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Todos os santos são santos?

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Mensagem por Lucas B. Sáb Jul 14, 2012 10:51 am

NOTA DA MODERAÇÃO: Teor inicial do tópico: Se alguém na terra merece o título de santo, este deve ser muito diferente da maioria dos homens. Mas como reconhecer um santo entre nós humanos? Ele se torna mais santo quando morre ou se santifica mais enquanto vive?

A respeito do dia 1º de novembro, poderíamos comentar este artigo do site Como Tudo Funciona, da UOL:
Os católicos costumam homenagear os seus santos no dia do aniversário de suas mortes. Porém, o número de santos canonizados é muito superior ao número de dias do ano, sendo assim, poucos deles são oficialmente homenageados no dia de sua morte. Para resolver esse problema, o Papa Bonifácio IV, criou o Dia de Todos os Santos, com o intuito de homenagear todos os santos em um único dia.

Isso aconteceu no século VII e naquela época o Dia de Todos os Santos era comemorado no dia 13 de maio. No século seguinte (em 835), porém, o Papa Gregório III, mudou a data que passou a ser celebrada no dia 1º de novembro. Dizem os historiadores que o principal objetivo da mudança da data foi para que ela passasse a coincidir com o Samhain – Ano-Novo para os Bruxos (comemoração que deu origem ao Halloween), buscando dessa forma, atrair os “pagãos” (possíveis novos fiéis) para a celebração católica.

Fonte: http://pessoas.hsw.uol.com.br/dia-de-todos-os-santos.htm
Qualquer pessoa que, tendo sido invocada após sua morte terrena, contribuir para um milagre particular é digna de devoção, culto, preces e dia comemorativo (antes, durante ou depois de sua canonização)?
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Se alguém na terra merece o título de santo, este deve ser muito diferente da maioria dos homens. Mas como reconhecer um santo entre nós humanos? Ele se torna mais santo quando morre ou se santifica mais enquanto vive?
 
Na verdade ele (natural e socialmente) não é diferente de qualquer pessoa, o que  geralmente o torna "diferenciável" para muitos é a sua vivência cristã, que notoriamente é e sempre será diferente da vivencia "deste mundo". A Santificação como a de todos os homens só ocorre em vida.
Qualquer pessoa que, tendo sido invocada após sua morte terrena, contribuir para um milagre particular é digna de devoção, culto, preces e dia comemorativo (antes, durante ou depois de sua canonização)?
Na verdade o processo é geralmente o contrário: alguém que foi reconhecido pela sua capacidade de viver o amor de Cristo nesta terra, geralmente é tomado como um digno intercessor diante daquele que testemunhou com sua vida, tendo em vista o reconhecimento dessa capacidade de supostamente "congregar" os demais no caminho de Cristo, a Igreja procura conhecer a vivência do tal indivíduo, se poderia ou não ser tomada como modelo de vida Cristã, e em ultima instância saber se alguém foi "Salvo" e admitido "a presença" de Deus, não está a nosso alcance por isso é "exigida" uma manifestação que só poderia configurar como inconteste de Deus, um milagre, que devemos também ter claro que é declarado não pela Igreja mas atualmente, geralmente pela ciência, quando se chega ao ponto onde não resta qualquer explicação para um dado fenômeno.
Tanto o povo pode "indicar" para a Igreja os Santos como a Igreja para os mesmos (por exemplo no caso de vidas reclusas, escritos edificantes, etc.), mas a "confirmação" dos mesmo só pode ser feita por Deus mesmo, e a Igreja como detentora da responsabilidade de manifestá-lo ao mundo, também de declarar essa confirmação e propagar esses exemplos.
Maiores detalhes do "atual processo" podem ser conferidos nos documentos da Congregação para a Causa dos Santos do Vaticano.
Por último e não menos importante, devemos ter bem claro que todos aqueles que foram admitidos à viver na Eternidade com Deus são Santos, mas estes só Deus o sabe quem são em sua totalidade, pois nem todas as vidas Santificadas chegam ao conhecimento público ou da Igreja, não são "Santos" para Deus somente aqueles que a Igreja declara.
 
Vinde Senhor Jesus!

Lucas B.

