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Rito de comunhão

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Mensagem por Binhokraus Sáb Nov 12, 2011 8:56 am

Sim há. Em ocasiões especiais, ou em missas com menos fiéis, o padre pode optar por oferecer o que chamamos de comunhão de duas espécies, no caso o pão e o vinho.

Mas porque só comungamos o corpo de Cristo e não comungamos do Sangue de Cristo.

É Simples, por uma questão prática para evitar acidentes e excessos para com o precioso Sangue de Nosso Senhor, que sabemos não é mais vinho, mas sim precioso Sangue. E no mais, o Corpo de Cristo é o Corpo por inteiro, corpo e sangue. De modo que ao comungarmos somente do pão feito corpo de Cristo comungamos do Corpo e do Sangue de Cristo. Cristo está presente por inteiro na hóstia consagrada, como nos mostra os diversos milagres eucarísticos em toda a história da Igreja.
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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Sáb Nov 12, 2011 10:40 pm

Ainda reforçando esta ultima postagem de Binho, há que se levar em conta que a nossa comunhão é uma realidade com Jesus Ressuscitado. Sabemos que a Missa (celebração da Ceia do Senhor) é também um ritual de celebração da vida, da paixão, da morte e da ressurreição de Jesus. Numa concepção pedagógica, ao analisarmos a celebração da missa temos, na liturgia da Palavra, uma forte relação com Jesus vivendo no meio dos homens, anunciando a sua Palavra. Do mesmo modo, na liturgia eucarística, há toda uma relação ao sofrimento da paixão e da morte do Senhor, de maneira que no próprio culto, há uma separação do pão e do vinho que no ofertório, representam o Corpo e o Sangue do Senhor e posteriormente, uma vez consagrados, deixam de ser símbolo para se tornarem realidade, ainda separados, da mesma maneira que foram separados por ocasião do sacrifício na cruz. Na liturgia da comunhão, é Jesus Ressuscitado que vem ao nosso encontro. Da mesma forma que Ele, ressuscitado, apareceu vivo e intacto (sem aquela separação do Corpo e do Sangue que se processou no sacrifício da cruz), Ele vem a nós na Eucaristia, de maneira que tanto no Corpo quanto no Sangue, Ele se nos dá na sua integralidade, na sua totalidade (corpo, sangue, alma e divindade).
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Mensagem por RenatoPaulo Sáb Dez 03, 2011 6:47 pm

Amigo Ricardo,
Cada vez estou gostando mais de vc!
Presinto algo de bom dentro de vc.

Penso que vc nao se deve de preocupar com esse tema.Enquanto a Igreja nos der a comunhão,nao precisamos de mais nada.
Ja agora deixe-me acrescentar mais estas palavras de Jesus:
«É por isso que Eu disse: "Ninguém pode vir a Mim, se isso não lhe é concedido pelo Pai"».
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Mensagem por Flávio Roberto Brainer de Sáb Dez 03, 2011 7:56 pm

Caro Ricardo,

Você nos apresenta duas perguntas muito interessantes:

1) Quando dizemos "...e serei salvo", estamos nos referindo a ser curado da doença do pecado?

É verdade que ao pronunciarmos "serei salvo" estamos nos referindo a esta cura do pecado, o que é uma condição para a salvação. A salvação implica necessariamente a cura e o perdão de todo o pecado, o que me faz afirmar que o seu pensamento está muito correto. Entretanto, esta mesma resposta do cristão (serei salvo) diante da Eucaristia se refere também a cura das enfermidades físicas e psicológicas, pois o Corpo e o Sangue de Jesus realiza em nós o milagre da cura em toda a nossa humanidade e na sua integralidade, embora que dependa da nossa fé de acordo com a palavra de Jesus aqui bem colocada no seu colóquio: "seja-te feito conforme a tua fé" (Mt 8,13).

2) Quantas vezes temos que pedir a Deus que se pronuncie a favor da nossa salvação, será que ele ainda não disse nenhuma palavra?

