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O CULTO ÀS IMAGENS

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camiloabc
em_defesa_da_fe
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Mensagem por em_defesa_da_fe Dom Abr 21, 2013 1:17 pm

Culto às imagens

Atenágoras em sua "Petição em favor dos cristãos", Teófilo em sua "Carta a Autólico", Minúcio Félix em seu "Octavio", Arnóbio em "Contra os Gentios", Tertuliano em "Sobre a Idolatria" e Cipriano em "A vaidade dos ídolos"...todos condenaram às imagens....Artigo interessantíssimo, principalmente o número 3 e 4!!!!

http : / / conhecereis - a - verdade . blogspot . pt / 2009 / 09 / o - culto - as - imagens _ 20 . html


1. Proibição do culto às imagens na Bíblia

É bem conhecido o facto de que no Antigo Testamento se proíbe que os israelitas façam imagens e que lhes prestem culto (Êxodo 20:4-5; Deuteronómio 5:8-9). Os profetas, em particular Isaías e Jeremias, ridicularizam o culto às imagens idolátricas: Isaías 44:9-20; Jeremias 10:1-16. O episódio do bezerro de ouro (Êxodo 32), como os de Jeroboão (1 Reis 12:26-33) ilustram as consequências da transgressão.

Cabe sublinhar que o que se proíbe de maneira absoluta é que o homem faça imagens por sua própria iniciativa com o objectivo de prestar-lhes culto. Portanto, não está proibida para os cristãos a feitura de imagens com fins didácticos, recordatórios ou outros diferentes do culto. A maioria dos cristãos tira fotografias dos entes queridos e admite a erecção de monumentos públicos e esculturas. Usam imagens para ensinar as suas crianças e vêem filmes e vídeos onde Jesus e os Apóstolos são representados.

Embora o judaísmo tardio tenha entendido a proibição das imagens de maneira absoluta, tal atitude não está justificada pelos dados bíblicos. Com efeito, Deus mesmo mandou fazer imagens bordadas, talhadas e esculpidas para o tabernáculo, como também a serpente de bronze (Números 21:9) que segundo Jesus ensinou era um tipo da sua morte redentora (João 3:14). O que evidentemente estava proscrito era prestar culto às imagens, como o demonstra a aprovação divina ante a destruição da serpente de bronze quando ela se tornou um objecto de culto para os israelitas (2 Reis 18:4).

2. O uso de imagens na Igreja sub-apostólica

Os primeiros cristãos deixaram testemunhos da sua fé por meio das imagens que até hoje se conservam nas catacumbas. As suas representações, principalmente pictóricas, incluíam episódios da Bíblia, símbolos como o peixe (grego YCHTHYS, acrónimo de Iesous Christos, Theou Hyious, Soter = Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador), e do Bom Pastor. Contudo, não existe evidência de que existisse algum tipo de culto para com tais imagens recordatórias. Adrian Fortescue escreve na Catholic Encyclopedia:

"Diferente da admissão de imagens é a questão do modo em que eram tratadas. Que sinal de reverência davam os primeiros cristãos às imagens de suas catacumbas, se é que davam algum? Para o primeiro período não temos informação. Há tão poucas referências às imagens na literatura cristã mais primitiva que dificilmente suspeitaríamos de sua ubíqua presença se não estivessem realmente ali nas catacumbas como o argumento mais convincente. Mas estas pinturas das catacumbas não nos dizem como eram tratadas. Podemos dar por certo, por um lado, que os primeiros cristãos entendiam perfeitamente que as pinturas não tinham parte alguma na adoração devida só a Deus. O seu monoteísmo, a sua insistência no facto de que serviam somente ao todo-poderoso e invisível Deus, o seu horror perante a idolatria de seus vizinhos, a tortura e morte que sofriam os mártires em vez de derramar um grão de incenso diante da estátua do númen do imperador é suficiente para convencer-nos de que não estavam construindo filas de ídolos próprios. Por outro lado, o lugar de honra que dão aos seus símbolos e pinturas, o cuidado com o que decoram, indica que tratavam as representações de suas crenças mais sagradas com pelo menos uma decente reverência. É a partir desta reverência que toda a tradição de venerar as imagens sagradas se desenvolveu gradual e naturalmente." (s.v. Images, Veneration of . Em The Catholic Encyclopedia , Volume VII, 1910; negrito acrescentado)

Talvez as escassas alusões às imagens não nos proporcione informação de como eram tratadas, mas este mesmo facto testemunha que o seu papel na vida cristã era modesto, e de modo algum tinha a importância indevida que adquiriu depois.

3. Os Padres dos primeiros séculos condenam a veneração de imagens

De facto, diversos escritores cristãos primitivos (séculos II e III) foram explícitos acerca da proibição de imagens no culto, já que viam claramente o perigo de idolatria que isto supunha. O autor católico citado, Fortescue, reconhece que eles não só denunciaram a adoração, mas inclusive a manufactura e posse de tais imagens, e menciona Atenágoras em sua "Petição em favor dos cristãos", Teófilo em sua "Carta a Autólico", Minúcio Félix em seu "Octavio", Arnóbio em "Contra os Gentios", Tertuliano em "Sobre a Idolatria" e Cipriano em "A vaidade dos ídolos".

A isto poderíamos acrescentar o testemunho de Orígenes (m. 254):

"São os mais ignorantes que não se envergonham de dirigir-se a objectos sem vida ... e ainda que alguns possam dizer que estes objectos não são deuses mas tão-só imitações deles e símbolos, contudo se necessita ser ignorante e escravo para supor que as mãos vis de uns artesãos possam modelar a semelhança da Divindade; vos asseguramos que o mais humilde dos nossos se vê livre de tamanha ignorância e falta de discernimento." (Contra Celso, 6:14; negrito acrescentado).

Javier Gonzaga narra o seguinte ilustrativo episódio:

"Quando os soldados de Diocleciano [imperador que lançou a última grande perseguição contra os cristãos] irromperam numa igreja em Nicomédia no ano 297 mostraram a sua ignorância total do cristianismo ao surpreender-se de não encontrar nenhuma representação do que os cristãos adoravam ali. Isto era precisamente o que diferenciava uma igreja cristã de um templo pagão." (Concilios. Grand Rapids: International Publications, 1965; 1:237).

Pela mesma época do acontecimento recém-narrado, Lactâncio (240-320) escreveu:

"É indubitável que onde quer que há uma imagem não há religião. Porque se a religião consiste de coisas divinas, e não há nada divino a não ser nas coisas celestiais, segue-se que as imagens se acham fora da esfera da religião, porque não pode haver nada de celestial no que se faz da terra ... não há religião nas imagens, mas uma simples imitação de religião." (Instituições Divinas 2:19; negrito acrescentado).

Em 305 ou 306 um concílio reunido em Elvira, próximo da actual Granada, estabeleceu no seu cânon 36: "Ordenamos que não haja pinturas na Igreja, de modo que aquele que é objecto de nossa adoração não será pintado nas paredes." No passado, apologistas católicos como Barónio e Belarmino questionaram este sínodo espanhol, mas a sua ortodoxia é hoje geralmente admitida.