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Mensagem por Lucas B. Ter Jul 17, 2012 4:06 pm

Olá Ricardo
Com sua permissão vou fazer uma alteração numa de suas frases, um tanto para minha compreensão outro para tentar explicar um pouco a questão.
a Igreja Católica tem oficializado práticas que têm sido iniciadas pelos seus fiéis e que cumprem os seus requisitos e estão de acordo com suas tradições.
A Igreja Católica têm "oficializado" práticas que têm sido iniciadas pelos seus fiéis "e que cumprem os seus requisitos" (me pareceria mais claro dizer: e que se mostrem benéficos e coerentes à vivência Cristã) e estão de acordo "com suas tradições" (com sua Tradição - entenda-se: aquilo que de maneira continuada e initerrupta liga os ensinamentos de Cristo aos Apóstolos, e destes à Igreja).
Assim não haveria cada vez mais um distanciamento da prática comum na Igreja fundada por Cristo no século primeiro, ou a abertura de um leque muito grande de alternativas devocionais que os cristãos primitivos não tinham? (Estes direcionavam suas preces primordialmente ao Pai e tinham uma liturgia bem simplificada e natural).
A Verdade é apenas uma. A Fé é apenas uma. As práticas são diversas, assim como os dons são diversos. O que podemos dizer sobre elas?
Verdadeiramente sempre existiu um enorme leque devocional a depender do contexto de cada comunidade e cada indivíduo, por exemplo:
Dizem que os primeiros Cristãos não tinham a prática de reunir-se em Igrejas como temos hoje. Mas por quê? Seria essa a verdadeira "prática" Cristã?
Logicamente que não. Existiam diversos fatores que contribuiam para essa prática específica, como o fato básico de não existirem Igrejas, de não haver liberdade de culto, na verdade no princípio não havia sequer uma diferenciação clara de que o Cristianismo era uma "nova religião" e demandava "novos templos", pois como podemos constatar muitos dos Apóstolos e o próprio Cristo pregavam nas sinagogas e nelas se reuniam para fazer as leituras, pois muitos entendiam (e com razão) que o mesmo não era uma ruptura do judaísmo e sim sua continuidade, sua plenitude alcançada (e o era). Em ambientes onde essas condições eram diferentes também as práticas se tornaram, mas não a ponto de colocarem em conflito a mesma Fé. Os primeiros templos exclusivamente Cristãos surgiram justamente em lugares onde esses fatores não "pesavam" tanto, alguns por exemplo associaram essa prática aos costumes pagãos supostamente adquiridos pela liberação de culto concedida pelos Imperadores Romanos, quando na verdade deve-se perceber que era um anseio dessas comunidades reprimido pela falta de condições (perseguições, indisponibilidade de bens, demanda reduzida de fiéis, etc.).
Ainda hoje essa é uma prática suscetível a alterações, ou será que os Cristãos no Irã, China, Coréia do Norte, Sudão, etc., podem fazer pleno uso dela?
A mesma ressalva pode ser feita a outras práticas como a devoção aos Santos, como os primeiros Cristãos teriam uma devoção comum se a própria vivência Cristã ainda estava sendo descoberta, em outras palavras, não haviam tantos "Santos"? Apesar de que também ela faz parte da Tradição, desde o início vide por exemplo o relato de Estevão o primeiro mártir. A ordenação de homens casados, que pelos ensinamentos de Jesus não foi assim, no entanto por um período fez-se necessária, assim como agora fez-se no Ordinariato pessoal para anglicanos. E diversos outros.

Enfim o que se poderia dizer sobre práticas e, é isso que difere sobremaneira a visão Católica de demais denominações, é se ela é uma prática Cristã ou não, mas o critério para isso não é exclusivamente a precedência. Já ouvi alguns protestantes declararem explicitamente: "... a prática cristã é unicamente o que está na Bíblia, e o que não está não é..."
Ora o que é isso senão a mesma visão estanque do farisaísmo judaíco, fechada para o novo e diferente como se isso fosse necessáriamente mal. Também a mensagem de Cristo era algo novo e diferente para eles, e recusada unicamente por aparentemente não se coadunar com o que eles entendiam serem as leis e profecias.
Será que o Evangelho e os exemplos Cristãos não podem nos ensinar nada de novo? Os primeiros Cristãos foram exemplo para nós de como viver a mesma Fé, esta sim única, mas nem todas as suas práticas podem ser tomadas explicitamente por nós, pois existem diferenças nas conjunturas histórico-sociais que poderiam até mesmo atualmente colocá-las em contradição com o que seria um modelo de vida Cristã (vide por exemplo a confusão que causa a muitos as palavras de São Paulo sobre as mulheres), e essa é a importância do exemplo de vida Cristão dos Santos, justamente a sua diversidade, pois até mesmo Cristo, o "metro", modelo de excelência de vida deve ser entendido como exemplo, eu não posso simplesmente sair no meio da rua sem rumo pregando a Palavra e esperar que estarei "fazendo a Vontade do Pai como Jesus" e todos o que não fazem o mesmo estão errados.
Jesus não viveu todas as "vivências" possíveis ao homem, mas é exemplo para todas unicamente por ter mostrado como elas devem ser vividas: Como doação, aquele que vive em função do bem do próximo como ele mesmo o fez, em especial na Cruz: Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora, hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. (Jo 13,1)