Deus sempre nos fala, Ricardo. O grande problema é que não nos dispomos, ou não estamos acostumados a ouvir a voz do Senhor, seja durante a proclamação da Palavra, durante os momentos de oração silenciosa, ou através da leitura das Sagradas Escrituras, da Palavra de Sabedoria proferida por um ministro ou por um irmão na fé, dentre outros momentos que Deus nos concede. Normalmente, quando sou questionado a esse respeito, gosto muito de revisitar a história de Samuel (1Sm 3,1-10), onde aquele que quer ouvir tem que calar, e esse calar para escutar faz a diferença. Muitas vezes ouvimos sem escutar, como nos mostra a parábola do semeador (Mt 13,1-23).

Um grande abraço !!!

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Mensagem por Halmenara Ter Abr 24, 2012 9:22 am

Concordo plenamente com o Ricardo. Quando Jesus orientou sobre a comunhão ele deu ênfase ao seu sangue: "O sangue da nova e eterna aliança que será derramado por vós para a remissão dos pecados". Ele não nos disse para sermos práticos quanto a isso! Ou disse? Foi mais enfático ainda: "Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida".


Se tiver que ser prático, sejamos práticos, consigamos ser práticos numa maneira de distribuir o vinho como fizeram com o pão transformando-o em uma hóstia.

Isso, para mim, sempre foi uma falha gravíssima: Ser impedido de partilhar também do sangue na comunhão. Que importa né? Morramos de sede.



S.Mateus 23.13-19,28.
13 Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais os homens o Reino dos céus; e nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão entrando.14 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso, sofrereis mais rigoroso juízo.15 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós.16 Ai de vós, condutores cegos! Pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor.17 Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro ou o templo, que santifica o ouro?18 E aquele que jurar pelo altar, isso nada é; mas aquele que jurar pela oferta que está sobre o altar, esse é devedor.19Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a oferta ou o altar, que santifica a oferta?

O que vale mais? A palavra de Cristo ou os que as interpretam? Mas será que cristo falou somente para os exegetas? Ou falou para o povo humilde e inculto de letras?

O pior é que ficamos sem saída: Ou traímos nossa consciência e nos acomodamos aos "práticos" ou fazemos o quê?

"Rogai por nós Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo". (ou dos práticos?)
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Mensagem por Halmenara Ter Abr 24, 2012 11:43 am

Pois é, então não façamos! Para quê seguir a Cristo no que nos orientou? Ir a missa salva? Confessar salva? Celebrar as festas religiosas salva? Ignorar salva? Vestir a batina salva? Cantar na missa salva?
O pastor conduz as ovelhas, mas só as ovelhas conseguem pressentir o cheiro dos lobos ou os Maremmanos se o rebanho tiver um.

Bastaria mergulhar a hóstia no vinho para consumar o ato; mas isso não é prático né?
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Mensagem por Administrador Ter Abr 24, 2012 12:14 pm

Caro Halmenara, O corpo de Cristo é corpo por inteiro presente na hóstia. Corpo sangue alma e divindade, todos presentes sob a espécie de pão e de vinho, mas em ambos os casos temos Cristo por inteiro, tanto na hóstia quanto no vinho, de modo que só comungar o vinho, comunga-se todo o corpo de Cristo (corpo e sangue) e se comungar só da hóstia, também se comunga todo o corpo de Cristo (corpo e sangue).

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Mensagem por Halmenara Ter Abr 24, 2012 7:40 pm

Caro eleito: o que quero dizer é que, se as palavras não carecem de significado, para que usá-las? Quem fez a distinção das espécies foi Jesus! Eu não consigo encontrar explicação lógica para a comunhão ser apenas com o corpo e nem a naturalidade com que se justifica isso: “o pão compreende o corpo, o sangue e a alma de Jesus”. Ora Cristo, foi Cristo quem determinou as duas espécies e eu não vejo motivo para desobedecê-lo em nome da praticidade! Permitir e aceitar dessa forma, é abrir precedentes para outras interpretações em nome da praticidade.

Pilatos lavou as mãos porque encontrou uma forma prática de resolver seu problema.

Ordenaram aos catequistas vestirem-se de palhações porque foi uma maneira prática (será?) de prender a atenção dos catecúmenos na missa. Um padre, na minha frente, se valendo da ignorância da igreja, disse que a soda cáustica usada para fazer sabão pelas donas de casa, polui dez vezes mais que o sabão industrializado e dessa forma destinar o uso do óleo usado de cozinha que as mulheres faziam o seu sabão, para a arrecadação da Igreja.Ou seja, mentir dentro da casa de Deus em pela missa, foi a forma prática que o sacerdote encontrou para conseguir óleo usado para a “gincana”.

