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Segundo Charles Darwin Somos Todos Macacos. E Daí Que?

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Mensagem por drtoivowillmann Ter Jan 22, 2013 10:16 am

Irmãos:

Ainda tem pessoas, que declaram-se ateus, porque acham, que as Santas Escrituras não encaixem nas ciências modernas. Será?
Segundo as ciências foram as forças seguintes, que moldavam o rosto da nossa Terra:
* as geológicas (quer dizer, tudo o que for causado pelo magma quente no interior da
terra);
* as de erosão: o vento, as chuvas, neve e gelo, rios, etc. ...
Para a formação da vida é responsável a emergia solar, que fez moléculas simples se unirem, formando estruturas cada vez mais complexas, até a primeira célula (uma bactéria) nasceu.
O que fala a Bíblia:
* força geológica: Salmo 104,32: Ele olha para a terra e dá terremoto, Ele toca a
montanha e sai fumaça.
* vento: Salmo 104,4: Fazes (Deus) dos ventos Mensageiros.”
Salmo 147,18: “Ele faz ventar, depois caem as águas.”
Amos 4,13: “Ele forma as montanhas, cria os ventos.”
* chuva, água e gelo: Levítico 26,4: “...dar-vos-ei chuva e tempo.”
1 Samuel 12,12: “O Senhor enviará trovoada e chuva.”
Salmo148,8: “Fogo e granizo, neve e névoa, tu tempestade, que executas a Palavra
Dele!”
Salmo 147,16/18: “Ele lança neve, como se fosse lã, rega geada como se fosse cinza.
Gelo Ele joga para baixo em grandes pedaços, diante o frio Dele coalham as águas.
Ele envia Sua Palavra e derretem (de novo).”
Todos esses versículos podem ser resumidos: as forças as natureza são o que são , porem Deus é a Inteligência detrás delas. Combina com a Ciência, verdade?

Antes os cientistas estiveram cegos por causa de uma heresia chamada de “determinismo”. Segundo ela o universo seria como um relógio suíço: nasceu e foi dada corda no “Big Bang”. Depois seguiria com precisão seu rumo imutável.
Porem a Física Quântica já revelou, que não existe precisão senão a “incertidão” e nada imutável, senão apenas probabilidades estadísticas.
Um ramo da matemática, a Matemática do Caos deu o golpe da misericórdia no determinismo: já sistemas, feitos de apenas três corpos, que interagirem, são incalculáveis e totalmente imprevisíveis em se, de mais complexos nem falar!
Um distúrbio infinitesimamente pequeno (o assim chamado “Efeito Borboleta”) pode mudar por completo o comportamento do sistema. Pior ainda: no nosso universo material prevalecem os princípios da Matemática do Caos ante a ordem calculável.

Os ateus me vão odiar e ridicularizar, mas eu digo, que um universo onde rege o caos seria perdido sem um Deus Fiscal e Controlador. O “Efeito Borboleta” permite, que as intervenções do Todopoderoso sejam carinhosas e imperceptíveis.

E a energia solar:
* Daniel 2,22: “ A luz mora com Ele.”
* João 8,12: “Eu sou a luz do mundo.”
* 1 João 1,5: “Deus é luz.”
Podemos considerar a energia solar Virtude (Poder ou Glória de Deus) materializada.

Ainda tem uma coisa que incomoda todo o mundo: os 6+1 dias da criação!
A Teoria da Relatividade Especial ensina-nos, que um mesmo período de tempo, para dois observadores, pode demorar prazos bem diferentes. Teoreticamente (a tecnologia ainda não permite) poderemos construir uma astronave, que viajar a uma velocidade tão próxima à da luz, que uma viagem, que dura 15 bilhões de anos fora da nave, os astronautas dentro sentiriam se consumar num piscar de olho (=1/100 seg.). Se nós mortais, com a “magia” da Relatividade seriamos capazes a isso, imaginai só, o que Deus, quem criou as leis naturais, mas não está limitado por elas, é capaz de fazer! Se Ele tiver determinado, que para Ele desde o “Big Bang” até hoje, ao invés de 14 bilhões de anos, passariam no calendário Dele apenas 7 dias terrestres, assim mesmo teria acontecido!
Podes acreditar ao mesmo tempo nos 7 dias do Genesis e nos 14 bilhões de anos da astrofísica, pois uma vez olhas ao calendário de Deus e outra vez ao nosso. Os dois são incompatíveis e incomparáveis.

Uma das teorias científicas mais combatidas pelos Cristãos é o Darwinismo.
Quando surgia, os ateus dançaram de alegria e alegaram: “A teoria da evolução natural fez desnecessário supor a existência de um Deus Criador.” Parece-me, que não entenderam bem o Darwinismo.
Charles Darwin compara a seleção natural do mais apto com um fazendeiro ou granjeiro, que cria gado, cavalos, porcos, galinhas ou o que for... Sempre seleciona machos e fêmeas com as características mais desejadas, para se cruzarem e assim surge finalmente uma raça de alto desempenho (na natureza as espécies mais adaptadas).
Falemos de galinhas, pois eu as conheço melhor!
Existem três categorias: raças de postura, raças de corte e raças ornamentais:
* as de postura investem uma grande parte da sua energia na produção de ovos, mas são
fracas com frangos de corte ou aves ornamentais.
* As de corte, produzem grandes quantidades de carne, com muita proteína e pouca
gordura, mas são fracas na postura ou como aves ornamentais.
* As ornamentais tem um crescimento afinado em beleza corporal e produzem
quantidades incomuns de penas, são fracas na postura e crescem devagar de mais, para
quem quiser lucrar com frangos de corte.
Não existe galinha boa em cada uma das três categorias!
Sem seu granjeiro a galinha não sabe, o que se espera dela, para evoluir. Se isso for válido também para a evolução natural: não saberia para onde evoluir sem um chefe/dono!
Quem controlar e moldar o meio ambiente, controla e evolução. Como visto, com a Bíblia na mão, no início esse “quem” é Deus. O Senhor forma um habitat, que provoca o surgimento das espécies desejadas. O Todopoderoso gosta de criar assim, ponto!