Eusébio de Cesareia fala de uma estátua de Cristo existente em Paneas que teve ocasião de ver, e comenta:

"E não é estranho que tenham feito isto os pagãos de outro tempo que receberam algum benefício de nosso Salvador, quando indagamos que se conservavam pintadas em quadros as imagens de seus apóstolos Paulo e Pedro, e inclusive do próprio Cristo, coisa natural, pois os antigos tinham por costume honrá-los deste modo, sem distinção, como a salvadores, segundo o uso pagão vigente entre eles." (História Eclesiástica 7,18:4; negrito acrescentado).

Também Epifánio (315-403), bispo de Salamina em Chipre, que era um acérrimo inimigo dos ensinamentos de Orígenes, concorda com este contra as imagens, segundo uma carta a João, bispo de Jerusalém, conservada por Jerónimo. Epifánio foi a uma igreja da Palestina orar e, segundo diz: "achei ali uma cortina pendurada nas portas da citada igreja, pintada e bordada. Tinha uma imagem de Cristo ou de um dos santos; não recordo precisamente de quem era a imagem. Vendo isto, e opondo-me a que a imagem de um homem fosse pendurada na igreja de Cristo, contrariamente ao ensinamento das Escrituras, a rasguei..." Epifánio, além disso, aconselha João que instrua os responsáveis para que não se pendurem cortinados desse tipo em nenhuma Igreja de Cristo, "opostos como estão à nossa religião", e continua: "Um homem da tua rectidão devia ser cuidadoso em suprimir uma ocasião de ofensa, indigna da Igreja de Cristo e dos cristãos que estão confiados a teu cargo." (Jerónimo, Epist. 51:9; negrito acrescentado).

Num dos seus escritos contra os maniqueus, Agostinho de Hipona admite que alguns adoram imagens, mas não reconhece os tais como verdadeiros cristãos: "Não reúnas contra mim os professantes do nome cristão, que nem conhecem nem dão evidência do poder de sua profissão... Sei que há muitos adoradores de túmulos e de pinturas ... Nem é surpreendente que entre tantas multidões [de cristãos] hajas de encontrar alguns que pela sua vida de condenação possas enganar os incautos e seduzi-los [para tirá-los] da segurança católica." (De Moribus Eccl. Cath., 34:75).

O bispo de Hipona, como Orígenes antes dele, refutou de antemão o argumento de São Tomás acerca de que não se presta culto à imagem, mas ao que representa:

"Envergonhem-se todos os que servem a uma escultura, os que se gloriam nos ídolos! Mas avança um que se crê douto e diz: 'Eu não adoro uma pedra nem esta imagem que não tem sentimentos; porque não é possível que os vossos profetas tenham imaginado que tinham olhos e não viam, e que eu seja ignorante até ao ponto de não saber que a imagem não tem alma e não vê pelos seus olhos e não ouve pelos seus ouvidos. Eu não adoro isto; mas me inclino perante isto que vejo e sirvo àquele a quem não vejo', 'quem é este?'. 'Algum poder invisível - se nos diz - que radica nesta imagem'. Mediante este tipo de explicação acerca de suas imagens, pensam que são muito inteligentes e que de modo algum se os pode contar entre os adoradores de ídolos." (Sobre Salmos 96, 2; negrito acrescentado).

Deste modo, o ensinamento unânime dos Padres dos primeiros séculos, o qual a igreja de Roma se preza de respeitar e venerar, é radicalmente adverso ao uso de imagens no culto. Adicionalmente, como notou Agostinho, também os pagãos, salvo os muito incultos, não tomavam as imagens como algo mais que representações; mas são precisamente tais representações o que os escritores cristãos antigos proíbem como contrárias às Escrituras e portanto opostas ao cristianismo.

4. Rejeição do culto às imagens por um bispo de Roma

A partir do século IV e sobretudo do V, depois de o cristianismo se ter tornado a religião oficial do Império e de vastas multidões de pagãos incultos terem ingressado na igreja, o uso de imagens começou a generalizar-se. A razão invocada foi que as imagens eram os livros dos analfabetos, e que eram necessárias para o ensino.

Em finais do século VI o papa Gregório Magno censurava o bispo de Marselha, Sereno, por ter destruído as imagens das igrejas da sua diocese:

"Soubemos, irmão, que tendo observado algumas pessoas adorando imagens, haveis destruído e expulso essas imagens das igrejas. Vos louvamos por vos terdes mostrado zeloso já que nada feito de mãos deve ser adorado, porém somos da opinião que não devíeis ter quebrado estas imagens. A razão pela qual se usam as representações nas igrejas é a de que aqueles que são iletrados possam ler nas paredes o que não podem ler nos livros. Portanto, irmão, devíeis tê-las conservado, proibindo ao mesmo tempo ao povo que as adorasse." (Epístola 7,2:3).

Numa epístola posterior a Sereno escrita em 600, Gregório Magno reitera a sua posição; "tomai todas as medidas para evitar a adoração das imagens" (Epístola 9,4:9). Eis aqui um destacadíssimo bispo de Roma que, em finais do século VI e princípios do VII, desconhece todo o culto lícito às imagens e as considera exclusivamente de valor didáctico. Como na época de Gregório ainda não se tinha inventado a artificial distinção entre o culto de latria e o de dulia, é óbvio que ele se refere a todo o tipo de culto.

Ludwig Ott escreve, tentando atenuar a força dos ensinamentos dos Padres primitivos: "Por efeito dessa proibição existente no Antigo Testamento, vemos que o culto às imagens somente se forma quando o paganismo gentílico está totalmente vencido... " (Manual de Teologia Dogmática, Ed. Rev. Barcelona: Herder, 1969, p. 480).

5. Desenvolvimento tardio do culto às imagens por influência pagã

O tempo mostraria que o paganismo estava longe de estar vencido e que o temor de Sereno de Marselha era bastante fundado. Descuidou-se a catequese e a pregação, e logo proliferou o culto às relíquias e imagens, de pura linhagem pagã. Ott admite: "Primitivamente, as imagens não tinham outra finalidade senão a de instruir: A veneração às mesmas (por meio de ósculos, reverências, círios acendidos, incensações) se desenvolveu principalmente na igreja grega desde os séculos V ao VII" (l.c., negrito acrescentado). Quer dizer que, como o reconhece este autor católico, não se trata de uma prática traçável aos apóstolos, e nem sequer à Igreja dos primeiros séculos.

Tal verdade, ou seja que o culto às imagens é um costume tardio, de raízes pagãs e carente de base doutrinal, é reafirmada por Fortescue, no artigo da Catholic Encyclopedia já citado:

"O desenvolvimento foi então um assunto de moda geral mais que de princípio. Para o cristão bizantino dos séculos V e VI as prostrações, beijos e incenso eram as formas naturais de mostrar honra a qualquer um; ele estava habituado a tais coisas, mesmo aplicadas aos seus superiores civis e sociais; estava acostumado a tratar os símbolos do mesmo modo, dando-lhes a honra relativa que era obviamente na realidade dirigida aos seus protótipos. E assim trouxe os seus hábitos normais para a igreja. A tradição, o instinto conservador que em assuntos eclesiásticos insiste sempre no costume, gradualmente fez estereótipos de tais práticas até que se inscreveram como rubricas e se tornaram parte do ritual...