As práticas dos primeiros Cristãos não são as únicas possíveis. Em suma o verdadeiro e único critério da prática Cristã é só um: o Amor.

Respondeu Jesus: Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo. Nesses dois mandamentos se resumem toda a lei e os profetas.
(Mt 22, 37-40)

Pois toda a lei se resume neste único mandamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. (Gl 5,14)

É por isso que não entendo que muitos outros Cristãos não concordam com diversas práticas nossas como a devoção a Nossa Senhora e aos Santos, o Purgatório, a Missa, etc., por supostamente não constarem na Bíblia (como tantas outras coisas que crêem como a Trindade e a própria Bíblia, mas não vem ao caso). Só que até hoje nenhum sequer conseguiu mostrar no quê isso afasta o homem de Deus e de viver o mandamento de Cristo: o Amor. E isso simplesmente porque não usam esse critério, o próprio Amor.
Pois é graças a esse critério por exemplo que permite que a mesma Igreja que diz que "fora dela não há Salvação", admite uma pertença que não a visível, constatada apenas por Deus mesmo, isso é Amor, e isso torna coerente a afirmação da Verdade sem negá-la.
Bem, como a doutrina de que um santo canonizado pela Igreja tenha de passar via de regra pelo mesmo purgatório onde fiéis não praticantes haveriam de estar encaixa-se com a salvação pela fé em Deus + caridade + sacramentos?
Isso não é necessáriamente verdade, o purgatório não é uma condição "sine qua non" para ser admitido à Salvação Eterna. Via de regra a santidade é entendida como uma obtenção da graça plena dessa Salvação por uma união tal com o amor e sofirmento Cristo, que a purificação ocorre nessa própria terra e que nesse caso prescinde de passagem pelo Purgatório.
Mas, a santidade do modo de vida no processo de canonização é algo até certo ponto "constatável", e a "medida" dessa purificação é algo que só Deus conhece, assim como a vida de cada um em profundidade, então pode ser que algum Santo (canônizado) tenha sim passado pelo purgatório, mas que definitivamente não tenha permanecido assim e não obstante seja considerado Santo. Outro ponto incompreendido fora da Igreja Católica sobre o purgatório, é o enunciado do nosso Credo: "... Na comunhão dos Santos...", assim como Deus é comunhão na Trindade, a Igreja é comunhão entre as dimensões de sua existência: Igreja militante, triunfante e padecente. Se uma vida é fonte de Santidade para os demais, Deus não tardaria em cumprir com sua própria Palavra: "...e os que tiverem introduzido muitos (nos caminhos) da justiça luzirão como as estrelas, com um perpétuo resplendor." (Dn 12,3)

Quanto a questão propriamente, diferentemente de outras visões cristãs, o Católicismo não vê a questão da Salvação como algo pontual ou simplesmente um estado (até poderia ser um estado de "demanda", mas não vou me estender sobre isso também), isto é, não é por simplesmente acreditar: aceitei Jesus como meu Salvador = Estou Salvo. No nosso caso: Creio em Deus, pratico a Caridade, participo dos Sacramentos = Estou Salvo.
Trata-se de um processo, que demanda continuidade, mas o purgatório não está relacionado a um suposto "déficit" nesse trinômio e sim às consequências de nossos pecados e como isso nos torna incompatíveis com a bem-aventurança eterna. A prefiguração dessa realidade encontramos no Antigo Testamento, Deus liberta seu povo do Egito, com a promessa de levá-lo a uma terra onde "corre leite e mel", e o que vêm depois? 40 anos vagando pelo deserto e sendo atormentado por diversas pragas, por quê? Purificação. Não do indivíduo nesse caso mas do povo, pela infidelidade a geração que sai do Egito morreu no deserto e uma nova geração de gente capaz de seguir com fidelidade a Deus recebe a realização da promessa.