Conclusão: Darwinismo e Bíblia podem andar juntos.
Houve 5 extinções em massa na história da vida na Terra. Caíram pedras (meteoritos e cometas) do céu e as causaram. Olhando bem nelas, não parecem aleatórias, senão inteligentes e bem planejadas. Exemplo:
* os dinossauros tiveram 200 milhões de anos, para produzir inteligência humana. Fracassaram. Foram extintos.
* os mamíferos o conseguiram em apenas 60 milhões de anos, somos nós.
Na época dos dinossauros os mamíferos demonstraram-se, serem mais fracos que eles,
Pois conseguiam sobreviver apenas às escondidas, como bichos do tamanho de um rato
e menor
Isso é o típico estilo do nosso Deus: fazer vencer os fracos contra os mais fortes!.

No início toda vida na Terra era bacteriana. São a forma da vida mais forte de todas. Sem defesa por antibióticos são capazes de matar qualquer ser vivo, seja planta, seja animal e depois devoram os corpos mortos!
Enquanto o Darwinismo primitivos promove a “Lei do Mais Forte”, quem domina hoje o mundo é o mais fraco de todos: o Ser Humano. Não somos bons em nada: não sabemos voar, nadamos mal, pulamos mal e corremos mal, até os talentos químicos do nosso metabolismo são inferiores aos outros.
Somos trapaceiros: usamos nossas ferramentas, que nos fornecem capacidades sobrehumanas, para driblar a evolução com as outras espécies, que apenas podem contar com seus poderes natos.
Quando apreenderemos rezar, para dar graças ao Espírito Santo, que 24 horas por dia inspira nossos cientistas e engenheiros, para inventar algo novo? Assim Deus nos faz triunfar sobre os outros e mais fortes!

“Mas eu não sou macaco!” Irmão, calma! Prefiro ser descendente de macaco antes de ser demônio do inferno. Eu, Deus, gosto do que sou! Aleluia, glória a ti por isso!

Ser descendente de animais significa, que temos de tratar os bichos com ais respeito. Deus explicitamente autoriza-nos comer carne animal (Genesis 9,3 etc.). Mas nunca permitiu torturar animais ou extingui-los à toa. Tem Glória de Deus em tudo, que estiver vivo!
Mais respeito, Irmãos! Temos parentesco com os animais, para lembra-nos disso, ao invés de comportar-nos com tanta arrogância como fazemos. Isso é a sabedoria de Deus.

Conclusão: ambas, a Ciência e a Bíblia são formas da Palavra de Deus. Se as interpretares com o Discernimento, fornecido pelo Espírito Santo, até encaixam perfeitamente. Very Happy

Abençôo-os no Nome de Yehoshua, o Cristo: Toivo

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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Sáb Mar 16, 2013 6:56 am

Caro Toivo,

Lendo este tópico, lembrei-me de uma piada contada por um padre e que ouvi quando ainda era criança:

Um homem chegou na Igreja para falar com o padre, dizendo-se convencido de que o homem veio do macaco, que Deus não o tinha criado, e que não fazia mais sentido acreditar nos ensinamentos da Igreja.

Depois de muitas explicações do padre, o homem não se convence e afirma que acredita no que ouviu de sua professora de ciências, e que está convencido de que tanto o padre quanto o homem vieram do macaco.

As discussões continuaram, de maneira que nem o homem nem o padre conseguiam passar para o outro a sua idéia, quando o homem disseao padre: mesmo que o senhor não acredite, a ciência prova que nós viemos do macaco.

Então o padre respondeu: Mas o senhor tem certeza de que veio mesmo do macaco ?

Ele respondeu: tenho sim, padre.

O padre então lhe respondeu: já que o senhor acredita nessa possibilidade, como padre e como cidadão, eu tenho que respeitar a sua opinião, mas devo deixar bem claro que no problema de sua família eu não posso me meter.
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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Sáb Mar 16, 2013 8:54 pm

Que legal, Ricardo, essa sua colocação:

"ofendem os pobres primatas que adotaram como ancestrais"

Um grande abraço !!!
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Mensagem por camiloabc Ter Mar 19, 2013 3:43 pm

Já Santo Agostinho dizia que Deus teria criado o mundo com as suas leis fisicas e ele evoluiria de acordo com elas e assim Deus teria criado todas as coisas, incluindo o Homem.
A religião e a ciência respondem a perguntas diferentes, a ciência diz-nos como Deus criou o Homem e a religião porque o criou.
São perfeitamente compatíveis, respondem é a perguntas diferentes.
A posição anti-ciência de alguns crentes, em particular de muitos "evangélicos" tem feito aumentar o ateísmo entre as pessoas mais instruídas e é totalmente desnecessária. A ciência e a religião não se opõem, nem neste nem noutros casos, complementam-se, respondendo a perguntas diferentes.

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Mensagem por camiloabc Qui Mar 21, 2013 10:08 pm

Deus deu-nos cabeça para pensar.
O literalismo bíblico é uma visão muito pobre de Deus.
A evolução está mais que provada cientificamente, é errado criar aqui uma falsa oposição entre ciência e fé é infantil.
A deriva literalista, uma leitura pobre da Bíblia, decorre principalmente depois do aparecimento do protestantismo e das acusações mútuas entre católicos e protestantes de menosprezarem a Bíblia, o que a levou a quer que ela fosse aquilo que não é, um livro de ciências.
Copernico publicou a sua teoria heliocêntrica e ninguém o incomodou, Galileu repetiu a teoria umas décadas depois e foi perseguido... entretanto tinha aparecido o protestantismo e as igrejas derivaram numa leitura literalista da Bíblia.
Eu amo a Deus acima de tudo, mas também sei 2 dedos de ciência, é absurdo fazer neste ponto, uma leitura literal da Bíblia.
O criacionismo de alguns grupos protestantes, ainda por cima aguerridos e ruidosos, cobre de ridículo os cristãos aos olhos de quem tiver um mínimo de formação cientifica.

Galileu escreveu que "a intenção do Espírito Santo é ensinar-nos como ir para o céu e não como o céu se move" e ele estava a citar o cardeal Baronius, bibliotecário do Vaticano.