Ao mesmo tempo deve-se reconhecer que imediatamente antes do surgimento do iconoclasmo [reacção violenta contra as imagens] as coisas tinham ido muito longe na direcção da adoração das imagens. Ainda que seja inconcebível que alguém, excepto quiçá o mais estúpido camponês, pudesse ter pensado que uma imagem podia ouvir as orações ou fazer alguma coisa por nós. E no entanto, a forma em que alguns tratavam os seus ícones sagrados indica mais que a honra meramente relativa que se ensina aos católicos a observar para com estes. Em primeiro lugar, as imagens se tinham multiplicado enormemente em toda a parte, as paredes das igrejas estavam cobertas por dentro desde o chão até ao tecto com ícones, cenas da Bíblia e grupos alegóricos (um exemplo disto é Santa Maria Antiqua, construída no século VII no foro romano, com a sua disposição sistemática de pinturas que recobrem toda a igreja). Os ícones, especialmente no Oriente, eram levados como protecção nas viagens, marchavam à cabeça dos exércitos, e presidiam as corridas no hipódromo; estavam expostos num lugar de honra em cada habitação, em cada comércio; cobriam taças, vestimentas, móveis, anéis; onde quer que se encontrasse um espaço, era preenchido com um quadro de Cristo, nossa Senhora, ou um santo. É difícil entender o que aqueles cristãos bizantinos dos séculos VII e VIII pensavam acerca deles. O ícone parece ter sido de certo modo o canal através do qual se aproximavam do santo; tem um valor sacramental ... naqueles que o observavam; por e através do ícone Deus operava milagres; o ícone até parece ter tido uma espécie de personalidade própria na medida em que certas imagens eram especialmente eficazes para [obter] certas graças. Os ícones eram coroados com grinaldas, se lhes queimava incenso, eram beijados. Diante deles ardiam lamparinas e se cantavam hinos em sua honra. Os doentes eram postos em contacto com eles, eram atravessados no caminho de um incêndio ou uma inundação para detê-los por uma espécie de magia. Em muitas orações deste tempo a inferência natural das palavras seria que se dirigiam à própria imagem.

Se tanta reverência se brindava às imagens ordinárias "feitas com as mãos", quanta mais se dava às milagrosas "não feitas com mãos" (eikones acheiropoietai). Destas havia muitas que tinham descido milagrosamente do céu ou - como a mais famosa de todas em Edessa - tinham sido produzidas por nosso próprio Senhor pela impressão do seu rosto num pano (a história do retrato de Edessa é a forma oriental de nossa lenda da Verónica). O imperador Miguel II (820-829), em sua carta a Luís o Piedoso, descreve os excessos dos iconolatras:

«Eles tiraram a santa cruz das igrejas e a substituíram por imagens diante das quais queimam incenso... Cantam salmos diante destas imagens, se prostram perante elas, imploram sua ajuda. Muitos vestem as imagens com roupagens de linho e as escolhem como padrinhos para os seus filhos. Outros que se fazem monges, abandonando a antiga tradição – segundo a qual o cabelo que é cortado é recebido por alguma pessoa distinguida - o deixam cair nas mãos de alguma imagem. Alguns sacerdotes raspam a pintura das imagens, a misturam com o pão e o vinho consagrados e dão-no aos fiéis. Outros põem o corpo do Senhor nas mãos de imagens, de onde é tomado pelos comungantes. Ainda outros, desprezando as igrejas, celebram o serviço divino em casas privadas, usando uma imagem como altar (Mansi, XIV, 417-422).»

Estas são as palavras de um veemente iconoclasta e devem, sem dúvida, ser recebidas com cautela. De qualquer forma, a maior parte das práticas descritas pelo imperador podem estabelecer-se por outra evidência irrefutável." (negrito acrescentado).

É interessante que este autor romanista, enquanto tenta eximir os católicos daquilo que atribui aos orientais, apresenta como paradigma da profusão de imagens uma igreja de Roma. Do mesmo modo, para qualquer um que, como o que isto escreve, viva num país de tradição católica, o retrato que faz dos excessos dos orientais resulta dolorosamente familiar.

6. A controvérsia sobre as imagens

Os costumes pagãos se arraigaram de tal forma na igreja de Cristo, que no século VIII a veneração de imagens era considerada não só aceitável mas boa e piedosa.

Quando o imperador Leão III Isáurio emitiu decretos contra as imagens, o papa Gregório III (731-741), desprezando os ensinamentos do seu tocaio e predecessor já citado, convocou um sínodo que excomungou os adversários das imagens. "O imperador em resposta arrebatou os bispados gregos da Itália meridional e Sicília da superintendência do papa, trasladando-a para a do patriarca de Constantinopla. Entretanto em Roma, o papa ordenava a multiplicação das imagens nos templos, construindo também uma capela especial para a veneração de relíquias 'sagradas'." (Gonzaga, o.c., 1:242).

Mais de 300 bispos concorreram a um concílio convocado em Hieria por Constantino V, filho e sucessor de Leão III em 754. Ali após escutar e discutir os argumentos dos partidários das imagens, se estabeleceu que os únicos símbolos do culto cristão eram o pão e o vinho da Eucaristia. Os iconolatras foram excomungados, e se proibiu o uso de imagens tanto privado como público.

Contudo, mais tarde a imperatriz regente, Irene, ardente partidária das imagens, depôs o patriarca de Constantinopla e nomeou um homem da sua confiança em seu lugar. Convocou um concílio ecuménico que se reuniu em Niceia em 787; somente puderam concorrer bispos partidários das imagens, entre eles os representantes do papa Adriano (772-795). Como não podia ser de outro modo, o concílio anulou os decretos imperiais contra as imagens, como também as decisões de Hieria. Os acordos do sínodo foram assinados pela regente Irene e pelo seu filho Constantino VI.

Foi neste concílio que se introduziu a arbitrária distinção entre o culto de latria, devido só a Deus, e o de dulia, que seria lícito para os santos. Também se falou de um culto "terminativo", dirigido à pessoa, e outro "relativo" dirigido à imagem que a representa. Sem dúvida, tais bizantinismos (strictu sensu!) são por completo alheios às Escrituras, onde há um só culto válido, o que se dirige ao Trino Deus.

Este concílio niceno, de infausta memória, ao não poder fundamentar escrituralmente o culto às imagens, declarou a insuficiência das Escrituras e lançou um anátema contra os que não estavam dispostos a aceitar doutrinas com base na autoridade da tradição e dos concílios, se as tais não tivessem claro fundamento bíblico. A importância desta novidade para os progressivos desvios romanos da doutrina escritural devia ser óbvia. Assim escreveram os partidários do culto às imagens, numa ruptura flagrante com a Escritura e o ensinamento dos Padres antigos:

"Porque desta maneira se mantém o ensinamento de nossos santos Padres, ou seja, a tradição da Igreja Católica, que recebeu o Evangelho de um extremo ao outro da terra; desta maneira seguimos Paulo, que falou em Cristo [2 Coríntios 2:17] e o divino colégio dos Apóstolos e a santidade dos Padres, mantendo as tradições [2 Tessalonicenses 2:14] que recebemos...

Aqueles, pois, que se atrevam a pensar ou ensinar de outra maneira; ou a descartar, seguindo os sacrílegos hereges, as tradições da Igreja, e inventar novidades, ou rejeitar alguma das coisas consagradas à Igreja: o Evangelho ou a figura da cruz, ou a pintura de uma imagem, ou uma santa relíquia de um mártir; ou a excogitar transtornar com astúcia e engodo algo das legítimas tradições da Igreja Católica... se são bispos ou clérigos, ordenamos que sejam depostos; se monges ou leigos, que sejam separados da comunhão." (Denzinger 303-304).