No novo Testamento um que considero sobremaneira interessante é este:
Quanto ao fundamento, ninguém pode pôr outro diverso daquele que já foi posto: Jesus Cristo. Agora, se alguém edifica sobre este fundamento, com ouro, ou com prata, ou com pedras preciosas, com madeira, ou com feno, ou com palha, a obra de cada um aparecerá. O dia (do julgamento) demonstrá-lo-á. Será descoberto pelo fogo; o fogo provará o que vale o trabalho de cada um. Se a construção resistir, o construtor receberá a recompensa. Se pegar fogo, arcará com os danos. Ele será salvo, porém passando de alguma maneira através do fogo. (ICor 3, 11-15)

Se formos comparar o convertido à uma pedra ou metal preciosos, encontramo-nos em "estado bruto", então fica bem fácil entender a explicação em outra passagem:
Sentar-se-á para fundir e purificar a prata; purificará os filhos de Levi e os refinará, como se refinam o ouro e a prata; então eles serão para o Senhor aqueles que apresentarão as ofertas como convêm. (Ml 3,3)
Os filhos de Levi já eram aqueles que apresentavam as ofertas, no entanto ainda não encontravam-se diante de Deus: "como convém".
Da mesma forma nós, apesar de tudo que fazemos não existe um mínimo necessário ou máximo possível para que nos acomodemos e consideremos já estar "como convém" diante de Deus.
E admitindo a hipótese possível de que um santo canonizado não tenha sido santificado aos olhos de Deus, como se explicam as evidências de milagres obtidos por sua provável intercessão?
Aí é que está, essa probabilidade só existe se eu partir do princípio que a hipótese É verdadeira. Mas seria possível?
Exemplo:
Se você está a pedir 10.000 reais, Eu tenho esse valor (que convenhamos não é uma quantia nada modesta) e aparece alguém dizendo que é meu irmão (ou que você acredite ser meu irmão), você confiado nisso resolve pedir a essa pessoa para conseguir de mim o valor.
Você acha que se essa pessoa não for realmente meu irmão eu cederia o tal valor a um desconhecido?
Se porventura eu concedesse a um desconhecido o tal valor, não lhe pareceria certamente que o indivíduo é verdadeiramente meu irmão ou goza de alto prestígio junto a mim?
Como eu esperaria diferente reação agindo dessa maneira?


Atente bem para as devidas proporções que coloco, não estamos a falar aqui de graças que Deus nos concede deliberadamente por serem necessidades nossas, estamos falando de milagres, sinal indelével do poder de Deus mesmo agindo, algo legado segundo as Escrituras também àqueles que crerem (no caso aqui o Santo a quem dirigimos a prece por interceder junto a Deus). Todo milagre é também um sinal, apesar de nem todo sinal ser um milagre, muitas vezes tendemos a diminuir ou esvaziar o sentido pleno de milagre. Então se mesmo contra qualquer indicio plausível considerássemos que um "verdadeiro" milagre se processou pela intercessão de um "falso" Santo. Deus mesmo estaria me induzindo ao erro. Isso é possível?
Ainda tentando alguma coerência na tal hipótese, o que poderia haver é o erro na constatação de um "falso milagre", e acredite, no atual processo de canônização aparecem e são rejeitadas muitas dessas alegações, mas isso não somente em relação à canonização mas a toda forma como a Igreja encara sinais e milagres: Não pode haver verdadeira graça sob falso testemunho. E fora do meio "verdadeiro" onde age o Espírito de Deus, unicamente ocorrem sinais que indicam o verdadeiro.
Do contrário como mostrei, a contradição atinge o próprio Deus.
Mais ainda: por que devotos de igrejas evangélicas apropriam-se de virtudes características aos santos e não reconhecem a doutrina católica como válida? Algum deles poderia a estar intercedendo por algum católico lá do céu? Há santidade fora do catolicismo romano? Por agora é suficiente.
Não sei se entendi a primeira colocação, as virtudes Cristãs, não são exclusividade de ninguém, qualquer um pode (e deve) segui-las, eu, você ou o ateu na esquina provavelmente vivênciamos em maior ou menor escala algumas delas, no entanto em relação a virtudes, quando falamos em Santos a principal característica é a "radicalidade" na vivência delas, e à semelhança do próprio Cristo vivem a medida do amor que é "amar sem medida" e da doação ao próximo. Proporcinalmente falando onde vê-se isso no meio dito evangélico ou em qualquer outro? Onde está alguém como uma Madre Tereza de Calcutá, um Dom Bosco, um São Camilo de Lellis, São Maximiliano Maria Kolbe, São Luiz Gonzaga, etc.?
Não que eu não considere que evangelicos e outros não vivam as virtudes evangélicas, vivem sim, não que eu não saiba que muitos missionários evangélicos também não tenham sacrificado a vida nesse sentido, assim o fizeram, apesar de que convenhamos, quando se tem em vista o prêmio dos mártires, simplesmente morrer por Cristo é mais simples do que viver para Ele, mas onde estão? Se nem mesmo os seus não fazem questão de lembrá-los? Onde está a "radicalidade" da Fé vivida? O mesmo questiono também aos católicos "mornos" (se é que ainda podem ser considerados isso). Se pode haver uma vida Santa fora da Igreja? Em teoria sim, mas onde está? Na prática não encontramos simplesmente porque é a Igreja que possibilita esse passo "além" dos limites, isso me lembra a passagem:
Um jovem aproximou-se de Jesus e lhe perguntou: Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna? Disse-lhe Jesus:
Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos.
Quais?, perguntou ele. Jesus respondeu: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho,
honra teu pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo.
Disse-lhe o jovem: Tenho observado tudo isto desde a minha infância. Que me falta ainda?
Respondeu Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!
Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens.
(Mt 19,16-22)