O mesmo vale para o relato bíblico da criação, a intenção não é dizer como Deus criou o universo e o Homem, mas sim porque o criou, é um relato sobre a natureza espiritual do Homem, a sua missão no mundo, não um relato cientifico ou técnico.

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Mensagem por Fabricio Sex Mar 22, 2013 7:22 pm

Prezados,

Em primeiro lugar, gostaria de lembrar que a teoria da evolução não tem uma prova científica cabal. Ela apresenta muitas falhas, assim como qualquer outra teoria proposta pela ciência. Apesar disto, pode-se considerá-la uma boa teoria, explica muitas coisas, e se hoje a gente consegue fabricar antibióticos cada vez mais potentes e seletivos, em parte devemos agradecer a Charles Darwin por propor a seleção natural do meio.

No entanto, erram os fundametalistas cientificistas que tomam uma teoria científica como verdade absoluta, e erram também os fundamentalistas bíblicos, que rejeitam uma teoria científica por ela não concordar letra por letra com a narrativa das Escrituras.

A ciência é uma abstração, um conjunto de simplificações que o homem faz da natureza com o intuito de entendê-la. De forma alguma a ciência pode ser entendida como uma descrição literal da realidade, mesmo porque o ser humano tem limitações sensitivas e intelectivas que lhe impedem de capturar tudo que a realidade lhe apresenta. Na verdade, o que acontece é que o homem cria uma natureza imaginária simplista o suficiente para ser descrita, mas complexa o suficiente para reproduzir um determinando fenômeno estudado. Então, nessa multiplicidade de pensamentos, vê-se com freqüência na ciência que uns modelos descrevem bem uns fenômenos, mas falham na descrição de outros. Por exemplo: você pode utilizar perfeitamente o modelo discreto da matéria para inferir propriedades físicas de gases e líquidos, mas é impraticável utilizá-lo num cálculo de escoamento, onde o modelo contínuo da matéria provê excelentes resultados. Daí a questão: a matéria é discreta ou contínua? Ao que lhe respondo: depende do que você quer saber. Já falei um pouco sobre isso em outro tópico (https://quemtembocavaiaroma.forumeiros.com/t1098-os-limites-da-ciencia).

Neste mar de "achismos" que é a ciência, nada mais natural que os novos modelos suscitem novas questões. E as novas questões vão requerer outros novos modelos. Assim, no passado a teoria de Lamarck explica alguma coisa. Até o ponto em que foi suplantada pela teoria de Darwin, que explica as coisas de maneira mais concisa que a de Lamarck. Hoje já há teorias que parecem ter mais fundamento que a teoria de Darwin, e no futuro estas teorias serão certamente substituídas por outras... Assim é a ciência.

Por outro lado, a Verdade divina é absoluta. A Revelação de Deus é perene. Não encontraremos uma "verdade melhor", ou outra "verdade" que explique coisas que não são explicadas hoje do ponto de vista da fé! Por isso, enquanto na ciência teorias podem ser suplantadas, na fé não há essa "liberdade", pois Deus já é a realidade em si!

Pela fé, sei que descendemos de um único casal, sei que herdamos o pecado original. Mas também sei devido às limitações próprias da natureza humana, talvez nunca se prove essa Verdade cientificamente. Isso, porém, não me impede de propor teorias que me ajudem a entender como a natureza funciona. Ciência e fé têm cada qual seu papel. Se assim entendemos, jamais haverá confronto entre ambas.

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Mensagem por camiloabc Sex Mar 22, 2013 9:40 pm

Falta-me tempo para responder da melhor maneira, mas vou deixar algumas ideias.

Pelo que sei não é dogma de fé que a humanidade descenda de um único casal. Partilhamos a mesma natureza, isso é certo.

Entretanto deixo algumas coisas colhidas aqui e ali sobre o tema. Primeira para se poder basicamente apreciar como uma leitura espiritual do relato da criação é mais enriquecedora que a leitura literal, um trecho do talmude judaico:

"Cuida-te quando fazes uma Mulher chorar, pois Deus conta as suas lágrimas. A Mulher foi feita da costela do Homem, não dos pés para ser pisada, nem da cabeça para ser superior, mas sim do lado para ser igual, debaixo do braço para ser protegida e do lado do coração para ser amada".

Agora parte de um texto tirado de um blog:
dererummundi .blogspot.pt/2009/04/tera-darwin-ressuscitado-deus.html

Nos séculos imediatamente posteriores ao nascimento de Cristo, algo notavelmente parecido com a moderna visão da evolução, mas baseada nas ideias veiculadas por Aristóteles e na noção da luta da Natureza para alcançar a perfeição, foi aceite e ensinada por alguns dos pais fundadores da Igreja Cristã. Gregório de Nissa (331-396) ensinou que a criação era potencial: Deus provia a matéria das suas leis e propriedades fundamentais mas que os objectos e formas completas do Universo desenvolviam-se posteriormente ao seu próprio ritmo, do caos primordial. Santo Agostinho (353-430) foi ainda mais claro dizendo que os germes originais das coisas vivas surgiram em duas formas, uma colocada pelo Criador nos animais e plantas e uma segunda variedade espalhara-se através do meio ambiente, destinada a tornar-se activa apenas sob as condições adequadas. A sua interpretação do registo bíblico da Criação não deveria ser literal como ocupando seis dias, mas sim seis unidades de tempo. Santo Agostinho liga a Criação ao crescimento de uma árvore a partir da sua semente, a qual tem o potencial para se tornar uma árvore. Deus criou o potencial para os céus e a terra e para a vida mas, neste enquadramento, os detalhes geravam-se a si mesmo de acordo por leis definidas por Deus (que não eram claramente do seu conhecimento). Não era necessário que Deus criasse individualmente cada espécie. Em vez disso o Criador fornecia as sementes do Universo e da vida e deixava-as desenvolver ao seu próprio ritmo. Em todos os aspectos com excepção da mão de Deus para iniciar o Universo a teoria de Santo Agostinho era uma teoria de evolução.