Note-se que os bispos iconolatras não puderam nem sequer apelar à suposta tradição apostólica, pois nenhuma havia para apoiar o culto às imagens. Esgrimiram, em contrapartida, uma espúria "tradição da igreja católica" quando, na realidade, todos os escritores cristãos dos primeiros séculos que trataram o tema se opuseram por completo a semelhante abominação. E isto para não reiterar o claro ensinamento das Escrituras.

7. Conclusão

Em conclusão, o culto às imagens, proibido na Bíblia e rejeitado unanimemente com horror pelos mestres cristãos primitivos, e proibido pelo bispo de Roma Gregório I e pelos trezentos bispos reunidos em Hieria, se introduziu pela porta dos fundos da Igreja de maneira gradual e cresceu até proporções descomunais. A sanção dogmática de tão repugnante doutrina foi um estigma que permaneceu até ao seu questionamento e firme rejeição durante a Reforma do século XVI.

Assim que, queridos católicos e orientais, vos convido a rejeitar os falsos mestres que vos extraviam e a voltar às Escrituras e à prática da Igreja primitiva. Isso será sem dúvida agradável a Deus.

Fernando D. Saraví

Obs.: não posso postar links no fórum então transcrevi o texto, e separei com espaços o link para o original no site.
Obs 2.: Não se trata da veneração aos Santos e seus exemplos (ainda), mas não encontrei em nenhum texto sub-apostólico referência ao uso de imagens como algo aceito e/ou feito pelo Padres da Igreja primitiva.

Alguém poderia explicar isso? refutar o texto?

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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Sex Abr 26, 2013 9:47 pm

Caro "em defesa da fé"

Inicialmente quero dizer que seja bem-vindoao nosso fórum.

O texto que você nos apresenta é um tanto quanto longo e necessita de muito tempo e dedicação para ser refutado. Tenho que confessar que não tenho ainda propriedade sobre vários dos escritores a que faz referência, e que por esta razão, necessito de bastante tempo para a devida apropriação.

Depois de revisitar todo o texto da Petição em favor dos cristãos de Atenágoras, quero afirmar que a obra está estruturada da seguinte maneira:

Cap. I-III - Constituem uma introdução contendo a dedicatória e o objetivo da obra.

Cap. IV - O autor passa a refutar as acusações. A primeira é a de ateísmo. Atenágoras emprega 26 dos 37 capítulos da Petição para refutar esta acusação. Em síntese, ele diz: os cristãos não são ateus, mas adoram o Deus único, criador do universo. O Deus dos cristãos é único, mas, também, trino.

Cap. X - Demonstrando racionalmente a unicidade de Deus, busca esclarecer o novo conceito de Deus uno e trino: "O Filho de Deus que é mente (nous)... conjugado com o Logos"."O Espírito Santo flui de Deus... ". OS cristãos não oferecem sacrifícios sangrentos não porque são ateus, mas porque o Deus verdadeiro só aprecia sacrifícios espirituais. Se eles se recusam a cultuar os deuses, é porque os julgam indignos de qualquer espécie de culto. Com moderação, mas com firmeza, Atenágoras diz que estes deuses são simples criaturas e os milagres que lhes são atribuídos são obras do demônio. Os cristãos, ao contrário dos ateus, praticam um culto mais puro, mais elevado e perfeito que os pagãos (Cap. IV-XXX).

Cap. XXXI - XXXIV - O autor se empenha em demonstrar que os cristãos não cometem nenhuma imoralidade, nenhum ato incestuoso como se propaga. Ao contrário, interditam até mesmo os pensamentos maliciosos, por temor do castigo divino: "Nós, porém, estamos tão longe de ver isso com indiferença que não nos é lícito sequer olhar com intenção de desejo. (...) Como não acreditar que são castos os que nada podem olhar além daquilo para o qual Deus formou os olhos, isto é, para que fossem nossa luz, aqueles que consideram adultério o olhar com prazer, pois os olhos foram criados para outra finalidade, e os que serão julgados até pelos seus pensamentos?" (Cap. XXXII). Os cristãos guardam, portanto, a castidade matrimonial e estão convencidos da indissolubilidade do matrimônio. Nem mesmo a morte pode dissolver este vínculo, por isso as segundas núpcias, mesmo em caso de viuvez, são consideradas "adultério decente" ou "adultério dissimulado" (Cap. XXXIII).

Cap. XXXV - XXXVI - Atenágoras defende os cristãos contra a acusação de antropofagia. Ao contrário, os cristãos respeitam extremamente a vida humana; fogem dos jogos do circo; condenam o aborto por julgarem- no homicídio, pois o feto é já ser vivo e objeto dos cuidados de Deus. Além do mais, a fé na ressurreição é força que os impede de cometer estes excessos. F. Cayré sintetiza assim esta Apologia: "A apologia de atenágoras é uma das mais belas, por sua alta qualidade literária, pela lealdade na discussão e pela ciência de seu autor. A composição é remarcavelmente clara e metódica, a frase, sempre completa, muito rica em idéias, o raciocínio firme e vigoroso, o estilo preciso e sóbrio, por vezes conciso até à secura. Todo o conjunto deste escrito revela verdadeiro filósofo e mestre que discute segundo as regras. Atenágoras foi principalmente dialético, como Taciano polemista e como Justino, apóstolo. Além disso, tem mais de um ponto de semelhança com Justino, em particular na maneira benevolente com que trata a filosofia e os filósofos, e no comum esforço para aliar a filosofia e a religião"

FONTE: Patroiogie. Histoire de ia Théoiogie I, Paris, 1947, p. 127...

Em toda esta obra o autor faz referências a totalidade das imagens dos chamados deuses da mitologia grega. Deve-se observar que o texto da Petição não se refere as imagens de uma maneira geral, mas de maneira muito específica trata de imagens verdadeiramente tidas como deuses pelo povo grego.

No momento, não posso tecer outros comentários, pois preciso verificar toda a literatura fornecida para dar um parecer mais preciso e convicto. Á medida que me for possível tal exame, cotribuirei com novas postagens que possam delimitar o que concerne ao nosso objeto de estudo.

Que Deus o abençoe !!!

Um grande abraço !!!
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Mensagem por em_defesa_da_fe Ter Abr 30, 2013 11:39 am

Flavio,
Você não mencionou nenhum padre que apoiasse o culto às imagens, e não é capaz disso, porque simplesmente não existe nenhum padre dos primeiros três séculos do cristianismo que defendesse a veneração de imagens.

Vou referenciar aqui alguns dos que eu citei:

Orígenes:
http://www.newadvent.org/fathers/04166.htm

Lactâncio:
http://www.newadvent.org/fathers/07012.htm

Concilio de Elvira:
http://faculty.cua.edu/pennington/Canon%20Law/ElviraCanons.htm

Epifânio:
http://www.newadvent.org/fathers/3001051.htm

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Mensagem por camiloabc Ter Abr 30, 2013 12:57 pm

Presumo que também seja contra o cinema cristão, a que se façam filmes sobre Jesus, sobre os santos, sobre a Bíblia... afinal de contas os filmes são feitos de imagens.

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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Ter Abr 30, 2013 1:29 pm

É muito pertinente essa colocação do Camilo. É incrível como muitos daqueles que condenam as imagens se servem delas apesar de as condenarem, o que caracteriza uma indescritível contradição.