Lutero se insubordinou contra a igreja e tinha seus motivos, mas cair fora foi a forma prática de fazer valer as suas idéias. O Bofe também.

Trocaram a genuflexão, por uma reverência oriental porque é mais prático. Sem contar os que nem fazem genuflexão, nem reverencia: dão um pulinho.

Trocaram o sinal da cruz que ia da fronte ao umbigo, para ir da fronte ao peito porque é mais prático não importando se o sinal dessa forma represente uma expressão satânica.

Caro Administrador, quem quiser fazer um ponche de abacaxi, precisará da fruta e do suco do abacaxi distintamente. Será que Jesus não quis dessa forma para que celebrássemos o todo e a essência que dá vida ao todo?

O sangue pode aguardar mais de um mês para salvar uma vida, mas quanto tempo um corpo agüenta sem o sangue? Existe a distinção.

Se a hóstia compreende o corpo, o sangue e a alma de Jesus, porque o celebrante não dispensa o vinho também? Por que só cabe a nós sermos excluídos dessa comunhão?

E o pior que ao longo do tempo, já ouvi (de sacerdotes) outras explicações para o fato, parece que não há consenso.

Eu prefiro ficar do lado da simplicidade das palavras de Cristo do que da exegese dos práticos.

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Mensagem por Administrador Ter Abr 24, 2012 8:13 pm

Amigo, o que você não compreendeu, é que Jesus não está fragmentado na comunhão. Em cada hóstia, em cada um que comunga do vinho, comunga Cristo inteiro. Uma hóstia é Jesus por inteiro, e cada hóstia assim também o é! Por isso não há a necessidade de se comungar sob duas espécies. Vai além de uma questão prática. Essa é a instrução da igreja. Se algum Pe. disse diferente, está enganado. O bonito da doutrina da Igreja Católica é que sempre há consenso, e se em algum momento você perceber que não há consenso entre o que um padre fala e outro, é porque um dos dois, ou ambos, não fizeram o que deveriam ter feito, que é conhecer mais profundamente a doutrina para só depois ensina-la. Por isso que insistimos e repetimos constantemente. Não podemos julgar a prática de fé das pessoas, porque essas podem errar pelos mais diversos motivos. Devemos julgar a doutrina tal como ela é!
Um abraço, e permaneça em Deus.

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Mensagem por Halmenara Qua Abr 25, 2012 3:11 am

"Essa é a instrução da igreja (igreja ou clero?). Se algum Pe. disse diferente, está enganado. O bonito da doutrina da Igreja Católica é que sempre há consenso, e se em algum momento você perceber que não há consenso entre o que um padre fala e outro, é porque um dos dois, ou ambos, não fizeram o que deveriam ter feito, que é conhecer mais profundamente a doutrina para só depois ensina-la."

E como vou descobrir isso? Como vou saber quem está enganado ou quem está enganando?



Mas me responda:

Se a hóstia compreende o corpo, o sangue e a alma de Jesus, porque o celebrante não dispensa o vinho também? Por que só cabe a nós sermos excluídos dessa comunhão?
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Mensagem por oandarilho01 Ter maio 01, 2012 1:24 am

Boa noite.
Ao Halmenara e ao ricardo_gabriel:

Em casos de dúvidas desta natureza, devemos sempre recorrer ao magistério da Igreja.
As alegações em favor da manutenção da comunhão somente na espécie do pão são bastante válidas e justificadas pelo zelo com o sagrado. Vinho, por ser líquido, sofre muito mais oscilações em sua matéria, e corre muito mais o risco de ser desperdiçado. Não só com gotas que espirram, mas com resquícios, principalmente. Todos já notaram como o sacerdote lava o cálice com água após comungar.