São Tomás de Aquino (no século XIII) aprova a ideia de que Deus pôs o Universo em movimento e depois foi descansar. Estas teorias foram aceites na Igreja até meados do século XVI. A partir desta altura a ideia de Criação Especial – a noção de cada forma de vida na Terra foi individualmente criada por Deus e tem permanecido inalterável desde a sua Criação - tornou-se a sabedoria aceite pela Igreja cristã e foi o padrão da Igreja até meados do século XIX.

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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Qua Mar 27, 2013 7:40 am

Grande Camilo,

Que a paz de Nosso Senhor esteja sempre no seu coração !!!

Que legal essa sua postagem, principalmente no que diz respeito a teoria da evolução por Santo Agostinho que eu não conhecia. Na verdade, poucos conhecem, mas a obra de Santo Agostinho é fantástica.

Um grande abraço !!!
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Mensagem por Fabricio Sáb Abr 13, 2013 3:11 pm

Prezado camiloabc,

A doutrina do pecado original é um dogma de fé. E é justamente aqui que começa o problema: não há como conciliar esta doutrina com a poligenia, por isso entendo que a descendência de um único casal acaba por tornar-se um dogma de fé, mesmo que de maneira indireta (isto é meu entendimento, desconheço a palavra da Igreja neste assunto).

Ainda que alguns Santos Doutores tenham proposto sistemas poligênicos, a Igreja nunca aceitou estes sistemas de forma infalível. Portanto, acho que tais sistemas são válidos enquanto modelos científicos ou metafísicos, mas nunca como verdade de fé.

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Mensagem por camiloabc Seg Abr 22, 2013 8:54 am

não tenho formação teologica mas cá vai o que refleti sobre o pecado original e a sua relação com a unidade da humanidade.

todo o relato dos primeiros capitulos do genesis tem um forte simbolismo.

o que nos diz, em essencia, o dogma do pecado original? que a humanidade partilha a mesma natureza e essa natureza tem tendencia para o pecado.

não me parece que o pecado original e o seu relato biblico seja apenas e só um acontecimento longinquo cujas consequencias afetaram não apenas o casal original, adão e eva, mas também toda a humanidade sua descendente.

o que diz a Biblia sobre o pecado original? Em que consistiu? Ou antes em que consiste?
Deus proibe o Homem de comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Sereis como Deus, é essa a tentação.
É Deus que conhece o que é bom e o que é mau, a nossa tentação é assumir esse lugar, assumir o lugar de Deus e sermos nós, cada um de nós, a definir o que é o bem e o que é o mal.
não me parece que o relato biblico se limite a descrever um acontecimento antigo, mas que esse acontecimento se repete em cada pecado que fazemos, assumimos o lugar de Deus, queremos ser nós a definir o bem e o mal. Esta tendência faz parte da natureza humana, de todos os seres humanos.

não vejo por isso nenhum problema em conciliar o dogma do pecado original com a teoria da evolução. A humanidade é toda uma, partilha a mesma natureza, e nessa natureza está o pecado original, a tendência para o mal. Tendencia que podemos dominar, com a ajuda de Deus, mas que temos.

Dizem as teorias cientificas mais recentes que toda a humanidade descende de um único homem e de uma única mulher, os dados geneticos apontam para isso, mas também aponta para uma diferença de milhares de anos entre eles. Para mim não faz qualquer diferença, do ponto de vista religioso, o que me parece essencial e que a doutrina cristã, católica, queira como dogma é que a humanidade partilha toda ela a mesma natureza, e essa natureza está afetada pelo pecado original, por uma tendencia para o mal.
É esse pecado original consequencia de um ato isolado antigo dos primeiros pais da humanidade? Não me parece relevante, nem necessario. Parece-me antes que o relato biblico narra de forma simbolica, mas muito profunda, com uma inteligencia muito subtil, a origem do mal em cada um de nós, a raiz primeira de todos os nossos pecados. Uma falta de fé em Deus e o orgulho de querer ser como Deus, definirmos nós o que é o bem e o mal, a arrogancia de presumirmos nós, sem Deus, o que é bom e o que é mau.

Há ainda uma coisa que me provoca uma certa admiração. Jesus numa aparição aos apóstolos depois de ressuscitado disse:

Mc 16, 15 E disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura.

Esta frase de Jesus sempre me deixou intrigado. A toda a criatura? Mas para além das pessoas não há nenhuma criatura para se anunciar o evangelho... pelo menos atualmente... pelo menos não na Terra...
Mas uma coisa é certa Deus quer salvar a todos.
E também me parece que sendo Deus infinito a sua obra deve ser infinita... Deus deve ter criado muito mais criaturas, capazes de comunhão com Ele, muitos mais mundos que aqueles que conseguimos imaginar. Anjos e criaturas fisicas, como nós.

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Mensagem por camiloabc Ter Abr 30, 2013 12:37 pm

Um vídeo interessante sobre isto:

www.youtube .com/watch?v=VTI0hdC_oUY

Prof. Dorival defende a tese de que a evolução não nega o criacionismo

quem preferir ouvir apenas em mp3 (fica mais "leve"):

http:// www.abcdacatequese .com/index.php/partilha/recursos/doc_download/5263-criacao-e-evolucao-mp3

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Mensagem por camiloabc Qua maio 01, 2013 6:19 am

3 coisas:

1 - foi um peixe (ou antes os seus descendentes) que se tornou anfibio e nem é particularmente dificil de explicar

2 - você quer uma leitura literal da Bíblia mesmo quando esta tem claramente uma linguagem simbolica. Santo Agostinho já tinha esta interpretação evolucionista. O que você quer não é criacionismo, mas sim fixismo, uma visão do mundo natural em que nada pode mudar, as espécies não podem ser aparecer. Mas aparecem, basta estar atento para ver isso.

3 - Muitas igrejas cristãs, entre as quais a Igreja Católica, aceitam o evolucionismo. Digamos, aquelas que têm um minimo de lucidez e cultura. Quem alimenta o ateismo são os grupos cristãos que defendem o criacionismo fixista, porque esses grupos nos meios instruídos cientificamente, mas sem cultura cristã descredibilizam o cristianismo. No caso aquele professor é católico, não ateu.