Entretanto, gostaria de deixar claro para o "em defeza da fé" que, como afirmei na minha primeira postagem neste tópico, ainda estou verificando os textos que foram citados, dos quais somente fiz referência ao texto Petição em Favor dos Cristãos de Atenágoras, texto este que fiz questão de examinar na íntegra e que deixa claro e sem qualquer sombra de dúvidas que se refere de forma única e exclusiva as imagens dos deuses gregos, não fazendo qualquer referência a qualquer das imágens pertinentes a Igreja Católica.

Diante do exposto, principalmente considerando que a análise dos textos sugeridos pelo autor do tópico necessita de alguns estudos e que estes necessitam de tempo, sinto-me no dever de deixar muito transparente que só me referirei a segunda postagem do "em defeza da fé" quando tiver concluido as minhas ponderações inerentes a primeira postagem, até mesmo para dar uma sequencia lógica e pedagógica ao andamento da discussão. Assim, cada coisa acontecerá no seu tempo respectivo.

Um grande abraço !!!
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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Sáb maio 04, 2013 3:15 pm

Caros Amigos,

Depois da revisão da petição em favor dos cristãos de Atenágoras, revisitei na íntegra as três cartas de São Teófilo de Antioquia, chegando a conclusão de que nada dos seus escritos é antagônico ao ensino da Igreja Católica.

São Teófilo de Antioquia, teólogo católico, escritor cristão, apologista e padre da nossa Igreja, escreveu três cartas a Autólico, em defesa dos cristãos que continuavam a ser perseguidos no império romano.

Autólico era um dentre tantos pagãos que viveram nos finais do século II, homem muito inteligente, culto e conhecedor de outras pessoas cltas e, dentre elas, vários cristãos a quem repudiava por achar as suas doutrinas demasiado simplicistas.

Nestas cartas, São Teófilo descreve seus pensamentos, refutando várias críticas feitas ao cristianismo e convida o seu leitor a ousar aprofundar os seus conhecimentos acerca da fé cristã, defendendo, ainda, de modo acérrimo a moral exemplar dos cristãos.

No conjunto de sua obra, ele procura mostrar que Deus é invisível aos olhos do corpo, mas pode ser conhecido em parte pela razão.

A grande questão nestes escritos é encontrar os caminhos para responder ao desafio levantado por Autólico: "Mostra-me teu Deus", uma vez que podia mostrar as imagens dos seus deuses, deuses estes cultuados pelos povos helênicos.

A resposta imediata de São Teófilo se trata também de um outro desafio feito a Autólico: "Mostra-me teu homem, e eu te mostrarei o meu Deus". A partir dessa proposição, a verdade é que São Teófilo vai se estender bem mais sobre a questão, afirmando com precisão que o verdadeiro conhecimento de Deus só é atingido pela fé das almas puras:

"Deus é experimentado por aqueles que podem vê-lo, desde que os olhos de sua alma estejam abertos. Todos têm olhos, mas alguns os têm obscurecidos e não percebem a luz do sol. Do mesmo modo, ó homem, tu tens os olhos de tua alma obscurecidos por tuas faltas e tuas más ações. O homem deve ter a alma pura como espelho brilhante. Quando o espelho fica enferrujado, não se pode ver a face do homem no espelho. Assim também, quando há falta no homem, esse homem não pode contemplar a Deus."

Diante da possibilidade da visão de Deus através dos olhos da alma, considerando as práticas dos povos helênicos em relação aos seus inúmeros deuses, São Teófilo procura descrever as verdadeiras condições para o conhecimento de Deus, demonstrando a infantilidade das doutrinas pagãs, combatendo a idolatria e estabelecendo a comparação entre os autores pagãos e os inspirados, concluindo pela superioridade destes sobre aqueles, tendo como pano de fundo o acervo de imagens pagãs dos deuses gregos.

Dentre os temas desenvolvidos em sua obra, chama-nos a atenção a distinção que faz entre o Logos endiáthetos, isto é, imanente, interior, e o Lógos prophorikós, o Verbo emitido, pronunciado, proferido por Deus, de acordo com o pensamento de São Justino, se expressando da seguinte maneira:

"Tendo Deus o seu Verbo imanente em suas próprias entranhas, gerou-O com a sua própria sabedoria, emitindo-O antes de todas as coisas. Teve este Verbo como ministro de sua criação e por meio dele fez todas as coisas."

Foi este Verbo que falou a Adão no paraíso. É este Verbo a "voz" de Deus que os santos do Antigo Testamento ouviram. É ele também o conselheiro primeiro e único de Deus, desde toda a eternidade. Por isso, "quando Deus quis fazer tudo o que havia deliberado, gerou esse Verbo proferido, como primogênito de toda criação, não esvaziando-se do seu Verbo, mas gerando-O e conservando-O sempre com Ele." Assim, combatendo as idéias inerentes ao politeísmo helênico, São Teófilo emprega pela primeira vez o termo "Trias" (Trindade). Embora que na sua obra não se alcance muita clareza na distinção do Filho e do Espírito Santo, ao longo dos capítulos restantes, quando se refere aos três dias que precedem a criação dos luzeiros, São Teófilo descreve com clareza o símbolo da Trindade.

Outra questão muito relevante no conjunto da obra trata da natureza da alma humana que não é algo que pertença a alma humana por natureza, mas fruto da recompensa a observância dos mandamentos de Deus. A alma é, portanto, passível de mortalidade ou de imortalidade:

"O homem não foi criado mortal por natureza? De jeito nenhum. Então foi criado imortal? Também não dizemos isso. (...). O que afirmamos é que por natureza não foi feito nem mortal, nem imortal. Porque se, desde o princípio, o tivesse criado mortal, pareceria que Deus é a causa da morte. Portanto, não o fez mortal, nem imortal, mas como dissemos antes, capaz de uma coisa e de outra."

Em suma, revisitando as três cartas de São Teófilo a Autólico, não encontramos no seu texto qualquer citação contrária as imagens católicas. Encontramos sim, para além das suas concepções a respeito da Santíssima Trindade, do Verbo de Deus, da grandeza da alma humana e da possibilidade humana de ver a Deus pela fé, a afirmação do monoteísmo cristão e a negação do politeísmo praticao pelos povos helênicos. De maneira muito clara, São Teófilo condena as imagens dos deuses gregos, inclusive referindo-se a elas diretamente pelos seus respectivos nomes, não deixando qualquer margem interpretativa inerente as imagens da Igreja Católica, da mesma maneira como o fez Antenágoras na sua petição em favor dos cristãos.

Um grande abraço a todos !!!




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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Sáb maio 04, 2013 8:23 pm

Caro Ricardo,

O critério bibliográfico que aqui se desenvolve parte do texto inicial postado pela pessoa que abriu o tópico. Assim, tal questionamento deveria ser dirigido a quem de direito, uma vez que as duas postagens minhas inerentes aos textos bibliográficos aqui apresentados somente justificam por A + B e de forma tremendamente inequívoca que tais escritos se referem à contraposição da Igreja ao conjunto das imágens dos deuses gregos cuja natureza e fins são totalmente distintos do que concerne as imagens católicas.