Vejamos o que nos diz o documento Redemptionis Sacramentum da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos acerca da matéria:

CAPÍTULO III - A CELEBRAÇÃO CORRETA DA SANTA MISSA

1. A MATÉRIA DA SANTÍSSIMA EUCARISTIA

[48.] O pão que se utiliza no santo Sacrifício da Eucaristia deve ser ázimo, só unicamente de trigo, feito recentemente, para que não haja nenhum perigo de que se estrague por ultrapassar o prazo de validade.[123] Por conseguinte, não pode constituir a matéria válida, para a realização do Sacrifício e do Sacramento eucarístico, o pão elaborado com outras substâncias, embora sejam cereais, nem mesmo que leva a mistura de uma substância diversa do trigo, em tal quantidade que, de acordo com a valorização comum, não se pode chamar pão de trigo.[124] É um abuso grave introduzir, na fabricação do pão para a Eucaristia, outras substâncias como frutas, açúcar o mel. É claro que as hóstias devem ser preparadas por pessoas que não só se distingam por sua honestidade, mas sim que, além disso, sejam peritas na elaboração e disponham dos instrumentos adequados.[125]

[49.] Convém, em razão do sinal, que algumas partes do pão eucarístico que resultam da fração do pão, se distribuam ao menos a alguns fiéis, na hora da comunhão. «Não obstante, de nenhum modo se excluem o uso das hóstias pequenas, quando o número dos que vão a receber a sagrada Comunhão não requer, ou outras razões pastoral não exijam»;[126] mais bem, de acordo com o costume, sejam usadas sobretudo formas pequenas, que não necessitam uma fração anterior.

[50.] O vinho que se utiliza na celebração do santo Sacrifício eucarístico deve ser natural, do fruto da videira, puro e dentro da validade, sem mistura de substâncias estranhas.[127] Na mesma celebração da Missa se lhe deve misturar um pouco d’água. Tenha-se diligente cuidado de que o vinho destinado à Eucaristia se conserve em perfeito estado de validade e não se avinagre.[128] Está totalmente proibido utilizar um vinho de quem se tem dúvida quanto ao seu caráter genuíno ou à sua procedência, pois a Igreja exige certeza sobre as condições necessárias para a validade dos sacramentos. Não se deve admitir sob nenhum pretexto outras bebidas de qualquer gênero, que não constituem uma matéria válida.

e, quanto ao uso das espécies:


4. A COMUNHÃO SOB AS DUAS ESPÉCIES

[100.] Para que, no banquete eucarístico, a plenitude do sinal apareça ante os fiéis com maior clareza, são admitidos à Comunhão sob as duas espécies também aos fiéis leigos, nos casos indicados nos livros litúrgicos, com a devida catequese prévia e no mesmo momento, sobre os princípios dogmáticos que nesta matéria estabeleceu o Concílio Ecumênico Tridentino.[186]

[101.] Para administrar aos fiéis leigos a sagrada Comunhão sob as duas espécies, devem-se ter em conhecimento, convenientemente, as circunstâncias, sobre as que devem julgar, em primeiro lugar, os Bispos diocesanos. Deve-se excluir totalmente quando exista perigo, inclusive pequeno, de profanação das sagradas espécies.[187] Para uma maior coordenação, é necessário que a Conferência de Bispos publique normas, com a aprovação da Sé apostólica, por meio da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, especialmente no que se referir «ao modo de distribuir aos fiéis a sagrada Comunhão sob as duas espécies e à extensão da capacidade».[188]

[102.] Não se administre a Comunhão com o cálice aos fiéis leigos onde seja tão grande o número dos que vão comungar[189] que resulte difícil calcular a quantidade de vinho para a Eucaristia e exista o perigo de que «sobre demasiada quantidade de Sangue de Cristo, o qual deve ser consumido ao final da celebração»;[190] Tampouco onde o acesso ordenado ao cálice só seja possível com dificuldade, ou onde seja necessária tal quantidade de vinho que seja difícil poder conhecer sua qualidade e sua proveniência, ou quando não esteja disponível um número suficiente de ministros sagrados nem de ministros extraordinários da sagrada Comunhão que tenham a formação adequada, ou onde uma parte importante do povo não queira participar do cálice, por diversas e persistentes causas, diminuindo assim, em certo modo, o sinal de unidade.