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Mensagem por camiloabc Qua maio 01, 2013 6:10 pm

você anda desatento... ainda hoje as especies evoluem, basta estar atento para ver isso ao vivo e a cores.
Só que a evolução dura normalmente várias dezenas de gerações de modos que só com especies de reprodução muito rapida se consegue ver o aparecimento de uma especie nova, mas quem estiver por dentro deste tipo de conhecimentos pode ver o aparecimento de várias novas especies.

Com Santo Agostinho apenas pretendia mostrar que as ideias evolucionistas não são algo novo, mesmo os primeiros padres já tinham este tipo de ideias e muito antes da ciência as ter já os teologos as tinham.
Antes de Darwin chegar às ideias evolucionistas através de deduções cientificas já teologos antigos aí tinham chegado através de raciocinios puramente teologicos e baseados numa interpretação profunda da Bíblia.

Esse literalismo é mais recente. Surge com a reforma protestante, em que protestantes se acusam mutuamente de darem pouca importancia à Bíblia e a partir daí tendem a ignorar estilo de linguagem, a querer fazer da Biblia o que ela nunca pretendeu ser, um livro de ciência, para além de um livro de religião.

Um bom exemplo disto foi o que se passou com copernico e com galileu. ambos disseram que a terra roda à volta do sol, primeiro copernico, depois galileu. A copernico ninguem incomodou, a galileu condenaram os arautos do literalismo biblico. Que se passou entretanto? A reforma protestante com as suas acusações à igreja católica de dar pouca importancia à Biblia, levaram a uma deriva para interpretações infantis da Bíblia.

Ignorancia biblica é a infantil interpretação literal de um texto que é claramente simbolico. A biblia é um livro religioso, quando fala sobre o pecado, sobre a justiça divina, fala do que lhe importa, quando fala das outras coisas é sempre em função da religião, basta ver as genealogias de Jesus diferem nos dois evangelhos para ver que a interpretação literal só serve para criar ateus.

Nos paises desenvolvidos, aonde a população tem niveis elevados de instrução a interpretação literal, de criacionismo fixista, só serve para aumentar o numero de ateus. Felizmente as igrejas sérias, com profundidade teologica, não apoiam esse criacionismo fixista.

Quando ao meu julgamento Jesus disse:
Vinde a mim, porque tive fome e deste-me de comer...
não
vinde a mim porque acreditaste que fiz o mundo em 6 dias de 24 horas, cada uma com 60 minutos e cada minuto com 60 segundos... isto chega a ser ridiculo.

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Mensagem por camiloabc Qui maio 02, 2013 4:57 am

Há por aí várias espécies novas, apesar da evolução ser um fenómeno lento e dos registos cientificos serem recentes:

http:// hypescience .com/63426-8-exemplos-da-evolucao-em-acao/

http:// www1.folha.uol. com.br/fsp/ciencia/fe0802200102.htm

Tudo é possível a Deus, até usar uma linguagem simbólica, para que os arrogantes sejam confundidos.
Faz uma confusão notável entre interpretações da Bíblia e arrependimento dos pecados. Tira conclusões completamente disparatadas, Jesus nada afirma sobre a evolução... não me parece que estivesse preocupado com isso, mas sim em ensinar aos Homens o caminho da Salvação... parece que se existe ou não evolução não foi relevante para Jesus, Ele não fez menção a isso.

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Mensagem por Fabricio Sex maio 10, 2013 8:40 pm

Prezados,

Em primeiro lugar, acho que comparar criacionismo com evolucionismo é o mesmo que comparar laranja com maçã. São bases diferentes, que propõem-se a objetivos diferentes. Enquanto o primeiro é um dogma de fé (ou um sistema metafísico), o segundo é uma teoria científica.
Poderíamos comparar o criacionismo com a hipótese do universo eterno de Aristóteles, isso faria sentido.Da mesma forma, poderíamos comparar o evolucionismo com o lamarquismo, isso também faria sentido. Mas não dá para comparar criacionismo com evolucionismo. Se fizermos isso fatalmente seremos levados ao fundamentalismo, seja ele religioso ou científico. E fundamentalismo nunca é bom! Por isso, digo que não há qualquer problema em conciliar minha fé (que inclui Adão e Eva, pecado original e tudo mais) com a teoria da evolução. A teoria da evolução darwinista certamente será suplantada por outra no futuro, porque é assim que a ciência funciona, mas os ensinamentos da Igreja não.

camilo,
Certamente que há muita simbologia nas Escrituras. Quanto à doutrina do pecado original, entendo que o maior recado é que Deus não criou o homem pecador, foi ele quem escolheu esse caminho. E por essa falha de nossos pais, já nascemos pecadores, mas pela misericórdia de Deus, voltamos à santidade. É como bem lembra São Paulo: fomos condenados em Adão e salvos em Cristo... Ora, mas se Deus não nos fez pecadores , mas ainda assim já nascemos pecadores (como afirmam as Escrituas), isso nos foi transmitido por alguém que não Deus, certo?
Sei que não dá para explicar a transmissão do pecado da mesma forma que explicamos a transmissão de olhos azuis, por exemplo. Mas se considerarmos a poligenia, teríamos que admitir que nem todos os homens nasceram pecadores, por isso acho complicado encaixá-la na doutrina do pecado original.

Fique com Deus

Fabricio

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Mensagem por camiloabc Sáb maio 11, 2013 8:46 pm

fabricio, o que a mensagem biblica diz é que nascemos pecadores... essa natureza não precisa de ser herdada como quem herda a cor dos olhos. Não vejo nada de complicado nisso, partilhamos todos a mesma natureza. Isso é certo, quer do ponto de vista cientifico, quer religioso. O resto é palha que só atrapalha.