As três cartas de São Tófilo de Antioquia trazem um contexto que interliga a existência da alma humana e sua relação com o Criador, a essência do ser divino e da Santíssima Trindade como único Deus em contraposição ao culto aos inúmeros deuses gregos cujas imágens são alí reprovadas, de maneira que tudo o que foi escrito nos meus colóquios está relacionado com o tema na dimensão de contextualização, o que é um dos grandes problemas que afetam a compreensão de muitos protestantes.

Em outras palavras, para além dessa questão de contextualização que você demonstra grandes dificuldades de apreensão, os textos que aqui apresento têm também uma outra finalidade a partir do momento em que, relatando o conteúdo dos referidos escritos, não permite que partes do todo seja utilizadas dissociadas do seu contexto real para fundamentar ou para justificar de forma inadequada aquilo que não tem fundamento e que não se justifica.

Quando você afirma que "todo assunto que não foi tratado nas 3 cartas teria de ser permitido à ICAR: aborto, ciberbullying, homossexualismo e pedofilia", nada mais está a fazer do que confessar de forma indireta que os escritos dessas três cartas de São Teófilo de Antioquia se tratam, sob a sua ótica errônea, de todo o conjunto doutrinal da Igreja Católica, o que é uma demonstração de que, transcendendo a falta de conhecimento - o que não me parece ser verdade em relação a sua pessoa -, adentra o campo da malícia e da falta de escrúpulo comum a grande parte dos protestantes. Dessa maneira, se torna muito fácil afirmar de forma leviana que se fugiu do assunto proposto, até mesmo porque, em relação ao que foi proposto na abertura do tópico, até aqui você não teve qualquer contribuição.

É compreender que a discussão neste tópico está atrelada aos escritos mencionados no colóquio inicial do tópico que, apesar de se servir de alguns versículos isolados das Sagradas Escrituras, está fundamentada em outros escritos.

Faço questão, ainda, de deixar bem claro que essa mesma temática sob a ótica das Sagradas Escrituras já existe no nosso fórum e que você pode acessar normalmente, mas que fique muito claro que a discussão aqui neste tópico tem outras fontes (extra-bíblicas), e que devemos nos debruçar nos documentos aqui apresentados para mantermos a discussão do tópico nos parâmetros iniciais e de acordo com aquilo a que a discussão se propõe.

A minha sugestão é que, se não tem conhecimento desses escritos nem interesse e dedicação para os conhecer, mantenha-se distante dessa discussão em vez de, não tendo propriedade sobre o objeto de estudo, ficar a fugir do assunto da temática em questão.

Um grande abraço !!!
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Mensagem por em_defesa_da_fe Seg maio 06, 2013 5:03 pm

Flavio, você não consegue explicar o caso de Epifânio, para mim um caso bem iconoclasta, e não consegue dá nenhum exemplo de veneração a imagens defendido por algum Padre do período sub-apostólico, até mesmo as citações feitas a imagens cristãs como no caso de Eusébio, em sua "história eclesiástica" quando relata a existência de uma estátua que representa uma passagem do Evangelho, ele conclui com "segundo o uso pagão vigente entre eles."

Enfim, mesmo que estivesse errado em todos os exemplos que citei, ainda assim, o caso do Epifânio e do Eusébio garantiria um "placar" de 2 X 0 para mim....

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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Seg maio 06, 2013 11:28 pm

Caro "em defesa da fé"

Considerando a sua afirmação: "você não consegue explicar o caso de Epifânio, (...) e não consegue dá nenhum exemplo de veneração a imagens defendido por algum Padre do período sub-apostólico, até mesmo as citações feitas a imagens cristãs..." conforme afirmei anteriormente em uma das minhas postagens, quero lhe relembrar que os textos que o amigo nos sugere são muitos, não são de fácil acesso e o seu estudo minudente necessita de um tempo considerável.

Até agora, revisitei na íntegra os dois primeiros textos que você sugeriu, deixando claro por A + B que eles se referem de forma exclusiva ao culto do povo helênico prestado aos deuses gregos, o que até aqui você não refutou no sentido de dar legitimidade e sustentação a sua própria postagem.

Não vejo os nossos diálogos no nosso forum como se fossem um jogo de futebol ou de qualquer modalidade esportiva. Entretanto, como você os tem nessa conta, sugiro que seja honesto nas suas ponderações, até mesmo porque, para além da fé. também nos jogos e competições, a honestidade é uma virtude cristã que deve ser vivida por aqueles que se dizem cristãos e que o são de fato.deixando também

Outrossim, se você não está sendo capaz de refutar o que descrevi a respeito dos textos de Antenágoras e de São Teófilo de Antioquia, atribuir um placar favorável a si mesmo é ser desonesto, e de forma incontestável, o que você mesmo deixa tranparecer no seu último colóquio quando insinua que "mesmo que estivesse errado em todos os exemplos que citei, ainda assim, o caso do Epifânio e do Eusébio garantiria um "placar" de 2 X 0 para mim..."

Releia o que escreveu, meu caro, e perceba que se estiver errado EM TODOS os exemplos que citou, de acordo com aquilo que você mesmo escreveu, estaria perdendo de goleada, e nunca ganhando de 2 X 0. Isso, além de ser cômico, pelo simples fato de não ter refutado nenhum dos meus comentários, no momento em que você mesmo levanta a possibilidade de estar errado EM TUDO o que postou, coloca em "xeque-mate" a credibilidade do que escreveu, ou melhor, do que "copiou" e "colou", numa demonstração inequívoca de falta de propriedade a respeito do objeto de estudo.

Um grande abraço !!!
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Mensagem por camiloabc Ter maio 07, 2013 5:21 am

É! Jesus também perdeu por uma goleada diante do sinédrio e de Pilatos.

Havia entre os primeiros cristãos quem reprovasse o uso de imagens entre os cristãos? Isso é sinal de que eram usadas.
mas atenção visão cristã sobre as imagens é completamente diferente da pagã. Fiz uma referência, breve, a isso aqui:
a influência da cristianismo no desenvolvimento da ciência moderna
No cristianismo a natureza está dessacralizada, a imagens serve apenas para lembrar aquilo que representa, o sobrenatural distingue-se da natureza, serve para o mesmo que serve um filme bíblico na altura não havia cinema, com a vantagem, que já referi, de não distrair na oração). No paganismo romano, assim como no hinduismo atual, no xamanismo, nas religiões tradicionais africanas, etc... a natureza confunde-se com o sobrenatural, o deus representado habita mesmo a imagem. O entendimento sobre o que é a imagem difere radicalmente do paganismo romano para o cristianismo, seja ele o cristianismo antigo, seja o catolicismo atual ou as igrejas ortodoxas atuais. As críticas que os autores cristãos fazem aos pagãos do uso que estes fazem das imagens não podem assim ser passadas automaticamente e de forma acrítica para as imagens cristãs.
Os romanos pagãos acreditavam que o deus representado estava mesmo na imagem. A natureza era sacralizada, havia o deus deste rio e daqueloutro, daquela terra, daquela montanha, daquele lugar, daquela imagem. Um cristão, e também para um judeu, distingue radicalmente entre o natural e o sobrenatural, Deus criador da natureza criada.

Vão tentar ler toda a patristica? Boa sorte, talvez 200 anos cheguem (duvido):

podem ver algumas fontes aqui:
http:// www.paroquias .org/forum/read.php?1,71209,71214#msg-71214

faço notar que 32 Gb de texto é mesmo muito texto.