[103.] As normas do Missal Romano admitem o principio de que, nos casos em que se administra a sagrada Comunhão sob as duas espécies, «o sangue do Senhor se pode ser bebido diretamente do cálice, ou por intinção, ou com uma palheta, ou uma colher pequenina».[191] No que se refere à administração da Comunhão aos fiéis leigos, os Bispos podem excluir, nos lugares onde não seja costume, a Comunhão com palheta ou com colher pequenina, permanecendo sempre, não obstante, a opção de distribuir a Comunhão por intinção. Para se utilizar esta forma, usam-se hóstias que não sejam nem demasiadamente delgadas nem demasiadamente pequenas e o comungante receba do sacerdote o sacramento, somente na boca.[192]

[104.] Não se permita ao comungante molhar por si mesmo a hóstia no cálice, nem receber na mão a hóstia molhada. No que se refere à hóstia que se deve molhar, esta deve ser de matéria válida e estar consagrada; estando absolutamente proibido o uso de pão não consagrado ou de outra matéria.

[105.] Se não for suficiente um cálice, para a distribuição da Comunhão sob as duas espécies aos sacerdotes concelebrantes e aos fiéis, nada impede que o sacerdote celebrante utilize vários cálices.[193] Recorde-se, não obstante, que todos os sacerdotes que celebram a santa Missa têm que realizar a Comunhão sob as duas espécies. Dê preferência louvavelmente, por razão do sinal, a um cálice principal mais grande, junto com outros cálices mais menores.

[106.] Sem dúvida, deve-se evitar completamente, depois da consagração, descartar a Sangue de Cristo de um cálice em outro, para excluir qualquer coisa que possa resultar num agravo do tão grande mistério. Para guardar a Sangue do Senhor nunca se utilizem frascos, vasilhas ou outros recipientes que não respondam plenamente às normas estabelecidas.

[107.] De acordo com a normativa estabelecida nos cânones, «quem joga por terra as espécies consagradas, e as leva ou retém com uma finalidade sacrílega, incorre em excomunhão latae sententiae reservada à Sé apostólica; o clérigo pode ser castigado, além disso com outra pena, sem excluir a expulsão do estado clerical».[194] Neste caso se deve considerar incluída qualquer ação, voluntária e grave, de desrespeito às sagradas espécies. De modo que, se alguém atua contra as normas acima indicadas, por exemplo, armazenando as sagradas espécies no lavabo da sacristia, ou em um lugar indigno, ou pelo chão, incorre nas penas estabelecidas.[195] Além disso, lembrem-se todos que ao terminar a distribuição da sagrada Comunhão, dentro da celebração da Missa, há que observar o que prescreve o Missal Romano e sobretudo que o sacerdote, de acordo com as normas, ou outro ministro de imediato deve retornar ao altar e, integralmente, consumir o vinho consagrado que possivelmente tenha sobrado; as hóstias consagradas que tenham sobrado, sejam consumidas pelo sacerdote no altar ou sejam levadas ao lugar destinado para a conservação da Eucaristia.[196]


Acredito, Halmenara, que um esforço mais objetivo e realizável (fiz malabarismo para não escrever "prático", hehe) para fomentar o respeito à Sagrada Eucaristia seja a retomada do pio costume de receber a comunhão de joelhos. Existe um belo esforço neste sentido atualmente.

Trago também um pouco da patrística, no que se refere à Eucaristia:

Os Padres da Igreja e a Eucaristia

Sto. Inácio de Antioquia, do século II, dizia sobre a Eucaristia, que ela era "a Carne de nosso Salvador Jesus Cristo, a qual padeceu por nossos pecados e a qual o Pai ressuscitou por sua benignidade ".