Ricardo:
por acaso a laranja até é um bom exemplo, uma vez que é resultado de um cruzamento:

http: http://pt.wikipedia .org/wiki/Laranjeira

A laranja é o fruto produzido pela laranjeira (Citrus × sinensis), uma árvore da família Rutaceae. A laranja é um fruto híbrido, criado na antiguidade a partir do cruzamento da cimboa com a tangerina.

a evolução não é nenhuma forma de ateismo, eu sou crente e distingo bem as coisa. O que acho é que o criacionismo fixista, é uma forma de fé infantiloide, que mostra ignorancia, esse sim serve para alimentar as fileiras do ateismo. Essa forma de fé é que faz crescer o nº dos ateus, ridiculariza os cristãos.
Repare que a ciencia atual até afirma que existiu um homem do qual descende toda a humanidade, que terá vivido cerca de 200 mil anos atrás. Mas isso é secundário.

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Mensagem por camiloabc Dom maio 12, 2013 5:08 am

Mt 3, 9 e não vos iludais a vós mesmos, dizendo: 'Temos por pai a Abraão!' Pois, digo-vos: Deus pode suscitar, destas pedras, filhos de Abraão.

Não somos imagem de Deus do ponto de vista físico, Deus está muito para além disso. Somos imagem de Deus do ponto de vista moral, espiritual.

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Mensagem por Lucas B. Dom maio 12, 2013 11:49 am

Quero dizer que apesar de não participar de forma mais ativa (por uma série de fatores como a própria falta de computador), ainda acompanho muitas das discussões aqui do fórum, inclusive esta que possui alguns pontos bastante esclarecedores. Gostaria de começar por esta colocação:
Jesus nada afirma sobre a evolução... não me parece que estivesse preocupado com isso, mas sim em ensinar aos Homens o caminho da Salvação... parece que se existe ou não evolução não foi relevante para Jesus, Ele não fez menção a isso.
Particularmente ela expressa bem o meu entendimento sobre tal matéria, isto é, e atentem bem para a colocação das palavras, a principio não acho inadmissivel a idéia de alguma forma de evolução, porque se formos examinar bem a idéia central em si (conjunto de processos pelos quais os seres se desenvolveriam através de adaptações) em nada se opõe a questão da Fé em um Deus criador de todas as coisas (inclusive dos processos), por isso mesmo a Igreja Católica adota hoje um postura bastante cautelar em relação à isso, podemos ver isso nas palavras do Papa Bento XVI:

Em um claro não ao evolucionismo radical, o Papa Bento XVI dirigiu aos membros da Pontifícia Academia para as Ciências e precisou que Deus é o fundamento de toda a criação.

Em suas palavras pronunciadas na Sala Clementina do Vaticano ante os membros deste dicastrio que iniciam hoje sua Assembléia Plenária sobre o tema “Olhar científico à evolução do Universo e a VIDA”, o Santo Padre, entretanto, deixou em claro que o princípio da criação não se opõe à idéia de uma evolução não absoluta.

“Neste contexto –continuou o Pontífice– os assuntos ligados à relação entre a leitura que as ciências fazem do mundo e a leitura oferecida pela Revelação Cristã emergem naturalmente. Meus predecessores, o Papa Pio XII e o Papa João Paulo II notaram que não existe oposição entre o entendimento da fé da criação e a evidência das ciências empíricas”.

Bento XVI precisou além que “a filosofia em seus inícios tinha proposto imagens para explicar a origem do cosmos sobre a base de um ou mais elementos do mundo material. Esta gênese não era vista como uma criação, mas sim como uma mutação ou transformação; e incluía uma espécie de interpretação horizontal da origem do mundo”.

“Um avanço decisivo –prosseguiu– no entendimento da origem do cosmos foi a consideração do ser e a preocupação da metafísica com a pergunta mais básica sobre a primeira origem transcendente do ser”. “Para desenvolver e evoluir, o mundo necessitava primeiro ser, quer dizer sair de um nada para o ser. Tinha que estar criado: em outras palavras, pelo primeiro Ser que é tal por essência”, acrescentou.

O Santo Padre explicou além que “afirmar que a fundação do cosmos e seu desenvolvimento está na sabedoria providente do Criador não significa dizer que a criação só tem que ver com o início da história do mundo e a vida. Em vez disso implica que o Criador capa estes desenvolvimentos e os mantém, faz-os evoluir e os sustenta continuamente”.

Depois de lembrar como Santo Tomás de Aquino afirmava que a “criação não é um movimento nem uma mutação” senão “a relação institucional e contínua que une à criatura com seu Criador porque Ele é a causa de todo ser e no que se converta”, o Pontífice comentou que o Cristianismo permitiu nas pessoas a possibilidade de aproximar-se de um livro, “imagem querida por muitos cientistas”.

Galileu viu a natureza como um livro cujo autor é Deus na mesma forma em que as Escrituras têm a Deus como seu autor. É um livro cuja história, cuja evolução, cuja ‘escritura’ e significado, ‘lemos’ de acordo às diferentes aproximações das ciências, enquanto pressupomos todo o tempo a presença institucional do autor que quis revelar-se a si mesmo nela”.

“Esta imagem –disse logo o Papa– também nos ajuda a entender que o mundo, longe de originar do caos, parece um livro ordenado; é um cosmos. face aos elementos do irracional, caótico e destrutivo nos longos processos de mudança no cosmos, este segue sendo ‘legível’. Tem uma ‘matemática’ interior. A mente humana pode então comprometer-se em uma ‘cosmografia’ estudando os fenômenos mensuráveis e também em uma ‘cosmologia’ discernindo a lógica visível interior do cosmos”.

É provável, prosseguiu, que “ao princípio não possamos ver a harmonia de tudo e as relações entre suas partes individuais, de sua relação ao todo. Entretanto, sempre existe uma ampla fila de eventos inteligíveis, e o processo racional revela uma ordem de correspondências evidentes e finalidades inegáveis: no mundo inorgânico, entre a microestructura e a macroestructura, entre a estrutura e a função, entre o conhecimento da verdade e a aspiração à liberdade”.