Ricardo Gabriel, se quer debater sobre os santos abro um tópico para isso, aí lhe posso explicar porque discordo das suas posições, que mais uma vez mostram um conhecimento distorcido/errado da fé católica. Não julgue, quando aponta um dedo para os outros fica com 3 a apontar para si (e ainda por cima julga muito mal, devido à manifesta ignorância sobre a fé católica).
As imagens podem ser de Jesus.
E faça um esforço para compreender o que lhe é dito, analise o que lhe dizem primeiro e responda depois. É que responde como um papagaio, sem compreender o que lhe dizem. Um bom exemplo é aquilo que o mazzzo sobre as imagens de apelo sexual e a sua resposta. Nem percebeu a analogia que ele fez e deu uma resposta totalmente ao lado, mostrou apenas que não compreendeu nada, não pensou nada, respondeu como um papagaio.

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Mensagem por em_defesa_da_fe Ter maio 07, 2013 6:17 pm

Caro flávio o "placar" não refere-se a: "meus argumentos x suas resposta" e sim sobre: "citações contra imagens por padres da era patrística x citações a favor".

Então cite-me uma citação a favor das imagens.... saia do zero Wink

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Mensagem por em_defesa_da_fe Qua maio 08, 2013 7:15 pm

acho que o tópico tá perdendo o foco, desculpem Flávio e Camilo, como podem ver, eu gostaria de limitar a discussão ao uso de imagens sob ótica dos primeiros padres, e não sob uma visão bíblica, principalmente uma visão simplista como a do "eleito", eu mesmo, depois de ler alguns tópicos aqui conclui que biblicamente não pode-se reprovar nem aprovar o uso de imagens. O que eu quis, ao abrir o tópico era saber o que a Igreja primitiva pensava sobre o uso de imagens...

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Mensagem por mazzzo Qua maio 08, 2013 7:30 pm

em_defesa_da_fe escreveu:acho que o tópico tá perdendo o foco, desculpem Flávio e Camilo, como podem ver, eu gostaria de limitar a discussão ao uso de imagens sob ótica dos primeiros padres, e não sob uma visão bíblica, principalmente uma visão simplista como a do "eleito", eu mesmo, depois de ler alguns tópicos aqui conclui que biblicamente não pode-se reprovar nem aprovar o uso de imagens. O que eu quis, ao abrir o tópico era saber o que a Igreja primitiva pensava sobre o uso de imagens...

Quando a texto dos Santos Padres sobre imagens, pretendo postar uma resposta para você, se o Flávio não responder.

Quanto aos outros "argumentos" que estão sendo apresentados, apesar de serem de quinta categoria(*), ainda engana muita gente...

* digo quinta categoria pois para faze-los é necessário distorcer o que a Bíblia ensina, é necessário acusar falsamente, é necessário falar como se o católico adorasse imagem ou orasse para a imagem ouvi ou que o católico pensa que imagem tem algum poder em si mesma... e outras aberrações acusativas de ignorantes... Isso é coisa que quinta.... sexta.... qual é a ultima das categorias ? Pois é.... lamentável mas é o baixo nível típico, que eu já verifiquei, comprovei, confirmei, confirmei novamente, e não para de se confirmar... Vergonhoso.... lamentável....

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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Qua maio 08, 2013 9:43 pm

Caros Amigos,

Na verdade a discussão está fugindo daquilo que foi proposto desde o início, o que eu já tinha feito ver em uma das minhas postagens ao Ricardo Gabriel.

No momento, peço encarecidamente a todos que releiam a postagem de abertura do tópico para que possam refletir melhor e dirigir cada colóquio àquilo que foi proposto.

Não sei ainda como fazer, mas vou tentar remover as postagens que não se enquadram na proposta do tópico para um outro tópico aberto especificamente para esta finalidade. Tão logo o consiga, entrarei em contato com todos.

Um grande abraço !!!
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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Qui maio 09, 2013 12:07 am

Caros amigos,

De acordo com a minha postagem anterior, fiz a transcrição das postagens que não atendiam aos requisitos das discussões neste tópico, no sentido de manter a organização do nosso fórum, como também no sentido de preservar o teor de cada uma das postagens que aqui estavam.

Peço desculpas por, não sabendo utilizar devidamente as ferramentas da moderação do nosso fórum, tê-las feito da maneira que me foi possível, sem contudo deixar qualquer postagem excluida do novo tópico.

O novo tópico está nas "QUESTÕES DISPUTADAS", com o título "O CULTO AOS SANTOS: QUAIS AS SUAS BASES NAS SAGRADAS ESCRITURAS"

Um grande abraço a todos !!!
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Mensagem por camiloabc Qui maio 09, 2013 5:32 am

O que a igreja pensava nos 3 primeiros séculos, com base nos raros escritos conservados da igreja primitiva?
em primeiro lugar quis referir que a quantidade de texto é imensa, apesar de apenas uma pequenissima parte dos escritos da época ter sido conservada.

E é um assunto ultraespecializado, provavelmente apenas alguns raros especialistas podem responder capazmente a essa pergunta. Como a quantidade de texto é grande encontrar 2 ou 3 referências num sentido ou noutro não significa grande coisa. Há ainda que distinguir o uso que os pagãos faziam, do uso que os cristãos faziam. Referi isso, para os pagãos o sobrenatural não se distinguia do natural (e aí a cultura cristã foi decisiva para o desenvolvimento cientifico), o deus representado habitava mesmo a estátua. Logo uma crítica ao uso pagão de imagens não se estende automaticamente ao uso cristão.

Pelo pouco que li, nos primeiros séculos esse assunto quase não foi abordado pelos padres, que tratavam dos assuntos mais fundamentais da fé. E mesmo os primeiros autores cristãos não têm todos o mesmo valor, longe disso, há autores de tendências hoje rejeitadas por praticamente todos os grupos cristãos.
Mas como bem disse os cristãos usavam imagens. frequentemente os seus locais de culto estavam decorados.

Uma sua afirmação é curiosa:

os primeiros cristãos entendiam perfeitamente que as pinturas não tinham parte alguma na adoração devida só a Deus.

pois aqui está implicito que hoje têm, mas é falso. As pinturas e estátuas que hoje decoram as igrejas também não têm parte alguma na adoração devida só a Deus.
Servem para aquilo que referi, para ajudar o crente a manter mais viva na sua consciência as realidades espirituais, servem para o mesmo que servem os filmes cristãos, as ilustrações nos livros escolares.

Dada a escassez dos escritos que foram conservados e tratam desse assunto a melhor maneira de ver o que pensava a igreja primitiva desse assunto é ver como se comportava, e aí podemos ver que muitos locais de culto tinham imagens e que estas foram conservadas (o que não é fácil com o decorrer de tanto tempo), não destruídas, por isso podemos deduzir que a presença dessas imagens era geralmente vista com bons olhos.

O abuso não impede o uso.

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Mensagem por mazzzo Qui maio 09, 2013 7:36 am

"Aos Bispos e Padres que receberam das mãos dos apóstolos o depósito da fé é que receberam a ordenação conferida pela próprio Cristo. A eles devemos nos reportar para saber quais são as verdadeiras regras de nossas crenças." Santo Irineu - Ad Haer IV, 43

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Mensagem por em_defesa_da_fe Qui maio 09, 2013 10:32 am

Camilo, como resolver, então, essa aparente contradição entre esses padres primitivos iconoclastas e a tradição (ou ate mesmo algum escrito de outro Padre caso você encontre) que foi inserida na Igreja (ou que já existia, como queira) de uso de imagens, considerando que hoje esses padres são considerados Santos e seus escritos, suponho, não deveriam conter nada divergente da doutrina da Igreja.