Aqui não tratando de riquezas, mas de limites. Viver uma vida de acordo com certas regras não demanda tanto sacrifício, como vimos o jovem foi capaz disso o que teoricamente foi o que Jesus lhe indicou para "ser salvo", mas com sua insistência o que Jesus posteriormente indica é para "Se queres ser perfeito...".
Lembro-me que uma santa pessoa certa vez disse: "É bom fazer o possível, é Santo fazer o impossível." De outra feita um Sacerdote me disse: "O Senhor me tirou o sono". Não no sentido de queixa, mas no sentido que também a Igreja conclama: todo Católico é chamado a uma incessante inquietação, eu não sei onde é o mínimo para mim, por isso sempre devo buscar o máximo. Em contrapartida um protestante me diz: "já estou Salvo!" Se é assim porque fazer qualquer coisa além do meu "limite"? Por amor? Então porque não vemos isso? Há de se convir que a radicalidade vivida pelos Santos não é constatada somente dentro da Igreja, mas também por aqueles que estão fora dela. Mas por que em outros meios é todo mundo "tão igual a todo mundo"?
Não se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no candelabro, e assim ela brilha para todos os que estão na casa.
Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus.
(Mt 5,15-16)

Aí vêm me dizer que eles(os Santos) estão errados? Que a Igreja em que eles acreditavam está errada? E que têm a Cristo como exemplo único e suficiente? Então porque é que nesses que me dizem errados eu identifico mais a Cristo, do que nos que se dizem certos e não fazem nada ou muito pouco?

Como disse anteriormente, também consideramos santos os Salvos por Deus, mesmo que não façam parte da pertença visível da Igreja Católica. Se nesse meior encontram-se "evangélicos" como eu acredito e espero que sim, provavelmente eles intercederiam pelos católicos (no entanto será dificil de ser lembrado quando não se é conhecido), pois quando estivermos em união plena com Deus conheceremos toda a Verdade, mas uma vez admitidos à essa pertença, naturalmente serão Católicos, e quando se encontra o destino "às apalpadelas", dificilmente indicar-se-á o mesmo método sabendo existir um "mapa" para tal.
Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse: 'Filho, vai trabalhar hoje na vinha'.
Ele respondeu: 'Não quero'; mas depois, reconsiderando a sua atitude, foi.
Dirigindo-se ao segundo, disse a mesma coisa. Este respondeu: 'Eu irei, senhor'; mas não foi.
Qual dos dois realizou a vontade do pai? Responderam-lhe: "O primeiro". Então Jesus lhes disse: "Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas estão vos precedendo no Reino de Deus.
(Mt 21,28-31)

Depois disso tudo eu é que pergunto:
Existe Santidade fora da Igreja Catolica Apostólica Romana?

Vinde Senhor Jesus!

Lucas B.

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