Bento XVI precisou além que “as perguntas experimentais e filosóficas gradualmente descobrem estes ordens, percebem-nos trabalhando para manter-se sendo, defendendo-se a si mesmo ante os desequilíbrios e os obstáculos que os superam. E graças às ciências naturais têm incrementado nosso entendimento do lugar único que tem a humanidade no cosmos”.
O Santo Padre disse além que “a distinção entre um simples ser vivente e um ser espiritual que é capaz de Deus, assinala a existência de uma alma inteligente que tem um fim transcendente. Por isso o Magistério da Igreja constantemente afirmou que ‘toda alma espiritual é criada imediatamente por Deus –não é ‘produzida’ por seus pais – e é além imortal’. Isto aponta à distinção da antropologia e convida à exploração da mesma por parte do pensamento moderno”.

Finalmente, o Papa lembrou as palavras que João Paulo II dirigisse aos participantes deste dicastério em novembro de 2003: “a verdade científica, que é em si mesmo uma participação da Verdade divina, pode ajudar à filosofia e a teologia a entender cada vez mais plenamente à pessoa humana e a Revelação de Deus sobre o homem, uma Revelação que é completada e aperfeiçoada em Jesus Cristo.

Por este importante enriquecimento mútuo na busca da verdade e o benefício da humanidade, estou, com toda a Igreja, profundamente agradecido”.


Voltando, o que acontece hoje em dia é justamente uma exacerbação de posturas arraigadas e extremas dos dois lados que impedem vislumbrar qualquer conciliação possível, semelhante ao caso de Galileu não há problemas quando a ciência questiona posições ciêntificas até então aceitas, o problema é quando ela (entenda-se: aqueles que dela fazem uso) foge do seu campo (material) e tentam expandir suas "conclusões" em áreas adversas a sua metodologia, e esse é o principal problema do ateísmo cientificista militante. Como exemplo disso podemos constatar monstruosidades como o nazismo, consequencias da aplicação de principios "evolutivos" a uma doutrina social (adaptação do mais preparado), etc.

No outro extremo temos posições de religiosos que beiram um fundamentalismo fanático que comete erros crassos como afirmar que "Jesus é a Verdade", e ao mesmo tempo tentar negar a verdade que pode ser alcançada pelos nossos sentidos e razão conferidos pelo mesmo Deus e exercido nas ciências.
Ciência e Fé trabalham sobre questões em sua maioria diferentes e com metodologias diferentes, mas esbarram num ponto de convergencia em seus objetos quando tratam da realidade do homem, que não deve ser concebida de forma parcial ou dicotômica.
Deus como Caminho, Verdade e Vida, não pode esquivar-se de ser posto em confronto com essas questões e não simplesmente resistir a elas mas acrescentar-lhes a compreensão, da mesma forma a ciência deve ter a conciência de seus limites provisórios e não procurar restringir a realidade simplesmente ao "conhecido", visto que este está sempre em expansão por muitas vezes a custo de contradição e negação do anteriormente conhecido.

A Bíblia nos traz a Verdade necessária para aquilo a que se propõe, no entanto não foi ela quem ensinou ao homem a escrita, a fabricação do papel ou da impressão que nos permite fazer uso dela hoje em dia, portanto os diversos campos do conhecimento humano devem agir sobre seu propósito específico, sem necessidade de oposições fabricadas em mentes intolerantes e ignorantes.

Vinde Senhor Jesus!

Lucas B.

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Mensagem por camiloabc Dom maio 12, 2013 6:28 pm

Jesus falava mesmo das pedras do caminho. Grande é o poder do Senhor.

a Palavra do Senhor usa de antropomorfismos para que nós O compreendamos.

Deus não oculta a evolução de ninguém... aliás ela é irrelevante para a salvação de cada um de nós...

e citando a citação do Lucas B.:


o Papa Pio XII e o Papa João Paulo II notaram que não existe oposição entre o entendimento da fé da criação e a evidência das ciências empíricas”.

O Santo Padre explicou além que “afirmar que a fundação do cosmos e seu desenvolvimento está na sabedoria providente do Criador não significa dizer que a criação só tem que ver com o início da história do mundo e a vida. Em vez disso implica que o Criador capa estes desenvolvimentos e os mantém, faz-os evoluir e os sustenta continuamente”.

Depois de lembrar como Santo Tomás de Aquino afirmava que a “criação não é um movimento nem uma mutação” senão “a relação institucional e contínua que une à criatura com seu Criador porque Ele é a causa de todo ser e no que se converta”,


e agora citando o próprio Lucas:
No outro extremo temos posições de religiosos que beiram um fundamentalismo fanático que comete erros crassos como afirmar que "Jesus é a Verdade", e ao mesmo tempo tentar negar a verdade que pode ser alcançada pelos nossos sentidos e razão conferidos pelo mesmo Deus e exercido nas ciências.

é o criacionismo fixista que converte as pessoas ao ateismo. As pessoas têm formação cientifica, vêm as razões pela qual a evolução tem bases comprováveis e por outro lado vêm um grupo de pessoas que se nega a ser racional, que prefere negar cegamente aquilo que a razão descobre. Perdem a fé, devido ao contratestemunho de quem prefere ser cego ao raciocinio, quer prefere uma fé cega a uma fé baseada na razão.
Depois podem proibir a leitura da Bíblia, pois, se ela leva algumas pessoas a ter opiniões contrárias à inteligência humana. Deus deu-nos inteligência, não espalhou armadilhas para exigir de nós uma fé cega ao raciocinio.

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Mensagem por camiloabc Seg maio 13, 2013 6:56 pm

Pois, mas alguns antigos padres, dos primeiros séculos chegaram às mesmas conclusões que os cientistas atuais, muito antes destes e usando argumentos puramente teológicos.
As sagradas escrituras parecem-vos não encaixar nas ciências modernas porque vocês não percebem nem as sagradas escrituras nem a ciência moderna. Vêm assim falsas oposições, constroem obstáculos à fé totalmente desnecessários...
e francamente ridículos, alimentam uma imagem da fé distorcida, que serve para denegrir a fé cristã, que nos faz passar por imbecis ignorantes aos olhos de quem sabe alguma coisa de ciência, mas cujo principal contato com os cristãos são os grupos fanáticos que adotam o criacionismo fixista.

e sim, a palavra de Deus é espiritual, por isso não a queiram fazer passar por uma linguagem tecnico-cientifica que nunca pretendeu ser.