São Cirilo de Jerusalém, ao comentar esses textos, especialmente o de Lucas, afirma: "Havendo Cristo declarado e dito, referindo-se ao pão: Isto é o meu corpo, quem ousará jamais duvidar? Havendo Cristo declarado e dito: Este é o meu sangue, quem ousará jamais dizer que não é esse seu sangue? " (Cirilo de Jerusalém, Catech. mystag., LXXXVI, 2401)

São Cirilo de Alexandria, comentando texto análogo ao de Lucas que está em Mateus, fala: "(...) Porque o Senhor disse mostrando os elementos: Isto é meu corpo, e Este é o meu sangue, para que não imagineis que o que ali aparece é uma figura, senão para que saibas com toda segurança que, pelo inefável poder de Deus onipotente, as oblações são transformadas real e verdadeiramente no corpo e sangue de Cristo ; e que ao comungar delas recebemos a virtude vivificante e santificadora de Cristo." (Cirilo de Alexandria, Comment. In Math. XXVI, 27)

Com isso ele desmonta toda e qualquer tese de ser uma simples demonstração do corpo de Cristo, antes, ele assevera que as oblações se tornam categoricamente e insofismavelmente no corpo e no sangue de nosso Senhor Jesus Cristo.

Veja o que um mártir, do primeiro século da Igreja, disse a respeito:

“Não me agradam comida passageira, nem prazeres desta vida. Quero pão de Deus que é a carne de Jesus Cristo” (Sto. Inácio Mártir, Bispo de Antioquia, escrevendo aos Romanos, parágrafo 7, cerca de 80-110 d.C.).

Não precisaríamos ir longe para comprovar que isso era o que criam os primeiros cristãos e toda a Igreja desde sempre, desde o seu início. A pergunta que não quer calar é: como os protestantes, que amam a Escritura, fazem dela seu único baluarte (embora a mesma Escritura assevere que o baluarte da Verdade é a Igreja e não a Escritura – cf. 1 Timóteo 3.15) não vêem isso? Por que motivo eles fariam vistas grossas ao que colocamos aqui, da crença dos primeiros cristãos?

Veja S. Justino falando sobre a Eucaristia:

“Está comida nós a chamamos Eucaristia... nós não recebemos essas espécies como pão comum ou como bebida comum; mas como Cristo Jesus nosso Salvador, assim também ensinamos que o alimento consagrado pela Palavra da oração que vem dele, de que a carne e o sangue são, transformação, Carne e Sangue daquele Jesus Encarnado” (São Justino Presbítero, I Apologia, cap. 66 cerca de 148-155 d.C.).

Aqui ele faz o elo claro, a transubstanciação. Ele também é por demais claro ao falar que o alimento consagrado É corpo e sangue de Cristo e não um pão qualquer.

Veja isso, datado do século II também:

“Assegurem, portanto, que se observe uma Eucaristia comum; pois há um Corpo de Nosso Senhor, e apenas um cálice de união com seu Sangue e apenas um altar de sacrifício”. (Stº Inácio de Antioquia – Carta aos Filadelfos – ano 110 d.C.)

Outro Pai da Igreja do século II, falando clara e inequivocamente da Eucaristia como sendo de fato, e não só simbolicamente, o Corpo e Sangue de Cristo. E ele adiciona outro elemento aí: sacrifício! Ele fala em um altar de sacrifício. Os primeiros cristãos tinham isso muito claro: só havia uma Eucaristia, ela se constituía do Corpo e do Sangue de Cristo, que eram pão e vinho consagrados e transformados no Corpo e Sangue de Cristo por meio de um sacrifício!
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Mensagem por oandarilho01 Ter maio 01, 2012 1:27 am

Desculpem a postagem loga... Smile

Certa vez, debatendo no blog do Julio Severo (protestante de renome na blogosfera) com um leitor protestante, ele questionou a realidade da presença de Cristo na hóstia sugerindo que um ministro extraordinário poderia deixá-la cair quando fosse dá-la a um moribundo. É por essas e outras que faz bem a Igreja ser cuidadosa, ser conservadora (no melhor sentido da palavra, no legítimo!) quanto ao manuseio do Santíssimo Sacramento.

Paz e Bem
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Mensagem por Lucas B. Qua Jul 25, 2012 5:03 pm

Por que na Missa o sacerdote come e bebe, sendo ele o representante de Cristo?
Exatamente por isso Ricardo; sendo ele "representante", não é de fato o próprio Cristo o qual unicamente poderia ser "dispensado" da comunhão (pois logicamente não haveria necessidade de comunhão consigo mesmo, Ele é aquele que oferece), o Sacerdote quando comunga o faz com a mesma necessidade que o identifica com qualquer fiel, todos necessitamos "comer a sua carne e beber o seu sangue".

Vinde Senhor Jesus!

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