não tem. O discurso filosófico se
preocupa, entre outros, com o problema da Verdade, assim penso, e o mitológico lida
com impressões da realidade, sem o rigor da filosofia. Os mitos e os símbolos potencializam
a imaginação e promovem “interpretações” sintéticas da realidade. Essa síntese
é extremamente eloqüente, mas acaba comportando múltiplas interpretações quando
se faz o caminho inverso, quando se parte do símbolo ou do mito para a
realidade, e daí sua ambigüidade. Então, quando se faz esse caminho inverso,
podem ser escolhidas diferentes “chaves” de interpretação.

2- Acho que o esforço de São Tomás pode ter sido o de utilizar
símbolos e mitos antigos e de aproveitar o que há de sábio neles, promovendo
uma chave de interpretação diferente, a cristã. Acredito que a relação criada com
as virtudes e vícios vão nesse sentido, o que vocês acham?

3- O meu problema com a colega astróloga é que eu não sei muito
bem que interpretação ela utilizava, além, claro, da minha ignorância sobre o
assunto. Mas acho que a reserva em relação à astrologia não é assim tão recente
quanto os horóscopos de jornal. Quais são as reservas da Igreja em relação a
isso?

Ah, e como introdução a São Tomás de Aquino, o que vocês recomendam?
Partir logo para as “Summas”, ou começar por outros textos ou talvez até outros
autores?

Gostei muito do tópico, obrigado.

Abraços! Fiquem com Deus.
Mauro Tavares
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Mensagem por LeoLacerda Qua maio 06, 2009 11:33 am

Caramba, começamos o tópico com sentido de St Tomás e estamos agora discutindo mitologia. hauhauahuaa

Mauro, gostei muito do seu primeiro ponto e ele mesmo já pode explicar o segundo na minha opinião. Não passam de metáforas. Passo abaixo um fato que ocorreu com o fantástico Joseph Campbell (http://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Campbell):
Deixe-me começar, explicando a historia de meu impulso para colocar a metáfora no centro de nossa exploração da espiritualidade ocidental.
Quando o primeiro volume do meu Historical Atlas of World Mythology:
The Way of Animal Powers foi publicado, os editores me enviaram numa turnê publicitária. É o pior tipo de turnê possível porque você tem de se encontrar, sem a menor vontade, com locutores de rádio e repórteres, eles próprios indispostos a ler o livro sobre o qual devem conversar com o entrevistado, para gerar visibilidade.

A primeira pergunta que me faziam era sempre:

“O que é um mito?”

É um bom começo para uma conversa inteligente.

Em uma cidade, porém, entrei numa estação de rádio para um programa de meia hora, ao vivo, em que o entrevistador era um jovem com ar de astuto e que imediatamente me alertou:

“Sou difícil, já vou lhe avisando. Sou um cético.”

A luz vermelha acendeu e ele começou, argumentativo:

“A palavra ‘mito’ significa ‘uma mentira’. Mito é uma mentira”.

Repliquei com a minha definição de mito.

“Não, mito não é uma mentira.

Uma mitologia completa é uma organização de imagens e narrativas simbólicas, metafóricas das possibilidades de experiência humana e da realização de determinada cultura em certo momento”.

“É uma mentira”, ele retrucou.

“É uma metáfora”.

“É uma mentira”.

Isso continuou por uns vinte minutos.

Quatro ou cinco minutos antes do fim do programa, percebi que o entrevistador não sabia o que era uma metáfora. Resolvi tratá-lo da mesma maneira como estava sendo tratado.

“Não”, eu disse.

“Eu lhe digo que algo é meta fórico. Dê-me um exemplo de metáfora.”

Ele respondeu.

“Dê-me você um exemplo”.

Eu resisti.

“Não, agora eu estou fazendo a pergunta”.

Eu não tinha lecionado por trinta anos à toa.

“E eu quero que você me dê um exemplo de metáfora”.

O entrevistador ficou totalmente pasmo e chegou a dizer:

“Vamos chamar um professor.”

Finalmente, depois de um minuto e meio, ele se recompôs e disse:

“Vou tentar. Meu amigo John corre muito. Dizem que ele corre como um veado. Isso é uma metáfora”.

Enquanto se passavam os últimos segundos da entrevista, eu repliquei.

“Isso não é metáfora. A metáfora seria: John é um veado”.

Ele revidou: “Isso é uma mentira”.

“Não”, eu disse. “É uma metáfora”.

E o programa terminou.

O que esse incidente sugere sobre a nossa compreensão de metáfora?

Ele me fez refletir que metade da população mundial acha que as metáforas de suas tradições religiosas, por exemplo, são fatos.
E a outra metade afirma que não são fatos, de forma alguma.

O resultado é que temos indivíduos que se consideram fieis porque aceitam as metáforas como fatos, e outros se julgam ateus porque acham que as metáforas religiosas são mentiras.
Lindo, não?

E quanto ao terceiro ponto eu não sei responder desde quando a Igreja tem a ressalva com esse assunto, talvez algum padre possa responder.


Abraçoss e paz
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Mensagem por LeoLacerda Qua maio 06, 2009 11:46 am

Ah só para completar, temos o psicólogo Carl Gustav Jung que também faz grande explicações do Mito em suas obras, ele inclusive interpreta sonhos com a utilização do mesmo. Recomendo a leitura pra quem acha interessante esse assunto o livro Sonhos, Memórias e Reflexões, principalmente pra quem faz psicologia. Vai ver como esses assuntos podem ser importantes pra carreira. ehhehe
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