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Mensagem por Lucas B. Sáb maio 18, 2013 3:34 pm

Foi o próprio Jesus que se definiu como a Verdade (S. Jo 14,6), não acredita nele?
Não sei o que o leva a tal questionamento, se a intenção de criar dúvida em relação ao que acredito ou a simples incompreensão do sentido da frase; apostando nisso transcrevo de forma específica a incoerência a que me refiro:
...afirmar que "Jesus é a Verdade", e ao mesmo tempo tentar negar a verdade...
A verdade relativa, como chamam os pós-modernistas, é que pode ser alcançada pelo empirismo.
É bom especificar ao que nos referimos,
o empirismo enquanto metodologia aplicada às ciências, é um dos legitmos meios de "alcançar" verdades absolutas e não relativas como se poderia imaginar; se eu aqueço o gelo ele se torna água ou vapor, se resfrio a água esta se torna gelo em certo ponto, estou certo disso por que sou capaz de demostrar de maneira empirica (experimentação).
No entanto o empirismo tomado como ideologia e filosofia únicas para a compreensão da realidade peca, ao desconsiderar a imensidão de dimensões da existência que não podem ser abrangidas de forma empírica. Esta sim aproxima-se da posição relativista em alguma questões.
Mas explique como se conhece a Jesus pelo olfato, tato e paladar.
Deve ter colocado isso por que eu mencionei..."a verdade que pode ser alcançada pelos nossos sentidos e razão conferidos pelo mesmo Deus e exercido nas ciências."
Especificamente não me referia a Verdade Revelada, que junto com a verdade apreensível totalizam o conhecimento da realidade (e finalidade) para o homem. Mas até mesmo para a verdade revelada (como Jesus o qual citou) os sentidos são uma porta para seu conhecimento como ensinava São Tomás de Aquino, e você mesmo confirma minha informação ao não questionar sobre a visão ou audição mesmo sabendo que fazem parte dos cinco sentidos. Seria então um cego e surdo incapaz de conhecer a Jesus? Ora mesmo os que não foram citados se comunicam com a verdade revelada destinada a eles, afinal de que outra forma entenderiamos algo como:

Fui eu, pois, ter com o anjo, dizendo-lhe que me desse o pequeno livro. E ele me disse: Toma e devora-o! Ele te será amargo nas entranhas, mas, na boca, doce como o mel. (Ap 10,9)

Somos para Deus o perfume de Cristo entre os que se salvam e entre os que se perdem.
Para estes, na verdade, odor de morte e que dá a morte; para os primeiros, porém, odor de vida e que dá a vida. E qual o homem capaz de uma tal obra? (II Cor 2,15-16)

Vejam minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo. Toquem-me e vejam: um espírito não tem carne e ossos, como vocês podem ver que eu tenho." (Lc 24,39)


Deus se comunica a nós numa linguagem acessível ao nosso conhecimento por isso o Apóstolo diz: "Aquilo que existia desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e o que nossas mãos apalparam: - falamos da Palavra, que é a Vida." (IJo 1,1)
Logicamente que entendemos que a linguagem do transcedente não pode ser compreendida na totalidade pelo imanente, é aqui onde entra a Fé, que completa essa comunicação junto com a razão.

Interessante notar que as divergencias entre cientificistas e criacionistas "fixistas", é gerada de uma pura semelhança, ambos são: literalistas.
Muitos cientificistas diante de passagens complexas das escrituras só conseguem vê-las de forma literalista, e não crendo nelas as enxergam como contraditórias ao conhecimento cientifico.
Muitos criacionistas diante de passagens complexas das escrituras só conseguem vê-las de forma literalista, e crendo nelas (da forma que conceberam) as enxergam como contraditórias ao conhecimento cientifico que aparentemente se mostra diferente.

Vinde Senhor Jesus!




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Mensagem por Fabricio Ter maio 21, 2013 8:16 pm

Caros amigos,

Creio que minha intervenção contra a comparação entre criacionismo e evolucionismo ficou ofuscada pelo assunto sobre a transmissão do pecado original (assunto este que eu gostaria de voltar mais tarde...). Sendo assim, volto a fazer aquela mesma observação: comparar criacionismo com evolucionismo é como comparar alhos com bugalhos! Enquanto um tem base puramente teológica (ou filosófica, como preferem alguns, inclusive eu), o outro trata-se de um modelo científico.

Faria sentido comparar o criacionismo com a teoria do universo eterno de Aristóteles, por exemplo, assim como faria sentido comparar o evolucionismo com o lamarquismo, mas comparar criacionismo com evolucionismo não dá. Eles partem de princípios diferentes, e propõem-se a objetivos diferentes. Enquanto um preocupa-se com os "porquês" a "para quês" da nossa existência, o outro abstrai um modelo plausível para tentar descrever os fenômenos pelos quais chegamos a ser o que somos enquanto sistemas biológicos.

No sistema criacionista, não há preocupação alguma sobre a duplicação do DNA, conformação espacial de proteínas, mutação gênica ou qualquer coisa do tipo. Da mesma forma, o sistema evolucionista não se preocupa com assuntos como o momento da infusão da alma, direito natural, castigo eterno ou qualquer coisa do tipo. Ainda sim, graças ao sistema evolucionista conseguimos fabricar antibióticos, e graças à crença no Deus criador somos civilizados.

Questionou-se aqui quantas pessoas se converteram ao cristianismo por causa do evolucionismo... pois bem, digo que nenhuma, porque a teoria da evolução não foi proposta para esse fim. Da mesma forma, podemos perguntar quantas doenças genéticas foram descobertas e tratadas através do sistema criacionista. Ora, nenhuma, porque o sistema criacionista não foi concebido para isso.

É fundamental evitar tanto o fundamentalismo religioso quanto o fundamentalismo cientificista. Um dos maiores bens materiais que a Igreja trouxe a humanidade foi o progresso científico, e isso se deu graças a uma visão sensata dos propósitos da ciência e da fé.

Fiquem com Deus

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