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Mensagem por camiloabc Qui maio 09, 2013 11:09 am

ou eu me expliquei mal, ou você entendeu mal.
Os padres primitivos na sua enorme maioria não eram iconoclastas, conviviam com as imagens nos locais de culto mas rarissimamente deixaram algum comentário sobre isso. O simples facto de verem as imagens nos seus locais de culto e quase nunca terem deixado alguma opinião sobre isso indica que regra geral não eram iconoclastas.
A patristica é, pelo pouco que li, dividida em 3 fases e só na última, depois de resolvidas questões muito mais importantes, surge em força o debate sobre o uso das imagens, acabando os iconoclastas por perder o debate.
Nem todos os autores cristãos primitivos são considerados padres da igreja e santos. E mesmo que o fossem, não seriam considerados infalíveis.
Origines, que citou não é considerado santo, e teve várias posições que foram condenadas posteriormente. De qualquer forma a critica que ele faz ao uso que os pagãos faziam das imagens não é extensível aos cristãos pelas razões que já disse e não vou repetir agora.
Infalível é o papa e só quando se pronuncia ex cathedra.
Parece-me que tem algumas noções erradas sobre o que é a tradição da Igreja.

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Mensagem por Fabricio Sex maio 10, 2013 8:03 pm

Prezados,
Dou aqui uma pequena contribuição:
Se alguém apresentar objeção a alguma doutrina que não tenha sido dogmaticamente definida, esse alguém não incorre em heresia.
Por exemplo: não incorre em heresia quem apresenta objeção à doutrina do limbo, porque ela não foi definida como verdade de fé. Já quem rejeita a doutrina da Santíssima Trindade, por exemplo, incorre em heresia, porque ela é dogmaticamente definida.
No caso dos padres primitivos canonizados pela Igreja, não tenho conhecimento de nenhum que apresentasse comportamento iconoclasta tão radical como das seitas protestantes atuais. Havia sim, alguns que tinham certa restrição ao uso de imagens (Santo Agostinho, por exemplo, não era iconoclasta, mas tinha ressalvas quanto à representação do Cristo crucificado), mas sinceramente não conheço nenhum que as condenasse de forma tão exacerbada.
Mas vamos lá, a querela iconoclasta veio à tona somente no século VII, no império bizantino, principalmente por influência dos muçulmanos, que são sabidamente iconoclastas ferrenhos. Foi nesta época que a Igreja definiu solenemente em concílio o ensinamento sobre os ícones sacros. Se antes disso, algum bispo, por excesso de zelo resolvesse privar-se dos ícones sacros, não poderia ser condenado, porque a Igreja ainda não tinha condenado a iconoclastia solemente, poderíamos no máximo supor que sua ação era movida pela ignorância. Mas se após tomar conhecimento da definição solene da Igreja, o tal bispo resolvesse rejeitar o concílio e seguir as próprias convicções, aí sim estaria incorrendo em heresia.

Fiquem com Deus

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Mensagem por em_defesa_da_fe Qua maio 15, 2013 11:51 am

Irmãos, tenho entendido o esforço de vocês, mas Fabrício o caso que eu citei de Epifânio é um exemplo radical de iconoclastia, e eu ficaria feliz em ver algum texto antigo de algum padre da era patrística que defenda o uso das imagens.

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Mensagem por camiloabc Qua maio 15, 2013 3:05 pm

a posição da Igreja atualmente é igual a que S. Gregório Magno afirmou na citação que fez:

Em finais do século VI o papa Gregório Magno censurava o bispo de Marselha, Sereno, por ter destruído as imagens das igrejas da sua diocese:

"Soubemos, irmão, que tendo observado algumas pessoas adorando imagens, haveis destruído e expulso essas imagens das igrejas. Vos louvamos por vos terdes mostrado zeloso já que nada feito de mãos deve ser adorado, porém somos da opinião que não devíeis ter quebrado estas imagens. A razão pela qual se usam as representações nas igrejas é a de que aqueles que são iletrados possam ler nas paredes o que não podem ler nos livros. Portanto, irmão, devíeis tê-las conservado, proibindo ao mesmo tempo ao povo que as adorasse." (Epístola 7,2:3).


Aqui o papa Gregório Magno defende o uso das imagens.
Basicamente as imagens têm fins didácticos. A religiosidade popular pode nalguns casos cometer abusos, mas o abuso não impede o uso. Você é contra o cinema cristão?
Ninguém defende o culto de imagens, defende-se o uso de imagens no culto, da mesma forma que se usam paramentos (roupas próprias para a liturgia). Mas você julga que somos perfeitos idiotas para prestar culto a imagens? As imagens servem o culto, mas não são elas próprias objeto de culto, é difícil de compreender? Não é preciso ser nenhum génio para perceber a diferença, basta conseguir deixar as ideias formatas que lhe meteram na cabeça. Julgam-se tão espertos e têm tantas dificuldades em ver diferenças que até uma criança devia ser capaz de perceber.

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Mensagem por mazzzo Qui maio 30, 2013 8:27 pm

eleito escreveu:
É só um icon... mas não abdicam do "só icon" mesmo sabendo que escandalizam milhões...

Não há motivo algum para abdicar algo legitimo, util, bom e que está em conformidade com os ensinamentos bíblicos.

Os milhões que se escandalizam escandalizam-se porque são super ignorantes (para não dizer coisas piores).
Deveriam se escandalizar pela própria ignorância ! É uma verdadeira pouca vergonha !

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Mensagem por mazzzo Qua Jun 12, 2013 7:15 pm

Se Deus, na Bíblia, proíbe apenas idolos (falsos deuses, representações de falsos deuses) e manda fazer imagens como as dos querubins, que ficavam no local mais santo (Arca da Aliança)... se o templo de Salomão era cheio de imagens, etc...  isso basta. 

Mas, além disso e para confirmar tudo isso, a Igreja de Cristo já discutiu isso e já declarou, com a autoridade que recebeu de Jesus, que imagens podem ser usadas. 

Os grupos que ficam discutindo isso está é com dor de cotovelo....  não passa disso.

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Mensagem por mazzzo Qui Jun 13, 2013 7:10 pm

eleito escreveu:O que ELE mandou a Moisés foi para Moisés com um propósito por ELE definido... 

Onde está escrito, na Bíblia, que a ordem para Moisés fazer os querubins era um propósito de Deus só para ele ?

Responda dando o capitulo e versiculo onde expressamente Deus fala que a ordem de fazer os querubins era exclusiva para Moisés !!!!!!

Se era só para Moisés, por que as imagens de querubins foram colocadas sobre a Arca da Aliança que era o que o povo de Deus (todo o povo e não apenas Moises)  tinha de mais sagrado ?

Se a ordem de fazer os querubins era algo exclusivo para Moisés, por que o Templo de Salomão estava repleto de imagens ?

Se imagens são abominaveis ao olhos de Deus, por que Deus encheu o Templo com sua presença e sua glória ?

O ensinamento da Bíblia é claríssimo.  A proibição é de ídolos (falsos deuses, deuses dos pagãos)  e não de imagens religiosas como a dos querubins.

mazzzo

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